O etnocentrismo é uma visão que todos podemos ter com relação à cultura dos outros e pode se tornar algo que fere os direitos humanos, um tema importante no Enem. Entenda o que é o etnocentrismo e fique preparado para o exame!
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- O que é o etnocentrismo?
- Quais são as formas de etnocentrismo?
- Quais são as críticas ao etnocentrismo?
- Existe etnocentrismo no Brasil?
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O que é o etnocentrismo?
Etnocentrismo é um conceito usado na Antropologia. O nome vem de etno, que significa “povo” e se refere à prática de colocar a própria cultura no centro de tudo e como forma de avaliar as demais.
No primeiro momento, ele é algo natural, pois a nossa cultura nos dá os instrumentos de interpretação da realidade. Você já deve ter visto alguns pratos típicos de outros países e deve ter estranhado, ou a forma de alguém falar ou ainda de se vestir.
Tudo isso é uma manifestação de etnocentrismo. O problema começa quando as diferenças entre as culturas e o estranhamento passam a legitimar atitudes de dominação, desrespeito e práticas preconceituosas.
Por exemplo, quando os países europeus dominaram diversas regiões da África e da Ásia com o intuito de civilizar os povos que viviam nelas. Ao identificar a cultura europeia como superior às demais, eles entenderam que podiam fazer o que bem quisessem.
Isso se acirrou em meados do século XIX, quando, além dos costumes, as justificativas encontraram base em teorias científicas, como o racialismo e o evolucionismo social.
O etnocentrismo se manifesta de diversas formas. Vamos ver as principais.
Para evitar o etnocentrismo, é importante conhecer as diversidades da cultura. Aprenda sobre elas com nosso texto sobre diversidade cultural no Brasil.
Quais são as formas de etnocentrismo?
As culturas têm diversos aspectos, inclusive alguns deles podem ser partilhados por muitos povos. Isso não impede que um deles comece a se sentir superior graças aos aspectos que são diferentes.
O brasileiro e o argentino possuem majoritariamente a mesma religião, mas ambos nutrem preconceitos de um para com o outro devido aos demais componentes culturais.
Para entender o que é o etnocentrismo, vamos ver as formas principais em que ele se manifesta.
Racismo
O racismo acontece quando um povo, seguindo critérios biológicos (principalmente a cor da pele), se sente superior a outros e passa a limitar as ações deles. Veja que não é suficiente não gostar de alguém, é preciso ter atitudes que limitam seus planos.
Seria o caso de negar emprego por conta da cor, impedir o trânsito de alguém, chegando até mesmo ao domínio completo do corpo da pessoa, como no caso da escravidão.
Xenofobia
Xenofobia é a aversão que as pessoas têm ao estrangeiro ou forasteiro. Ela se manifesta bastante quando existem grandes ciclos migratórios de povos mais pobres para países ricos. Em geral, o estrangeiro é vítima de xenofobia e acusado de desestabilizar a sociedade com os seus costumes, práticas religiosas etc.
Também existe a ideia de que eles roubam empregos por serem em média uma mão de obra mais barata. Isso não procede, afinal qualquer pessoa pode vender o seu trabalho por um preço mais barato.
Além disso, depois que o forasteiro conseguir um emprego e começar a subir na carreira, ele vai passar a ganhar salários maiores, então não há justificativa para o medo dos nativos perderem seus empregos.
Intolerância religiosa
A religião é um importante componente da cultura de um povo. Com relação ao etnocentrismo, ela pode ser julgada como verdadeira ou falsa e por isso a postura de algumas pessoas adeptas de alguma fé pode ser de grande hostilidade.
Vale lembrar que este comportamento não é de nenhum povo específico. Todos os credos podem tanto ter adeptos radicais quanto vítimas de intolerância religiosa.
Agora que você já sabe o que é o etnocentrismo, teste seus conhecimentos com nossa lista de exercícios sobre xenofobia.
Quais são as críticas ao etnocentrismo?
O Etnocentrismo passou a ser criticado quando os antropólogos começaram a trabalhar a partir do relativismo cultural.
Quando a Antropologia surgiu, ela estava atrelada ao evolucionismo. A maior parte dos pesquisadores entendiam que a humanidade avançava de estágio em estágio na cultura até que chegasse à civilização. Por isso, haveria povos atrasados e povos civilizados.
Os civilizados eram os europeus, enquanto os atrasados eram os demais, sendo os africanos vistos como mais primitivos.
Ao estudar os nativos do Alaska, o antropólogo Franz Boas começou a discutir os problemas em torno do evolucionismo. Ele e seus alunos passaram a adotar a perspectiva relativista da cultura para desenvolver seus trabalhos.
Cada cultura começou a ser vista como um todo em si mesma e as práticas culturais eram analisadas de modo relativo à cultura a que elas pertencem, sem comparações com juízos de valor.
Porém, isso não pode justificar ou legitimar práticas entendidas como graves ofensas aos direitos humanos.
Por exemplo, alguns povos que negam o direito à vida a um dos bebês nascidos gêmeos, para evitar que eles sejam rivais e perturbem a ordem social, como descrito pelo antropólogo René Girard.
Existe etnocentrismo no Brasil?
Como dissemos acima, todos os povos têm algum grau de etnocentrismo. Com o Brasil não seria diferente.
Isso se dá tanto quando falamos do brasileiro com outros povos, como de brasileiros de estados diferentes entre si. Em alguns casos, chega-se a existir xenofobia.
Esse tipo de assunto é levantado principalmente quando se fala em migração de pessoas de áreas mais pobres, como o Nordeste, para regiões mais ricas, como São Paulo. E podem cair no Enem.
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Obrigado por ter lido até aqui nosso resumo sobre o que é o etnocentrismo.