Biologia

Evolução biológica das espécies: Entenda a teoria por completo

Evolução biológica das espécies
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Evolução biológica das espécies é a parte da biologia que estuda as transformações nos seres vivos, no decorrer de diferentes gerações. Antes das teorias evolucionistas, a teoria que imperava na humanidade era fixista, na qual nada mudava. 

Com o avanço da ciência e a descoberta de fósseis e de registros de fossilização, como mineralização, foi comprovado que a vida na Terra está passando por uma eterna mudança. Então, a Teoria da Evolução começa a dar seus primeiros passos. 

Nesse artigo, vamos transcrever o conteúdo da aula do Professor Nani da Sala do Saber Venha com a gente para entender mais sobre a evolução biológica e os assuntos que à permeiam.

Evolução biológica das espécies segundo Lamarck

O primeiro cientista renomado, que começou a pensar em evolução biológica das espécies, foi o senhor Jean-Baptiste de Lamarck. Ele acreditava serem fundamentais dois critérios para a evolução das espécies:

Lei do uso e desuso

A Lei do uso e desuso diz que o meio ambiente se modifica e os seres vivos precisam se adaptar a essas mudanças. Essa adaptação a estas mudanças geram novas necessidades e essas novas necessidades fazem com que os seres usem mais algumas partes do seu corpo e menos outras.

Exemplo: Musculatura esquelética: qualquer pessoa que praticar uma atividade desportiva, como musculação, haverá uma hipertrofia muscular. Alguns com mais facilidade devido a sua origem genética, outros com mais dificuldade, mas todos conseguirão ter um ganho de massa muscular pelo uso e também atrofia pelo não uso. 

Outro exemplo é que quanto mais você estuda, mais haverá o aumento da sua capacidade de aprendizado, de relacionar conteúdos de uma área com outra, memorizando informações.

Porém isso não se aplica a tudo. Nossos olhos, por exemplo. Quanto mais você lê, mais fraco ficará os olhos e poderá ocorrer o desenvolvimento de presbiopia ou vistas cansadas, principalmente, quando há pouca iluminação ou fontes muito pequenas, devido à necessidade de economizar papel.

Para aprender mais sobre o Lamarckismo, leia nosso artigo sobre Jean Lamarck

Herança dos caracteres / características adquiridas

Lamarck dizia que aquilo que você pratica pela lei do uso e desuso e desenvolve passará, automaticamente, a seus descendentes. Vamos para um exemplo? Um membro que deixa evidente esta ideia é o extenso pescoço da girafa que, ao longo dos anos, para pegar os brotos das árvores mais altas, desenvolveu essa característica e foi repassando para as próximas gerações. 

Claro que isso é um absurdo para a matéria de evolução biológica das espécies. Só porque o seu pai sabe línguas estrangeiras, não quer dizer que você irá saber também. Na verdade, o que se vai adquirir está no DNA.

O fato de que o que está em nosso DNA que será passado para a geração seguinte é o que determina o erro de Lamarck

Então, aquela mutação na sua células reprodutoras é passada, pois é uma mutação adquirida, é uma mutação herdada. Agora, aquilo que você sofreu, como uma mutação no seu corpo, no fígado, nos braços, nas pernas, não é genético, pelo fato de que você adquiriu essa modificação no seu organismo. Então, aquilo que foi adquirido não é passado para os seus descendentes.

A Seleção natural Charles Darwin

Em 1859, 50 anos após Lamarck, surge Charles Darwin que trouxe a ideia de que o grande critério para evolução biológica das espécies é o que ele chamou de seleção natural

Ele vem dizer que quem promove a seleção natural nos seres vivos é o próprio meio ambiente. Então, Darwin, diferente de Lamarck, trouxe uma nova explicação, a qual ele deixa evidente que o meio ambiente pode sofrer modificações e, pela grande diversidade que existe entre os animais, os mais aptos para esta mudança ficam ainda mais adaptados. Logo sobrevive quem reproduz e têm seus descendentes.

Voltemos ao exemplo da girafa. Ela vive na Savana Africana, onde acontecem longos períodos de estiagem. Sem água, a vegetação rasteira, em uma condição prolongada, é a primeira que morre. 

Aquela girafa que nasceu de pescoço curto não irá conseguir se alimentar e, consequentemente, irá morrer; a girafa que possui um pescoço alongado irá alcançar os brotos das árvores. 

Progressivamente, a girafa que não nasceu com a condição de alcançar essa vegetação vai desaparecendo, vai diminuindo a população, pois não estava adaptada àquele tipo de bioma. A que possui o pescoço mais alongado conseguiu se alimentar e produzir descendentes iguais a ela, isso chamamos de seleção natural.

Só que Darwin também não conseguia explicar todos os fatores de evolução biológica, pois não possuía conhecimento genético, pois ainda não se tinha estudo nessa área. Ela vem depois de 1890 em que a sociedade moderna cria uma teoria chamada de teoria Sintética.

O que é o neodarwinismo?

A teoria moderna pós Darwin passou a ser chamada de teoria neodarwinista ou neodarwinismo. Ela diz que existem alguns critérios evolucionistas que determinam a evolução das espécies. 

Mutação é uma alteração na sequência de bases nitrogenadas do DNA. Essa alteração pode ser na estrutura cromossômica ou na quantidade de cromossomos. Uma mutação pode ser espontânea, em que o DNA altera sua sequência de bases, e pode ser induzida através de um fator químico (um conservante) ou fator físico (radiação solar que é altamente cancerígena).

Uma mutação pode ser, inclusive, induzida por um princípio biológico, como um vírus. Um exemplo é o vírus HPV, quando a mulher o adquire, muda o DNA das células do colo do útero, o que promove o câncer de colo de útero; isso é o vírus HPV. 

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Se há mutação, há novas combinações genéticas e tem-se variedade; se existe variedade, então, existe o mecanismo de seleção natural. A comunidade científica absorve as ideias de Charles Darwin.

Imagine um grupo de animais que não possui predadores, portanto se proliferam absurdamente, chega um momento que há tantos indivíduos que não terá comida para todos. O que alguns vão fazer? Migrar à procura de novos alimentos. 

Nesta busca pode ser que nunca mais se encontrem. Condições do ambiente, como a formação de um rio, um desmoronamento ou, de repente, houve uma uma atitude humana pode separá-los para sempre.

O isolamento geográfico por si só pode promover a formação de novas raças, o que chamamos de raciação. Se o isolamento persistir e os indivíduos não mais se encontrarem, então não terão mais fluxo gênico, não terão mais misturas de DNA, porque além de isolamento geográfico, há também o isolamento reprodutivo. 

Isolamento geográfico e isolamento reprodutivo, após muitas gerações, faz com que cada grupo, sofrendo mutações aleatoriamente, formem o que nós chamamos de especiação, a formação de novas espécies.

As provas da evolução biológica das espécies

Certo, mas tudo isso é apenas teoria. Como comprovar se de fato é assim? A primeira prova são os fósseis. Não há como contestar esse registro. Pode ser uma pegada que por condições do ambiente secou e isto pode ser uma prova de um fóssil ali existente. 

Outra prova que a evolução biológica das espécies existe é, por exemplo, a chamada anatomia comparada, na qual compara-se partes do corpo dos animais. Por esta anatomia comparada, chega-se ao que chamamos de órgãos homólogos, que podem ou não ter a mesma função, mas têm a mesma origem embrionária.

Por exemplo, no braço do ser humano tem vários ossos e se pegar a pata dianteira de um cavalo, pode-se notar os mesmos ossos. Isso é uma irradiação adaptativa. Foi o que ocorreu com os mamíferos. 

Com a extinção dos grandes répteis, os mamíferos passaram a não ter tantos predadores e, a partir de pequenos roedores, aconteceu uma explosão de vida mamífera. A partir deste momento ocupou-se as mais variadas regiões do planeta, mas são todos mamíferos, ou seja, tem a mesma origem. Estudando os seus órgãos, é possível ter uma prova da evolução. 

Atente-se a este fato, órgãos análogos têm mesma finalidade, mas não tem mesma origem, não há grau de parentesco. As asas da borboleta e de um pássaro possuem a mesma função, que no caso é voar, mas o pássaro é um animal vertebrado, sua asa é um órgão, enquanto que a borboleta é um animal invertebrado, sua asa é um anexo. Não tem a mesma origem, mas tem a mesma finalidade. 

Então, órgãos análogos têm a mesma função, mas não possuem grau de parentesco. Órgãos homólogos podem ou não ter a mesma função, mas têm a mesma origem. Portanto é uma prova de grau de parentesco.

Outra prova da evolução biológica das espécies, além da anatomia comparada e dos fósseis, é a embriologia comparada. Analise o embrião de um peixe, de um anfíbio, de um réptil, de uma ave e de um mamífero, todos vertebrados descendentes de cordata. 

Você vai observar que, no início do desenvolvimento, todos vão ter fendas faringianas, todos vão ter calda pós anal, todos vão ter notocorda, todos vão ter cordão nervoso dorsal. Então, a gente repete, na vida embrionária, características de ancestrais. 

Outra prova da evolução biológica das espécies é a bioquímica comparada. Quando se vê os tipos de aminoácidos diferentes que são codificados pelo DNA daquele animal, que tipo de aminoácido que aquele animal possui. 

Por exemplo, o ser humano e o chimpanzé não possuem aminoácidos diferentes, são os mesmos codificados pelo seu DNA e os mesmos aminoácidos naturais produzidos pelo seu fígado. Então, esta é uma outra prova, além da bioquímica, temos também a genética comparada, que nada mais é que uma análise do DNA.

Então, quer dizer que nós, humanos, somos descendentes dos macacos?

Não, nós temos um ancestral comum, isto é, temos um grau de parentesco. Possuímos uma árvore filogenética que prova o nosso grau de parentesco, uma especiação que vai originar novas espécies a partir de um ancestral. 

Se essa especiação acontecer com alguma barreira geográfica, na qual os indivíduos não se encontram mais, é uma especiação alopátrica. Se a especiação surgir onde os indivíduos não se separaram, mantiveram-se unidos, não houve barreira geográfica, chamamos especiação simpátrica. Com isso, chegamos à prova da evolução biológica.

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Redação Beduka
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