Um texto narrativo é aquele que narra uma sequência de acontecimentos reais ou imaginários de maneira a conectá-los e criar uma história com eles. Esse tipo tem alguns elementos específicos. Iremos explicar sobre eles nesse texto, então leia com atenção e faça os exercícios sobre elementos do texto narrativo.
Neste resumo, você encontrará os tópicos abaixo. Se quiser, clique em um deles para ir diretamente ao conteúdo:
- O que é um texto narrativo?
- Estrutura de um texto narrativo
- Elementos do texto narrativo
- Exercícios sobre os elementos do texto narrativo
- Resposta dos exercícios sobre os elementos do texto narrativo
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O que é um texto narrativo?
Você não pode fazer exercícios sobre elementos do texto narrativo sem saber o que é um texto narrativo, certo? Aprenda agora e depois faça o Simulado Beduka.
Texto narrativo é um gênero textual que se caracteriza pela sua estrutura de acompanhar a trajetória de um ou mais personagens em determinado tempo e em determinado lugar. Normalmente utiliza a lógica de causa e consequência para que uma ação movimente outra e consecutivamente mantenha a história em movimento.
Com certeza você já leu um texto narrativo ou pelo menos acompanhou uma narrativa através de um filme ou série. Basicamente, tudo que você está vendo na tela é um texto narrativo, mas em forma de imagens.
Existem vários tipos de texto narrativo: crônica, contos, fábulas e novelas. Mas aqui iremos focar no que todos têm em comum.
Estrutura de um texto narrativo
O primeiro elemento que você deve entender é a estrutura geral de um texto narrativo. Leia com atenção para fazer os exercícios sobre os elementos do texto narrativo.
Apresentação do texto narrativo
É a introdução da história em que o autor precisa deixar claro todos os personagens que participarão efetivamente da história. Nessa parte ele também tem que estabelecer espaço e tempo, ou seja, onde e quando essa história está se passando e do que ela irá se tratar. A introdução costuma durar desde o início da narrativa até a primeira virada.
Nota: Em um livro, normalmente o primeiro capítulo é o responsável por esse trabalho. Em uma série costuma ser o primeiro episódio e em um filme são os primeiros 10 minutos.
Desenvolvimento do texto narrativo
Esse é o desenrolar da narrativa. Após a primeira virada, há um problema para resolver e durante toda a história os protagonistas vão tentar solucionar essa situação. Para isso, eles terão que realizar várias ações que irão desencadear outros acontecimentos até culminar em um clímax.
Lembra que dissemos que normalmente o princípio da causa e consequência é usado para manter a história em movimento constante? Então, o desenvolvimento é a parte que deixa isso mais claro.
Clímax do texto narrativo
É a continuação direta do desenvolvimento. A essa altura, os protagonistas já têm o que precisam para resolver o problema principal, mas eles demoraram tanto pra conseguir que o problema já se agravou. Então está na hora confrontá-lo em um acontecimento épico que irá encerrar toda a história.
Desfecho do texto narrativo
Também conhecido como epílogo. Essa é aquela sequência ou passagem final em que todos os conflitos foram resolvidos e nesses últimos breves momentos o autor comunica ao espectador o destino de cada personagem após os acontecimentos daquela história.
Elementos do texto narrativo
Entendida a estrutura fica muito mais fácil entender os verdadeiros elementos. Continue acompanhando para fazer os exercícios sobre elementos de um texto narrativo.
Personagens do texto narrativo
Que história que se preza não tem personagens, não é mesmo? Pois é, temos alguns tipos de personagens que vamos passar pra você:
Protagonistas(s): O protagonista é o personagem que representa o leitor ou espectador dentro da história. É através dos olhos dele que enxergamos esse mundo em que a narrativa acontece.
Antagonista(s): Mais conhecidos como vilões da história. O trabalho deles é fazerem oposição ao protagonista, gerando conflitos e representando uma ameaça para os objetivos dos heróis.
Secundário(s): Normalmente são aqueles personagens que servem para dar apoio ao protagonista (e até mesmo para o antagonista também).
Todos esses personagens têm a missão de movimentar a história e torná-la mais interessante conforme acontece. Importante citar que um texto narrativo costuma ser mais livre, então se o autor quiser subverter essas características (colocando o vilão como protagonista, por exemplo) ele pode.
Tempo do texto narrativo
O nome é autoexplicativo. É o período em que se passa a história. Aí cabe ao autor decidir se ele quer escrever em um tempo contemporâneo (fazer uma história sobre a quarentena de 2020 enquanto a está vivendo, por exemplo).
O escritor também pode optar por escrever uma história num mundo medieval ou futurista. Ou até por desenvolver a narrativa dentro das memórias de um personagem.
O autor pode optar por não dar pistas do tempo também, assim você fica sem saber quando a narrativa está acontecendo.
Espaço do texto narrativo
Outro nome autoexplicativo. É o lugar onde a história se passa. Na cidade, no campo, até mesmo dentro da mente do protagonista ou de outro personagem.
Narrador do texto narrativo
Mais uma vez como o próprio nome já deixa claro, é a voz que narra a história. Existem três tipos de narrador:
- Narrador-personagem:
Normalmente é o protagonista. Ele narra a própria história em 1ª pessoa. Um bom exemplo são aquelas narrativas que começam com um “Meu nome é Fulano e eu nasci em uma família de mercadores em tal lugar.”
- Narrador-observador:
Por acaso você têm o costume de narrar as histórias que você está lendo? Bom, imagine que você têm esse costume, mas o autor já imaginou isso e criou um personagem invisível que não pode interferir na narrativa e você enxerga a história através dos olhos desse personagem.
Ele narra os acontecimentos em 3ª pessoa como alguém que está observando tudo que acontece, mas não sabe de nada além daquilo que vê e não pode fazer nada pra mudar o que está acontecendo.
- Narrador-onisciente:
Esse é como se fosse um Deus dentro daquele mundo que conversa com você que está acompanhando a história. Sempre que necessário ele te fala tudo sobre o que está acontecendo naquele momento.
Ele sabe tudo sobre todos os personagens e sobre todos os elementos daquele mundo. É como se o próprio autor daquela narrativa estivesse se inserindo dentro da história apenas como um voz que tudo sabe, justamente porque ele que criou tudo ali, então é natural entender como tudo funciona.
Enredo do texto narrativo
Também conhecido como roteiro. É a história já pronta com seus personagens, sua temática, seu espaço e tempo definidos e dentro dos moldes de apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
Exercícios sobre Elementos do Texto Narrativo
Finalmente você vai fazer os exercícios sobre elementos do texto narrativo. Faça também o Simulado Beduka e baixe nosso Plano de Estudos. Garantimos que você vai gostar.
1- (FUVEST) A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela se apresenta:
a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade;
b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador;
c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador;
d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade;
e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los.
2- (UFV) Considere o texto:
“O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (…) Bem, mas não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma idéia mais clara do palco, do cenário e principalmente da personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais da espécie humana.” (Érico Veríssimo)
Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima:
a) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal.
b) É um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963.
c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora.
d) Fala de maneira exemplar ao leitor, porque considera sua visão a mais correta.
e) É um narrador neutro, que não deixa o leitor perceber sua presença.
3- (UNIFENAS) Com base no texto abaixo, indique a alternativa cujo elemento estruturador da narrativa não foi interposto no episódio:
“Porque não quis pagar uma garrafa de cerveja, Pedro da Silva, pedreiro, de trinta anos, residente na rua Xavier, 25, Penha, matou ontem em Vigário Geral, o seu colega Joaquim de Oliveira.”
a) o lugar
b) a época
c) as personagens
d) o fato
e) o modo
4- (INSTITUTO CIDADES)
Texto
O Padeiro
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o quê do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
“Então você não é ninguém?
“Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém…
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
Rubem Braga
Tendo em vista o gênero e a tipologia textuais, analise os itens:
I. O exclusivismo dos elementos descritivos e narrativos faz do texto um exemplo muito próximo do conto, uma vez que também está isento da impressão do autor sobre o que abordado, pois o objetivo maior é o fato contado.
II. Escrito em primeira pessoa, enfocando um fato do cotidiano ocorrido com o autor, o texto tem elementos claros que o revestem do estilo da crônica tais como: descrição ou narração de fato do dia a dia, ponto de vista do autor, linguagem simples e texto curto.
III. O primeiro parágrafo do texto mescla elementos narrativos e informativos que vão dar embasamento para o resto do texto.
Podemos afirmar que:
a) Estão corretos apenas II e III.
b) Estão corretos apenas I e III.
c) Estão corretos apenas I e II.
d) Estão todos corretos.
5-(IDECAN)
Passeio à infância
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegamos dois pequenos carás dourados. E como faz calor, veja, os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, comer ingá? Ou vamos ficar bestando nessa areia onde o sol dourado atravessa a água rasa? Não catemos pedrinhas redondas para a atiradeira, porque é urgente subir no morro; os sanhaços estão bicando os cajus maduros. É janeiro, grande mês de janeiro!
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado do morro e descer escorregando no capim até a beira do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o carnaval é no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer fôrmas de máscaras. Ou então vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim tem pé de saboneteira. Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher estranha, numa simples menina de pernas magras e vamos passear nessa infância de uma terra longe. É verdade que jamais comeu angu de fundo de panela?
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la assim; talvez se na praia ainda houver pitangueiras… Havia pitangueiras na praia? Tenho uma ideia vaga de pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de-rosa e búzios crespos, ou armar o alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. Quer? Agora devem ser três horas da tarde, as galinhas lá fora estão cacarejando de sono, você gosta de fruta-pão amassada com manteiga? Eu lhe dou aipim ainda quente com melado. Talvez você fosse como aquela menina rica, de fora, que achou horroroso o nosso pobre doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual; ali pescarei piaus. Há rolinhas. Ou então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de repente dar um galope na correnteza, passando rente às pedras, como se a canoa fosse um cavalo solto. Ou nadar mar afora até não poder mais e depois virar e ficar olhando as nuvens brancas. Bem pouca coisa eu sei; os outros meninos riram de mim porque cortei uma iba de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa dando tiros, e havia uma mulher do outro lado do rio gritando.
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la em menina para subir comigo pela capoeira? Uma vez vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me lembro de muitas meninas. Tinha uma que era para mim uma adoração. Ah, paixão de infância, paixão que não amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher estranha que ora venho conhecer, homem maduro. Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você estava distraída, meus olhos eram outra vez os encantados olhos daquele menino feio do segundo ano primário que quase não tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta da ponta direita do banco.
Adoração de infância. Ao menos você conhece um passarinho chamado saíra? É um passarinho miúdo: imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a um menino que só tivesse visto coleiros e curiós, ou pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto na mais remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da roça que pela primeira vez vê as algas do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra.
Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração de infância. Na minha adolescência você seria uma tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa eu sei; uma vez na fazenda riram: ele não sabe nem passar um barbicacho! Mas o que eu sei lhe ensino; são pequenas coisas de mato e de água, são humildes coisas, e você é tão bela e estranha! Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras, o joelho ralado, um pouco de lama seca do brejo no meio dos dedos dos pés.
Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra grande! Na adolescência me torturaria; mas sou um homem maduro. Ainda assim às vezes é como um bando de sanhaços bicando cajus de meu cajueiro, um cardume de peixes dourados avançando, saltando ao sol, na piracema; um bambual com sombra fria, onde ouvi silvo de cobra, e eu quisera tanto dormir. Tanto dormir! Preciso de um sossego na beira do rio, com remanso, com cigarras. Mas você é como se houvesse demasiadas cigarras cantando numa pobre tarde de homem.
(BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas – 3ª edição – Rio de Janeiro: BestBolso, 2011.)
De acordo com os propósitos do autor, pode-se afirmar, tendo em vista o foco narrativo assumido no texto, que o narrador, elemento do mundo ficcional,
a) tende à neutralidade através de sua posição pessoal apresentada no texto.
b) se aproxima em alguns momentos – e se distancia em outros – dos personagens e da ação.
c) submete os fatos aos efeitos de sua objetividade, apresentando-os com marcas emocionais.
d) participa dos dados e fatos do mundo construído, constituindo o que se chama narrador-personagem.
Respostas dos Exercícios sobre Elementos do Texto Narrativo
Exercício resolvido da questão 1 –
b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador;
Exercício resolvido da questão 2 –
c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora.
Exercício resolvido da questão 3 –
e) o modo
Exercício resolvido da questão 4 –
a) Estão corretos apenas II e III.
Exercício resolvido da questão 5 –
d) participa dos dados e fatos do mundo construído, constituindo o que se chama narrador-personagem.
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2 Comentários
podia ter gabarito:0
Weber, as respostas se encontram logo após os exercícios.