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Reforma e Contrarreforma: contexto, agentes e muito mais!

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A Reforma e a Contrarreforma são eventos muito importantes para a definição do mundo como conhecemos hoje. Foi depois delas que surgiram novas nações e uma forma diferente de ligação entre igreja e Estado. Com este texto, você ficará sabendo o contexto, os tipos e os impactos destes eventos.

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O que foi a Reforma Protestante?

A Reforma Protestante é o nome dado ao conjunto de iniciativas que buscavam modificar a religiosidade cristã na Europa durante os primeiros anos da Idade Moderna (1450 – 1789).

Você deve estar se perguntando os motivos para isso, não é? Vamos ver o contexto histórico e entender por que os reformadores fizeram suas propostas.

Qual era o contexto histórico da reforma protestante?

O Cristianismo se tornou a religião do Império Romano em 380 d.C., quando o imperador Teodósio proibiu os outros cultos. A Igreja Católica passou a ser a religião oficial do império.

Quando Roma caiu em 470 d.C. durante as invasões bárbaras, a única instituição que continuou de pé foi a Igreja. Padres, bispos e missionários espalharam o Evangelho entre as nações que tomaram o lugar dos romanos, promovendo a cristianização do continente.

Contudo, muitas das conversões se davam porque o líder da comunidade havia se tornado cristão e estabelecido o Catolicismo como única fé. A Igreja foi se aliando aos reis e conquistando poder com isso: político, econômico, cultural.

Além disso, o clero foi se corrompendo ao longo do tempo. Boa parte dos padres não tinha uma vida exemplar, nem formação intelectual adequada para dirigir os fiéis.

Tentativas de reforma dentro da Igreja foram realizadas, como a dos franciscanos. Eles procuraram mostrar o afastamento da fé vivido pelas pessoas e a retomada dos preceitos evangélicos.

Porém, o sucesso foi passageiro e as próprias ordens fundadas para reformar a vida religiosa foram perdendo fôlego.

Até mesmo a sucessão dos papas estava envolvida na política de famílias romanas. Alguns papas viviam de modo pouco exemplar, principalmente no período do Renascimento.

Além disso, o Papa Leão X emitiu uma bula, em 1515, dando indulgência plenária aos que contribuíssem com a reforma da Basílica de São Pedro.

As indulgências são a forma com que os católicos buscam diminuir suas penas temporais, ligadas à doutrina do purgatório. Elas não perdoam os pecados, apenas retiram a pena (parcial ou plenamente) dos indivíduos que não viveram de maneira perfeita, mas morreram arrependidos.

Isso tudo foi visto como escandaloso para muitas pessoas, que teceram críticas a diversos pontos do Catolicismo. A principal delas foi Martinho Lutero.

A vida moral dos clérigos, a indulgência, o purgatório, o poder papal, a liturgia, o matrimônio, sofreram ataques em textos e debates que levaram à Reforma Protestante.

A Igreja Católica responderia à reforma com uma contrarreforma, que veremos adiante.

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Quais foram os principais pontos da reforma?

A reforma protestante não foi igual em todos os lugares da Europa. Porém, os reformadores tinham pontos em comum.

  • Somente a fé salva, não as obras humanas.
  • Somente Deus deve receber glorificação.
  • A Escritura é suficiente para guiar a vida dos fiéis, não sendo preciso recorrer aos clérigos.
  • Basta a graça de Deus para salvar os homens.
  • Só Cristo é a ponte entre Deus e os homens.

Esses pontos são conhecidos como as 5 Solas (em latim, somente).

Qual a relação entre Reforma Protestante e Capitalismo?

Segundo Max Weber e Karl Marx, o protestantismo tem ligação estreita com o surgimento do capitalismo no Ocidente.

Para Weber, isso se dá por causa da ética protestante com relação ao trabalho e ao enriquecimento. Os reformadores, principalmente João Calvino, viam no acúmulo de riquezas uma forma de manifestação da bondade divina e como um sinal de que o crente estava salvo.

Já Karl Marx entendia que o capitalismo precisava de uma legitimação religiosa, como parte da ideologia de dominação da classe burguesa.

O fato é que os nobres nos lugares em que as reformas aconteceram não queriam a Igreja condenando o enriquecimento como usura. No caso, os católicos acusavam os mercadores e aqueles que emprestavam dinheiro a juros, enriquecendo com isso, de estarem pecando.

Então a burguesia nascente e a nobreza inconformada apoiaram os reformadores, diminuindo o poder da Igreja Católica sobre seus negócios.

O que foi a Reforma Luterana?

O primeiro dos reformadores foi o germânico Martinho Lutero. Ele era um monge agostiniano, que dava aulas de teologia na Universidade de Wittenberg, na atual Alemanha.

Em 1517, Lutero redigiu um texto conhecido como 95 Teses, no qual debatia alguns pontos da doutrina do purgatório e das indulgências. Seu interesse era debater com os alunos, mas o documento acabou sendo reproduzido e seu conteúdo foi disseminado, chegando até os ouvidos do Papa.

Foi exigido de Lutero a retratação do que dizia, mas ele se negou a fazer isso e acabou sendo excomungado, ou seja, desligado da Igreja, perdendo direitos de sacerdote e professor.

Porém, Lutero tinha o apoio de diversos príncipes alemães. Eles o protegeram e deram a oportunidade para que ele desenvolvesse suas teses.

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Lutero escreveu dois catecismos (livros em que a doutrina é exposta), além de diversos livros defendendo sua posição quanto ao papel da fé e das obras na salvação.

As teses de Lutero se espalharam pela Europa, criando um grande movimento de transformação política e religiosa.

A Reforma e a Contrarreforma aconteceram no período das Grandes Navegações, descubra mais sobre elas.

O que foi a Reforma Calvinista?

João Calvino era um advogado francês que vivia em Genebra, na Suíça. Ele foi responsável pela doutrina da predestinação.

Segundo essa tese, as pessoas estariam divididas entre aqueles que foram salvos por Deus e os que foram condenados. Deus teria escolhido o destino de cada um antes mesmo de a pessoa nascer.

Uma das formas de ver se o indivíduo era salvo ou condenado era o trabalho honesto bem recompensado.

Essa doutrina se espalhou para a França e a Inglaterra. Neste último país, os calvinistas ganharam o nome de puritanos. Eles foram perseguidos pelo Estado inglês, que passava por uma mudança também na sua religião oficial, conhecida como reforma anglicana.

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O que foi a Reforma Anglicana?

Diferente das demais, a reforma anglicana não começou por divergências teológicas. O Rei Henrique VIII desejava ter um filho homem, mas acreditava que sua mulher não era capaz de lhe dar um.

Assim, ele pediu a anulação do seu casamento, alegando que sua esposa era uma prima de grau muito próximo. Esse tipo de matrimônio é proibido pela Igreja Católica, salvo quando há autorização de um bispo, o que Henrique VIII recebeu.

Com a resposta negativa da Igreja, o rei promoveu a separação entre a Igreja na Inglaterra e a sede romana.

Esse movimento implicou na perda de terras pela Igreja, além de tesouros. Alguns padres perderam a vida por não aderirem à reforma.

O que foi a Contrarreforma?

A Igreja Católica não se silenciou diante dos acontecimentos. Promovendo uma reforma interior, conhecida como contrarreforma.

A resposta às acusações levantadas contra ela foi feita com o auxílio do Estado, como o Tribunal do Santo Ofício. Contudo, o recurso à inquisição e outros instrumentos de poder não deram muito certo. 

Assim, ela passou a promover uma reforma interna, buscando a moralização dos clérigos e dos fiéis, o que ficou conhecido como Contrarreforma.

A Igreja não cedeu às reivindicações teológicas de Lutero e demais críticos. Pelo contrário, ao organizar o Concílio de Trento (uma reunião de bispos de diversos lugares do mundo) reafirmou a sua doutrina.

No entanto, houve mudanças disciplinares e litúrgicas. O celibato dos padres passou a ser obrigatório em todo o mundo, regras litúrgicas foram estabelecidas também de modo universal, criando uma missa só para todas as dioceses, conhecida como Missa Tridentina.

Além disso, ordens religiosas foram criadas ou as que existiam passaram por reformas. O destaque vai para a Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola com vocação intelectual e missionária.

Estes foram os padres responsáveis pela catequização da maior parte das nações indígenas brasileiras e pela busca da moralização dos colonos. Eles eram rigorosos nos costumes morais e nas coisas da fé, mas também pouco rígidos em adotar elementos da cultura nativa, o que facilitou seu trabalho entre os indigenass.

Consequências da Reforma e Contrarreforma

A Reforma e a Contrarreforma estão diretamente ligadas à forma como o mundo ocidental se organiza atualmente.

Devido às diferenças religiosas e as guerras travadas por causa delas, alguns filósofos teorizaram sobre a laicidade do Estado e a tolerância.

Além disso, muitos países surgiram por causa delas, como é o caso dos Estados Unidos. Eles eram o destino preferido dos fugitivos da perseguição religiosa promovida pelo Estado inglês.

Com a perda de fiéis na Europa, o Catolicismo se voltou para o Novo Mundo. Diversas ordens religiosas, além dos jesuítas, vieram para a América, a fim de catequizar a população indígena.

Inclusive, o método de interrogatório da Inquisição está ligado ao direito moderno.

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