Literatura

Resumo de Caderno de memórias coloniais!

Resumo de Caderno de Memórias Coloniais - tudo sobre!Resumo de Caderno de Memórias Coloniais - tudo sobre!
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Isabela Figueiredo é filha de portugueses nascida em Moçambique no fim da colonização. Em seu livro “Caderno de memórias coloniais”, retrata de forma explícita a realidade vivida pelos negros e por ela mesma também, além dos conflitos sociais com os colonizadores. Além disso, apresenta seus conflitos internos, reflexos dessa situação, através de uma narrativa única que intensifica os acontecimentos.

Neste artigo com o Resumo de Caderno de Memórias Coloniais, você encontrará uma ficha técnica sobre o livro, o resumo do que o livro contém e uma análise interpretativa do contexto e das relações sociais!

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“O livro é uma espécie de Carta ao pai (de Kafka), um acerto de contas num texto que mescla memória, ensaio, observação pessoal e ficção. O livro tem origem num blog da autora, canal pioneiro para tentar trazer mais realidade à narrativa edulcorada do Portugal africano.”

Caderno de memórias coloniais – Informações gerais

É importante, principalmente se você não tiver muito tempo para ler a obra completa, conhecer e se recordar dos aspectos técnicos, que podem te guiar na leitura da resenha e do resumo de Caderno de Memórias Coloniais!

Ficha técnica:

Título: Caderno de memórias coloniais.

Autora: Isabela Figueiredo.

Ano da primeira publicação: 2009 (Portugal).

Nacionalidade da escritora: Moçambicana .

Caderno de memórias coloniais: PDF.

Estrutura: 43 pequenos textos, como um diário escrito com tom de crônicas, sem ordem cronológica.

Resumo de Caderno de Memórias Coloniais + Resenha (Análise)

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Separamos este resumo de Caderno de memórias coloniais em tópicos para você se localizar melhor nas análises. Contudo, não estão na ordem original do livro.

Contexto de escrita do Caderno de Memórias Coloniais

Como o próprio nome entrega, o contexto no qual o livro se passa é o período de descolonização de Moçambique, acentuado pela Revolução dos Cravos. Tudo se inicia por volta do ano de 1974, em meio ao fim do neocolonialismo português.

Esta obra é uma mistura de gêneros literários, pois ao mesmo tempo em que se assemelha a um diário, também se assemelha às crônicas. Nele, Isabela escreve suas memórias de menina e adolescente, intercalando com as falas e vida das pessoas ao seu redor. Por se tratar da transcrição de memórias, não há uma linha cronológica.

Os pais de Isabela eram portugueses e se mudaram para a então colônia Moçambique, a fim de conseguirem um trabalho mais rentável, ou seja, explorando negros. Lá, isabela nasceu, descrita como uma “branca de alma negra”.

Após a revolução dos Cravos, os negros – sempre explorados – começaram a descontar nos brancos a violência que sofriam. O pai de Isabela a mandou para Portugal a fim de contar o que havia acontecido. 

Contudo, Isabela não se conformava com a ideia de contar apenas o que os brancos começaram a sofrer – o que manteria a ideia de que a colonização foi toda boa e nobre e os negros eram uns selvagens. 

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Pelo contrário, contou tudo o que via e viveu, de forma crua e chocante. Durante a narrativa, a escritora sempre comenta que “traiu seu pai”, justamente por não se conformar com a ideia de apenas um lado da história.

Sua narrativa demonstra seu duplo papel: ela é algoz e vítima. Algoz porque, sendo branca, ousou esbofetear uma menina negra e nada lhe foi feito. Vítima porque sendo uma filha pequena, também sofreu com a rispidez de seu pai, que lhe tratava como queria, como um boneco, assim como fazia com os negros.

Tudo isso fica muito evidente no modo como Isabela escreve o livro, ora se colocando em primeira pessoa, ora trocando – subitamente – a narrativa para as vozes dos negros com quem convivia, mostrando-os como um grande coletivo, não indivíduos.

Relação com o pai – figura do colonizador e condição dos negros

Neste livro, é evidente a relação paradoxal do pai com a filha. Ao mesmo tempo que Isabela tem afeto pela figura de seu pai, explicita seu asco diante das ações dele que, na verdade, são a personificação das ações de um típico colonizador.

A menina vive a fase da puberdade, retrata tudo com muito crueza e objetividade, trazendo choque aos leitores, destacando a sexualidade. Sua escrita é recheada de menções explícitas: relata sobre o uso dos corpos das mulheres negras como forma de prazer aos colonos – inclusive seu pai – o uso dos corpos masculinos como força escrava, os comentários das mulheres brancas que projetavam suas críticas às mulheres negras, etc.

Além disso, narra suas próprias experiências sexuais, inicialmente com uma outra garota de sua idade e, posteriormente, com um garoto negro. Leva uma surra do pai por isto, e reflete sobre este comportamento: a hipocrisia moral da maior parte dos colonizadores.

Por ser branca, era “criada como brancos” e não poderia assumir “comportamentos típicos de negros”. Frequentava os melhores locais, destinados aos brancos, e sequer podia brincar com crianças negras, apenas as observava e captava os comentários em torno das duas distintas vidas.

Em seu caderno, Isabel ainda deixa claro a mentalidade impregnada e racista que existia. Narra que os melhores cargos sempre estavam com os brancos, analisa as vestimentas, os comportamentos sociais e a cultura passada de geração em geração que refletia na perpetuação desse pensamento.

O papel da escrita e a consciência

Outro ponto marcante é a menção ao papel da escrita na vida da jovem. Seu pai mesmo a incentivava a estudar e ela acabou encontrando fascínio pela leitura. 

Ao estudar, conheceu outros horizontes, enxergou o que havia além da bolha social que a rodeava, conheceu culturas, pensamentos, e despertou-lhe novas reflexões. Contudo, o enfoque fica com a escrita, pela qual ela se sentia totalmente livre para se expressar da forma que quisesse e reinventar os fatos.

Os conflitos vividos pela realidade exterior-social ou pela crise interior de sua relação com o pai, foram efervescendo na mente da jovem, que não poupou sinceridade ao retratá-las no caderno.

Esta obra é icônica justamente por demonstrar a realidade nua e crua da situação, misturando sarcasmos, palavras vulgares, objetividade ao mesmo tempo que consegue exercer reflexões e conduzir a narrativa de uma forma que se aproxima do lírico. 

A obra só foi publicada recentemente no Brasil e retrata um pouco da realidade que todos os países recém descolonizados por Portugal sofreram. Desmistificando as narrativas tradicionalmente propagandas.

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Redação Beduka
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