Literatura

Descubra quais são os Gêneros Literários!

Quais são os Gêneros LiteráriosQuais são os Gêneros Literários
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Gêneros literários são categorias de composição literária onde as obras são classificadas. A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros.

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Nesse artigo vamos falar sobre:

  • Quais são os Gêneros Literários;
  • Principais exemplos de cada gênero;
  • Citações das principais obras de cada gênero.

O que é Gênero Literário?

Os gêneros literários são grupos que possuem nas mesmas categorias obras com características semelhantes. Estes textos são organizados conforme suas propriedades formais.

Entretanto, todos os gêneros partem de uma classificação padrão, adotada desde a Antiguidade: narrativo (ou épico), lírico e dramático.

Quais são os Gêneros Literários?

Gênero épico ou narrativo

O gênero épico representa a manifestação literária mais antiga e abrange as narrativas histórico-literárias de grandes acontecimentos, com presença de temas terrenos, mitológicos e lendários. Os elementos essenciais das narrativas épicas são:

elementos da narrativa

Alguns exemplos de gêneros narrativos são:

  • Romance: Essas produções literárias trazem um enredo integral, com marcas temporais, cenários e personagens bem determinados. Esse subgênero nasceu na Era Medieval e Dom Quixote, de Cervantes, é seu principal modelo.

Sonhar o sonho impossível,
Sofrer a angústia implacável,
Pisar onde os bravos não ousam,
Reparar o mal irreparável,
Amar um amor casto à distância,
Enfrentar o inimigo invencível,
Tentar quando as forças se esvaem,
Alcançar a estrela inatingível:
Essa é a minha busca.

(CERVANTES, Miguel de. Dom Quixote)

  • Fábula: Criação no estilo fantástico, possui compromisso somente com a esfera imaginária. Os personagens destas histórias são normalmente animais ou artefatos; a intenção é difundir, por meio da história, mensagens que ensinam uma lição de moral.

A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome.

(FÁBULAS DE ESOPO/. Esopo)

  • Conto: Obra ficcional intensa em conteúdo e breve na forma. Normalmente é elaborada a partir de eventos e figuras imaginárias.

O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.

(ASSIS, Machado de. No alto)

  • Novela: Narrativa mais sucinta que o romance e maior que o conto, mas tão breve quanto o último.

A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.

(ASSIS, Machado de. O alienista)

  • Crônica: Texto isento de qualquer formalidade; traduz acontecimentos do dia-a-dia com uma linguagem informal e concisa. Apresenta alguns traços de humor e crítica, e está no limite entre o jornalismo e a literatura.

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

(MORAES, Vinícius de. Amigos)

  • Ensaio: Produção literária resumida, inserida entre o gênero lírico e a didática. Nele o autor apresenta seus conceitos, críticas e ponderações morais e filosóficas sobre um determinado assunto.

Mas como pode ocorrer que uma alma enriquecida
de tantos conhecimentos não se torne mais viva e
esperta, e que um cérebro vulgar e grosseiro
armazene, sem se apurar, as obras e juízos dos
maiores espíritos que o mundo produziu?

(Montaigne, 2004, p. 138).

  • Poesia Épica ou Epopeia: Poemas narrativos parcialmente breve e que retratam quase sempre ações heróicas.

Ele que o abismo viu, o fundamento da terra,
Seus caminhos conheceu, ele sábio em tudo,
Gilgámesh que o abismo viu, o fundamento da terra,
Seus caminhos conheceu, ele sábio em tudo,
Explorou de todo os tronos,
De todo o saber, tudo aprendeu,
O que é secreto ele viu, e o coberto descobriu,
Trouxe isto e ensinou, o que antes do dilúvio era.
De distante rota volveu, cansado e apaziguado,
Numa estela se pôs então o seu labor por inteiro.

(Gilgámesh. Ele que o abismo viu)

Gênero Lírico

O gênero lírico apresenta textos em versos por meio de uma linguagem poética, de caráter sentimental que expressam sentimentos e emoções, com predominância da subjetividade do eu-lírico (primeira pessoa).

O “eu-lírico” é distinto do autor, ou seja, o eu-lírico pode ser masculino ou feminino, independente de sua autoria.

Alguns exemplos de gêneros líricos são:

  • Poesia: Sua essência é a harmonização da palavra.

Nós criamos nossas próprias prisões
Os exemplos delas são:
A prisão do passado,
A prisão do romance que acabou
A prisão da cultura,
E a pior de todas, a prisão das ideias ultrapassadas.

(Kellane Reis)

  • Ode: Composição calorosa e sonora.

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.  
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.

(REIS, Ricardo. A Flor que És)

  • Sátira: Texto que ironiza alguém ou de um determinado contexto.

Que falta nesta cidade?… Verdade.
Que mais por sua desonra?… Honra.
Falta mais que se lhe ponha?… Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste rocrócio?… Negócio.
Quem causa tal perdição?… Ambição.
E no meio desta loucura?… Usura.

(MATOS, Gregório de. Epigrama)

  • Hino: Produção que louva e engrandece algo.

Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandeza
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil!

(Hino Nacional Brasileiro)

  • Soneto: Poema com 14 versos: dois quartetos (estrofes com 4 versos) e dois tercetos (estrofes com 3 versos).

Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, que és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!

(MORAES, Vinicius de. Soneto à Lua)

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  • Haicai: Poemas japoneses que não possuem rima, compostos geralmente por três versos.

Rosa (que exibida!)
que posa assim toda prosa
é prova de vida.

(ALMEIDA, Guilherme de. Rosa)

Gênero Dramático

O gênero dramático envolve a literatura teatral em prosa ou em verso, ou seja, aquela que pode ser apresentada e encenada. A voz narrativa está entregue às personagens, atores que contam uma história por meio de diálogos ou monólogos. Os três elementos essenciais dos textos literários dramáticos são: o autor, o texto e o público.

Alguns exemplos de gêneros dramáticos são:

  • Farsa: Possui tendência para o cômico. A ação é frequente e é baseada na rotina diária e no ambiente familiar.

“Inês:

Andar! Pero Marques seja!
Quero tomar por esposo
quem se tenha por ditoso
de cada vez que me veja.
Por usar de siso mero,
asno que leve quero,
e não cavalo folão;
antes lebre que leão,
antes lavrador que Nero.

Pero:
I onde quiserdes ir
vinde quando quiserdes vir,
estai quando quiserdes estar.
Com que podeis vós folgar
que eu não deva consentir?”

(VICENTE, Gil. A Farsa de Inês Pereira)

  • Tragédia: Reproduz um evento trágico e tem por fim provocar piedade e horror.

Édipo: Foi ela quem te entregou a criança?
O Servidor: Foi ela, Senhor.
Édipo: Com que intenção?
O Servidor: Para que eu a matasse.
Édipo: Uma mãe! … Mulher desgraçada!
O Servidor: Ela tinha medo de um oráculo dos deuses.
Édipo: O que ele anunciava?
O Servidor: Que a criança um dia mataria seus pais.
Édipo: Mas por que tu a entregaste a este homem?
O Servidor: Tive piedade dela, mestre. Acreditei que ele a levaria ao país de onde vinha. Ele te salvou a vida, mas para os piores males ! Se és realmente aquele de quem ele fala, saibas que nascestes marcado pela infelicidade.
Édipo: Oh! Ai de mim então no final tudo seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te vejo aqui pela última vez, já que hoje me revelo o filho de quem não deveria nascer, o esposo de quem não devia ser, o assassino de quem não devia matar!

(ÉDIPO. O Rei)

  • Elegia: Engrandece a morte de uma pessoa (este é o ponto central da peça). Exemplo: Romeu e Julieta, de Shakespeare.

– Romeu, Romeu. Por que tu Romeu; recusa teu nome e renega a teu pai; ou se preferir abandonarei a minha família para viver eternamente contigo.Mas afinal o que é um Capuleto? Não é mão, nem pé, nem braço, nem outra parte do corpo. A flor que chamamos de rosa se outro nome tivesse inda teria o mesmo perfume; assim é você Romeu, se outro nome que (não Montecchio) tivesses, ainda assim teria a mesma perfeição tu tens agora.

– Chama-me somente de amor – diz Romeu – e serei novamente batizado e jamais serei Romeu outra vez.

(SHAKESPEARE, William. Romeu e Julieta)

romeu e julieta

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Redação Beduka
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