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Como era a civilização asteca?

Como era a civilização astecaComo era a civilização asteca?

Os astecas formaram uma das três principais civilizações que ocuparam a América antes da chegada dos europeus, ao lado dos Maias e Incas. Com uma estrutura complexa e inovações técnicas, a civilização asteca possuía um padrão urbano, militar e cultural avançado para a época.

Tal importância faz com que os astecas ocupem bastante espaço seja nos capítulos de livros didáticos de História, seja na produção científica e cultural. Isso leva à presença deles em questões de vestibulares também, daí a necessidade de aprender sobre como era a civilização asteca.

Continue lendo para descobrir como os astecas se organizavam, sua origem, religião e muitos outros aspectos de sua cultura.

Como era a civilização asteca? Resumo

Os astecas formaram a principal civilização mesoamericana anterior à chegada dos europeus. Eles construíram um império e conquistaram diversos povos inimigos na região onde hoje fica o México.

A cultura asteca era muito rica e tinha heranças dos elementos culturais dos povos que tiveram contato com eles, como os toltecas e maias.

Sua sobrevivência vinha principalmente da agricultura, mas também possuía um comércio intenso tanto interna quanto regionalmente. Eles também cobravam tributos dos povos conquistados.

No auge, a civilização asteca teve cerca de 11 milhões de habitantes, divididos em três classes: a nobreza (tecuhtli), os homens comuns (macehualtin) e os escravos (tlacotin).

Seu fim se deu com a chegada dos espanhóis em 1519, que destruíram o império asteca em 1521 com o auxílio  de povos nativos que desejam se libertar do jugo imposto por eles.

A seguir, veja com detalhes como era a civilização asteca.

Origem da civilização asteca

Os astecas contavam um mito para origem de sua ocupação do território da Mesoamérica. Segundo a tradição, eles eram habitantes de Aztlan, um local no norte do continente, mas que ninguém sabe ao certo onde seria.

Origem mítica dos astecas

Em 1168 eles iniciaram uma marcha para o sul, buscando um sinal do deus Huitzilopochtli, que indicasse o local em que deveriam se estabelecer.

O sinal apareceu no século XIV, quando sacerdotes avistaram uma águia devorando uma serpente. Elas estavam sobre um cacto, em cima de uma pedra, no meio de uma ilha. Era aí que deveriam construir sua civilização.

Durante a marcha, segundo o relato, o deus Huitzilopochtli mudou o nome do povo de Asteca, para mexitin, ou mexica, que se tornou o termo com que eles se referiam a si mesmos.

Arqueologia

Os arqueólogos e historiadores, porém, dizem que a ocupação do território central do México – onde ficava capital do império asteca – por povos de língua nahuatl (a falada pelos mexicas e outros povos considerados de Aztlan) se deu de maneira gradual, a partir da desocupação em consequência da seca que atingiu outras áreas no século VI.

Portanto, quando os mexicas terminam sua migração, a região já era ocupada e formada por cidades-estados astecas, sendo as mais importantes Colhuacan ao sul e Azcapotzalco a oeste.

Os mexicas-astecas foram expulsos de Azcapotzalco, mas receberam permissão para viver em Tizapan, área pantanosa sob domínio de Colhuacan, de onde se apropriaram da cultura ao se mesclar com os colhua.

Fundaram a capital de seu império, Tenochtitlán, em 1325, numa ilha pantanosa no Lago Texcoco. Sua primeira construção foi um pequeno templo de maneira em honra a Huitzilopochtli. Subsistiam pela pesca e caça de pássaros e modestas aldeias se estendiam sobre as ilhas.

Apesar da simplicidade, iniciaram a dinastia real em 1375, ao entronizar como Tlatoani Acamapichtli, filho de pai mexica e mãe colhua. A cidade cresceu, desenvolvendo relações comerciais com as vizinhas, e se fortalecendo militarmente.

A partir daí, os astecas mexicas iniciaram o processo de domínio sobre outros povos, unindo-se em aliança militar com Texcoco e Tlacopan. A união das três cidades astecas ficou conhecida como Tríplice Aliança e foi importante para conseguir guerrear contra os tepanecas de Azcapotzalco, a quem pagavam impostos.

Ao conquistar Azcapotzalco, os astecas se enriqueceram e impuseram sua ideologia sobre o restante dos povos mesoamericanos, expandindo seu território e formando um império.

Sociedade da civilização asteca

A sociedade da civilização asteca, no auge, chegou a ter 11 milhões de habitantes, organizados de maneira estratificada, ou seja, com grupos separados e ocupando lugares diferentes no corpo social.

Classes sociais astecas

No topo, estava o imperador, chamado de Huey Tlatoani. Ele era considerado um representante do deus supremo asetca, Tezcatlipoca. Vivia em uma condição muito luxuosa, mas precisava se provar como guerreiro e oferecer oferendas aos deuses.

Abaixo do imperador estavam os pipiltin, que ocupavam o estrato da nobreza. Eles recebiam sua condição de maneira hereditária e tinham diversos privilégios, como o consumo de bens de luxo, posse de terras e organização do trabalho.

Os mais poderosos entre os nobres eram denominados teuctin (senhores). Podiam servir nos mais altos cargos de governos ou comandantes militares, além de possuir propriedades ou casas nobres.

A classe abaixo dos nobres era a dos macehualtin, composta originalmente por camponeses, mas por todos os trabalhadores depois, como guerreiros, artesãos e comerciantes.

Havia certa mobilidade social entre os astecas e os macehualtin podiam receber privilégios e se enobrecer caso mostrasse destreza na guerra. Também podiam se tornar escravos, por dívidas ou como punição de crimes.

Família e papeis de gênero

Uma forma de compreender como era a civilização asteca é pela sua estrutura familiar, que revela bastante da sua forma de organização.

Entre eles, as famílias eram comumente formadas por casais monogâmicos. Apesar disso, a poligamia era permitida, mas sua prática era rara e vista com mais frequência entre os nobres.

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Os astecas possuíam um padrão de família bilateral, e contavam os parentes tanto da mãe quanto do pai. A herança também era repartida entre os homens e as mulheres. Assim, é possível ver que as mulheres também possuíam propriedades e certa liberdade econômica.

No entanto, o gênero marcava muito do cotidiano familiar. Esperava-se que os homens trabalhassem fora, como guerreiros, artesãos, comerciantes e as mulheres assumissem as tarefas domésticas.

Divisão política

O império asteca era constituído de várias cidades-estados, que eles chamavam de altepetl, governada por um tlatoani. Ele possuía autoridade sobre nobres e plebeus na cidade.

Cada altepetl tinha um centro, de onde se organizava a vida da população espalhada por pequenos assentamentos ao seu redor. 

Religião dos astecas

A religião da civilização asteca era politeísta, organizada em torno de práticas rituais de um calendário dedicado a muitos deuses.

Possuía elementos de animismo e alucinógenos faziam parte dos rituais como forma de conexão com as entidades cultuadas.

Algo central na religião asteca era o sacrifício às divindades, como forma de agradecimento pela manutenção da vida e do mundo. Envolviam sacrifícios humanos, provavelmente aprendidos dos toltecas.

A justificativa para os sacrifícios se encontra nos mitos de origem do mundo. Como os deuses se sacrificaram para criar o universo e seus elementos, os humanos deveriam encenar o ato de criação para manter tudo funcionando, principalmente o sol.

Alguns deuses astecas eram:

  • Tlaloc, uma divindade da chuva e tempestade;
  • Huitzilopochtli, divindade solar e tutelar dos mexicas;
  • Quetzalcoatl, divindade do vento, céu e do amanhecer;
  • Tezcatlipoca, uma divindade da noite, magia, profecia e destino

Economia asteca

Como era em toda civilização mesoamericana, a asteca organizava sua economia em torno da agricultura cujo principal produto era o milho. Aproveitando o ambiente úmido dos lagos e pântanos, eles se valeram da agricultura intensiva.

Eles intensificaram o uso de uma técnica de produção que consistia na construção de chinampas nos lagos, ilhas artificiais que permitiram a conversão das águas rasas em jardins muito férteis cujo cultivo podia ser feito durante o ano inteiro. Também utilizaram irrigação artificial para aumentar as safras anuais.

Como a comida era abundante, uma parcela significativa da população asteca podia se dedicar a outras atividades, como a tecelagem e o artesanato e a produção de ferramentas. Alguns artigos de luxo também eram produzidos, como bordados de pérolas.

Os produtos eram distribuídos através de uma ampla rede de mercados, sendo alguns especializados em algum tipo de mercadoria. Era possível haver 60.000 pessoas em um mercado diariamente.

As compras eram realizadas com diversas formas de dinheiro. Entre elas estavam grãos de cacau e feijões.

Cultura asteca

Os astecas possuíam uma variada produção cultural cuja preservação nos permite ainda hoje saber como era a civilização asteca.

Entre os principais elementos estão a escrita e a iconografia. Apesar de não possuírem uma escrita alfabética como a nossa, os astecas apresentavam um sistema logográfico. Por exemplo, em vez de uma palavra para montanha, eles desenhavam uma pequena montanha.

Também podiam usar o desenho de algo para representar alguma sílaba, como a imagem de um dente para se referir à sílaba tla presente em outras palavras.

Canções e poesias eram apreciadas entre os astecas. Eles mantinham concursos e festivais, com apresentações de gêneros diferentes.

Na cultura material, se destacam as cerâmicas, nas quais se pintavam elementos da cultura asteca. Também vale falar das esculturas, feitas de pedra, em variados tamanhos.

Eles também utilizavam peles de animais, panos de algodão e papel feito de casca de plantas para pintar.

Arquitetura dos astecas

A arquitetura asteca tinha antes de tudo uma função política e religiosa. Tanto a primeira construção quanto as mais duradouras e principais foram templos dedicados ao panteão de deuses que eles cultuavam. Também eram dedicados à observação astronômica. Os palácios e obras eram destinados ao uso político e institucional.

A construções revelam como era a civilização asteca, materializando sua riqueza material e cultura, e possuindo como características mais importantes:

  • simetria;
  • linhas amplas;
  • desenhos geométricos;
  • sendo de ordem, tamanho e organização;
  • figuras de baixo relevo homenageando divindades.

É possível visitar alguns sítios arqueológicos e conhecer mais como era a civilização asteca através de suas obras arquitetônicas.

Fim da civilização asteca

Vimos como era a civilização asteca. E temos de falar no passado porque esta civilização deixou de existir em 1521, quando o México foi conquistado pelos espanhóis, liderados por Hernán Cortez, que empreenderam a colonização europeia na região.

À época, os astecas eram governados pelo imperador Montezuma II, que sofria com rebeliões no interior do império.

Os espanhóis chegaram ao México em 1519 e tiveram contatos com os astecas, alguns desastrosos, pois a primeira iniciativa de Montezuma foi enviar mensageiros aos recém-chegados com carne humana para servi-los.

Percebendo do que se tratava, os espanhóis não aceitaram de bom grado a oferta, iniciando daí as animosidades. A destruição efetiva do império se deu dois anos depois, quando em aliança com outros povos cansados de pagar tributos ao imperador, os espanhóis empreenderam campanhas militares contra Tenochtitlán.

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Redação Beduka
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