Crianças podem apresentar uma fase da vida em que sentem afeto amoroso pelos pais de sexo oposto e hostilidade aos pais do mesmo sexo. Essa é a teoria conhecida como Complexo de Édipo, criada pelo psicanalista Freud e inspirada em um mito grego. Leia este resumo e entenda melhor o que é o complexo de édipo, como funciona e a influência na vida adulta!
Neste texto sobre o que é complexo de édipo, você encontrará os tópicos abaixo. Se quiser, clique em um deles para ir diretamente ao conteúdo:
- O que é complexo de édipo na psicanálise?
- Qual a história do mito grego por trás dele?
- Como funciona essa teoria?
- O que Freud diz no Complexo de Édipo?
- Como é o Complexo de Édipo feminino ou Complexo de Electra?
- O complexo da castração.
- Qual a importância dessa teoria?
- O que acontece se ele não for superado?
- Como identificar e resolver o problema?
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O que é complexo de Édipo na psicanálise?
O Complexo de Édipo é uma teoria da psicanálise, criada pelo psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939). Ele dizia que havia uma determinada fase do desenvolvimento afetivo da criança em que ocorria algo semelhante à tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles.
É isso mesmo, um psiquiatra que uniu um mito grego com psicologia… Mas você não sabe o que diz esse mito? Calma, nós já vamos te explicar!
Antes de entender as características dessa teoria, é preciso saber que a psicanálise é uma das linhas de pensamento da psicologia. Nela, o ser humano é visto como quem gira em torno da sexualidade, então, sempre relacionará as causas e consequências dos fenômenos a isso.
Essa linha é muito criticada por ter uma visão limitada, reducionista e animalesca do ser humano. Porém, o importante aqui é entender como o pensador desenvolveu sua teoria a partir do seu modo de ver o mundo, independente de concordar ou não.
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Qual a história por trás do complexo de Édipo?
Freud criou esta teoria justamente após assistir à peça Édipo Rei no teatro, que era sucesso em sua época. Então nós precisamos conhecer o tal mito grego; caso contrário, nada fará muito sentido!
Vamos lá:
Édipo Rei é uma tragédia grega escrita por Sófocles, por volta de 427 a.C. Esse mito contava que Édipo era uma criança predestinada a causar o caos na vida de seus pais, Laio e Jocasta.
Quando a criança nasceu, o pai soube da profecia e deixou o menino morrer nas mãos de um camponês qualquer. Acontece que o camponês não teve coragem de matar a criança e o criou como se fosse seu filho, sem ninguém saber de nada.
Anos mais tarde, Édipo cresceu e soube que era adotado. Decidiu sair pelo mundo procurando quem seriam os seus pais. No meio de caminho ele esbarra com seu pai biológico sem saber, e o mata por divergências. A primeira parte da profecia se cumpria.
Édipo continuou sua busca e chegou a sua cidade natal, Tebas. Lá, ele desvenda o enigma da esfinge e ganha o direito de se casar com alguém, e escolhe Jocasta.
Anos mais tarde, um oráculo revela que o homem que Édipo matara era seu pai e que ele estava casado com sua mãe. Diante disso, Jocasta se suicida e Édipo perfura seus próprios olhos.
Loucura, não é? Esse mito foi escrito na Grécia Antiga para falar sobre a “inevitabilidade do destino”.
Mas no século XX, Freud deu uma outra interpretação para isso…. Vamos conhecer sua teoria:
Como funciona o complexo de Édipo?
Inspirado pela mitologia grega, Freud tentou explicar o desenvolvimento sexual infantil do sexo masculino. Isso aconteceu quando observou que, numa determinada fase, cria-se fortes desejos pela mãe.
Na psicanálise, o Complexo (ou síndrome) de Édipo, é um amor que se traduz num desejo incestuoso pela mãe. Mas isso acontece numa fase específica, chamada de fálica.
O esquema que a psicanálise elaborou sobre as fases da infância é assim:
- Oral: do nascimento até aproximadamente 3 anos de idade, a criança se expressa e conhece o mundo colocando tudo na boca, em busca de prazer.
- Anal: dos 3 anos até cerca de 5 anos de idade a criança sempre leva à mão ao ânus, como forma de expressar desconforto ou sentimentos intensos.
- Fálica: dos 5 anos até a entrada na puberdade, a criança entende as diferenças de seus órgãos sexuais.
Sobre o conceito de “desejo edipiano” nas palavras de Freud:
“Seu destino nos move apenas porque poderia ter sido o nosso – porque o oráculo lançou a mesma maldição sobre nós antes do nosso nascimento, como sobre ele. É o destino de todos nós, talvez, dirigir nosso primeiro impulso sexual para nossa mãe e nosso primeiro ódio e nosso primeiro desejo assassino contra nosso pai”.
Não entendeu nada? Vamos explicar:
O que diz o Complexo de Édipo?
Quando Freud desenvolveu essa teoria, ele explicou que o fenômeno de Édipo acontece em três tempos, percorrendo a totalidade da infância (dos 3 aos 6 anos).
Vamos entender como isso é desenvolvido em cada um deles:
Primeiro tempo – fase oral
No momento inicial a criança está muito ligada à mãe, enxergando-a como um espelho e extensão do seu próprio corpo.
Aqui é que existe o desejo incestuoso, de ver a mãe como fonte de seu prazer.
Segundo tempo – fase anal
Logo a criança percebe que ela não é o centro do mundo e que ela e a mãe são pessoas diferentes.
Aqui no segundo tempo, o pai também se torna presente, só que isso acontece trazendo uma figura proibitiva. Pois a criança percebe uma ligação sexual entre marido e mulher, da qual ela não faz parte.
A figura paterna não só “rouba” a mãe do menino, como também limita suas ações cotidianas. Aqui, é muito comum ouvir coisas como “vou chamar o seu pai para resolver com você”.
Aqui o pai passa a ser visto como um rival, mas muito poderoso. Diante disso, seriam possíveis duas reações:
- Identificar-se com o pai para se tornar como ele é, e um dia conquistar uma mulher semelhante a sua mãe;
- Viver com medo e submisso por não realizar seu desejo reprimido.
Terceiro tempo – fase fálica
A conclusão desse fenômeno e terceira etapa, se daria com a identificação física do menino com o pai.
Essa seria a superação da percepção infantil e o amadurecimento sexual. É aqui que o filho entende o que são homens e o que são mulheres, quem é a mãe e o pai.
Esse conflito deve ser rompido pelo pai, de modo a estabelecer uma identidade masculina. Assim geraria um consequente equilíbrio no desenvolvimento afetivo-sexual do filho.
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O que é complexo de Édipo feminino ou Complexo de Electra?
Como a personagem principal do mito era um homem, a consequência seria o apego à mãe e a rivalidade com o pai. Contudo, Freud notou que isso sempre acontecia envolvendo o sexo oposto.
Então, no caso das meninas, elas se apegariam ao pai e rivalizariam com a mãe.
Freud simplesmente chamou de “Édipo feminino”, mas um psicanalista que deu continuidade aos estudos de Freud deu outro nome. Para Carl Gustav Jung, o nome mais apropriado seria o Complexo de Electra, também baseado em outro mito.
Além disso, como a terceira fase do complexo original é fálica (pênis), foi acrescentada outra ideia no caso feminino. O desejo pelo pai seria ainda mais motivado pelo fato de ele ter um falo e as mulheres não.
Depois de tudo isso, ainda surge um tópico dentro da teoria:
O complexo de castração
O complexo de castração é um dos tópicos trabalhados dentro do complexo de Édipo e foca na questão do falo. Aqui estaria o medo de perder ou a falta por não ter o falo, afetando tanto homens quanto mulheres.
Segundo Freud, a menina percebe que é semelhante à mãe e que ambas são diferentes do pai. Se o pai tem o falo, então ela criaria a imagem de que foi castrada, assim como sua mãe. Por isso, há uma aproximação com o pai, buscando aquilo que não possui.
Isso também afetaria o menino: a criança olha para o pai e percebe que tem algo em comum, mas que não há na mãe. Se a mãe sempre avisa que “vai chamar o pai”, ele é a figura que castrou a mãe e que poderá castrá-lo também.
Então sua superação seria se afeiçoar ao pai para que o falo não lhe seja tirado.
Qual a importância do Complexo de Édipo?
Para os psicanalistas, essa teoria é uma maneira de explicar porque os adultos agem da forma que agem. Em outras palavras, eles analisam esse período vivido para entender as atitudes atuais que os adultos tomam no dia a dia.
Já que para eles tudo tem um fundo focado na sexualidade, é nessa fase e no modo como esse comportamento é encarado que se define a base das ações futuras de uma pessoa adulta.
O que acontece se o complexo de Édipo não for superado?
Segundo a psicanálise, se o complexo de Édipo não for superado, a criança será um adulto imaturo sexualmente. Além disso, poderá apresentar desvios sexuais, comportamentos fora do comum.
Por consequência da concepção de ser humano da psicanálise, as influências não serão apenas na vida afetiva. Isso reflete também para que seja um adulto indeciso e apegado em todas as esferas da vida, principalmente nas decisões que tomar.
Como identificar e resolver o complexo de Édipo?
Quem pode dar o diagnóstico é somente o psicanalista, mas ele não passa pelo método tradicional, como ocorre com doenças e psicopatologias. Isso porque ele é encarado como um processo simbólico e natural para o desenvolvimento humano.
Além disso, nem todas as pessoas apresentam um comportamento padronizado. Então cada um pode ter um momento de superação dependendo de sua cultura, modelo familiar, etc.
Se um adulto se vê nessa situação e concorda com a abordagem da psicanálise, deverá buscar fazer terapia para ir superando gradativamente essa fase.
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