A Guerra do Contestado foi um conflito armado que envolveu camponeses da fronteira entre Paraná e Santa Catarina e representantes do Governo Brasileiro.
A Guerra do Contestado foi um conflito muito importante para a História do nosso país. Por esse motivo, pode ser que ela seja tema de alguma questão do caderno de Ciências Humanas e suas tecnologias do Enem e de outros principais vestibulares.
Nesse artigo você encontrará:
- O que foi a Guerra do Contestado;
- Contexto histórico do conflito;
- Consequências da guerra.
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O que foi a Guerra do Contestado?
A Guerra do Contestado foi um conflito que ocorreu entre 1912 e 1916 – durante a Primeira República – em uma região entre o Paraná e Santa Catarina que era povoada por sertanejos. Foi um conflito sócio-político, já que envolveu disputas territoriais e reivindicações por melhores condições de vida da população.
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Esse conflito também possui caráter messiânico, uma vez que teve como líder o religioso José Maria. A guerra levou esse nome porque ocorreu em um território incorporado pelo estado do Paraná, entretanto, contestado por Santa Catarina.
As pessoas que viviam na região em que a guerra aconteceu eram muito pobres, oprimidas e não possuíam terras. Além disso, essas pessoas também sofriam com a escassez de alimentos.
Dessa forma, elas tinham que sobreviver sob opressão de grandes fazendeiros e de duas empresas empreendedoras que atuavam na região: uma madeireira e a Brazil Railway, responsável pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande do Sul a São Paulo.
Contexto Histórico da Guerra do Contestado
As terras da região da fronteira entre o Paraná e Santa Catarina permanecerem, durante um longo tempo, sem regulamentação. Por esse motivo, não era possível saber a qual estado ela pertencia, já que não existia nenhuma legislação determinando a posse dos territórios.
Inclusive, por muito tempo aquelas terras eram consideradas desinteressantes para o governo e as pessoas passaram a ocupá-las. Nos primeiros anos de República, centenas de famílias já haviam se instalado há muito tempo na região, estabelecendo ali o cultivo de erva-mate e a extração de madeira.
É nesse momento que a empresa norte-americana Brazil Railway Company, com o apoio de coronéis da região e do governo, iniciou a construção de uma ferrovia que ligava o Rio Grande do Sul a São Paulo. Essa construção atravessava a região entre Santa Catariana e o Paraná.
Como essas terras eram ocupadas sem registro pela população que lá vivia, a empresa comprou sua posse do governo e desabrigou muitas das famílias que viviam há anos na região. Além disso, um grupo de empresários ligados à Brazil Railway Company comprou uma grande quantidade de terras para a construção de uma madeireira, deixando ainda mais desalojados.
Após a construção da ferrovia, os funcionários que trabalharam nas obras permaneceram na região, na condição de desempregados.
O líder do conflito e como ele ocorreu
Nesse momento de grande dificuldade para a população, surge José Maria de Santo Agostinho, um monge peregrino, que se sensibilizou com a situação dos camponeses. Os camponeses, por sua vez, respeitavam muito os peregrinos e qualquer movimento messiânico, assim, José Maria logo ganhou adeptos.
José Maria era contra a República e tinha fama de curandeiro, já que estudava as ervas e com elas auxiliava muitos doentes. Em suas pregações, o monge prometia a construção de um mundo novo, mais justo.
Assim como no caso de Canudos, guiados pela ideia de uma vida comunitária, o líder religioso e seus seguidores fundaram “cidades santas”. Ele fundou uma comunidade a fim de receber os oprimidos, chamada de Quadrado Santo. Por essa razão a Guerra do Contestado ficou também conhecida como Guerra Santa.
O governo brasileiro, alegando que o monge era um desordeiro e inimigo das autoridades, enviou soldados para a região a fim de perseguir o monge e seus seguidores. José Maria e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do governo federal. Eles pretendiam dar fim aos povoados sertanejos e obrigá-los a saírem dos territórios dos quais haviam tomado posse.
A guerra iniciou com o armamento dos soldados contra as ferramentas agrárias dos fazendeiros, o que levou a morte de muitas pessoas, a maior parte camponeses. José Maria foi morto em novembro de 1912 na Batalha de Irani, local para onde ele e seus seguidores tinham fugido.
Os camponeses, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo, dando início a uma guerra civil. Novas sedes foram constituídas por seus seguidores, que até este momento não pensavam em se render.
O Governo Federal, ávido por acabar definitivamente com esta guerra, resolve usar todo seu poderio militar e abater as últimas fortificações resistentes, utilizando na batalha um grande contingente de soldados equipados com fuzis, canhões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma ação bélica desta magnitude.
O fim da Guerra do Contestado e suas consequências
Em 1914, o governo mais uma vez foi neutralizado com a fuga em massa dos moradores do “Contestado”. No ano seguinte, outros confrontos seriam marcados com sucessivas derrotas do Exército.
O já prolongado conflito só veio a ter um fim quando as tropas do governo foram mantidas por mais de um ano em confrontos regulares contra a comunidade revoltosa.
A Guerra do Contestado teve fim apenas em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, um dos chefes dos rebeldes que ainda lutavam. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.
O resultado do conflito foi a assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina – acordo de limites que definiu a configuração geográfica dos dois estados. Com isso, surgem as cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e de Porto União e vai sendo construída uma nova cultura regional no Brasil.
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