A coesão referencial é um elemento coesivo muito útil para textos e tem como objetivo evitar repetições desnecessárias. Nesse texto você vai entender melhor o que é coesão referencial, para que serve, os tipos e como usar. Leia até o fim para saber tudo!
Neste resumo, você encontrará os tópicos abaixo. Se quiser, clique em um deles para ir diretamente ao conteúdo:
- O que é coesão referencial?
- Para que serve a coesão referencial?
- Quais os tipos de coesão referencial?
- Coesão referencial de Anáfora
- Coesão referencial de Catáfora
- Coesão referencial Substituição
- Coesão Referencial de Repetição ou Reiteração
- Coesão Referencial de Contiguidade
- Coesão referencial de Elipse
- Como usar a Coesão Referencial? Aprenda com exercícios!
- Gabarito dos exercícios sobre coesão referencial
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O que é Coesão Referencial?
Você já se perguntou “O que é a coesão referencial”?
Se você ainda não sabe o que é, ou como usar, irá aprender nesse texto.
A coesão referencial é um recurso coesivo linguístico usado para criar relações entre palavras e expressões dentro de um texto. Isso permite que o leitor identifique os termos aos quais se referem.
Ok, talvez você não tenha entendido nada. Veja um exemplo, então:
Ana estava muito triste naquele dia. Ela não podia sair de casa por conta do resfriado.
Nesse caso, podemos dizer que Ana é o nosso termo referente. Afinal, é dela que estamos falando. A palavra “ela” é usada para evitar repetições ao falar “Ana” novamente.
Quando o referente é retomado no texto (não importa a forma), é um sinal de orientação para os leitores. Deve-se procurar algo que foi dito lá atrás ou algo que ainda será dito. Isso porque o termo ou expressão já foi citado e foi retomado por outro termo que o substitui.
Dessa forma, a coesão referencial é um ótimo mecanismo de coesão textual e contribui na textualidade através desses elementos coesivos. Através da coesão referencial, várias partes dos textos são conectadas, sejam palavras, orações e períodos.
A coesão referencial é muito importante para que o leitor consiga identificar os termos referidos no texto.
Para que serve a coesão referencial?
Agora que você já sabe o que é coesão referencial, vamos te explicar para que serve este recurso.
A coesão referencial é de extrema importância em qualquer texto. Isso mesmo!
Mas para quê?
A coesão referencial funciona como um substituto de termos nas palavras, frases, períodos, orações ou textos.
Nesse sentido, o objetivo é facilitar o entendimento, bem como a captação da mensagem, sem precisar fazer uso de repetições desnecessárias.
Ou seja, de forma geral, o intuito principal da coesão referencial é evitar a repetição de termos.
Quais os tipos de coesão referencial?
Não basta saber o que é coesão referencial e para que serve, precisamos saber os tipos. Sabendo quais são os tipos, você poderá usá-los no seu texto deixando-os ainda melhores e sem repetições.
Existem 6 tipos de coesão referencial:
- Anáfora
- Catáfora
- Substituição
- Repetição ou Reiteração
- Contiguidade
- Elipse
Veja agora detalhadamente cada um deles:
Coesão referencial de Anáfora
A anáfora é um dos recursos da coesão referencial e retoma o referente usando um elemento coesivo, que pode ser: artigos, advérbios, pronomes e numerais.
Nesse caso, as referências textuais retomam elementos expressos anteriormente no texto.
Exemplo:
Eduarda era muito feliz e alegre. Ela tinha tudo o que precisava!
O pronome “Ela” retoma o substantivo próprio “Eduarda”
Coesão referencial de Catáfora
A catáfora, diferentemente da anáfora, antecipa o referente. Ou seja, o referente aparece somente depois do item coesivo.
Geralmente é empregada através de pronomes demonstrativos e indefinidos.
Exemplo:
Cláudia olhou-a e disse: Giovanna, pare com isso!
Perceba que o pronome oblíquo “a” introduz o substantivo próprio “Giovanna”, que só aparece depois.
Coesão referencial de Substituição
A substituição acontece quando há uso de algum termo com valor coesivo correspondente ao de outro elemento do texto.
Exemplo:
O cachorro latia muito. O nosso amigo de quatro patas não gostava muito de tomar banho!
O substantivo “cachorro” é retomado posteriormente pelo termo “amigo de quatro patas”. Dessa maneira, evitou-se a repetição desnecessária.
Coesão Referencial de Repetição ou Reiteração
A repetição/reiteração é uma forma de dar ênfase em algum termo e, dessa forma, mantém-se o sistema de referências no interior do texto.
Exemplo:
Michel Temer estava na Rússia no final do ano passado. Temer espera que a relação entre os países melhore.
A repetição do nome do ex-presidente brasileiro serve para reforçar sua ação.
Coesão Referencial de Contiguidade
A contiguidade acontece quando há o uso de termos que são do mesmo campo semântico.
Exemplo:
À medida que o rio se afunila entre os paredões cada vez mais verticais, a correnteza vai ganhando velocidade e companhia de uma espuma branca, originada pelo choque violento das águas contras as pedras. O bote responde de imediato ao turbilhão, chacoalhando sem intervalos. O corpo esquenta, o coração bate mais forte. Uns 3 metros acima de nossas cabeças, onde termina o cânion, a selva toma conta. […]
Thiago Medaglia.
Nesse exemplo, todas as palavras em negritos se referem à mesma coisa: o rio.
Coesão referencial de Elipse
A elipse omite um ou mais termos da frase, que são facilmente identificáveis pelo leitor. Isto é, não há necessidade de repetição pois o leitor já entende sobre o que o autor está falando.
Exemplo:
“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.”
(Trecho do poema ‘Motivo’ de Cecília Meireles)
Neste exemplo, ocorre a omissão do pronome “eu” na terceira linha do poema. Ainda assim, essa omissão é justificada pelo fato de o leitor conseguir entender a quem o autor se refere.
Agora que você já sabe o que é coesão referencial, para que serve e seus tipos, você já pode começar a colocar em prática seus novos conhecimentos adquiridos.
Como usar a coesão referencial? Aprenda com exercícios!
Perceba como você está escrevendo ou falando. Faça com que seja um processo mais consciente.
Lembre-se de buscar perceber se no seu texto você está cometendo repetições que poderiam ser evitadas.
Sempre releia o seu texto procurando por formas de mudá-lo, deixando-o mais coeso e menos repetitivo.
Exercícios
Questão 1– (Enem-2014)
Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.
Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o elemento
a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.
b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.
e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.
Questão 2- (Enem-2009)
Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII A.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão “presente de grego”.
Em “puseram-no”, a forma pronominal “no” refere-se:
a) ao termo “rei grego”.
b) ao antecedente “gregos”.
c) ao antecedente distante “choque”.
d) à expressão “muros fortificados”.
e) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.
Questão 3– (Enem-2016)
“Ela é muito diva!”, gritou a moça aos amigos, com uma câmera na mão. Era a quinta edição da Campus Party, a feira de internet que acontece anualmente em São Paulo, na última terça-feira, 7. A diva em questão era a cantora de tecnobrega Gaby Amarantos, a “Beyoncé do Pará”. Simpática, Gaby sorriu e posou pacientemente para todos os cliques. Pouco depois, o rapper Emicida, palestrante ao lado da paraense e do também rapper MV Bill, viveria a mesma tietagem. Se cenas como essa hoje em dia fazem parte do cotidiano de Gaby e Emicida, ambos garantem que isso se deve à dimensão que suas carreiras tomaram através da internet — o sucesso na rede era justamente o assunto da palestra. Ambos vieram da periferia e são marcados pela disponibilização gratuita ou a preços muito baixos de seus discos, fenômeno que ampliou a audiência para além dos subúrbios paraenses e paulistanos. A dupla até já realizou uma apresentação em conjunto, no Beco 203, casa de shows localizada no Baixo Augusta, em São Paulo, frequentada por um público de classe média alta.
As ideias apresentadas no texto estruturam-se em torno de elementos que promovem o encadeamento das ideias e a progressão do tema abordado. A esse respeito, identifica-se no texto em questão que
a) a expressão “pouco depois”, em “Pouco depois, o rapper Emicida”, indica permanência de estado de coisas no mundo.
b) o vocábulo “também”, em “e também rapper MV Bill”, retoma coesivamente a expressão “o rapper Emicida”.
c) o conectivo “se”, em “Se cenas como essa”, orienta o leitor para conclusões contrárias a uma ideia anteriormente apresentada.
d) o pronome indefinido “isso”, em “isso se deve”, marca uma remissão a ideias do texto.
e) as expressões “a cantora de tecnobrega Gaby Amarantos, a ‘Beyoncé do Pará'”, “ambos” e “a dupla” formam uma cadeia coesiva por retomarem as mesmas personalidades.
Gabarito dos exercícios sobre Coesão Referencial
Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.
Exercício resolvido da questão 2 –
Alternativa correta: e) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.
Exercício resolvido da questão 3 –
Alternativa correta: d) o pronome indefinido “isso”, em “isso se deve”, marca uma remissão a ideias do texto.
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