Você sabe o que é poesia? Diferentemente do poema, a poesia transcende a forma por meio dos sentimentos e das idealizações . A conversa ocorre interiormente mesmo após sua materialização. Leia o resumo e teste seus conhecimentos com os 8 melhores exercícios sobre poesia! O gabarito está no final do texto.
Quer seguir diretamente para alguma parte? Clique em um dos tópicos abaixo:
- O que é poesia?
- Quais são os tipos de poesia?
- As 3 poesias mais famosas poesias da Literatura Brasileira.
- Os 8 melhores exercícios sobre poesia!
- Gabarito das questões sobre os poesia.
Quando você terminar os exercícios sobre poesia, coloque em prática todo seu conhecimento com O Melhor Simulado Enem do Brasil!
O que é Poesia?
Você quer entender de uma vez por todas o que é Poesia?
Poesia não é poema! Mas pode estar em forma de poema.
Imagine o seu corpo como uma produção artística incrivelmente bem elaborada. Pois bem, é por meio dele que as pessoas te enxergam, mas não é exatamente ele que te faz um ser social.
Ainda que quase sempre esse fato passe despercebido, a vida é mais permeada por impulsos internos que nos movem em direção a algo, do que propriamente por um mundo material. Somos corpos preenchidos abstratamente por ideologias e emoções.
Até por meio das roupas encontramos um modo de nos comunicarmos. A poesia é a mensagem. Ela conversa através da forma, mas não é a forma. Justamente por isso, pode se materializar de diversas maneiras.
O pranto, o riso, a escultura, o poema, o cinema…São algumas das formas utilizadas para possibilitar essa conversa interior por mais de um leitor, admirador ou telespectador.
Mas é notório que a forma mais famosa de poesia é o poema. Aposto que talvez essa seja a primeira vez que você os viu desvencilhados.
Também aposto que empiricamente, ou seja, por intermédio das vivências e experiências, você sempre soube que poesia não é só poema!
Quais são os tipos de poesia?
Ao chegar a essa parte do artigo, você já tem duas informações cruciais: o que é poesia e que poesia não é o mesmo que poema.
Portanto, vamos abrir esse paralelo no qual a poesia e o poema se confundem. O estado da alma descrito por meio de palavras, versos e estrofes compõem o que denominamos de poema.
Veja os três tipos principais tipos de poemas que dão evasão a poesia:
- Poema épico: O poema épico nasceu devido à necessidade humana em explicar sua criação com seus momentos históricos, heróis e conquistas. Portanto, através deles, epopeias de feitos históricos são narradas em forma de versos.
- Poema lírico: O poema lírico é aquele permeado por sentimentos e pensamentos do poeta.
- Poema dramático: O poema dramático traz uma particularidade, fundindo o épico e o lírico. Isto é, há uma narrativa, porém o narrador é o personagem responsável pela ação.
Para te auxiliar a responder os exercícios sobre poesia, temos alguns outros artigos muito importantes e elaborados cuidadosamente para facilitar seus estudos. São eles:
As 3 mais famosas poesias da Literatura Brasileira.
Você já adquiriu o conhecimento necessário para enxergar a poesia em outras manifestações artísticas diferentes do poema. Por isso, trouxemos aqui o poema, e outras duas poesias em forma de música e escultura.
1- Poema
Trecho de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
2- Música
Trecho da música Wave, de Tom Jobim.
Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
3- Pintura
Retirantes, de Candido Portinari. (1944)
Os 8 melhores exercícios sobre Poesia!
Esperamos que, com esse resumo, tudo tenha ficado mais claro para você.
Obrigado por ter lido até aqui!
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Questão 1- (ENEM)
“Enem 2013
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros, venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social
Questão 2- (Enem)
Quantos há que os telhados têm vidrosos
E deixam de atirar sua pedrada,
De sua mesma telha receiosos.
Adeus, praia, adeus, ribeira,
De regatões tabaquista,
Que vende gato por lebre
Querendo enganar a vista.
Nenhum modo de desculpa
Tendes, que valer-vos possa:
Que se o cão entra na igreja,
É porque acha aberta a porta.
GUERRA, G. M. In: LIMA, R. T. Abecê de folclore. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (fragmento).
Ao organizar as informações, no processo de construção do texto, o autor estabelece sua intenção comunicativa. Nesse poema, Gregório de Matos explora os ditados populares com o objetivo de:
a) enumerar atitudes.
b) descrever costumes.
c) demonstrar sabedoria.
d) recomendar precaução.
e) criticar comportamentos
Questão 3- (Enem)
O bonde abre a viagem,
No banco ninguém,
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou,
Companheiro vou.
O bonde está cheio,
De novo porém
Não sou mais ninguém.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Vila Rica, 1993.
O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente concentração populacional nos centros urbanos geraram mudanças importantes no comportamento dos indivíduos em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado na década de 1940, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição entre:
a)a solidão e a multidão.
b)a carência e a satisfação.
c)a mobilidade e a lentidão.
d)a amizade e a indiferença.
e)a mudança e a estagnação.
Questão 4 – (Enem – 2005)
Leia estes poemas:
Texto 1
AUTO-RETRATO
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
(Manuel Bandeira. “Poesia completa e prosa”. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)
Texto 2
POEMA DE SETE FACES
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos. (….)
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é o meu coração.
(Carlos Drummond de Andrade. “Obra completa”. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)
Esses poemas têm em comum o fato de
a) descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
b) refletirem um sentimento pessimista.
c) terem a doença como tema.
d) narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
e) defenderem crenças religiosas.
Questão 5- (UERJ – 2012)
SOBRE A ORIGEM DA POESIA
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas […]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo […]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas – contaminando o deserto de referencialidade.
ARNALDO ANTUNES
No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo, em seguida, uma descrição que corresponde à linguagem não poética, ou seja, à linguagem referencial.
Pela descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o seguinte traço fundamental:
a) O desgaste da intuição
b) A dissolução da memória
c) A fragmentação da experiência
d) O enfraquecimento da percepção
- Nossa! Você já fez metade dos exercícios sobre poesia. Vamos lá!
Questão 6- (UFU-MG–2006) Leia os versos do poeta Ferreira Gullar.
[…]
Quantas tardes numa tarde!
e era outra, fresca,
debaixo das árvores boas a tarde
na praia do Jenipapeiro
[…]
Muitos
Muitos dias há num dia só
porque as coisas mesmas
os compõem
com sua carne (ou ferro
que nome tenha essa
matéria tempo
suja ou
não)
[…]
É impossível dizer
em quantas velocidades diferentes
se move uma cidade
a cada instante
Melhores poemas.
Com relação ao fragmento, marque a afirmativa CORRETA.
a) O poeta faz uma reflexão sobre a simultaneidade e a temporalidade das coisas, excluindo, implicitamente, a reflexão da temporalidade humana.
b) As lembranças e associações evocadas pela memória atualizam o passado, fazendo-o repetir-se sem alterações, como se vê na primeira estrofe.
c) A assimetria dos versos e a forma como são dispostos no papel representam um estilo literário e desconsideram o tratamento temático do texto.
d) Os versos são marcados pela ideia de simultaneidade, tanto da lembrança quanto da existência real das coisas, o que leva o poeta à reflexão sobre o tempo.
- Ufa! Agora só faltam mais dois exercícios sobre poesia.
Questão 7- (Enem 2019)
Essa lua enlutada, esse desassossego
A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo. E eram tão vastas
As coisas planejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre. E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no pórtico do tempo
Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
Também isso te devo.
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.
No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo, aflora o
a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.
b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.
c) mosaico de alegrias formado seletivamente.
d) desejo reprimido convertido em delírio.
e) arrependimento dos erros cometidos.
Questão 8 – (Enem 2018) Eu sobrevivi do nada, do nada
Eu não existia
Não tinha uma existência
Não tinha uma matéria
Comecei existir com quinhentos milhões
E quinhentos mil anos
Logo de uma vez, já velha
Eu não nasci criança, nasci já velha
Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
Me transformei novamente numa velha
Voltei ao que eu era, uma velha
PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org.). Reino dos bichos e dos animais é meu nome. Rio de Janeiro: Azougue, 2009.
Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da expressão lírica manifesta-se na
a) representação da infância, redimensionada no resgate da memória.
b) associação de imagens desconexas, articuladas por uma fala delirante.
c) expressão autobiográfica, fundada no relato de experiências de alteridade.
d) incorporação de elementos fantásticos, explicitada por versos incoerentes.
e) transgressão à razão, ecoada na desconstrução de referências temporais.
- Parabéns, você fez todos os exercícios sobre poesia. Confira agora o Gabarito:
Gabarito das questões sobre poesia
Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
Exercício resolvido da questão 2 –
Alternativa correta: e) criticar comportamentos
Exercício resolvido da questão 3 –
Alternativa correta: a)a solidão e a multidão.
Exercício resolvido da questão 4 –
Alternativa correta: b) refletirem um sentimento pessimista.
Exercício resolvido da questão 5 –
Alternativa correta: c) A fragmentação da experiência
Exercício resolvido da questão 6 –
Alternativa correta: d) Os versos são marcados pela ideia de simultaneidade, tanto da lembrança quanto da existência real das coisas, o que leva o poeta à reflexão sobre o tempo.
Exercício resolvido da questão 7 –
Alternativa correta: b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.
Exercício resolvido da questão 8 –
Alternativa correta: e) transgressão à razão, ecoada na desconstrução de referências temporais.
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