A China passou por uma revolução em 1949 que levou muitas mudanças para a organização do país e com implicações políticas que existem até hoje.
Entre elas está a forma de governo do país, a relação entre Estado e cidadãos e a política de crescimento populacional.
Leia até o final e descubra quais foram as implicações políticas da Revolução Chinesa de 1949. No final, teste seus conhecimentos com os exercícios de fixação do conteúdo.
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- O que foi a Revolução Chinesa?
- Quais foram as implicações políticas da revolução chinesa de 1949?
- Questões sobre a Revolução Chinesa
- O que fazer com sua nota do Enem?
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O que foi a Revolução Chinesa?
A Revolução Chinesa foi um conjunto de eventos que terminaram na implantação de uma república comunista no país liderada por Mao Tsé-Tung, em 1949. Isso aconteceu após uma sangrenta guerra civil entre comunistas e nacionalistas.
Os episódios que levaram a essa situação podem remontar até o começo do século XIX, quando a China começou a sofrer ataques imperialistas e conturbações sociais. Nessa época, ela era governada pela dinastia Qing, originária da Manchúria, região nordeste do país.
A população se revoltava contra os Qing pela forte centralização e concentração do poder que eles realizaram. Além disso, potências estrangeiras invadiram o país diversas vezes, fazendo-o perder territórios.
As principais guerras imperialistas contra a China foram feitas pelo Japão e Inglaterra.
Entre 1839 e 1860, os ingleses e chineses travaram as Guerras do Ópio, exigindo que o governo chinês mantivesse seus portos abertos. Elas resultaram em perdas significativas para a China, como o território de Hong Kong.
No começo do século XX, os japoneses invadiram o país e tomaram a Manchúria e a Ilha de Formosa (Taiwan).
Para entender melhor quais foram as implicações políticas da Revolução Chinesa de 1949, leia também sobre o imperialismo.
República chinesa
Com as perdas, o imperador Qing perdeu credibilidade e foi forçado a renunciar por movimentos nacionalistas liderados por Sun Yat-sen.
Isso é parte da primeira revolução chinesa, de 1911, que fundou a república da China, com Yat-sen na presidência do governo provisório.
Em 1912, Yuan Shikai assumiu a direção do governo e tentou restabelecer o modelo dinástico entre 1915 e 1916.
Durante esse período, a China passou por tentativas de separação de territórios, que lutavam por independência. Eles eram governados por chefes militares conhecidos como senhores da guerra.
O partido nacionalista passou a lutar contra eles para manter a unidade do território deixado pelo antigo império.
Com a assinatura do Tratado de Versalhes, o Japão passou a reivindicar mais territórios chineses. Isso levou a novos movimentos nacionalistas na China, que se recusou a assinar o documento.
Porém, os nacionalistas não tinham apenas o Japão como inimigos. Dentro do país, crescia a força do movimento comunista cujo partido foi fundado em 1921, tendo como um dos líderes Mao Tsé-tung.
No primeiro momento, eles formaram aliança para destruir a influência estrangeira e o poder dos senhores da guerra. Isso manteve a integridade territorial, mas em seguida os dois movimentos travaram uma guerra civil.
Está curtindo o texto sobre quais foram as implicações políticas da Revolução Chinesa de 1949? Não deixe de ler sobre a Revolução Russa, na qual ela foi inspirada.
Guerra civil chinesa
A reviravolta nas relações entre nacionalistas e comunistas se deu quando Sun Yat-Sen morreu e em seu lugar de influência ficou Chiang Kai-shek. Foi ele quem os liderou contra os senhores da guerra, contando com o apoio de comunistas.
Porém, o comunismo começou a crescer e se tornou rival dos nacionalistas, que passaram a combatê-los. Chiang moveu forças enormes para fazer a repressão aos comunistas, que foram forçados a sair de grandes cidades para evitar a aniquilação de seu exército.
Uma curiosidade sobre Mao Tsé-Tung, era que ele era um exímio jogador de Go, um jogo de tabuleiro chinês. Mao teria elaborado suas técnicas de combate se baseando em táticas do jogo que envolviam cercar o seu adversário fazendo-o gastar energia à toa.
Isso iria mudar assim que um inimigo em comum aparecesse no horizonte: o Japão, que na década de 1930 ainda tinha pretensões imperialistas na China. Assim, nacionalistas e comunistas fizeram uma trégua para combater os japoneses.
Vale destacar a genialidade militar de Mao. Praticamente durante toda a 2ª Guerra, o comunista deixou que os Nacionalistas morressem na linha de frente contra o exército do Japão, enquanto fazia o possível para poupar as tropas comunistas.
Ao fim da guerra, as tropas Nacionalistas estavam em frangalhos, mas ainda teriam que enfrentar os comunistas que, por estratégia de Mao, estavam com energia de sobra.
Vencido o inimigo externo em 1945, a disputa interna retornou. No contexto da Guerra Fria, os nacionalistas receberam apoio americano e os comunistas, da União Soviética.
Porém, a população tinha aderido mais à causa dos comunistas, que tinham uma força militar com mais de 10 milhões de pessoas.
Isso se tornou ainda mais nítido quando dois soldados nacionalistas violentaram uma estudante. A reação popular foi de protestos e o governo respondeu prendendo manifestantes.
Ao longo de 1947 e 1948, nacionalistas e comunistas travaram uma série de batalhas que resultaram em milhões de mortos e feridos. As perdas nacionalistas foram as maiores e muitos de seus soldados mudaram de lado.
Em 1949, Mao Tsé-Tung proclamou a República Popular da China, pois o partido já tinha controle sobre quase todo o território da China continental. Os líderes nacionalistas fugiram para a ilha de Formosa (Taiwan), declarando que ali estava a sede da República da China.
Nenhum dos líderes admitia que o governo adversário era legítimo e aceitavam apenas a existência de uma única república chinesa. Porém, a existência das duas Chinas é uma situação até hoje mal resolvida.
Isso inclusive está entre as implicações políticas da Revolução Chinesa, pois impacta diretamente nas relações internacionais da República Popular da China.
Taiwan é defendida pelos Estados Unidos, o que significa que qualquer interferência na ilha tem uma resposta americana.
Mas essa foi apenas uma das consequências, vamos conhecer quais foram as implicações políticas da Revolução Chinesa de 1949.
Quais foram as implicações políticas da revolução chinesa de 1949?
A principal implicação foi a formação de uma república socialista no país, tendo à frente o partido comunista chinês liderado por Mao Tsé-Tung.
Com isso, a China se tornou uma ditadura de partido único que implementaria reformas a fim de levar o país ao comunismo. Entre elas estavam o controle estatal da economia e a coletivização das terras.
Nos primeiros anos, o governo buscou imitar o modelo soviético estabelecendo planos econômicos de cinco anos, como Joseph Stalin fez. Porém, após a morte deste em 1953, as relações se tornaram mais difíceis e a China buscou mais autonomia.
Em 1956, foi lançada a Campanha das Cem Flores, que estimulava o debate a fim de democratizar a estrutura do partido e da sociedade. Mas as críticas ao governo foram muitas e então iniciou-se a Campanha Antidireitista, que censurou, prendeu e matou diversos intelectuais.
Além disso, Mao liderou o plano de desenvolvimento econômico nomeado de Grande Salto Adiante.
Em resumo, o plano resultou em confisco de terras pelo governo, desperdício de recursos, repressão aos dissidentes e uma crise alimentícia que matou, aproximadamente, 45 milhões de chineses.
O Grande Salto Adiante passou a ser conhecido como O Grande Salto para a Fome ou A Grande Fome de Mao.
A partir da Revolução Chinesa de 1949, o Partido Comunista passou a ter um controle cada vez maior sobre os cidadãos. Até mesmo na intimidade e no desenvolvimento das famílias o Estado se envolvia. O governo proibiu que casais tivessem mais de um filho, política que levou a esterilizações forçadas de mulheres e um grave desrespeito ao corpo feminino.
Agora que já vimos quais foram as implicações políticas da Revolução Chinesa de 1949, faça algumas questões para fixar o conteúdo.
Questões sobre a Revolução Chinesa
Questão 1 – (Upenet/Iaupe) Após uma longa guerra civil, em meados do século XX, o movimento revolucionário liderado por Mao Tsé-Tung conseguiu assumir o poder na China, derrotando as tropas do governo de Chiang Kai-Shek. A partir daí, Mao desenvolveu uma série de mudanças e transformações na economia e cultura chinesa.
Em relação ao “Grande Salto Para Frente” e a “Revolução Cultural”, assinale a alternativa CORRETA.
a) A “Revolução Cultural” foi uma campanha pacifista implementada pelo governo chinês que buscava seguir os ensinamentos de Mahatma Ghandi, a fim de frear a ocidentalização do povo chinês.
b) O programa de comunização da agricultura, estabelecido pelo “Grande Salto”, atingiu logo seu objetivo, organizando a produção agrícola. Entre os anos de 1858 e 1960, o Partido Comunista praticamente dobrou a produção de alimentos se comparado ao ano de 1857.
c) Apesar de ter conquistado êxito, o “Grande Salto Para Frente” se resumiu ao setor agropecuário, deixando de lado a produção industrial. Isso fez com que a China maoísta se tornasse uma grande potência agroexportadora, mas dependente industrialmente das outras nações.
d) Oficialmente, a “Revolução Cultural” teria terminado em 1969, mas até pelo menos 1971 ela continuava funcionando, como ficou evidente na Campanha Contra Lin Biao, intitulada de “Campanha contra Lin Biao e Confúcio”.
e) A “Revolução Cultural” tinha como um de seus principais objetivos a preservação do passado. Era preciso inaugurar uma “Nova China”, baseada no Maoísmo, que tinha como fundamento as práticas e os pensamentos antigos, notadamente do Confucionismo.
Questão 2 – (FCC) Em outubro de 1949, Mao Tsé-Tung, derrotando os nacionalistas, proclamou a República Popular da China. No interior do chamado campo socialista esse fato foi de suma importância, uma vez que:
a) a Revolução possibilitou a criação, em 1950, do bloco de Estados desvinculados dos blocos geopolíticos da Guerra Fria: os Países Não Alinhados.
b) o mundo vivenciava plenamente a Guerra Fria e, naquele contexto, a adesão da China representou uma grande vitória para o socialismo.
c) a Revolução Socialista Chinesa, no auge da Guerra Fria, quase precipitou o mundo em uma nova guerra nuclear entre os blocos capitalista e socialista.
d) a conversão da China ao sistema socialista, no contexto da Guerra Fria, retraiu os Movimentos Nacionais pela Libertação dos países no Oriente Médio.
e) Nenhuma das alternativas acima.
Gabarito dos exercícios sobre a Revolução Chinesa
Exercício resolvido da questão 1
Alternativa correta: letra d
A Revolução Cultural foi um conjunto de práticas idealizadas por Mao Tsé-Tung para melhorar sua imagem após o fracasso de outras políticas implementadas por ele que o levaram a ser demitido do poder. Com ela, veio a ascensão do grupo dos quatro, liderado por sua esposa Jiang Qing, que estimulou a campanha de críticas a Lin e Confúcio.
Exercício resolvido da questão 2:
Alternativa correta: letra b
No final da década de 1940 o mundo estava dividido em dois blocos: capitalista e socialista. A vitória do socialismo na China demonstrou sua força e reforçou a imagem desta ideologia no mundo.
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