História

O que é tolerância religiosa? Tire todas as dúvidas sobre o conceito e sua importância na sociedade

O que é tolerância religiosa

A tolerância religiosa está presente em um dos valores fundamentais das sociedades democráticas: o respeito às diferenças. Ela garante que pessoas com crenças distintas, ou sem crença alguma, possam conviver de forma pacífica, sem discriminação ou violência.

Mas, afinal, o que é tolerância religiosa? Trata-se do reconhecimento e do respeito ao direito de cada indivíduo escolher, praticar ou não uma religião, sem sofrer perseguição ou preconceito.

Neste artigo, você vai entender o que esse conceito significa, como ele surgiu, quais são os principais exemplos históricos e por que ele é um tema tão importante nas discussões sociais e filosóficas,  inclusive no Enem.

O que é tolerância religiosa?

A tolerância religiosa é o princípio que defende o respeito às diferentes crenças, doutrinas e práticas espirituais existentes em uma sociedade. Ela se baseia na ideia de que ninguém deve ser obrigado a seguir uma religião, nem impedido de praticar a sua fé.

Em outras palavras, tolerância religiosa é aceitar a diversidade como parte da convivência humana, compreendendo que o outro pode pensar diferente sem que isso represente uma ameaça.

Origem e história da tolerância religiosa

A ideia de tolerância religiosa começou a se consolidar após séculos de conflitos motivados pela fé. Durante a Idade Média, por exemplo, guerras e perseguições religiosas eram comuns, principalmente entre católicos e protestantes.

Um marco importante foi o Edito de Nantes (1598), na França, que concedeu liberdade de culto aos protestantes após décadas de guerras religiosas. Mais tarde, o Iluminismo, no século XVIII, reforçou esse princípio ao defender a liberdade de pensamento e de crença como direitos universais.

No Brasil, a Constituição de 1988 consagrou a liberdade religiosa como um dos direitos fundamentais, proibindo qualquer forma de discriminação por motivo de fé.

Como a tolerância religiosa funciona na prática?

Na prática, a tolerância religiosa significa garantir espaço e voz a diferentes crenças, e também a quem opta por não seguir nenhuma religião. Isso envolve atitudes individuais e políticas públicas voltadas à promoção do respeito e da diversidade cultural.

Ela se manifesta quando:

  • Escolas tratam com igualdade alunos de diferentes tradições religiosas;
  • Empresas respeitam feriados e práticas espirituais de seus funcionários;
  • A mídia representa crenças diversas sem estereótipos ou preconceitos;
  • O Estado mantém sua laicidade, sem favorecer nenhuma religião.

Exemplo prático sobre o que é tolerância religiosa

Imagine uma escola com alunos católicos, evangélicos, judeus, espíritas e ateus.
Em vez de privilegiar apenas uma visão de mundo, a instituição promove debates sobre diferentes crenças, celebra datas que valorizam a pluralidade cultural e realizam cultos ecumênicos, que acolhem e respeitam a diversidade de fé entre os participantes.

Essa prática é um exemplo concreto de tolerância religiosa, pois estimula o diálogo, a convivência pacífica e o respeito entre diferentes perspectivas.

Importância da tolerância religiosa

A tolerância religiosa é essencial para a convivência pacífica e democrática. Entre seus principais benefícios estão:

  • Redução de conflitos e preconceitos;
  • Valorização da diversidade cultural e espiritual;
  • Fortalecimento da cidadania e dos direitos humanos;
  • Promoção do diálogo inter-religioso e da empatia.

Além disso, em um mundo cada vez mais globalizado, aprender a conviver com diferentes crenças é uma habilidade social e ética fundamental.

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Tolerância religiosa na educação

No ambiente escolar, a tolerância religiosa ajuda a formar cidadãos mais conscientes e respeitosos.
Por meio de projetos pedagógicos, debates e atividades culturais, os estudantes aprendem que fé, cultura e identidade são dimensões que merecem reconhecimento, não exclusão.

O ensino religioso, quando não doutrinário, pode ser uma ferramenta importante para discutir valores universais, como solidariedade, justiça e amor ao próximo, independentemente da religião.

Como o Enem pode cobrar tolerância religiosa

O tema tolerância ou intolerância religiosa é recorrente no Enem,  tanto nas provas de Linguagens e Ciências Humanas quanto na Redação. Ele pode aparecer em textos motivadores ou em questões que abordam diversidade cultural, preconceito, liberdade individual e direitos humanos.

O exame valoriza o aluno que consegue discutir o tema de forma crítica e interdisciplinar, relacionando-o com Sociologia, Filosofia, História e Cidadania. Veja o exemplo a seguir:

Exemplo de questão do Enem,  2019

A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais públicos (57%). É na rua, na via pública, que tiveram lugar mais de 2/3 das agressões, geralmente em locais próximos às casas de culto dessas religiões. O transporte público também é apontado como um local em que os adeptos das religiões de matrizes africanas são discriminados, geralmente quando se encontram paramentados por conta dos preceitos religiosos.

REGO, L. F.; FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M. Cartografia social de terreiros no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014.

As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica e democrática porque:

a) asseguram as expressões multiculturais.
b) promovem a diversidade de etnias.
c) falseiam os dogmas teológicos.
d) estimulam os rituais sincréticos.
e) restringem a liberdade de credo.

Alternativa correta: e) restringem a liberdade de credo.

Comentário: 

O Enem evidencia que, em uma sociedade laica e democrática, a convivência deve ser pautada pelo respeito à liberdade religiosa, independentemente da crença professada.

As situações descritas na questão mostram como o preconceito contra religiões de matriz africana ainda representa um desafio à efetivação desse princípio no Brasil.
Mais do que reconhecer a intolerância, é necessário agir contra ela, promovendo educação, empatia e diálogo inter-religioso.

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Redação Beduka
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