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Como fazer uma Redação Nota Mil? [3 exemplos]

Como fazer uma Redação Nota Mil

O sistema de correção TRI torna impossível que você tire uma nota perfeita em qualquer uma das provas fechadas do ENEM. A exceção a essa regra é justamente a prova de redação. Estudando bem os exemplos e dicas que verá nesse texto, você será capaz de fazer uma verdadeira Redação Nota Mil. 

Quando você terminar esse artigo sobre Redação Nota Mil, coloque em prática todo seu conhecimento com O Melhor Simulado Enem do Brasil. 

O que é preciso para fazer uma Redação Nota Mil?

Existem algumas habilidades que são absolutamente indispensáveis no processo de escrever uma Redação Nota Mil. Entre elas podemos citar: 

  • Domínio da escrita formal da Língua Portuguesa;
  • Compreensão da proposta de redação;
  • Desenvolver o tema utilizando várias áreas de conhecimento;
  • Respeitar os limites do texto dissertativo-argumentativo;
  • Manter uma argumentação sólida e organizada para defender seu ponto;
  • Dominar os artifícios linguísticos para construir sua argumentação;
  • Elaborar proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

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Como fazer uma Redação Nota Mil?

Há algumas dicas que ajudam a melhorar consideravelmente o desempenho dos estudantes na redação do ENEM. Veja quais são e tome o caminho da Redação Nota Mil. 

1- Conheça a Redação do ENEM

Para enfrentar qualquer desafio, primeiro, você deve entender as nuances desse desafio. Por isso, busque entender quais são as características da Redação do ENEM e o que é pedido

Para te ajudar, já estamos te avisando que ela possui um tema e, normalmente, é um problema da sociedade brasileira. A redação cobra dos seus escritores uma proposta de intervenção para esse problema. 

O texto deve ser uma dissertação-argumentativa e possui um máximo de 30 linhas.   

2- Entenda o estilo exigido

A reação do ENEM é dissertativa-argumentativa, e o tema sempre vem acompanhado de textos motivadores para inspirar os alunos sobre o que abordar. Esse gênero textual se estrutura em torno de argumentos para defender uma posição

Daí o nome “dissertativo-argumentativo”. É argumentativo porque defende um ponto de vista e dissertativo porque tenta explicar as ideias por trás desse ponto de vista. O objetivo é convencer o leitor de que você tem razão através de uma lógica consistente.   

3- Entenda as competências exigidas

As competências exigidas na redação do ENEM são 5: 

  • Domínio da norma-padrão da Língua Portuguesa;
  • Compreensão da proposta de redação;
  • Seleção e organização das informações;
  • Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto;
  • Elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os direitos humanos.

Cumpra todas elas e terá feito uma redação nota mil. 

4- Saiba o que zera a redação

Além de prestar atenção para caminhar dentro das competências exigidas, você precisa se cuidar para cometer nenhum erro que zere a sua redação. Dentre as condutas que resultam nessa punição podemos citar: 

  • Fuga ao tema;
  • Não atendimento à estrutura do texto dissertativo-argumentativo;
  • Redação em branco;
  • Texto com menos de sete linhas;
  • Textos que contenham impropérios, desenhos etc;
  • Parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

NOTA: Se você zerar sua redação, não poderá participar de programas como SiSU, ProUni e FIES.

5- Leia outra Redações Nota Mil

Um dos melhores métodos de treinamento que você pode pensar é ler as redações que os próprios corretores consideram perfeitas. Se conseguir reproduzir a linguagem, a estrutura e a argumentação dessas redações, o seu resultado será o mesmo que o delas. 

6- Estude os temas anteriores

Para se familiarizar com a dissertação-argumentativa, pegue os temas anteriores cobrados no ENEM e escreva sobre eles. Além disso, os temas mostram que o Inep tende a escolher temas como problemas sociais e ambientais do Brasil. 

7- Pratique com frequência

A prática leva à perfeição até na redação. Faça duas redações por semana e peça a alguém com experiência para corrigir seus textos. Isso é uma forma de testar o que você aprendeu. 

8- Mantenha-se atualizado

O estudante de ENEM preparado é o que consome livros e jornais constantemente, afinal os temas sempre estão relacionados com o interesse público de alguma forma. Portanto, acompanhe as notícias do mundo e do país. Isso vai te ajudar bastante. 

9- Leia bastante

Ler amplia vocabulário, conhecimento, ajuda na construção de um texto e aumenta o repertório sócio-cultural. Resumindo, ler nunca é ruim, então leia bastante porque isso será de grande ajuda. 

Lembre-se que essas dicas só terão valor se forem acompanhadas da sua determinação. Dedique-se e trace um plano de estudos para sair na frente dos concorrentes. 

Exemplos de Redação Nota Mil

2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Autora: Isadora Peter Furtado

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas desta questão. Neste sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico-cultural e o desrespeito às leis.  

Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Comprova-se isso pelo fato de elas poderem exercer direitos, ingressarem no mercado de trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres corroboram a ideia de que elas são vítimas de um legado histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, mesmo que de forma implícita, à primeira vista

Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante a lei, independente de cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo salário para mesma função, também garantidas por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país é a gritante diferença  entre os salários de homens e mulheres, principalmente se estas forem negras. Esse fato causa extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para corrigir a problemática.

Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, tanto física quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem. Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como um todo.

2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

Autora: Marcela Sousa Araújo  

No meio do caminho tinha uma pedra

No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados diariamente por opressores intolerantes. 

O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a disseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o que deveria caracterizar os diversos “Brasis” dentro da mesma nação é motivo de preocupação. 

Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se, portanto, maior.

Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia.

O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante.

2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Autor: Marcus Vinícius Monteiro Oliveira 

No Brasil, o início do processo de educação de surdos remonta ao Segundo Reinado. No entanto, esse ato não se configurou como inclusivo, já que se caracterizou pelo estabelecimento de um “apartheid” educacional, ou seja, uma escola exclusiva para tal público, segregando-o dos que seriam considerados “normais” pela população.

Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com dificuldade auditiva, seja por estereotipação da sociedade civil, seja por passividade governamental. Portanto, haja vista que a educação é fundamental para o desenvolvimento econômico do referido público e, logo, da nação, ela deve ser efetivada aos surdos pelos agentes adequados, a partir da resolução dos entraves vinculados a ela.

Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com limitação. Isso por ser explicado segundo o sociólogo Talcott Parsons, o qual diz que a família é uma máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a ideia de que o preconceito por parte de muitos pais dificulta o acesso à educação pelos surdos.

Tal estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência e é procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que deficientes eram deixados para morrer por serem tratados como insignificantes, o que dificulta, ainda hoje, seu pleno desenvolvimento e sua autonomia.

Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público abordado ao sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua secundária oficial e ao incluí-la, no mínimo, à grade curricular pública. Contudo, devido à falta de fiscalização e de políticas públicas ostensivas por parte de algumas gestões, isso não é bem efetivado.

Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com deficiência auditiva vem diminuindo tanto em escolas inclusivas – ou bilíngues -, como em exclusivas, a exemplo daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta está relacionada à inexistência ou à incipiência de professores que dominem a Libras e à carência de aulas proficientes, inclusivas e proativas, o que deveria ser atenuado por meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito escolar.

Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, para que a sociedade civil, em especial os pais de surdos, não seja complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos difundidos socialmente.

Outrossim, o próprio público deficiente deve alertar a outra parte da população sobre seus direitos e suas possibilidades no Estado civil a partir da realização de dias de conscientização na urbe e da divulgação de textos proativos em páginas virtuais, como “Quebrando o Tabu”.

Por fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria de Educação, pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada, com o fito de incentivá-los a profissionalizarem adequadamente os professores – para que todos saibam, no mínimo, o básico de Libras – e a efetivarem o estudo da Língua Brasileira de Sinais, por meio da disponibilização de verbas e da criação de políticas públicas convenientes, contrariando a teórica inclusão da primeira escola de surdos brasileira.

O que todas essas Redações Nota Mil têm em comum?

O que toda Redação Nota Mil precisa

1- Escrita Formal

Todos os exemplos que você leu apresentam escrita de acordo com a norma culta e respeitando as regras gramaticais (competência 1). Não há erros de regência, concordância, pontuação, ortografia, ou quaisquer que possa imaginar.  

2- Compreenderam a proposta

Os textos são dissertativos-argumentativos e seguem as propostas (competência 2). Eles argumentam com bons repertórios culturais e ao final apresentam soluções. 

Se ler novamente vai perceber que o primeiro parágrafo contém a tese, nos intermediários são desenvolvidos os argumentos e no último parágrafo ocorre a proposta de intervenção. 

3- Defenderam uma tese

Todos os textos apresentaram argumentos bem escolhidos, organizados e explicados. Isso demonstra um bom planejamento (competência 3)

Por exemplo, o terceiro parágrafo da redação de Marcus apresenta uma razão para o problema ser tratado, mostra a fonte desse problema e cita uma autoridade no assunto. Isso é o que se espera de redações de ENEM.    

4- Mostraram o conhecimento linguístico de seus autores

Todos os textos foram estruturados de forma coerente (competência 4).

5- Fizeram proposta de intervenção

Nenhum deles desrespeita valores humanos e as propostas de intervenção valorizam diversidade (competência 5)

Todos concluíram com propostas que levam em consideração cidadania, valores humanos e diversidade. 

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