A Hanseníase, também conhecida como Lepra, é uma infecção bacteriana muito antiga que acomete principalmente a pele e os nervos. No Brasil, é considerada uma endemia e novos casos têm surgido. A melhor forma de prevenção é o conhecimento das causas e sintomas, somado ao combate contra o preconceito histórico dessa enfermidade.
Neste artigo sobre o que é Hanseníase, você encontrará:
- O que Hanseníase: causas, situação atual, transmissão
- Polêmica: origem do nome e história da Lepra
- Sintomas, complicações e tipos de Hanseníase/Lepra
- Prevenção, diagnóstico e tratamento da Hanseníase
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O que Hanseníase: causas e situação atual
A hanseníase é o nome oficial para a doença conhecida como Lepra. Esta é uma enfermidade crônica que pode ser transmitida de pessoa para pessoa e afeta principalmente a pele e nervos. Contudo, é muito antiga e pode gerar complicações gravíssimas. A comunicação ao governo de pessoas infectadas é obrigatória.
A bactéria Mycobacterium leprae é o bacilo causador da doença e não existe preferências, essa infecção pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade.
O Brasil ocupa a 2ª posição mundial entre os países com novos casos, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e sendo caracterizada como endêmica. A Hanseníase é problema de saúde pública no País, pois está fortemente relacionada às condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis.
Transmissão da Lepra
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase elimina o bacilo para o meio exterior por meio das secreções de vias aéreas, caso haja contato próximo e prolongado. Os doentes com poucos bacilos não são considerados fonte de transmissão da doença.
É necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
Polêmica: origem do nome e história da Lepra
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade que surgiu na Ásia e África, havendo referências desde os anos 600 a.C. Também há fortes menções nos textos judaicos, que muitas vezes a associavam como algo derivado do pecado ou de alguma maldição.
Por essa carga cultural e os sintomas e complicações, os pacientes ficaram muito estigmatizados, gerando um cenário de preconceito em relação aos infectados. Por isso, foi criado o nome “hanseníase”, uma iniciativa brasileira para tentar amenizar o preconceito que a palavra “Lepra” arrega.
Essa foi uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde em 1976, com o intuito de que as pessoas não tivessem vergonha de buscar ajuda médica. Com isso, de acordo com a Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995, o termo “Lepra” e seus derivados não poderão ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais.
Tipos, Sintomas e Complicações da Hanseníase
A hanseníase apresenta longo período de incubação, o tempo em que os sinais começam a se manifestar desde o contato com a bactéria. Geralmente, dura em média de 2 a 7 anos.
Como foi dito, afeta pele e nervos periféricos, sendo assim, os seus sintomas estão relacionados com o comprometimento das áreas:
- Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil
- Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros
- Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração
- Pele seca
- Inchaço nas mãos e nos pés
- Inchaço e dor nas articulações
- Redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados
- Dor e espessamento nos nervos periféricos
- Caroços no corpo
- Olhos ressecados
- Feridas, sangramento e ressecamento no nariz
- Febre e mal-estar geral
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os pacientes infectados com hanseníase podem ser classificados em dois grandes grupos:
- Paucibacilares : aqueles que apresentam baixa carga bacteriana no corpo
- Multibacilares : os que apresentam alta carga de bactérias no corpo
De acordo com a classificação de Madri, ainda pode ser classificada de acordo com os tipos de sintomas:
- Indeterminada (paucibacilar)
Pacientes possuem até cinco manchas de contornos imprecisos, e, nesse caso, não há comprometimento neural. É a fase inicial da doença.
- Tuberculoide (paucibacilar)
Paciente apresenta até cinco lesões bem definidas e um nervo comprometido.
- Dimorfa (multibacilar)
Paciente apresenta mais de cinco lesões, com bordos que podem estar bem ou pouco definidos, e o comprometimento de dois ou mais nervos.
- Virchowiana (multibacilar)
Paciente apresenta a forma mais disseminada da doença, sendo observada grande parte da pele danificada e, algumas vezes, comprometimento de órgãos, como nariz e rins.
Complicações da hanseníase
Se não tratada inicialmente, pode evoluir para incapacitações físicas permanentes. Entre as sequelas estão:
- Incapacidade de elevar o pé (“pé caído”)
- Incapacidade de extensão dos dedos e do punho (“mão caída”)
- Incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo)
- Necrose e ulceração da cartilagem do nariz (“nariz desabado”)
- Rinite hansênica
- Ulceração da mucosa septal (cartilagem do meio do nariz)
- Exposição da cartilagem septal com necrose e perfuração ou perda completa
- Afrouxamento dos dentes incisivos superiores e possível perda da arcada dentária
- Paralisia dos músculos interósseos e das extremidades
- Perda da sensibilidade, inerva as glândulas sudoríparas, deixam a pele seca e fragilizada, exposta ao trauma.
É importante lembrar que as complicações da hanseníase podem se confundir com a evolução do quadro clínico, pois dependem da resposta imune de cada indivíduo.
Prevenção, diagnóstico e tratamento da Hanseníase
O diagnóstico de caso de hanseníase deve ser feito em clínicas, por meio do exame geral e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração e/ou comprometimento de nervos e funções motoras.
Mesmo os casos com suspeita deverão ser encaminhados para unidades de saúde para confirmação.
Em crianças, exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade, existindo até o “Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em Menores de 15 Anos” (Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. 2016).
O diagnóstico positivo deve ser recebido pelo paciente de modo semelhante ao de outras doenças curáveis. Porém, se causar impacto psicológico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares, essa situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, permitindo a aceitação do problema e maior adesão ao tratamento.
- O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em referências.
Tratamento
O tratamento da doença é realizado com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa associação diminui a resistência do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento.
O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde mas as demais são auto-administradas. Já no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
A alta por cura é dada após a administração do número de doses dentro do prazo recomendado. O tratamento da hanseníase é ambulatorial, ou seja, não necessita de internação, mas deve ser observado sem interrupções para funcionar.
Prevenção
As principais formas de prevenção são o diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e a investigação de contatos que convivem ou conviveram de forma prolongada com o paciente.
Isso porque permite que a cadeia endêmica comece a ser rompida. Também o conhecimento, a informação e a conscientização são de extrema importância para a prevenção.
Por fim, evitar se expor a situações próximas de pessoas que tossem e espirram, ajuda a prevenir contra as doenças transmitidas pelo trato respiratório.
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