A América Espanhola nasceu com a chegada de Cristóvão Colombo às Antilhas em 1492. Os espanhóis colonizaram a região e seus moradores, instalando uma administração política, atividades econômicas e hierarquia social. Neste texto, iremos te dar um resumo de como era essa sociedade e então você fará exercícios sobre a América Espanhola.
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Qual era o contexto histórico da América Espanhola?
Entender o contexto é muito importante para fazer exercícios de América Espanhola. A situação, no caso, era de exploração marítima.
Com o aumento do comércio europeu a partir do século XV, as nações começaram a investir em políticas para aumentar o fluxo comercial. Novas rotas marítimas foram buscadas para expandir o comércio durante as Grandes Navegações.
Cristóvão Colombo chegou à América em 1492 e iniciou a ocupação e colonização do território.
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Colonização da América Espanhola
A Espanha era uma metrópole mercantilista que usava suas colônias apenas para exploração. Por isso, ela se certificava de que a área colonizada teria capacidade de gerar lucro.
A base de sua economia eram os minérios que tirava de suas colônias. A mineração exigia o desenvolvimento de atividades como pecuária e agricultura para que pudessem alimentar quem trabalhava nas minas.
Após a atividade mineradora reduzir, agricultura e pecuária se tornaram a base da economia da América Espanhola.
Após a conquista, os espanhóis focaram em expandir ao máximo sua área de domínio e implantar seus mercados, religião e cultura.
Os colonizadores ainda obrigaram os nativos a trabalhar nas minas. Civilizações inteiras foram exterminadas (Maias, Incas e Astecas, por exemplo) e muitos indígenas morreram devido a doenças que vieram com os espanhóis.
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Como a América Espanhola era administrada?
Exercícios de América Espanhola sempre vão abordar a organização política das colônias. Veja como ela era.
Para administrar a região, a Espanha criou vice-reinos e capitanias gerais que serviam como uma extensão da Coroa Espanhola na região. A Espanha mantinha todos esses órgãos sob controle com a seguinte estrutura:
Casa de Contratação
Era o órgão responsável por registrar todos que se estabeleceram na América Espanhola, por anotar mercadorias, prover mapas para os pilotos de navegação e também eram responsáveis por exercer a justiça.
Conselho das Índias
Auxiliava o Rei a tomar decisões relacionadas aos seus domínios na América em termos de justiça, economia e inclusive durante a guerra.
Real Audiência
Eram os tribunais de justiça estabelecidos nos Vice-Reinos e que julgavam os crimes cometidos por seus habitantes.
Vice-Reinos e Capitanias Gerais
Com as reformas iluministas do rei Carlos III (1716-1788) no século XVIII, os vice-reinos foram divididos em quatro e foram criadas mais Capitanias Gerais, buscando encontrar uma forma de melhorar a administração colonial.
- Vice-Reinos: territórios de grande extensão e população, eram os mais rentáveis para a Coroa espanhola. Estavam governados por um vice-rei. Eram eles: Vice-Reino da Nova-Espanha, Peru, Nova-Granada e Prata;
- Capitanias Gerais: foram estabelecidas em zonas de maior conflito com a população indígena ou que eram alvo de ataques de piratas. Foram elas: Guatemala (atualmente dividida em Guatemala, Honduras, El Salvador e Costa Rica), Cuba, Venezuela, Chile, Santo Domingo e Porto Rico.
Cargos Políticos
As colônias eram administradas por funcionários nomeados pelo próprio Rei, eram ele:
- Vice-Rei: era o cargo mais alto dentro desta estrutura e ocupado por um nobre ou fidalgo diretamente indicado pelo Rei. Possuía autoridade máxima e dele dependiam algumas Capitanias Gerais;
- Capitão-Geral: título utilizado por quem estava à frente das Capitanias Gerais;
- Governadores: auxiliavam o vice-rei ou o capitão-geral a administrar o território;
- Cabildo: eram uma espécie de conselho formados pelos proprietários e homens de destaque da sociedade, inclusive o clero, e se reuniam num edifício de mesmo nome.
Como era a economia na América Espanhola?
Esse tema quase sempre aparece em exercícios sobre América Espanhola. Leia sobre.
Na América Espanhola, os indígenas eram obrigados a pagar impostos em forma de trabalho ou produtos. Os colonizadores encontraram grandes civilizações com estruturas políticas e sociais complexas.
Os espanhóis empregaram regras para aproveitar a mão de obra, entre elas podemos destacar duas: a encomienda e a mita.
Encomienda
A encomienda era um regulamento dos reinos de Castela que foi adaptada para América Espanhola.
Ela permitia a um encomendero cobrar impostos na forma de trabalho ou de bens da população. Em troca, o encomendero deveria catequizar, cuidar e defender essa população.
As encomiendas eram herdadas, mas não eram eternas. Os abusos feitos por inúmeros encomenderos levou diversas organizações religiosas a protestar perante o Rei.
Mita
A mita, de origem inca, era utilizada para garantir o trabalho dos indígenas para os espanhóis. Ela consistiu em uma prestação de trabalho onde homens auxiliavam nas construções, e em troca recebiam proteção dos deuses incas.
Os espanhóis se utilizaram dessa mesma prática em todo o território do Vice-Reino do Peru. Assim, os indígenas eram protegidos e catequizados. Em troca, os índios trabalhavam nas minas.
Mesmo o trabalho sendo regularizado e, em tese, realizado apenas por três semanas, as condições de trabalho levaram muitos indígenas à morte.
Como era a hierarquia da América Espanhola?
Aí está um tema muito importante para ser deixado de lado nos exercícios sobre América Espanhola.
A sociedade na América Espanhola era dividida também pela cor da pele. Com o tempo, por conta das uniões inter-raciais, a origem dos habitantes se tornou mais importante que o “grau de mestiçagem”.
Chapetones
Eram a maneira como os espanhóis recém-chegados eram chamados. Eles ocupavam posições altas como vice-reis, capitães gerais, governadores, bispos e arcebispos, ou superiores de várias ordens religiosas.
Criollos
Eram os filhos de espanhóis que eram nascidos na América. Não podiam ocupar posições altas, mas participavam do cabildo, e tinham uma posição acomodada.
Os criollos exerciam várias atividades e eram profissionais como advogados, comerciantes, mas também encomenderos, exploradores de minas, fazendeiros, etc.
A palavra criollo, em espanhol, não representava uma pessoa de cor negra, mas indicava os brancos nascidos na América e não no Reino da Espanha.
Escravos
Eram negros e indígenas que foram escravizados eram utilizados como mão de obra, e forçados a trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, tabaco, cacau, algodão, dentre outros cultivos.
Como ocorreu a Independência da América Espanhola?
A independência também é um tema muito importante para os exercícios sobre América Espanhola. Aprenda mais sobre ela lendo nosso artigo sobre a Independência das colônias da Espanha.
As independências das colônias na América Espanhola ocorreram entre 1808 e 1829. Os levantes foram inspirados nos ideais iluministas, na esperança de se livrarem dos altos impostos e na emancipação dos Estados Unidos.
Após inúmeras guerras por todo o território, a independência finalmente foi alcançada. Os revolucionários ainda tiveram apoio da Inglaterra, que buscava novos mercados e fornecedores.
Terminada a revolução, os vice-reinados e capitanias foram dissolvidos e se tornaram todos os países da América Latina que conhecemos hoje.
Exercícios sobre a América Espanhola com Gabarito
Esperamos que, com esse resumo, tudo tenha ficado mais claro para você.
Obrigado por ter lido até aqui!
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Questão 1- (PUC-Rio) A conquista e a colonização europeia na América, entre os séculos XVI e XVII, condicionaram a formação de sociedades coloniais diversas e particulares. Sobre tais sociedades podemos afirmar que:
I – Nas áreas de colonização espanhola, explorou-se exclusivamente a força de trabalho das populações ameríndias, sob a forma de relações servis, como a mita e a encomenda;
II – Nas áreas de colonização portuguesa, particularmente nas áreas destinadas ao fabrico do açúcar, foi empregada, em larga escala, a mão de obra de negros africanos e/ou de indígenas locais;
III – Ao norte do litoral atlântico norte-americano, área de colonização inglesa, houve o estabelecimento de pequenas e médias propriedades, nas quais se utilizou tanto o trabalho livre quanto a servidão por contrato;
IV – Na região do Caribe, em áreas de colonização inglesa e francesa, assistiu-se à implantação da grande lavoura, voltada para a exportação e assentada no uso predominante de mão de obra de escravos africanos.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
Questão 2- (UFRJ) Leia o texto a seguir:
Um dos períodos [da história do México] mais riscados, apagados e emendados com maior fúria tem sido o da Nova Espanha. […] A Nova Espanha não se parece com o México pré-colombiano nem com ao atual. E muito menos com a Espanha, embora tenha sido um território submetido à coroa espanhola.
PAZ. O. Sóror Juana Inés de la Cruz: As artimanhas da fé. São Paulo: Mandarin, 1998.
Sobre a sociedade colonial construída em Nova Espanha, é correto afirmar:
a) se apoiava, como na sociedade colonial brasileira, em uma visão bipolar entre senhores europeus de um lado e escravos africanos de outro, visto que os indígenas haviam sido quase absolutamente exterminados no processo de conquista por doenças ou pela violência do colonizador.
b) se distinguia de outras sociedades coloniais, pois as diferenças sociais presentes nela eram de classe e não de cunho étnico: não importava a cor da pele para a determinação de um lugar social, mas as posses de um indivíduo.
c) se tratava, como em outras sociedades coloniais, de uma sociedade de superiores e de inferiores que, entretanto, reconhecia os mestiços, filhos de senhores brancos com mulheres indígenas, como fazendo parte da elite política local, sendo chamados criollos.
d) recaíam, exclusivamente, os privilégios da sociedade colonial sobre a minoria branca que apresentava, contudo uma divisão interna entre aqueles brancos nascidos na Europa, ocupantes dos cargos de nível superior, e aqueles nascidos na América, ocupantes de posições claramente secundárias na hierarquia social.
e) se constituía em uma sociedade com uma estrutura hierárquica bem clara, em cuja base se encontravam os grupos desprovidos de quaisquer direitos sociais: índios e negros africanos, ambos trabalhando como escravos e sendo tratados exclusivamente como mercadoria, vendidos e comprados em grandes mercados nas principais cidades mexicanas.
Questão 3- (Unesp – 2013) Leia:
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América. (Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. In: Simón Bolívar: política, 1983.)
O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer que:
a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.
b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.
c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no continente.
d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.
e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.
Questão 4- (Pucsp) América Hispânica e América Portuguesa, futuro Brasil, viveram processos históricos parecidos, mas não idênticos, do final do século XV até a primeira metade do XIX.
A(s) questão(ões) a seguir discutem essas semelhanças e diferenças.
Quanto à conquista da América por espanhóis e portugueses, na passagem do século XV ao XVI, pode-se dizer que:
a) no caso português o objetivo principal era buscar minérios e produtos agrícolas para abastecer o mercado europeu e no caso espanhol pretendia-se apenas povoar os novos territórios e ampliar os limites do mundo conhecido.
b) nos dois casos ocorreram encontros com vastas comunidades indígenas nativas, porém na América Portuguesa a relação foi racional, harmoniosa e humana, resultando num povo pacífico, e na América Hispânica foi violenta e conflituosa.
c) no caso português foi casual, pois os navegadores buscavam novas rotas de navegação para as Índias e desconheciam a América e no caso espanhol foi intencional, porque o conhecimento de instrumentos de navegação lhes permitiu prever a descoberta.
d) nos dois casos foi violenta, porém na América Portuguesa o extrativismo dos dois primeiros séculos de colonização restringiu os contatos com os nativos e na América Hispânica a implantação precoce da agricultura provocou maior aproximação.
e) no caso português foi precedida por conquistas no norte e no litoral da África, que resultaram em colônias portuguesas nesse continente, e no caso espanhol iniciou a constituição de seu império ultramarino.
Questão 5- (FGV/RJ) Sobre as universidades na América colonial, é possível afirmar que:
a) as Coroas portuguesa e espanhola, preocupadas desde o início do período colonial com a questão da educação, criaram universidades já no século XVI.
b) no Brasil não foram criadas universidades no período colonial, e na América Espanhola elas tiveram apenas existência efêmera, não havendo real interesse em sua manutenção.
c) as Coroas portuguesa e espanhola, envolvidas com a implantação de um sistema de exploração, não cuidaram da criação de universidades em suas colônias.
d) assim como Salamanca serviu de modelo para a organização das universidades da América Espanhola, Coimbra foi modelo no Brasil e em Goa, na Índia.
e) enquanto no Brasil não foram criadas universidades no período colonial, na América Espanhola, já no século XVI, foram fundadas a universidade de São Marcos de Lima e a do México.
Questão 6- (UFRGS/2019) Leia o trecho abaixo.
O propósito de muitos, se não da maioria, dos conflitos políticos da América espanhola, no período posterior à independência, foi simplesmente determinar quem deveria controlar o Estado e seus recursos. Não obstante, surgiram outras importantes questões políticas que variaram de país para país em caráter e importância. Entre 1810 e 1845, a discussão sobre estrutura centralista e federalista do Estado foi fonte de violento conflito no México, na América Central e na região do Prata.
SAFFORD, Frank. Política, ideologia e sociedade na América espanhola do pósindependência. In: BETHELL, Leslie. História da América Latina, vol. III: da Independência até 1870. São Paulo: Edusp, 2001. p. 369.
O segmento faz menção aos conflitos que se seguiram às independências na América Espanhola.
Assinale a alternativa que indica algumas das consequências desses confrontos.
a) O conflito entre federalistas e centralistas resultou em governos constitucionalmente frágeis e politicamente instáveis em quase toda a região, durante parte do século XIX.
b) A recolonização da região pela Espanha, dada a fragilidade institucional das novas repúblicas independentes.
c) O surgimento de governos democráticos e com ampla participação popular, ainda no século XIX, como uma das formas de resolução desses conflitos políticos.
d) A estruturação de monarquias centralizadas por toda a região, após o fracasso político das repúblicas independentes.
e) A vitória dos movimentos federalistas e a derrota definitiva dos projetos centralistas e autoritários que se opunham a eles.
Questão 7 – (ACAFE SC/2019) Acerca do processo de independência da América espanhola e suas consequências, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
a) No Congresso do Panamá, em 1826, Simon Bolívar propôs uma integração entre as nações do continente. Os poderes locais não abriram mão de sua autonomia e a ideia fracassou.
b) Ao propor a Doutrina Monroe “a América para os Americanos”, os Estados Unidos eram contrários a interferência europeia na América, porém, tal doutrina expressava uma política imperialista estadunidense no continente.
c) As estruturas políticas após a independência e o surgimento de vários países, não efetivou uma grande mudança no poder; as camadas populares foram alijadas do poder e os caudilhos garantiram um poder absoluto em seus domínios.
d) O início da luta pela ruptura com a Espanha foi comandada pelos chapetones e articulada nos moldes da Independência dos Estados Unidos da América, unificandose todas as juntas governamentais num governo unitário.
Questão 8 – (UECE/2019) Entre os anos de 1780-1781 Tupac-Amaru liderou a maior rebelião indígena da América. Hoje ele é considerado o herói nacional e precursor da independência do
a) Haiti.
b) Peru.
c) México.
d) Chile.
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9 – (Unicentro PR/2019) Em 1822, Simon Bolivar e José de San Martim reuniram-se em Guaiaquil, atual Equador. Os dois “libertadores da américa” tinham planos diferentes para o futuro do continente, daí que, após esse encontro,
a) San Martim retornou para a Argentina e Bolívar continuou as lutas de independência contra as forças espanholas.
b) San Martim continuou as lutas de independência e Bolívar retornou para a Venezuela.
c) eles uniram os exércitos e, juntos, venceram definitivamente as forças espanholas na América.
d) Bolívar planejava a fragmentação da América espanhola em diversos pequenos países independentes, o que enfraqueceu a luta de ambos, sendo, finalmente, derrotados pelos exércitos espanhóis.
e) San Martim traiu Bolívar e revelou a conspiração de independência para a Coroa espanhola.
Questão 10 – (Univag MT/2019) No mundo luso-brasileiro, a Ilustração forneceu contornos peculiares a antigas formas de motins e revoltas, e movimentos sediciosos, como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração dos Alfaiates (1798), tiraram o sossego das autoridades metropolitanas.
(Nívia Pombo. “Luzes, mas só para a elite”. n: Revista de História da Biblioteca Nacional, maio de 2014. Adaptado.)
A respeito dos “contornos peculiares”, fornecidos pela Ilustração ou Iluminismo às rebeliões na América portuguesa em 1789 e 1798, pode-se afirmar que
a) os insurretos pretendiam eliminar a hierarquia militar e suprimir a propriedade fundiária.
b) os insurgentes queriam a extinção do absolutismo monárquico e a formação de uma monarquia constitucional.
c) os rebeldes exigiram a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves.
d) os líderes contestaram o estatuto colonial e defenderam o rompimento definitivo com a metrópole.
e) os colonos rebelados defendiam a supressão do tráfico de africanos escravizados para o Brasil.
Questão 11 – (Univag MT/2019) Os criollos perderam a confiança no governo dos Bourbons e passaram a duvidar da real disposição da Espanha a defendê-los. Seu dilema era premente, já que estavam presos entre o governo colonial e a massa do povo. Nessas circunstâncias, quando a monarquia entrou em crise em 1808, os criollos não puderam permitir que o vácuo político se instaurasse, nem que suas vidas e propriedades ficassem sem proteção.
Convencidos de que, se não aproveitassem a oportunidade, forças mais perigosas o fariam, tiveram de agir rapidamente para antecipar-se à rebelião popular.
(John Lynch. “As origens da independência da América espanhola”. In: Leslie Bethell (org.). História da América Latina: da independência até 1870, 2004. Adaptado.)
O excerto alude à situação histórica da América espanhola, marcada pela
a) grande dívida decorrente da Guerra dos Sete Anos, que levou a Metrópole espanhola a reforçar os laços coloniais, gerando indignação e forte resistência por parte dos criollos.
b) abdicação do rei espanhol frente à invasão napoleônica e pela participação política dos criollos nas Juntas de Governo, formadas nas colônias nesse período.
c) maior rebelião indígena do período colonial, liderada por Tupac Amaru II, que abalou o domínio espanhol e acarretou prejuízos econômicos e financeiros aos criollos.
d) criação dos Vice-Reinados e Capitanias Gerais nas áreas coloniais e pela perda de espaço dos criollos na máquina administrativa criada pela Coroa espanhola.
e) Revolução Liberal do Porto e pela criação de um governo provisório, que convocou eleições gerais para o Parlamento, das quais representantes dos criollos puderam participar.
Questão 12 – (FGV/2019) Os homens que lideraram o processo nacional de independência política na América Latina estavam imbuídos do ideário burguês como justificativa de seus atos.
(Maria Lígia Prado, A formação das nações latino-americanas)
Considerando o excerto, é correto afirmar que, no processo apresentado,
a) o ideário burguês foi pouco utilizado, pois a independência política com a Metrópole teve como liderança a classe média em ascensão, especialmente comerciantes, defensora do livre-cambismo, da aliança com a Igreja e o exército, da entrada maciça de capital estrangeiro e da participação popular.
b) os criollos, líderes do movimento de independência política, fizeram uma revolução ao transformarem a estrutura colonial, isto é, implantaram a pequena propriedade, o voto universal, o trabalho livre com a abolição da escravidão e, assim, diferentemente do ideário burguês, defenderam a democracia.
c) a ruptura política das colônias com a Espanha, realizada pelos criollos, teve por base as ideias liberais, isto é, a defesa da propriedade privada, o discurso universal dos direitos do homem, a exclusão das camadas populares, a penetração do capital estrangeiro e a preservação do escravismo como forma de manter a estrutura colonial.
d) o ideário burguês não se adequou ao movimento de independência política na América Latina, pois as vitoriosas classes populares, defensoras do Estado democrático, mantiveram a herança colonial, ou seja, a grande propriedade, a monocultura, a escravidão, a dependência do mercado externo e os limites para o capital estrangeiro.
e) a independência política da América Latina ficou comprometida pela forte dependência econômica ao capital externo, essencialmente ao norte-americano, desfavorecendo as mudanças baseadas nos princípios liberais, como o livrecambismo, a propriedade privada e a representação política dos índios, mestiços e negros.
Questão 13 – (UFPR/2018) Leia o texto a seguir: É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o mundo novo uma só nação com um só vínculo, que ligue suas partes entre si e com o todo. Já que tem uma mesma origem, uma mesma língua, mesmos costumes e uma religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de formar-se […].
Considerando o extrato da “Carta de Jamaica”, de Simón Bolívar, e com base nos conhecimentos sobre as independências na América espanhola, assinale a alternativa correta.
a) Os movimentos de independência na América espanhola foram impulsionados pela tentativa de invasão napoleônica no Haiti recém-libertado. A Carta de Jamaica foi o documento que fundamentou esses movimentos.
b) Os movimentos de independência foram liderados por mestiços e escravos que ansiavam conseguir a liberdade expulsando os espanhóis. Aproveitando a ausência do rei Fernando VII, encarcerado por Napoleão, Bolívar escreveu a carta na Jamaica, chamando todas as colônias a se unirem para formar uma grande federação contra a coroa espanhola.
c) Simón Bolívar foi o grande artífice das independências da América espanhola. Seu carisma e poder de mando permitiram unir todos os movimentos em uma grande frente libertadora, que começou na Argentina em 1816 e chegou até a Colômbia em 1821.
d) O projeto de Simón Bolívar era tornar as colônias governadas pela Espanha em uma grande confederação de estados nos moldes das colônias americanas do Norte, porém as diferenças entre alguns líderes no interior do movimento anticolonial não viam com bons olhos esse projeto.
e) A Carta de Jamaica foi a primeira declaração de independência das colônias espanholas. Escrita no formato da declaração de independência haitiana, declarava o fim da escravidão nas colônias e a expulsão dos peninsulares das terras americanas.
Questão 14 – (FM Petrópolis RJ/2018) O texto a seguir é um fragmento da conhecida Carta da Jamaica, escrita por Simón Bolívar, em 1815.
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma só nação com um único vínculo que ligue suas partes entre si e com o todo. Por ter uma só origem e língua, mesmos costumes, e uma única religião, deveria ter um único governo que confederasse os diferentes Estados que venham a formar-se.
BOLÍVAR, S. Escritos políticos. Campinas -SP: Editora da UNICAMP, 1992, p. 72.
A carta apresenta a política que ficou conhecida como pan-americanismo, projetada sobre algumas das nações americanas.
Os argumentos sustentados por Bolívar, no trecho citado, consideram os elementos culturais
a) europeus e indígenas
b) africanos e indígenas
c) africanos, apenas
d) europeus, apenas
e) indígenas, apenas
Questão 15 – (UNITAU SP/2018) “Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória. Ainda que aspire à perfeição do governo da minha pátria, não posso persuadir-me de que o Novo Mundo seja, no momento, regido por uma grande república. […]
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um só vínculo, que ligue suas partes entre si e com o todo”. BOLÍVAR, Simón. Cartas da Jamaica”.
BELLOTTO, M. L. e CORREA, A. M. M. (org.) Simón Bolívar. Política. São Paulo: Ática, 1983, p. 84 e p. 89.
A “ideia grandiosa” citada no documento de Simón Bolívar refere-se a:
a) Ao federalismo, isto é, à criação de uma confederação de estados latino-americanos, contando, inclusive com o Brasil, já que todos tinham a mesma origem, língua e religião.
b) A um pacto americano que incluía todos os estados de norte a sul, inclusive EUA, com o objetivo de afastar as ameaças colonialistas europeias à soberania latinoamericana.
c) A uma América única, geográfica e administrativa, um Estado comum, do qual fariam parte todas as antigas colônias europeias, independentemente das diferenças de línguas, costumes e religiões.
d) Ao pan-americanismo, que afirmava a existência de uma consciência e de uma identidade hispano-americana/latino-americana comum, que superava os “nacionalismos” locais e regionais.
e) Ao pan-americanismo, que propunha a “América para os americanos”, a não criação de novas colônias na América e a defesa do continente contra os ataques à soberania latino-americana.
Questão 16 – (UEFS BA/2017) Entre os anos 1810 e 1820, […] o inimigo comum era a Espanha. Todos os esforços concentravam-se para acabar com o domínio da Espanha. A tônica dos discursos era a liberdade.
Liberdade, entretanto, não é um conceito entendido de forma única; tem significados diversos, apropriados também de formas particulares pelos diversos segmentos da sociedade.
(Maria Lígia Prado. A formação das nações latino-americanas, 1985.)
Entre os “significados diversos” do conceito de liberdade, presentes nas lutas de independência na América Hispânica, é correto afirmar que:
a) para os indígenas, liberdade associava-se à restauração do Império Inca e, para os comerciantes ingleses, liberdade relacionava-se à persistência do monopólio comercial metropolitano.
b) para as ordens religiosas, liberdade representava o direito de cobrar tributos das comunidades indígenas e, para as elites criollas, liberdade associava-se ao fim do trabalho escravo.
c) para as populações escravizadas, liberdade representava a abolição do trabalho compulsório e, para os membros da Igreja Católica, liberdade associava-se ao direito pleno de escolha religiosa.
d) para os membros das elites criollas, liberdade relacionava- se ao fim do controle metropolitano sobre o comércio colonial e, para os indígenas, liberdade representava o direito à terra.
e) para os representantes administrativos da metrópole, liberdade associava-se ao direito de retornar à Espanha e, para os africanos escravizados, liberdade relacionava-se à volta para a África.
- Parabéns, você fez todos os Exercícios sobre a América Espanhola. Confira agora o Gabarito:
Gabarito dos Exercícios sobre a América Espanhola
Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
Exercício resolvido da questão 2 –
Alternativa correta: d) recaíam, exclusivamente, os privilégios da sociedade colonial sobre a minoria branca que apresentava, contudo uma divisão interna entre aqueles brancos nascidos na Europa, ocupantes dos cargos de nível superior, e aqueles nascidos na América, ocupantes de posições claramente secundárias na hierarquia social.
Exercício resolvido da questão 3 –
Alternativa correta: e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.
Exercício resolvido da questão 4 –
Alternativa correta: e) no caso português foi precedida por conquistas no norte e no litoral da África, que resultaram em colônias portuguesas nesse continente, e no caso espanhol iniciou a constituição de seu império ultramarino.
Exercício resolvido da questão 5 –
Alternativa correta: e) enquanto no Brasil não foram criadas universidades no período colonial, na América Espanhola, já no século XVI, foram fundadas a universidade de São Marcos de Lima e a do México.
Exercício resolvido da questão 6 –
Alternativa correta: a) O conflito entre federalistas e centralistas resultou em governos constitucionalmente frágeis e politicamente instáveis em quase toda a região, durante parte do século XIX.
Exercício resolvido da questão 7 –
Alternativa correta: d) O início da luta pela ruptura com a Espanha foi comandada pelos chapetones e articulada nos moldes da Independência dos Estados Unidos da América, unificandose todas as juntas governamentais num governo unitário.
Exercício resolvido da questão 8 –
Alternativa correta: b) Peru.
Exercício resolvido da questão 9 –
Alternativa correta: a) San Martim retornou para a Argentina e Bolívar continuou as lutas de independência contra as forças espanholas.
Exercício resolvido da questão 10 –
Alternativa correta: d) os líderes contestaram o estatuto colonial e defenderam o rompimento definitivo com a metrópole.
Exercício resolvido da questão 11 –
Alternativa correta: b) abdicação do rei espanhol frente à invasão napoleônica e pela participação política dos criollos nas Juntas de Governo, formadas nas colônias nesse período.
Exercício resolvido da questão 12 –
Alternativa correta: c) a ruptura política das colônias com a Espanha, realizada pelos criollos, teve por base as ideias liberais, isto é, a defesa da propriedade privada, o discurso universal dos direitos do homem, a exclusão das camadas populares, a penetração do capital estrangeiro e a preservação do escravismo como forma de manter a estrutura colonial.
Exercício resolvido da questão 13 –
Alternativa correta: d) O projeto de Simón Bolívar era tornar as colônias governadas pela Espanha em uma grande confederação de estados nos moldes das colônias americanas do Norte, porém as diferenças entre alguns líderes no interior do movimento anticolonial não viam com bons olhos esse projeto
Exercício resolvido da questão 14 –
Alternativa correta: d) europeus, apenas
Exercício resolvido da questão 15 –
Alternativa correta: d) Ao pan-americanismo, que afirmava a existência de uma consciência e de uma identidade hispano-americana/latino-americana comum, que superava os “nacionalismos” locais e regionais.
Exercício resolvido da questão 16 –
Alternativa correta: d) para os membros das elites criollas, liberdade relacionava- se ao fim do controle metropolitano sobre o comércio colonial e, para os indígenas, liberdade representava o direito à terra.
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2 Comentários
Você são incríveis, me ajudaram muitoooo
Uhuuuuuuuu, que bom que conseguimos lhe ajudar. Um grande abraço!