A Revolta da Vacina foi um movimento popular que ocorreu entre 10 e 16 de novembro de 1904. A rebelião aconteceu devido à determinação, por lei, da vacinação obrigatória para pessoas acima de 6 meses de idade.
As revoltas e guerras que aconteceram no Brasil se tornam, de forma recorrente, tema das provas do caderno de Ciências Humanas e suas tecnologias do ENEM. Pensando nisso, o Beduka preparou um artigo para explicar o que foi a Revolta da Vacina, que aconteceu no Brasil durante o ano de 1904.
Nesse artigo você encontrará:
- O que foi a Revolta da Vacina;
- O Contexto Histórico da revolta;
- Suas causas e consequências.
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Para testar os seus conhecimentos preparamos uma lista de exercícios sobre a revolta da vacina!
O que foi a Revolta da Vacina?
A Revolta da Vacina foi uma rebelião que ocorreu entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, que, até então, era capital do Brasil. A população se revoltou devido à uma lei que que obrigava a vacinação contra a varíola. A revolta também é associada à causas mais profundas, como as reformas urbanas que estavam sendo realizadas.
O projeto que tornava a vacinação obrigatória para pessoas maiores de 6 meses de idade foi colocado em prática pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Veja a seguir qual era a situação da cidade do Rio de Janeiro e entenda melhor o porquê de ter ocorrido tal revolta.
Contexto Histórico da Revolta da Vacina
No início do século XX, o planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro – herdado do período colonial – não condizia mais com a condição de capital do país e centro das atividades econômicas.
Além disso, a cidade sofria com sérios problemas de saúde pública e diversas doenças assolavam a população, como tuberculose, febre amarela, peste bubônica, malária, varíola, entre outras. Esses fatores eram objeto de preocupação dos governantes.
Então, o presidente Rodrigues Alves, com o intuito de modernizar a cidade e controlar tais epidemias, iniciou uma série de reformas urbanas e sanitárias que mudaram a geografia da cidade e o cotidiano de sua população.
As mudanças arquitetônicas ficaram de responsabilidade do engenheiro Pereira Passos. As ruas da cidade foram alargadas, os cortiços foram destruídos e a parte pobre da população foi removida de suas antigas casas.
A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.
Já Oswaldo Cruz, nomeado diretor geral de Saúde Pública em 1903, ficou encarregado da campanha de saneamento da cidade, que tinha como objetivo erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.
Era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da campanha era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela cidade.
Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra. Devido às fraudes, o governo suspendeu a recompensa pela apreensão dos ratos.
A partir disso, em junho de 1904 o governo fez uma proposta de lei que tornava obrigatória a vacinação da população. Mesmo com 15 mil assinaturas contra a lei, ela foi aprovada em 31 de outubro do mesmo ano.
Contudo, a campanha de saneamento era realizada com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene. Numa sociedade onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como “imoral”.
O estopim da Revolta da Vacina foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória no jornal “A Notícia”, em 9 de janeiro de 1904. O projeto exigia comprovantes de vacinação para a realização de matrículas nas escolas, para obtenção de empregos, viagens, hospedagens e casamentos.
Previa-se também o pagamento de multas para quem resistisse à vacinação. Quando a proposta vazou para a imprensa, o povo indignado e contrariado iniciou uma série de conflitos e manifestações que se estenderam por cerca de uma semana.
Causas da Revolta da Vacina
Para entender melhor o que foi a Revolta da Vacina, é necessário saber o que causou essa revolta popular.
O contexto da higienização e reforma urbana presente na cidade do Rio de Janeiro, em conjunção com a campanha obrigatória e forçada de vacinação da população foi a principal causa da revolta.
Muitos estudiosos apontam que os motivos da Revolta da Vacina, em todas as classes sociais, foram a junção entre a política de tratamento com a população pobre e o sentimento de “invasão dos lares” das famílias mais ricas, obrigadas a se vacinarem.
Consequências da Revolta da Vacina
Seis dias após o início do conflito, chegava ao fim a Revolta da Vacina, em 16 de novembro de 1904. Em decorrência do conflito, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacinação, declarando estado de sítio.
O Exército, Marinha e Polícia foram para as ruas, repreendendo o conflito, e restabeleceram a ordem no Rio de Janeiro. Algumas pessoas foram presas e enviadas para o Acre pelo governo.
Durante a Revolta, os militares tentaram usar a massa popular insatisfeita como um pretexto para a tentativa de um golpe, que não obteve sucesso, contra o presidente Rodrigues Alves.
A Lei da Vacina Obrigatória teve seu texto modificado, tornando o uso da medicação facultativo. Pouco tempo depois, a varíola foi erradicada do Brasil.
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2 Comentários
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Que bom que gostou, Jane! 🙂