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Quem foi o marechal Floriano Peixoto? Saiba a história do presidente que tinha todo o Brasil contra ele

Quem foi marechal Floriano Peixoto?

Em 1889 o Brasil passou por uma transição de regime, da monarquia para república. Isso não foi feito de maneira pacífica, pelo contrário. Houve bastante turbulência e instabilidade, que ficaram a cargo de um homem resolver.

Ele foi o marechal Floriano Peixoto, importante militar brasileiro que ficou conhecido como o marechal de ferro devido ao modo como agiu durante os anos em que foi presidente da república.

Neste artigo, vamos desvendar os principais eventos da biografia dele para você entender de uma vez quem foi o marechal Floriano Peixoto e como ele exerceu o poder no Brasil. Continue lendo e descubra!

Quem foi o marechal Floriano Peixoto?

Floriano Vieira Peixoto foi um importante militar e político da história brasileira, que desenvolveu sua carreira ao longo do Império brasileiro e da Primeira República. Chegou ao posto de marechal de campo, o mais alto cargo do exército, e foi o primeiro vice-presidente da república e o seu segundo presidente.

Floriano nasceu em Maceió, em 1839. Seus pais, por serem muito pobres, o entregaram para ser criado pelo tio e padrinho José Vieira de Araújo Peixoto. Ele mantinha um engenho de açúcar e era um influente político na região, além de ter a patente de coronel do exército.

A criação na casa do tio garantiu a Floriano mais recursos e possibilidades de ascensão social. Iniciou seus estudos com um padre amigo do seu tio e depois ingressou em um internato. Em 1855 rumou para o Rio de Janeiro, então capital do império, onde fez o curso secundário. Dois anos depois, iniciou sua carreira militar.

Carreira militar do Marechal Floriano Peixoto

Floriano iniciou sua carreira no exército em 1857, como soldado voluntário no 1º Batalhão de Artilharia a Pé. No ano seguinte ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro, na qual se formavam os oficiais. Concluiu o curso em 1861, obtendo a patente de segundo-tenente.

Em 1863 foi promovido a primeiro-tenente. Dois anos depois, dirigiu-se ao Rio Grande do Sul, para repelir as tropas de Solano López, durante a Guerra do Paraguai. Em 1866 subiu ao posto de capitão, ainda em meio aos conflitos, e assumiu o comando de uma bateria do 1º Batalhão de Artilharia a Pé.

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Floriano participou de inúmeras batalhas, entre elas, episódios importantíssimos para o curso da guerra e a vitória do Brasil. Entre as balas de fuzis e os estudos para engenharia a que foi designado, ele estreou sua amizade com o oficial Benjamin Constant Botelho de Magalhães, grande nome do republicanismo brasileiro.

Em 1870, chegou ao cargo de tenente-coronel por serviços relevantes. No mesmo ano, foi nomeado inspetor de fortificações e obras militares. Atuou na engenharia militar até 1874, quando foi promovido a coronel e passou a comandar um regimento de cavalaria.

Em 1883, recebeu outra promoção, para brigadeiro, e foi integrado ao corpo do Estado-Maior General. Também tornou-se sócio do Clube Abolicionista Ceará Livre. Recebeu sua última promoção pelo império em 1889, como marechal de campo e ajudante-general do exército.

Com isso, tornou-se comandante da Guarnição da Corte e Província do Rio de Janeiro. Todos os demais comandantes de armas estavam subordinados a ele. Sua posição foi fundamental para a queda da monarquia e o estabelecimento da república.

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Carreira Política de Floriano Peixoto

A experiência política explica quem foi o marechal Floriano Peixoto. E, apesar de curta durante o império, já adiantava o que seria seu mandato na república. Ele assumiu o cargo de comandante de armas e presidente da província do Mato Grosso em 1884.

Durante o ano em que ocupou o cargo, apoiou a extração de erva-mate e reprimiu fortemente os índios que ameaçavam Cuiabá, capital da província. Após ser substituído em outubro de 1885, voltou a Alagoas para cuidar do engenho da família.

Depois disso, só viria a assumir cargos políticos após a proclamação da república, em novembro de 1889. Foi vice-presidente de Deodoro da Fonseca entre 1891 e 1892. 

Após a renúncia de Deodoro, assumiu a chefia do governo em um momento de crise, guerra civil e instabilidade. Por isso, ficou a seu cargo consolidar o novo regime.

Está curtindo saber quem foi o marechal Floriano Peixoto? Agora vamos entrar em uma parte da vida dele que o tornou uma das figuras mais relevantes da nossa história.

Qual foi o papel de Floriano Peixoto na Proclamação da República?

A república brasileira foi proclamada em 15 de novembro de 1889, após um golpe dado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, articulado com membros de setores civis, do exército e da marinha. Sem Floriano, isso jamais teria acontecido.

Estando à frente de todo o exército nacional, Floriano era o chefe de todo o corpo militar do império. As tropas lhe deviam submissão e obediência. Caso ele se mostrasse contrário ao movimento de Deodoro, o golpe não seria dado.

Contudo, ele se recusou a comandar a resistência e aderiu ao movimento. O Visconde de Ouro Preto, que era o chefe do ministério, ainda ordenou o assalto aos rebeldes, lembrando que no Paraguai os brasileiros tinham lutado em situação mais adversa.

Floriano retrucou: “Sim, mas lá tínhamos pela frente inimigos e aqui somos todos brasileiros”. Com isso, as forças rebeldes tomaram os prédios públicos e prenderam os membros do governo, dando fim à monarquia no país.

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Como foi o governo do marechal Floriano Peixoto?

O governo de Floriano Peixoto foi o segundo da Primeira República. Ele ficou marcado por instabilidade, crises recorrentes e autoritarismo. Mas também pela busca de atenuar preços e consolidar a república recém-proclamada.

Após a proclamação, Floriano continuou no seu cargo de ajudante-general do exército e reprimiu movimentos de restauração da monarquia. Em seguida, foi eleito pelo congresso como vice-presidente de Deodoro da Fonseca, em 1891. 

Tornou-se assim o primeiro vice-presidente do Brasil. Deodoro assumiu o cargo em um momento complicado. A maior parte do congresso era composta de bacharéis que não o viam com bons olhos e faziam oposição a seu governo, impedindo que ele deslanchasse.

Como última tentativa de fazer valer sua chefia, fechou o congresso nacional e nomeou interventores dos estados. Isso aumentou ainda mais a insatisfação contra ele, que se viu forçado a renunciar ao cargo.

Por lei, novas eleições deveriam ser realizadas caso o presidente não concluísse dois anos de mandato. Porém, Floriano assumiu a presidência e a exerceu até o limite estabelecido, 1895

Isso só agravou os problemas anteriores e, devido à ameaça ao regime, o congresso entrou em recesso e entregou plenos poderes a Floriano para abafar as revoltas e consolidar a república.

Ele prendeu opositores, exilou outros no Amazonas, aposentou compulsoriamente generais que pediam novas eleições e ameaçou juízes para impedir que seus atos fossem revogados. 

Porém, conquistou certo prestígio entre as camadas médias e populares, graças às suas políticas de diminuição de preços e contenção de danos econômicos.

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Por que ele ficou conhecido como Marechal de Ferro?

O que podemos falar sobre o ferro? Que ele é rígido, dificilmente se dobra, e é capaz de machucar caso seja usado como arma. 

O apelido Marechal de Ferro dado a Floriano Peixoto tem a ver com isso e revela bastante quem ele foi e como ele governou o país. Mas ele ganhou a alcunha só depois de reprimir as duas principais revoltas: a Revolta da Armada e a Revolta Federalista.

Revolta da Armada

A Revolta da Armada ocorreu entre 1893 e 1894 e envolveu um confronto armado entre a Marinha brasileira e o governo federal. Ela foi liderada por setores insatisfeitos com o governo ilegal do marechal Floriano Peixoto.

O clima já era de conflito, pois a lealdade a Deodoro e as mudanças implantadas por Floriano dividiram a população e a elite. Diversos apoiadores do primeiro presidente foram depostos de seus cargos, para dar lugar a aliados de Floriano.

Em 1893, as divergências e oposições se tornaram uma guerra civil quando o almirante Custódio José de Melo foi demitido do cargo de ministro da Marinha. 

Isso gerou uma crise, que aumentou quando Eduardo Wandenkolk foi eleito presidente do Clube Naval. Ele tinha sido preso por Floriano em 1892.

Os marinheiros ficaram amotinados nos navios, bloquearam o mar e ameaçaram bombardear a capital federal, caso não tivessem suas reivindicações atendidas

Contudo, o governo recebeu ajuda da marinha americana e conseguiu furar o bloqueio. Também impossibilitou a chegada dos marinheiros brasileiros à praia para conseguir suprimentos.

Isso enfraqueceu a revolta. Os participantes pediram ajuda a navios portugueses, que passavam pela região e fugiram para Buenos Aires e o sul do Brasil, onde iriam se juntar às tropas opositoras a Floriano que lutavam na Revolta Federalista.

Revolta Federalista

A Revolta Federalista ocorreu entre 1893 e 1895. Foi uma disputa armada entre os federalistas, que defendiam maior autonomia política para os estados, e os republicanos, que apoiavam a centralização do poder nas mãos do governo central.

Os federalistas eram liderados por Gaspar Silveira Martins, enquanto os republicanos eram liderados por Júlio de Castilhos. A Revolta Federalista resultou em intensos combates, especialmente no estado do Rio Grande do Sul.

Antes mesmo dela acontecer, diversos governos haviam se sucedido desde a proclamação da república. Todos buscando estabelecer a ordem, mas nenhum com vida muito longa. 

Nesse intrevalo, foram fundados o Partido Federalista por Silveira Martins, e o Partido Republicano Rio-grandense, de Castilhos.

Castilhos usou da influência de Floriano Peixoto para tomar o poder no estado e promover perseguições políticas

Os federalistas responderam com a morte de um dos aliados de Castilhos, dando início a uma guerra civil extremamente violenta onde cabeças rolaram literalmente. Uma das principais formas de execução de prisioneiros de guerra, era a degola.

Os federalistas começaram vencendo as batalhas e tomando territórios, como Santa Catarina e o Paraná. A capital do estado federalista foi a cidade de Nossa Senhora do Desterro em Santa Catarina.

O sentimento antiflorianista era um dos motivos para a revolta. Com isso, Floriano mobilizou tropas para sufocar as tropas federalistas. Isso foi um fator decisivo para o enfraquecimento dos soldados de Silveira Martins e sua derrota.

Como forma de demonstrar o poder do governo federal, Hercílio Luz, o governador de Santa Catarina empossado por Floriano mudou o nome da capital. De Nossa Senhora do Desterro, ela passou a se chamar Florianópolis, a cidade de Floriano.

Foi desta forma que Floriano consolidou a república. Em 1894, ele entregou o poder a Prudente de Morais, o primeiro presidente civil do país. Assim, fechou o ciclo da República da Espada.

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Esperamos que tenha entendido bem quem foi o Marechal Floriano Peixoto. Bons estudos!

Categorias: História
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