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O que é Poema? Tipos, características e exemplos.

O que é Poema Tipos características e exemplos

Poema é um gênero textual originário da Grécia Antiga, composto por versos e estrofes. Seus versos podem abusar de liberdade, ou podem seguir regras rígidas que você conhecerá lendo esse texto. Se interessou? Leia nosso artigo e aprecie as obras dos 5 poetas mais famosos  do Brasil.

Neste texto sobre O que é Poema, você encontrará os tópicos abaixo. Clique em um deles para ir diretamente ao conteúdo:

  1. O que é Poema?
  2. Como surgiram os Poemas?
  3. Quais as estruturas do poema?
  4. As 7 características gerais do Poema.
  5. Quais são os tipos de Poema?
  6. Quais os 5 mais famosos poemas da literatura brasileira?

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O que é poema?

Você já parou pra pensar como seria a vida se fosse regida por poemas?

E se eu te disser que muitas vezes há uma orquestra simbólica de poemas bombardeando nossos sentidos de forma constante e inesgotável. Nunca viu? É porque eles fazem isso de forma tão difusa, que é quase imperceptível.

Diferente da poesia, o poema é única e exclusivamente alicerçado por palavras. Essas palavras unem-se e produzem versos, que por sua vez entrelaçam-se numa espécie de ciranda rítmica que compõem as estrofes.

No poema, nem tudo é exclusivamente subjetividade. Muitas vezes as palavras são ácidas e amargas. Uma crítica direta a algo, alguém, ou algum setor social. Como em uma batalha de Rap.

Até sua história com o Enem, uma guerra travada contra os dias e o cansaço, para ter acesso a universidade, pode ser contada pela trilha versificada de um poema:

A educação é um alicerce

Ferrenhamente disputado

Por dias de estudo e de cansaço

Poderia ser fácil?

Não é fácil! Exatamente porque sabemos disso que estamos aqui para ajudá-lo. O Beduka está constantemente criando mecanismos para auxiliá-lo na aquisição do conhecimento, de forma mais rápida, eficiente e simplificada.

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Isso é poema: ritmo, palavras, verdade e sensibilidade.

Como surgiram os poemas?

O poema surgiu da necessidade inata do indivíduo de se expressar. Contar a outrem seus anseios, desejos e súplicas. Reverenciar heróis, narrar histórias através dos versos e da musicalidade.

Os precursores dos Poemas no mundo, foram os gregos, que escreviam ritmicamente para que depois esses escritos fossem lidos em praças públicas.

Entre os séculos VIII e IX a.C, a Antiga Grécia, estava submersa no Período Homérico, referente ao Poeta Homero, escritor de Ilíada e Odisseia.

Ilíada é um típico poema Épico que narra a guerra de Tróia. Assim como os poemas épicos eram fundamentais para que os gregos bradassem seus heróis, logo surgiria, no mesmo cenário, o poema lírico e o dramático.

Como quase tudo era falado, o conhecimento era compilado aos demais através da fala, e a Lira (um instrumento de cordas) acompanhava esses eventos como trilha sonora.

A origem do termo “Eu lírico” presente nos poemas remete a esse tempo. À subjetividade rítmica das palavras acompanhada de uma melodia misteriosamente chamativa ao fundo.

Assim, surgiu o poema: palavra + instrumento de corda, que deu origem à atual palavra ritmada. Estrofes e versos, sejam estilisticamente fixos, sejam livres.

Quais as estruturas do Poema?

Um poema é dividido em versos e estrofes, além de possuir diversos tipos de rima, mas não obrigatoriamente necessita desses elementos para ser considerado poema. 

Após o surgimento das Vanguardas Europeias, e da Semana de Arte Moderna no Brasil, as estruturas rígidas e as métricas perfeitas deram espaço aos versos livres e a um antiacademicismo. 

Isso foi basicamente a morte da palavra “limite” da criação poética.

Com isso, a liberdade no processo criativo garante uma infinidade de formas, ritmos e estruturas dadas a um poema. A maioria não é catalogada. A liberdade inviabiliza que haja todas as definições, contudo enriquece nosso acervo literário.

A seguir veja estruturas universais do Poema:

Quais as métricas de um poema?

As métricas de um poema são feitas a partir da contagem das sílabas poéticas, que são as sílabas que constituem o verso de um poema. É importante destacar, que nem sempre as sílabas poéticas irão coincidir com a divisão silábica gramatical.

  • Monossílabo – verso que possui uma sílaba poética
  • Dissílabo – verso que possui duas sílabas poéticas
  • Trissílabo – verso que possui três sílabas poéticas
  • Tetrassílabo – verso que possui quatro sílabas poéticas
  • Pentassílabo – verso que possui cinco sílabas poéticas
  • Hexassílabo – verso que possui seis sílabas poéticas
  • Heptassílabo – verso que possui sete sílabas poéticas
  • Octossílabo – verso que possui oito sílabas poéticas
  • Eneassílabo – verso que possui nove sílabas poéticas
  • Decassílabo – verso que possui dez sílabas poéticas
  • Hendecassílabo – verso que possui onze sílabas poéticas
  • Dodecassílabo – verso que possui doze sílabas poéticas

Veja o exemplo com as sílabas poéticas de um Cordel Heptassílabo:

“Naquela noite as estrelas

com uma luz purpurina

parecia iluminar

a mais escura campina

transformando aquilo ali

numa miragem divina.”

Agora observe a divisão silábica:

Na/ que/ la/ noi/ teas/ es/ trelas =7

com u/ ma/ luz/ pur/ pu/ rina = 7

pa/ re/ ci/ ai/ lu/ mi/ nar = 7

a/ mais/ es/ cu/ ra/ cam/ pina = 7

trans/ for/ man/ doa/ qui/ loa/ li = 7

nu/ ma/ mi/ ra/ gem/ di/ vina = 7

Como a contagem diverge da contagem silábica tradicional, há duas condições essenciais que você precisa saber para facilitar e não errar em uma questão do Enem, são as seguintes:

  • Só se conta até a última sílaba tônica
  • Vogal não forma sílaba poética sozinha.

O que são os versos de um poema?

Pode ser considerado o alicerce que compõe a estrofe, isto é, frases encadeadas. Podem ser:

  • regulares: com métrica e rima;
  • brancos: com métrica e sem rima;
  • livres: sem métrica e sem rima.

Veja a estrofe abaixo composta por 4 versos, simplificando, 4 frases:

                                             Vandalismo (Augusto dos Anjos)

Meu coração tem catedrais imensas,

Templos de priscas e longínquas datas,

Onde um nume de amor, em serenatas,

Canta a aleluia virginal das crenças.

O que são as estrofes de um poema?

Estrofe é cada parte do poema composta por versos. Podem ser:

  • monóstico – estrofe com um verso
  • dístico: dois versos;
  • terceto: três versos;
  • quadra ou quarteto: quatro versos;
  • quinteto ou quintilha: cinco versos;
  • sexteto ou sextilha: seis versos;
  • sétima ou septilha: sete versos;
  • oitava: oito versos;
  • novena ou nona: nove versos;
  • décima: dez versos.

Observe o Poeminho do Contra, de Mário Quintana, composto por uma única estrofe:

Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão

Atravancando meu caminho,

Eles passarão…

Eu passarinho!

A seguir observe duas estrofes do poema intitulado Os Poemas, também de Mário Quintana:

Os Poemas

Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

*******************************************************

Quando fechas o livro, eles alçam voo

como de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto

alimentam-se um instante em cada par de mãos

e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti…

O asterisco separa as duas estrofes, a primeira composta por três versos e a segunda composta por 8 versos. 

O que são as rimas?

  • rica: entre palavras de diferentes classes gramaticais;
  • pobre: entre palavras com a mesma classe gramatical;
  • externa: ocorre no final dos versos;
  • interna: rima entre a palavra final de um verso e outra do interior do verso seguinte;
  • emparelhada: AABB;
  • alternada ou cruzada: ABAB;
  • interpolada ou oposta: ABBA;
  • mista: variados tipos de combinação.
  • aguda: entre palavras oxítonas, ou monossílabas tônicas;
  • grave: entre palavras paroxítonas;
  • esdrúxula: entre proparoxítonas;
  • perfeita: igualdade total entre sons vocálicos e consonantais;
  • imperfeita: semelhança parcial de sons.

Quais as 7 características gerais do Poema?

  • Musicalidade
  • Versos
  • Estrofes
  • Rima
  • Ritmo
  • Linguagem Figurada
  • Liberdade criacional

Quais são os tipos de Poemas?

1- Poemas Líricos

Você sabe o que é Lira? Lira é um instrumento musical de cordas muito utilizado na antiguidade. 

Os escritos eram feitos com o intuito principal de serem declamados. O som dos instrumentos acompanhavam as vozes, trazendo musicalidade à palavra escrita.

O poema lírico pode ser considerado uma expressão sublime da subjetividade. As emoções, os anseios, as ideias, tudo aquilo que é intrínseco. A alma da voz e a palavra no sentido mais figurado em detrimento a lógica.

Acalanto ( Millôr Fernandes)

Deita, filho

E constrói teu sono

O medo já vem

Fecha os olhos dos ouvidos

Faz escuro aos ruídos

Amortece o brilho desse som.

A angústia gira muda

No longplei sem sulcos

Da noite sem insônia

Dorme filho

Faz silêncio na Amazônia.

2- Poemas Dramáticos

O Drama faz parte da vida, ou será que a vida faz parte de um Drama?

Como você recitaria o seu dia? Árduo ou Esplendoroso? Dinâmico ou Tedioso? 

Semelhante a um monólogo, há uma narrativa, porém o poema dramático subverte o narrador a próprio personagem. Isso o leva a conter características épicas e líricas.

Observe o trecho de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto:

— O meu nome é Severino,

não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos,

que é santo de romaria,

deram então de me chamar

Severino de Maria;

como há muitos Severinos

com mães chamadas Maria,

fiquei sendo o da Maria

do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia,

por causa de um coronel

que se chamou Zacarias

e que foi o mais antigo

senhor desta sesmaria.

[…]

3- Poemas Épicos

O ser humano é especialista em criar heróis. Verdadeiros ou falsos.  Odiados ou aclamados.  Podemos menosprezá-los, ou reverenciá-los. Apenas uma coisa não devemos fazer: Negá-los. 

Portanto, você sabe que nossas ancestralidades são repletas de narrativas heróicas, mitológicas e lendárias. E é justamente a isso a que se referem os Poemas Épicos.

Eles nos permitem ler determinado contexto da história, seus costumes, indagações e possíveis explicações.

A exaltação de um herói e seus feitos simboliza a necessidade humana de proteção e resposta. A primeira epopeia da qual se tem registro é Ilíada e Odisseia, do poeta grego Homero. Exemplo:

Odisseia

“Canta, ó Musa, o varão que astucioso,

Rasa Ílion santa, errou de clima em clima,

Viu de muitas nações costumes vários.

Mil transes padeceu no equóreo ponto,

Por segurar a vida e aos seus a volta;

Baldo afã! pereceram, tendo insanos

Ao claro Hiperiônio os bois comido,

Que não quis para a pátria alumiá-los.

Tudo, ó prole Dial, me aponta e lembra.”

Os 5 poemas mais famosos da Literatura Brasileira

1- Vou-me Embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira, 1930)

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d’água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcaloide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.

2- Canção do Exílio (Gonçalves Dias, 1943)

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

3- Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes, 1939)

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

4- No Meio do Caminho (Carlos Drummond de Andrade, 1928)

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

5- Retrato (Cecília Meireles, 1939)

Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

— Em que espelho ficou perdida

a minha face?

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Categorias: Literatura
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