A coesão sequencial é a conexão das partes de um texto feita principalmente através de verbos ou conectivos. Ela é essencial para manter a fluidez e a lógica de um texto. De forma simples, basta lembrar que sua ideia não pode ser quebrada ou parecer desconexa (um assunto em cima do outro).
É comum que um escritor novato cometa o erro de simplesmente jogar várias ideias aleatórias no papel; sem se preocupar com a relação entre elas. Por isso, aprender a usar a coesão sequencial significa subir o nível da sua escrita.
No Enem, esse assunto é ainda mais sensível, pois mais da metade da sua nota é decidida pelo seu desempenho na redação. Neste artigo você não só aprenderá o que é coesão sequencial, como também vai descobrir como utilizá-la para encantar o seu avaliador e conquistar uma excelente nota no vestibular.
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Este artigo vai te ajudar a aprender definitivamente o que é coesão sequencial. Tem bastante conteúdo pela frente, então, clique em um dos tópicos para ir diretamente ao que deseja:
- O que é coesão sequencial?
- Qual diferença entre coesão sequencial e coesão referencial?
- Exemplos de coesão sequencial
- Exercícios sobre coesão sequencial (com gabarito comentado)
O que é coesão sequencial?
Coesão sequencial é o modo como conectamos as partes de um texto. Através dela, a produção textual se torna mais fluida, sem repetições, sem excessos e sem ruídos (estruturas difíceis de serem compreendidas).
Ela não é produzida de qualquer jeito e pensar nesse conceito pode te ajudar a melhorar muito suas redações ou qualquer outro tipo de escrita que você se proponha a fazer. Então, vamos lá!
Quando falamos em coesão sequencial, referimo-nos tanto ao uso de conectivos quanto ao uso de verbos que estabelecem conexão em sentido e conjugação. Em relação aos conectivos, vale tudo que você já aprendeu sobre coesão de uma forma geral.
Eles são usados para ligar frases, orações e até mesmo parágrafos de forma que não se quebre uma ideia ou mesmo para evitar repetições de termos.
Bons exemplos de conectivos que usamos em redação são: finalmente, em seguida, não só, mas também, diante disso, etc.
Basta pensar que um texto é tecido (no sentido de tecer, entrelaçar, ser produzido de forma contínua) e precisa de uma costura que o una. Tudo isso com o intuito de que no final ele represente uma só coisa, uma ideia central. Essa é a missão dos conectivos.
Mas e quanto aos verbos? Vale a mesma ideia dita acima. Só que nesse caso a costura será feita por meio deles e não dos conectivos.
Logo, se você falou sobre chuvas e os prejuízos que elas trazem, acabará utilizando verbos que se liguem a essa ideia, como: molhar (objetos pessoais, roupas, sapatos), alagar (vilas, ruas bairros), dificultar (passagem de pedestres, ida para o trabalho), provocar (deslizamentos, inundações).
Simplificando, deve-se usar a lógica, não quebrar as ideias. Não coloque um assunto em cima do outro e evite repetições.
Por falar em repetições, você pode variar e usar uma série de artigos que temos sobre assuntos que envolvem o que é coesão sequencial. Eles vão te ajudar a entender e escrever melhor, acesse:
Qual a diferença entre coesão sequencial e coesão referencial?
A principal diferença é que a coesão referencial está sempre relacionada a algo ou a alguém. Ou seja, ela surge quando um termo substitui um referente (exatamente esse alguém ou algo). Veja um exemplo…
Em “ Ana esteve doente, ela passou muitos dias na cama.”, podemos observar como o pronome “ela” funciona como substituto de “Ana”, ou seja, assume o papel de conector.
Mas, nesse caso, não como algo que liga frases, período etc, ou como quem dá sequência a uma ideia, e sim como referente, substituto de um substantivo.
Simplificando, ela é usada quando um termo já foi mencionado e se torna desnecessário utilizá-lo novamente. Os pronomes são os elementos referenciais mais usados nesse tipo de coesão, eles substituem pessoas, objetos, lugares, fatos, eventos, entre outros.
Já os elementos da coesão sequencial não substituem nada, apenas dão sequencial a uma ideia ou ligam as estruturas de um texto.
O que é coesão sequencial na prática?
Agora que você entendeu melhor o que é coesão sequencial, é hora de ver como ela funciona nos textos!
1 – Coesão sequencial na literatura por meio dos verbos
“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha.”
O Cortiço, de Aluísio Azevedo
Ao ler o trecho do livro de Azevedo, você pode observar que os verbos funcionam de forma bem marcada, dando uma sequência inquebrável ao enredo.
Eles vão ligando as ideias de modo contínuo, um completando o outro e assim vão dando sequência ao enredo. Esses fatores deixam nítido a coesão sequencial por intermédio dos verbos.
2 – Coesão sequencial na literatura por meio dos conectivos
“Não obstante, ao lado dele a crioula roncava, de papo para o ar, gorda, estrompada de serviço, tresandando a uma mistura de suor com cebola crua e gordura podre. Mas João Romão nem dava por ela; só o que ele via e sentia era todo aquele voluptuoso mundo inacessível vir descendo para a terra, chegando-se para o seu alcance, lentamente, acentuando-se.”
“Houve um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase que, no entanto, era a única ideia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, depois de coçar mais vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços:”
O trecho também é do livro O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Só que diferente do anterior, a coesão sequencial é feita por meio dos conectivos (o que predomina nas redações produzidas para o Enem ou outros vestibulares).
Esses conectores servem para ligar frases, orações e até mesmo parágrafos. Tente reler o trecho retirando-os. Percebeu como há uma quebra que acaba dificultando a fluidez e conexão entre as ideias?
Conectivos ajudam não só a ligar as estruturas de um texto, mas também complementam idéias. É o caso do “mas” e do “no entanto” que promovem uma noção de oposição.
Exercícios sobre coesão sequencial (com gabarito comentado)
O que é coesão sequencial acaba caindo também em formas de questões no Enem e outros vestibulares. Por isso, separamos dois exercícios para que você saiba como é cobrado e não se assuste na hora. Depois, é só verificar o gabarito comentado.
Questão 1 – (ENEM MEC/2020/2ª Aplicação)
Como ocorrem os eclipses solares?
Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por alguns minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para estudar melhor o Sol.
Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).
Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de
a) promover uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior.
b) indicar uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido.
c) conectar a informação da frase anterior com a da posterior.
d) conferir um caráter mais coloquial à reportagem.
e) salientar a negação expressa na frase posterior.
Questão 2 – (Fuvest SP/2020/1ª Fase)
1 E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et 2 Tartufe? Ai, amiga minha, a resposta é naturalmente a 3 mesma, – também ela comia bem, dormia largo e fofo, – 4 coisas que, aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando 5 quer amar. Se esta última reflexão é o motivo secreto da vossa 6 pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e que 7 eu não me quero senão com dissimulados.
8 Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da 9 comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia 10 chamou‐lhe “o anjo da consolação”. E não se pense que este 11 nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, 12 resumindo em Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar 13 as novas amigas, e fazer‐lhe perder em um dia o trabalho de 14 longos meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha 15 trouxe no número seguinte, nomeando, particularizando e 16 glorificando as outras comissárias – “estrelas de primeira 17 grandeza”.
Machado de Assis, Quincas Borba.
Considerando o contexto, o trecho “E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse” (Refs. 10‐11) pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido, da seguinte maneira: E não se pense que este nome a alegrou,
a) apesar de lisonjeá‐la.
b) antes a lisonjeou.
c) porque a lisonjeava.
d) a fim de lisonjeá‐la.
e) tanto quanto a lisonjeava.
Gabarito comentado
Exercício resolvido da questão 1 – c) conectar a informação da frase anterior com a da posterior.
O termo “aliás” conecta a informação que será dada à informação que já foi dada, ou seja, liga períodos separados por um “ponto seguido”. Assim, o termo gera uma observação em relação ao sumiço do astro; o fenômeno será determinado pelo tamanho da sombra.
É exatamente isso que a coesão sequencial faz: conecta frases, períodos e parágrafos, além de evitar a quebra de ideias e a repetição de termos.
Exercício resolvido da questão 2 – a) apesar de lisonjeá‐la.
Lembra do que falamos sobre o que é coesão sequencial neste artigo? Então, ela também está diretamente ligada ao sentido e conjugação dos verbos. Essa questão é um ótimo exemplo disso.
Nela, somos apresentados a dois verbos que se completam : “alegrou” e “lisonjeasse”. Mas é aí que entra o sarcasmo de Machado, o nome não alegrou a personagem que estava sendo lisonjeada.
Logo, para que não haja mudança de sentido, é preciso encontrar o conectivo correto e deixar o verbo conjugado de acordo com ele: apesar de lisonjeá-la.
Assim, não há mudança de sentido e o nome não foi capaz de alegrá-la ainda que simbolizasse um lisonjear.
- Que bom que você conseguiu chegar até aqui e entender melhor o que é coesão sequencial! Isso será muito importante na hora de você responder a prova do Enem. Mas para alcançar a vaga dos sonhos é preciso um passo a mais.
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Sucesso e bons estudos!