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5 melhores poemas de Drummond de Andrade com análise

Um dos mais importantes nomes do modernismo do Brasil, ele possui até uma estátua no calçadão de Copacabana. Estou falando de Drummond! Por sua importância inquestionável, o autor é presença certa nas questões de vestibulares. Sabendo disso, separamos os 5 melhores poemas de Drummond de Andrade para você ler, todos com análise!

Neste texto, vamos te informar os 6 melhores poemas de Drummond de Andrade. Tem bastante conteúdo pela frente, então clique em um dos tópicos para ir diretamente ao que deseja saber:

  1. Quem foi Drummond de Andrade?
  2. Melhores poemas de Drummond de Andrade: Poema José
  3. Melhores poemas de Drummond de Andrade: No Meio do Caminho
  4. Melhores poemas de Drummond de Andrade: Quadrilha
  5. Melhores poemas de Drummond de Andrade: Poema de Sete Faces
  6. Melhores poemas de Drummond de Andrade: Verbo Ser
  7. Estude na faculdade de seus sonhos com desconto

Quem foi Drummond de Andrade?

Carlos Drummond de Andrade é um dos principais nomes da literatura brasileira. Fez parte da segunda geração modernista. Seus versos são um retrato atemporal do cotidiano, com uma linguagem direta e sem enfeites.

Contudo, apesar de poucos saberem disso, o poeta andou por algum  tempo pelos trilhos dos clássicos e nos deixou alguns sonetos. O mineiro também escreveu prosa, como a obra “Confissões de Minas”. Além de ter produzido bastante para jornais e revistas.

Foi um crítico de tudo que havia ao seu redor, fosse de caráter social, político, emocional, etc. Nada escapava ao olhar atento, por vezes irônico e pessimista do autor.

O poeta morreu em 17 de agosto de 1987, na cidade do Rio de Janeiro. Falando na cidade maravilhosa, é possível tirar uma fotografia ao lado de sua estátua, localizada no calçadão de Copacabana!

Mais importante que isso, é conhecer um pouco dos poemas de Drummond de Andrade. Um dos poetas mais importantes que o Brasil já teve.

1 – Melhores poemas de Drummond de Andrade: José

José

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora, José?

(…)

José, e agora?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José!

Sozinho no escuro

qual bicho do mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José!

José, para onde?

O poema é repleto de versos livres, uma das principais características do modernismo (período do qual o autor fez parte). Contudo, essa simplicidade não torna os seus versos menos impactantes. 

Muito pelo contrário. “José” pode ser considerado o poema mais atemporal do autor. Escrito em um período caótico da história brasileira, que compreende o meio da segunda guerra mundial e o início da ditadura com o Estado Novo de Vargas, os versos ainda encontram contexto nos dias de hoje.

Muitos brasileiros ainda se sentem um José! É preciso comprar gás, mas o salário acabou. E agora, José? É preciso comprar comida, mas o dinheiro não deu. E agora, José? É preciso fazer faculdade. E agora, José?

O poema retrata a desesperança presente principalmente em situações sociais.  A indagação do eu-lírico reflete o desespero e a incapacidade de encontrar uma saída, uma solução. Em algum momento e área da vida, todos nós, já nos sentimos um José, tornando esse um dos melhores poemas de Drummond de Andrade.

2 – Melhores poemas de Drummond de Andrade: No Meio do Caminho

No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

Esse é um dos mais famosos  poemas de Drummond de Andrade. Quem nunca ouviu falar sobre pedras no caminho? Nem que seja através de uma relação de intertextualidade, certeza que você já se deparou com essa expressão.

Nele vemos, mais uma vez, a simplicidade dos escritos de Drummond. Versos simples, linguagem direta, sem rodeios e sem palavras rebuscadas. Um retrato do período que ajudou a consolidar: o modernismo.

Também é possível notar o rompimento estético com as escolas literárias anteriores, em especial, com o parnasianismo. Drummond não precisava escrever bonito para deixar as palavras belas e com uma mensagem capaz de dar significado a qualquer geração.

O poema parece repetitivo aos olhos de um leigo, mas há uma intencionalidade em cada uma das palavras que se repetem. Assim como os versos, os percalços (pedras) da vida também nos encontram em mais de uma circunstância. 

Eles podem até nos deixar esgotados, mas acabam gravando na memória uma espécie de ensinamento, assim como os versos do autor. Porque se tem uma coisa que Drummond conseguiu, foi tornar esse poema literalmente inesquecível. 

3 – Melhores poemas de Drummond de Andrade: Quadrilha

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili,

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

Drummond foi o mestre em criar composições poéticas impossíveis de serem esquecidas, além de atemporais e fáceis de se popularizar.

Isso se deve muito às características de seus poemas: linguagem simples e direta, abordagem de temas sociopolíticos e contemporâneos, versos livres e assuntos do cotidiano.

No caso do poema “Quadrilha” é possível notar um outro aspecto do escritor: o tom sarcástico e irônico. Ambos empregados de forma super simples, sem a necessidade de enfeites. 

Mais uma vez, temos um poema de Drummond que se popularizou e ainda é citado pelas gerações atuais. 

Ele retrata o sentimento humano de impotência. A incapacidade de controlar não somente o amor, mas qualquer outra circunstância da vida. Pois, tudo depende de uma série de fatores que têm curso próprio e estão além de nossas vontades e escolhas.

Funciona assim: 

Há os sentimentos e as ações do eu lírico que, apesar da intencionalidade, podem resultar em acontecimentos não programados. Há os sentimentos e ações do outro, que não cabe ao eu-lírico controlar e há a mistura de todos esses sentimentos e ações, que resultam em desdobramentos imprevisíveis. 

Além disso, ainda há a imprevisibilidade da vida. Essa parte é representada pelo surgimento de um novo personagem no fim do poema. Personagem que nem sequer fazia parte dessa loucura que é a ciranda da vida.

No caso, um dos melhores poemas de Drummond de Andrade, Quadrilha.

4 – Melhores poemas de Drummond de Andrade: Poema de Sete Faces

Poema de Sete Faces

Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

(…)

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.

(…)

Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.

(…)

Esse poema é composto de sete estrofes, simbolizando as sete faces exploradas do eu-lírico no decorrer dos versos. É um poema mais intimista, ou seja, são as emoções que ganham destaque.

Logo, nos deparamos com uma mistura de desespero, anseios e angústias. A cada estrofe, um mergulho em um porquê existencial e sentimental. 

No que se refere às estrofes, a primeira merece destaque. Ela nos introduz ao contexto geral do poema. Trata da predestinação por meio da expressão “um anjo torto disse”, ou seja, Carlos recebeu o comando de um ser celestial.

Em seguida, a utilização do vocábulo “gauche”(palavra oriunda da língua francesa que significa “esquerda”) termina a missão de nos contextualizar no enredo da obra. Um eu-lírico que difere em sentimentos, ideias e ações. Isto é, segue o caminho inverso ao da maioria.

Assim temos um dos mais importantes poemas de Drummond de Andrade, no qual o protagonista, assim como ele, também é Carlos.

5 – Melhores poemas de Drummond de Andrade: Verbo Ser

Que vai ser quando crescer?

Vivem perguntando em redor. Que é ser?

É ter um corpo, um jeito, um nome?

Tenho os três. E sou?

Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?

Ou a gente só principia a ser quando cresce?

É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?

Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?

Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.

Que vou ser quando crescer?

Sou obrigado a? Posso escolher?

Não dá para entender. Não vou ser.

Vou crescer assim mesmo.

Sem ser Esquecer.

O poema “Verbo Ser” é uma produção bastante intrigante de Drummond. Ao mesmo tempo que se refere sobre a vida, faz uma correlação com as características do Modernismo. Resumindo: temos em destaque a simplicidade.

Os versos não precisam ser magnificamente belos, com métricas, rimas e palavras rebuscadas para significar algo. Eles simplesmente significam e passam uma mensagem.

Desse mesmo modo, o poeta indaga se a busca incessante do ser humano em se tornar algo importante perante o outro faz sentido. Reafirmar incansavelmente quem se é, não o torna.

Temos um conflito existencial que só pode ser solucionado por meio da aceitação. Já existimos, já somos, já estamos. O resto é apenas uma análise superficial do indivíduo ou da sociedade.

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Espero que nosso artigo, sobre os  poemas de Drummond de Andrade, tenha te ajudado!

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Categorias: Literatura
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