A Literatura de Informação remete ao período de descobrimento do Brasil, no qual os textos eram em sua maioria cartas remetidas a Portugal. Esses escritos fazem parte do primeiro movimento literário brasileiro : o Quinhentismo. Surgiu no século XVI e sua obra mais famosa é “A Carta de Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de Caminha. Leia esse artigo para saber mais sobre o que foi a Literatura de Informação, suas características, contexto histórico, autores e obras.
Neste texto sobre a Literatura de Informação, você encontrará os tópicos abaixo. Clique em um deles para ir diretamente ao conteúdo:
- O que foi Literatura de Informação?
- Qual foi o contexto histórico da Literatura de Informação?
- As 7 principais características da Literatura de Informação.
- Quais são os cinco principais autores da Literatura de Informação?
- Quais as obras deixadas pela Literatura da Informação?
- Veja alguns trechos de obras desse período.
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O que foi a Literatura de Informação?
A Literatura de Informação corresponde à produção literária dos viajantes que chegaram ao Brasil no período das grandes navegações. Ocorreu no século XVI e foi um segmento do movimento literário Quinhentista.
A produção desse período foi feita por portugueses e pode ser considerada um registro histórico e social. Dessa forma, a análise dos textos da Literatura de Informação demonstra os primeiros contatos dos portugueses com os indígenas brasileiros.
A terra, a flora, a fauna e o povo são elementos fundamentais desses registros literários. Os viajantes portugueses retratavam suas impressões sobre o Brasil e as encaminhavam a Portugal.
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Qual o contexto histórico da Literatura da Informação?
A Literatura de Informação se deu em meio à época das Grandes Navegações. Iniciada no século XV, tinha por objetivo a busca por novas rotas de comércio ao redor do globo terrestre.
Essas expedições culminaram na chegada dos portugueses ao Brasil, no dia 22 de abril de 1500. Após esse marco histórico, a presença portuguesa se expandiu gradativamente até a implantação das primeiras medidas de colonização.
Os registros textuais da chamada literatura de informação, referiam-se aos três primeiros séculos do Brasil. Nesse tempo, todas as relações tinham como alicerce, o vínculo entre a colônia e a metrópole.
Para compreender a composição dessas crônicas de viagens, é preciso entender que o território brasileiro foi uma colônia de exploração.
A dependência dessa colônia em relação à metrópole influenciou o caráter informativo das produções literárias desse período.
O interesse era a terra, a fauna, a flora, a ocupação, as conquistas e os modos e dificuldades na interação com os indígenas brasileiros. Esse interesse era relatado por meio de cartas, relatórios ou crônicas de viagens e encaminhadas a Portugal.
As 7 principais características da Literatura de Informação
A literatura de informação demonstra várias características. Veja as 7 principais: :
1- Caráter Descritivo
A principal característica dos textos produzidos pela literatura de informação, escrita por portugueses, é o descritivo.
Essas cartas, relatórios ou crônicas de viagens iniciaram – se da necessidade de relatar a Portugal o que havia sido encontrado na chegada ao território brasileiro.
2- Caráter Informativo
O caráter descritivo mistura-se ao informativo tornando esses escritos um registro histórico do Brasil.
Com a utilização de muitos adjetivos, relatavam as conquistas no território a metrópole.
3- Utilização de muitos adjetivos
Os portugueses através desses relatórios demonstravam-se entusiasmados com a chamada “descoberta”. Havia enorme destaque às riquezas presentes no território.
Para que todos esses levantamentos escritos fossem feitos, era necessário a utilização de muitos adjetivos.
4- Caráter Opinativo
Outra marcante característica foi a opinativa, pois as impressões pessoais de quem estava escrevendo ficava explícita.
A literatura da informação também não admitia metáforas ou outros recursos estilísticos bem elaborados.
Contudo, apesar da predominância informativa, as particularidades de cada autor caracterizam narrações distintas por meio do imaginário individual.
5- Registro Histórico
O êxtase com as riquezas naturais brasileiras e a sua glorificação, além da valorização da colônia, resultaria, já no século XIX, no nativismo dos autores do Romantismo.
Ressaltando, que os leitores da literatura da informação eram oriundos da Espanha e de Portugal.
Para que a metrópole portuguesa fosse informada sobre tudo que ocorria na colônia, a relação com indígenas, a catequese, a exploração do povo e do território, os objetivos e impressões dos portugueses em território brasileiro foram registrados.
Isso se tornou um acervo histórico do período colonial.
6- Registro da língua Tupi pelos missionários jesuítas.
Havia duas necessidades básicas dos portugueses: a utilização da mão de obra indígena e a catequização.
Para que isso se tornasse possível, era necessário estabelecer um processo de comunicação. Assim, o missionário jesuíta José de Anchieta escreveu “A Cartilha dos Nativos”, uma gramática Tupi-Guarani.
7- Crônicas de viagens.
Eram chamadas de crônicas de viagens exatamente por terem sido escritas por viajantes europeus que chegaram ao território brasileiro.
Tudo que era escrito, era um tipo de relato sobre as novas terras, sobre a viagem expedicionária e exploratória ao Brasil.
Quais são os 5 principais autores da Literatura de Informação?
Pero Vaz de Caminha
Autor do primeiro documento do Brasil, a mais famosa obra desse período, A Carta de Achamento do Brasil, dirigida ao então rei de Portugal D.Manuel I. Foi escrivão da tropa de Pedro Álvares Cabral.
Padre Manuel de Nóbrega
Missionário jesuíta português, comandou a primeira missão jesuítica enviada à América. Suas produções representam um valioso acervo histórico sobre o Brasil Colônia.
Sua primeira obra foi “Diálogo sobre a conversão dos gentios”. Nela, ele relata suas impressões sobre os índios Tupinambás e a necessidade dos jesuítas portugueses de levar eles à conversão.
José de Anchieta
Nascido nas Ilhas Canárias, quando chegou ao Brasil não tardou em aprender Tupi , isso resultou na criação de uma gramática tupi, com o objetivo de facilitar as missões jesuíticas.
Escreveu poemas de caráter religioso, além de relatar as décadas de convívio com o povo indígena. Ressaltando, que também foi autor de prosa em forma de cartas.
Gabriel Soares de Souza
Senhor de engenho, autor de “Tratado descritivo do Brasil”, que esmiuçou o cenário colonial e todos os seus aspectos; históricos, geográficos e econômicos.
Hans Staden
Alemão, chegou a ser prisioneiro dos índios Tupinambás, em 1554. Esse período, o fez escrever “Duas Viagens ao Brasil”: um relato minucioso do modo de vida do povo indígena.
Quais são as obras deixadas pela Literatura de Informação?
- Pero Vaz de Caminha: A Carta de Pero Vaz de Caminha.
- Manuel da Nóbrega: Diálogo Sobre a Conversão do Gentio; Caso de Consciência sobre a Liberdade dos Índios; Informação das Coisas da Terra e Necessidade que há para Bem Proceder Nela; Tratado Contra a Antropofagia.
- José de Anchieta: Os Feitos de Mem de Sá; Arte de Gramática da Língua mais usada na costa do Brasil; Poema à Virgem; A Cartilha dos Nativos (Gramática Tupi-Guarani); Carta da Companhia.
- Pero de Magalhães Gândavo: História da Província Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos Brasil; Tratado da Província do Brasil.
- Gabriel Soares de Sousa: Tratado Descritivo do Brasil.
- Hans Staden: Duas Viagens ao Brasil.
Veja alguns trechos de obras desse período.
Segue abaixo um extenso nome alternativo, uma espécie de resumo, para “Duas Viagens ao Brasil”, o primeiro livro impresso que falou sobre o Brasil. Veja a seguir o título que nos traz uma dimensão desses escritos:
“História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora Traz a Público com essa Impressão”.
Segue abaixo um trecho da obra “A Carta de Achamento do Brasil”:
“Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos.”
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