Leonardo Pataca é o Sargento de Milícias. Foi abandonado pelos pais, criado pelos padrinhos, cresceu sendo muito malandro e arrumando confusão por onde passava. Apesar disso, no final consegue ainda se dar bem com duas heranças e a mulher amada.
Fizemos um resumo do livro Memórias de um Sargento de Milícias. Tire as suas principais dúvidas em nosso artigo. Nele nós respondemos às seguintes questões:
- Quais são os personagens de Memórias de um Sargento de Milícias?
- O que retrata a obra Memórias de um Sargento de Milícias?
- Qual é a escola literária do livro Memórias de um Sargento de Milícias?
- Quando foi escrito o livro Memórias de um Sargento de Milícias?
- Quem é o autor do livro Memórias de um Sargento de Milícias?
E não é só isso, para te ajudar a Análise ainda possui mais detalhes e você confere o resumo do livro Memórias de um Sargento de Milícias com muita riqueza de detalhes.
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Quais são os personagens de Memórias de um Sargento de Milícias?
Veja a lista com os personagens de Memórias de um Sargento de Milícias:
- Leonardo: Este é o protagonista, o Sargento de Milícias, embora somente receba este título ao final da obra.
- Leonardo Pataca: Pai de Leonardo. Um meirinho oficial de justiça, que já havia sido vendedor de roupas em Portugal, Lisboa. Em uma de suas viagens ao Brasil conheceu Maria das Hortaliças e disso resultou o filho Leonardo.
- Maria das Hortaliças: Mãe de Leonardo, uma camponesa (saloia), muito namoradeira. Ela abandonou o próprio filho para ficar com um capitão de navio.
- O Compadre (O Padrinho): Dono de uma barbearia que tomou conta de Leonardo com se fosse seu filho.
- A Comadre (A Madrinha): Mulher gorda e ingênua, muito religiosa.
- Capitão do navio: Amante de Maria das Hortaliças, com quem foge.
- Caboclo velho: Homem que praticava magia negra. Leonardo Pataca recorreu a ele para ter Cigana de volta com feitiçaria.
- Cigana: Amor de Leonardo Pataca depois que este fica sem Maria.
- Meninos ciganos: Amigos de Leonardo que o convidaram para conhecer o Campo dos ciganos e participar de uma festa lá.
- Major Vidigal: Homem alto e esbelto, que impunha a lei de modo bem enérgico e centralizado.
- Tenente-coronel: Militar que protegia a família Pataca por causa de um dívida moral com Maria-da-Hortaliça.
- Capitão do navio negreiro: Ele foi quem entregou seus bens antes de morrer, ao Padrinho. Pediu a ele que entregasse a herança à sua filha.
- Mestre: Homem que criou o Padrinho.
- Velha portuguesa: Mãe de Maria-da-Hortaliça
- Marujo: Tripulante de um navio negreiro. Ele foi quem propôs a Leonardo pataca que trabalhasse na embarcação.
- Mestre do pequeno: Melhor professor da região e adorava pássaros.
- Vizinha do Compadre: Mulher viúva que detestava Leonardo e sempre debatia com o barbeiro.
- Beata: Essa era a amiga da Vizinha do Compadre. Ela foi quem disse à Comadre que os pais de Leonardo haviam se separado.
- Velho vizinho do Compadre: Outro que não gostava de Leonardo.
- Tomás da Sé: Foi o pai do sacristão e quem inseriu Leonardo como sacristão da igreja.
- Tomás da Sé Filho: Esse era um menino que era sacristão como seu pai. Fazia muitas travessuras. Ele é quem apresentará Vidinha a Leonardo.
- Mestre de cerimônias: Esse é um velho padre, que parecia devoto, mas era libertino. Ele se envolvia com a Cigana.
- Capuchinho italiano: Padre substituto que só fala em italiano e ninguém entende.
- Chiquinha: Filha da parteira, com quem Leonardo Pataca se casa depois de cansar de correr atrás da Cigana.
- Dona Maria: Uma gordona, idosa, não muito bela, mas bem cuidada. Era rica e ajudava os pobres. Gostava de disputas judiciais.
- Luisinha: Era a sobrinha de D. Maria. Menina sem graça que foi se tornando encantadora.
- Vidinha: Uma jovem mulata bem bonita que atrai atenção de todos.
- Irmãs viúvas: Eram do grupo de Tomás, chamado “sua gente”.
- Filhos da viúva: Garotos de uns vinte anos que trabalhavam na Conceição e tinha ciúme de Leonardo.
- Filhas da outra viúva: Três moças, das quais Vidinha era uma.
- Vizinhas de Dona Maria: Bisbilhoteiras que ficavam espiando Luisinha e José Manuel.
- Procurador de Dona Maria: Responsável pelas demandas de Dona Maria. Ele morreu subitamente.
- Tomás-Largura: Homem muito gordo que vivia no interior da despensa real. Vivia com uma moça que foi a responsável por Leonardo ser mandado embora. Ele é quem cai de amores por Vidinha posteriormente.
- Moça do caldo: Moça bonita que era a companheira de Tomás-largura.
- Maria-Regalada: Amiga de Dona Maria e paixão do Major Vidigal. Chamam-na de Regalada por causa das gargalhadas constantes.
O que retrata a obra Memórias de um Sargento de Milícias?
A obra Memórias de um Sargento de Milícias retrata a vida de Leonardo, um típico malandro carioca representado pela primeira vez na literatura. Acompanhamos sua vida com todas as suas aventuras e desventuras e como por meio da malandragem ele vai conseguindo se safar de cada problema.
Qual é a escola literária do livro Memórias de um sargento de Milícias?
A escola literária do livro Memórias de um Sargento de Milícias é uma mistura romantismo e realismo. É chamado romance de costumes, pois é o retrato dos costumes de uma sociedade, que se aproxima de um tom jornalístico.
O realismo é a corrente literária que explica a sociedade usando da literatura e investindo os personagens de uma carga psicológica, além de retratar as suas relações.
Trata-se da inversão do romantismo tradicional. Antes o humor ocupava timidamente os enredos. Neste ele é o centro, sendo o eixo condutor das aventuras de Leonardo.
Igualmente, os personagens de classes baixas que tinham posições secundárias ganharam, em Memórias de um Sargento de Milícias, o protagonismo, constituindo o núcleo central da história. Isso recebe o nome de carnavalização.
O que mantém o livro enquadrado em romance são os retratos dos costumes, o final feliz, personagens agindo por impulso, sucessão de aventuras e história de amor.
Os romances urbanos focam na temática da vida social, não bucólica do campo. Versam sobre os hábitos das sociedades da época e tecem críticas. Um dos mais autênticos romances urbanos do século XIX foi Memórias de um Sargento de Milícias. Apesar de integrar a escola romântica, de forma alguma é tradicional ao gênero.
Veja um exemplo tradicional de romantismo: Análise e resumo de Iracema
Dentre os autores realistas brasileiros mais conhecidos estão: Carlos Drummond de Andrade (análise e resumo de Claro Enigma desse autor) e Machado de Assis. Veja aqui as principais obras dele.
Quando foi escrito o livro Memórias de um sargento de Milícias?
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, foi escrito no período do romantismo no Brasil e retrata o início do século XIX no Rio de Janeiro. Pela primeira vez, na literatura brasileira, foi desenvolvida a figura típica do malandro.
Originalmente, a obra foi um folhetim. Todas as semanas havia publicações e por isso era necessário que o enredo prendesse a atenção do leitor. Os capítulos eram curtos e quase independentes, pois tinham que conter um episódio completo.
O folhetins eram publicados no jornal Correio Mercantil no Rio de Janeiro entre 1852 e 1853, sem indicar quem era o autor. Esse romance somente saiu em livro no ano de 1854, o primeiro volume, e em 1855, o segundo volume.
Ainda nesses casos o autor era “Um Brasileiro”. Somente na terceira edição é que foi revelado que o autor era Manuel Antônio de Almeida. Essa edição foi póstuma, ou seja, o autor morreu sem o reconhecimento de sua obra.
A trama é complexa, já que as histórias se sucedem e nem sempre estão relacionadas diretamente.
Quem é o autor do livro Memórias de um Sargento de Milícias?
O autor do livro Memórias de um Sargento de Milícias é Manuel Antônio de Almeida. Ele viveu em meados do séc XIX, auge do romantismo brasileiro. Foi médico, jornalista, romancista, cronista e crítico literário. Morreu precocemente em 1861 com 31 anos, mas não sem deixar imortalizada a obra Memórias de um Sargento de Milícias. Ele uniu sentimentalismo e humor em sua obra.
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Resumo do livro Memórias de um Sargento de Milícias
“Filho de uma pisadela e de um beliscão”
Essa frase é marcante na obra e o protagonista será lembrado disso várias vezes. Ela se refere a como os pais de Leonardo se conheceram e flertaram num navio que vinha de Portugal para o Brasil. Eles demonstraram interesse um pelo outro com um pisão no pé e com um beliscão.
Infância de Leonardo
Quando criança, Leonardo era instável e parecia prever as dificuldades que enfrentaria. Elas não foram poucas! Seus padrinhos eram a parteira e o barbeiro.
Sua mãe o deixou e fugiu para Portugal com um capitão de navio. Como se não bastasse, também foi abandonado pelo próprio pai. Seu refúgio e proteção se deu com o padrinho. Ele era dono de uma barbearia, ofício que aprendera com o homem que o criou, e tinha uma boa soma em dinheiro guardada.
Leonardo Pataca era o nome do pai. Enquanto seu filho fazia diabruras pela vizinhança ele se envolvia amorosamente com a Cigana. Ela, porém, o abandonou. Pataca resolveu recorrer a algo proibido na época, a feitiçaria, para conseguir sua Cigana de volta.
Ele estava no ápice do ritual na casa do feiticeiro quando o Major Vidigal invadiu o lugar com seus homens, açoitaram todos e ainda o levaram preso. Comadre é a pessoa a quem ele pede socorro. Ela recorreu ao Tenente Coronel, que se considerava em dívida com a família Pataca. Assim, Leonardo, o pai, foi solto.
O passado do Padrinho
O Padrinho, certa feita, foi para a África como médico num navio negreiro. No retorno recebeu um baú de dinheiro do capitão que já estava em leito de morte. Era para ter entregue à filha do capitão, mas o Padrinho ficou com ele. Tendo se tornado homem de bem, criava Leonardo como um filho e seu sonho era que o moleque crescesse e se tornasse um padre.
Mas o menino sempre causava transtorno por todos os lugares onde passava. Causava muita confusão e enganava seu padrinho.
A única tentativa de Leonardo frequentar a escola falhou. Pela manhã ele ingressou e a tarde já estava recebendo palmatórias do mestre. Sua madrinha dizia que ele precisava exercer um ofício.
O menino tornou-se amigo do sacristão da igreja, que também era um malandro. Algum tempo depois ele passou a exercer essa mesma função. Inclusive, tomou uma bronca tão grande do padre da cidade, que jurou vingança.
O problema com o padre
Este padre do enredo, não era um bom exemplo de sacerdote real, era mau caráter. Parecia santo, mas foi ele quem roubou a Cigana de Leonardo Pataca. Ele, inclusive, passava muito tempo na casa da mulher e isso deu uma ideia para Leonardo, o filho: armar uma emboscada para desmascará-lo.
Foi até a casa da Cigana e mentiu informando sobre o horário de uma festa. Fez isso para que o padre chegasse atrasado. Já na igreja, o menino foi repreendido pelo padre, que o perguntou qual era a hora certa do sermão. Prontamente, Leonardo responde que disse o horário certo e que quem estava de prova era a própria Cigana, que tudo ouvira.
O padre ficou sem saber o que fazer, ficou chocado na frente de todos e expulsou o menino.
Mais uma tentativa de Leonardo Pataca
O pai, Leonardo Pataca, sabendo que havia sido trocado pelo Padre, tenta reconquistar Cigana, mas ela não o quis. Querendo vingança, contratou um amigo para fazer alguma confusão na casa da dela, numa festa que estava dando. Como a festa virou uma bagunça, o Major Vidigal foi chamado e tendo lá chegado deu de cara com o padre somente de cueca, meia, sapato e gorrinho.
Isso foi suficiente para que Leonardo Pataca tivesse a Cigana por mais um tempo.
A casa de Dona Maria
O Padrinho frequentava com Leonardo a casa de D.Maria, mulher rica e com gosto pelo direito. O menino foi se acalmando com o tempo, até que chegou a idade dos amores. E foi justamente na casa de D. Maria que Leonardo conheceu Luisinha, filha de seu falecido irmão.
Depois da morte do pai, Luisinha foi morar com a tia e numa certo dia, na festa do Espírito Santo, tendo todos ido ver fogos, Leonardo ganhou dela um abraço pelas costas. Voltaram já de mãos dadas.
Mas, entrou em cena um certo José Manuel, interessado em Luisinha por causa da herança que seu pai havia lhe deixado. Então, o Compadre e a Comadre se juntam para espantar o interesseiro. Leonardo, por sua vez, ia tentando conquistar Luisinha, mas a espanta de tão sem jeito que era.
Ainda assim, era de Leonardo que ela gostava. Porém, a Comadre acaba sendo afastada por D. Maria que estava desacreditada. Isso aconteceu porque ela havia contado muitas mentiras para afastar José Manuel e todas foram descobertas.
Leonardo Pataca, traído novamente pela Cigana junta-se com a filha da parteira, Chiquinha, e até têm um filho juntos. Tendo o padrinho morrido, Leonardo voltou a morar com seu pai, que se tornou administrador da herança do compadre. Como não conseguia se entender com sua madrasta, e numa briga com ela contou como era a vida do pai no passado, foi expulso. Se isolou de todos.
Nova fase de Leonardo
Afastado, aproximou-se de um grupo que fazia piquenique e reconheceu um amigo de infância, o antigo sacristão.
Foi com eles que Leonardo passou a morar, na rua da Vala, onde viviam duas quarentonas com seus seis filhos. Uma tinha três rapazes e a outra tinha três moças. A mais bonita era Vidinha e disputada por dois de seus primos. Por quem ela foi se apaixonar? Por Leonardo, claro.
Passavam o dia namorando dentro de casa e isso despertou ciúme nos outros. Por isso foram falar com Vidigal que Leonardo estava vivendo como intruso na casa e se aproveitando das mulheres.
Vidigal tenta levá-lo preso, mas ele foge.
A comadre arrumou um emprego para Leonardo na ucharia real (dispensa do rei). Lá ele não durou, porque se envolveu com a esposa do patrão. Vidinha foi até a casa de Toma Largura, o patrão, brigar com ele e com sua esposa. Mas nesse período Vidigal conseguiu prender Leonardo.
A briga que Vidinha foi procurar saiu pela culatra, já que Toma Largura ficou encantado com ela e tentava cerca-la de todas as formas. Com Leonardo ausente, ela acabou cedendo à insistência.
Leonardo foi obrigado a servir o exército pela polícia. Chegou a entrar para o batalhão dos granadeiros para combater os malandros no Rio. Mas, ele não havia mudado, continuava aprontando dentro do batalhão de polícia.
A última vez que aprontou foi a em que avisou a um homem que imitava o major Vidigal em festas que ele estava para ser pego. O major descobriu a traição e prendeu Leonardo ainda com ameaças de algumas chibatadas.
Leonardo se torna o Sargento de Milícias
A Comadre ficou sabendo e foi pedir ajuda à D. Maria e à Maria Regalada, ex amante do major. Juntas foram até a casa dele que as recebeu com roupa de civil da cintura pra baixo, estando de farda somente da cintura pra cima.
Não só perdoou Leonardo mediante o pedido das três mulheres, como também o promoveu a sargento.
Em meio a tudo isso, Luisinha já casada com José Manuel era muito maltratada, já que ele só se preocupava com o dinheiro. D. Maria resolveu entrar com uma ação judicial contra ele. Nem precisou, pois ele morreu vítima de um ataque apopléctico, parecido com um derrame.
Depois que ele foi enterrado, prepararam o casamento de Luisinha com Leonardo. Eles, que já tinham heranças ainda receberam mais duas, quando D. Maria e Leonardo Pataca morrem.
Leonardo é um malandro. Há outras histórias com protagonistas ainda piores que ele. Neste resumo de A Relíquia, leitura obrigatória da Fuvest 2019,conheça Teodorico Raposo e surpreenda.
Você sabia que essa história de Leonardo inspirou Martinho da Vila a compor um samba? A música narra exatamente a história e se você tem facilidade em memorizar as coisas de forma cantada, vai gostar de ouvir:
Análise do livro Memórias de um Sargento de Milícias
A obra está dividida em 48 capítulos e pode ser dividida em duas partes. A primeira é de um romance menos coeso, com características marcadamente burlescas e tom de crônica. E a segunda é de um romance em si, com foco na narrativa do personagem principal.
O próprio Leonardo é uma versão carnavalizada do típico herói romântico. Ele tem uma origem cômica e torna-se um malandro, tentando sobreviver à margem da família, igreja, trabalho e demais instituições onde não conseguiu se enquadrar.
Em meio a ordem e desordem dos personagens, o bem e o mal ficam relativizados. Manuel Antônio de Almeida não deixou transparecer no romance nenhum juízo de valor entre as ações das personagens. Isso faz com que o leitor não tenha uma referência para o certo e o errado dentro do romance.
Manuel se inspirou nas obras satíricas medievais da época da regência, nos primeiros aos de D. Pedro II.
A linguagem é coloquial. O autor retrata de forma saborosa a fala do povo, particularmente dos cariocas.
Com Leonardo, Manuel Antonio com muito bom humor reproduziu os costumes cariocas, retratando o jeito malandro de se dar bem na vida.
Tempo
O tempo é cronológico. São poucos os momentos em que o narrador suspende a narração para interferir com algum comentário. Ele costuma fazer isso parar retomar o passado ou para explicar o que não está muito compreensível.
Tudo acontece no início do séc XIX, no período em que a família real portuguesa estava vivendo no Brasil. Inclusive o início do romance é com o seguinte trecho: “Era no tempo do rei”, referenciando Dom João VI.
Essa forma de se iniciar é também uma referência aos contos de fadas que se iniciam com “Era uma vez…”
Narrador
O romance não é narrado por Leonardo, apesar do título dizer que são memórias. O narrador é onisciente, em terceira pessoa. Inclusive ele faz comentários e digressões no decorrer da trama.
Vemos “Memórias” no título, porque trata-se da retomada de um passado reconstruído por meio das histórias pelas quais Leonardo passa.
Ordem e desordem
O personagem Leonardo possui características fixas, que não mudam durante o romance. Ele sempre entra em apuros e sempre se salva. Com muito dinamismo ele participa de aventuras e desventuras.
A ordem e a desordem são as forças de tensão que movem as personagens no Brasil Império.
Quem representa a ordem é o Major Vidigal, que cuida da estabilidade do lugar. Junto dele, outros que são ordenados são a Comadre, Dona Maria e o Compadre. Não são personagens inteiramente íntegras, mas possuem estabilidade social.
No polo desordeiro estão Vidinha, Teotônio (um malandro), o sacristão da Sé e alguns outros. Ainda assim eles transitam entre um polo e outro. O Major Vidigal, por exemplo, transgrediu a lei libertando e promovendo Leonardo por causa do pedido de três mulheres.
Romance malandro
Manuel Antônio de Almeida foge ao idealismo romântico da época. Os traços românticos que existem estão escritos em tom irônico. Trata-se de um novo gênero nacional construído em torno do malandro, personagem de influências popularescas.
A obra possui elementos satíricos e elementos de fábula.
A história é contada em um tom coloquial e jornalístico, sendo dinâmica e ágil.
A dinâmica da narrativa está repleta de humor. As situações hilárias normalmente são amorais. Em muitas passagens há uma conversa direta com o leitor e são feitas digressões, além de metalinguagem. O autor buscou relacionar o tempo passado com o presente enquanto tecia o enredo.
Diferentemente dos outros autores românticos, Manuel de Almeida nos apresenta a classe baixa, com personagens não letrados, indo da ordem à desordem. Até os mais honestos tiveram momentos de deslize.
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1 Comentário
Excelente resumo d livro memórias sargento de milícias. Nao conhecia este site. Tenho formação academica em letras português/espanhol, pós graduação espanhol-aquisiçao língua estrangeira…graduaçao tbem em ciências contábeis…