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Resumo da Arte Bizantina: características, contexto e exemplos!

Tudo o que você precisa saber sobre a Arte Bizantina!

A Arte Bizantina é o primeiro estilo artístico oficial dos cristãos, pois se contextualiza no final da Arte Paleocristã. Ela surgiu no Império Romano do Oriente e herda características de outras culturas. Só ganhou destaque durante o governo do Imperador Justiniano (527 e 565 d.C) porque, antes, foi combatida pela Iconoclastia.

Neste artigo sobre Arte Bizantina, você encontrará:

  1. O que é Arte Bizantina
  2. Qual sua origem e contexto histórico
  3. Principais características gerais
  4. Arquitetura, vitrais, pintura e escultura
  5. O que foi a Iconoclastia

O que é Arte Bizantina?

A Arte Bizantina é considerada o primeiro estilo artístico oficial dos cristãos, pois se contextualiza no final da Arte Paleocristã. Ela se originou no Império Romano do Oriente, na época dos imperadores Constantino e Teodósio (século IV).

Ainda assim, esse estilo só ganhou destaque durante o governo de Justiniano, entre 527 e 565 d.C. Isso porque, anteriormente, houve o movimento Iconoclasta que tentou destruí-la.

Por causa de seu contexto histórico, origem, relação com a religião e localização geográfica, essa arte é cheia de significados! Vamos conhecê-la:

Qual a origem da Arte Bizantina? (Contexto Histórico)

A Arte Bizantina se originou na cidade de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla e atualmente é Istambul. Na época da arte, ela havia sido a nova capital do Império Romano do Oriente. 

Para entender o porquê disso, precisamos recapitular a história:

O Império Romano controlava áreas tão grandes que correspondiam à Ásia, Europa e Oriente Médio. Esses territórios incluíam culturas e religiões diferentes e o culto local era permitido desde que os cidadãos prestassem suas obrigações civis ao império.

O Judaísmo foi a primeira religião monoteísta e alguns deles se recusaram a cumprir obrigações civis que envolviam culto aos deuses romanos. Quando Jesus nasceu, alguns acreditaram que ele era o enviado que a fé judaica esperava. 

Durante a vida de Cristo, a mensagem de propagação e fidelidade ao Evangelho foi deixada. Por isso, muitos cristãos também se recusaram a cumprir ordens do império e se tornaram o povo mais perseguido da época.

Nesse sentido, os primeiros cristãos que se chamavam de “katholikos” (do grego, “universal”) pregavam a palavra de casa em casa, mas celebravam missas nas catacumbas e sepulcros.

Foi nessas cavernas, escondidas, é que as imagens cristãs foram pintadas pela primeira vez. Elas já retratavam os apóstolos, a Virgem Maria e Pedro o primeiro papa, mas não correspondiam a um estilo artístico específico. Por isso, a chamamos de Arte Paleocristã (século II e III).

O Império Romano enfrentava muitas invasões bárbaras na porção europeia, então o imperador se transferiu de Roma para Bizâncio. Assim, o Império romano passou a ser diferenciado em Ocidente (Roma) e Oriente (Constantinopla), embora fossem partes de um mesmo.

Somente no governo do Imperador Constantino (306 d.C.), que se converteu ao catolicismo, é que foram retiradas as leis de perseguição aos cristãos. Anos depois, o Imperador Teodósio considerou o cristianismo como religião oficial do Estado

É nesse momento que vemos uma padronização e oficialização da arte, que deixou de ser Paleocristã e se instituiu como Arte Bizantina (século IV).

Quais as principais características da Arte Bizantina?

Por causa de seu contexto histórico, a principal característica da Arte Bizantina é a temática cristã representada por um estilo que mistura elementos gregos, romanos e orientais.

Além disso, os imperadores que oficializaram o catolicismo eram vistos como abençoados por Deus para governar. Como a religião estava junto ao Império, há representações dos imperadores e suas famílias.

A Arte Bizantina também se expressou na escultura e na pintura, mas a arquitetura e os mosaicos é que foram destaques. 

De modo geral, as características observadas em todas essas áreas foram:

  • Caráter majestoso: demonstra a riqueza espiritual da fé cristã e o poder do Império Romano.
  • Temática católica: sempre representava a fé dos cristãos da época.
  • Frontalidade: representação das figuras em posição frontal, rígida e verticalizada.
  • Influências de traços gregos, romanos e orientais.
  • Finalidade catequética: além de enfeitar, a arte era vista como forma de ensinar o Evangelho aos alfabetos, que eram maioria na época.
  • Padronização da arte: os artistas serviam ao império e à igreja, trabalhavam com o fim de servir a essas características. A arte não era focada no artista e seus desejos pessoais.

Agora, vamos entender as características próprias de cada setor.

Arquitetura Bizantina

A Arquitetura foi a área de maior desenvolvimento na cultura bizantina. 

Isso aconteceu porque uma parte da população via os imperadores se convertendo e também adotavam a nova fé. Além disso, o cristianismo já investia na expansão do evangelho.

Assim, a construção de Igrejas, fora de catacumbas, foi necessária para abrigar todos os novos fiéis. Essas construções eram marcadas pelas seguintes características:

  • Herdou os arcos, colunas, abóbadas e cúpulas de outras culturas.
  • Inovou ao construir igrejas em formatos de cruz.
  • Possuíam base circular, octogonal ou quadrada.
  • Eram construções de grandes dimensões, muito espaçosas.
  • Eram muito decorados internamente com vitrais e pinturas.

Os exemplos mais conhecidos de arquitetura bizantina são:

  • Igreja de Santa Sofia (Istambul – Turquia): construída em 537. No século IX, a Igreja Católica Ortodoxa se separou da cristandade e ficou com esta construção. A Igreja Católica Romana recuperou o edifício, mas foi tomado pelos muçulmanos e virou mesquita. Hoje, a construção é um museu secular (não religioso).
  • Basílica da Natividade (Belém – Palestina): construção ordenada pela mãe do imperador Constantino, que deveria ser feita na cidade onde Jesus nasceu. Foi construída em 333 e posteriormente incendiada.
  • Basílicas de Santo Apolinário e São Vital (Ravena – Itália): o estilo bizantino não se restringiu ao Oriente, mas se expandiu por todas as terras cristãs. Ainda assim, é mais comum encontrarmos essa arte no Oriente porque os povos latinos foram desenvolvendo outros estilos cristãos (Românico e Gótico).

O que é um mosaico da Arte Bizantina?

O mosaico é a expressão máxima da Arte Bizantina. Ele estava presente nas igrejas e arquiteturas da época. Uma de suas funções era ser decorativo e iluminativo, mas também catequético.

Os temas dos vitrais retratam as passagens bíblicas do antigo e novo testamento, falavam sobre os profetas e apóstolos. O foco era a vida de Cristo e por vezes retratavam os santos.

Pelo fato de o império estar associado à religião, muitas vezes encontramos mosaicos que retratam o imperador e sua esposa entre Jesus e Maria.

Eles eram criados com pequenos pedaços de pedras coloridas, colocadas sobre cimento fresco em uma parede. Dependendo da forma com que eram colocados, formavam desenhos.

O mosaico bizantino não se parece com o romano, porque são usadas técnicas diferentes. Além disso, o estilo das figuras mosaicas seguem o da pintura: pessoas representadas de frente, verticalizadas, sem focar na perspectiva ou volume.

Pintura e escultura Bizantina

Como foi dito, a Arte Bizantina é uma evolução da arte paleocristã. Por isso, a temática religiosa (Cristo, apóstolos, santos, papas) é muito forte nas pinturas e esculturas bizantinas.

Além disso, o uso de cores nobres (vermelho, azul e dourado) é muito usado para simbolizar a majestosidade. Isso era conseguido usando a técnica têmpera: preparar os pigmentos com uma goma orgânica (gema de ovo) para que fixe melhor na superfície.

Por fim, temos a técnica do afresco, usada para pintar grandes painéis ainda úmidos para melhorar a fixação. Essas pinturas podiam ser em paredes de igrejas ou telas pequenas e portáteis.

As esculturas compartilhavam a mesma temática, mas o material utilizado era o marfim. Não havia um comprometimento rigoroso com o realismo e elas eram feitas nos dípticos (dois pequenos painéis que se fecham).

A Iconoclastia

Mesmo existindo desde o século IV, a pintura e escultura bizantina não foram muito desenvolvidas por causa do Iconoclastismo. Ele foi um movimento que entrou no meio cristão e buscou destruir qualquer imagem que remetesse às coisas sagradas.

Vamos entender como isso surgiu:

Inicialmente para os cristãos, o culto aos santos era chamado de “Dulia” ou veneração, uma expressão de respeito e admiração. O culto de “Latria” ou adoração, era dado somente a Deus (é uma religião monoteísta). 

As imagens eram apenas ícones (representações), pois eles já condenavam os ídolos (deuses incorporados em objetos).

Frequentemente, os cristãos entravam em contato com as religiões muçulmanas e judaicas para convertê-los. Mas alguns dos missionários acabaram influenciados por pensamentos de outros credos. 

Dentre esses pensamentos, passaram a acreditar que não existia diferença entre Latria e Dulia ou Ícones e Ídolos. O imperador da época aceitou essa ideia e mandou destruir todas as imagens bizantinas.

Posteriormente, a igreja se reuniu no II Concílio de Nicéia para discutir essa questão. O  pensamento inicial foi reafirmado e a Iconoclastia condenada.

O novo Imperador Justiniano ( 526-565 d.C. ) retomou a produção artística e iniciou-se a época da “Idade de Ouro do império”.

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Categorias: Artes
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