Ponciá Vicêncio é uma mulher negra que migra do interior à cidade grande. Motivada por uma melhora na qualidade de vida, é desgastada pelos preconceitos e perda de sua identidade cultural, enquanto luta contra tudo isso. A obra é da mineira Conceição Evaristo, expoente da literatura afro-brasileira contemporânea. Fique conosco para saber tudo sobre o resumo de Ponciá Vicêncio!
Neste artigo com o resumo de Ponciá Vicêncio, você encontrará:
- Informações gerais: ficha técnica
- Resumo de Ponciá Vicêncio
- Análise da obra + sobre a autora
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Informações gerais
É importante, principalmente se você não tiver muito tempo para ler a obra completa, conhecer e se recordar dos aspectos técnicos, que podem te guiar na leitura do resumo de Ponciá Vicêncio.
Ficha técnica:
Título: Ponciá Vicêncio
Autora: Conceição Evaristo
Ano de publicação: 2003
Nacionalidade: Brasileiro
Foco narrativo: 3° pessoa
Movimento literário: Literatura afro-brasileira contemporânea
Resumo de Ponciá Vicêncio
Fique agora com o nosso resumo de Ponciá Vicêncio, com os detalhes mais importantes da narrativa para você se localizar melhor e adentrar na história em pouco tempo!
Enredo inicial
A obra narra a vida de Ponciá Vicêncio, em flashbacks, desde sua infância até a idade adulta. Ela nasceu na vila chamada Vicêncio, no interior do Brasil. Era um local de população formada por descendentes de escravos cujos proprietários da terra eram a Família Vicêncio. Lá, os nascido herdaram esse sobrenome e era onde todos moravam e trabalhavam.
Sua mãe era Maria Vicêncio e trabalhava com o artesanato de barro, assim como Ponciá. Seu pai e seu irmão trabalhavam na lavoura da família Vicêncio. Ponciá, que brincava de passar por debaixo do arco-íris com medo de mudar de sexo (crendice popular), era diferente desde a infância; principalmente pela semelhança física com o avô Vicêncio.
Na época em que ele era escravo, teve um momento de loucura e indignação com a escravidão. Acabou matando a esposa e tentou suicídio. Fê-lo cortando o braço, mas não morreu, restando-lhe um cotoco. Ponciá imitava o avô desde pequena, apesar de ele ter falecido quando ela era uma criança de colo. Ela sempre modelava um boneco de barro como ele e todos se espantavam com isso, dizendo que ela “carregava a herança do avô”.
Desenvolvimento
Depois de perder o pai, Ponciá foi à cidade grande em busca de uma vida melhor. Viajou de trem e, ao chegar, não tinha para onde ir. Dormiu junto à porta de uma igreja e logo depois conseguiu um emprego de doméstica. Juntava dinheiro para comprar um barraco e trazer a mãe e o irmão para morar com ela.
Enquanto isso, seu irmão Luandi decide migrar para a cidade grande, o que deixou a mãe triste. Já na cidade, arrumou um emprego de faxineiro na delegacia com a ajuda do soldado Nestor, um negro que conheceu ao chegar na estação de trem. Nestor servia de inspiração para Luandi que sonhava em ser soldado.
A mãe, Maria Vicêncio, ficou sozinha na casa e decidiu viajar pelas vilas até chegar a hora de encontrar os filhos. Sem saber dos ocorridos, Ponciá volta à vila para buscar sua mãe e o seu irmão, mas não encontra ninguém. Encontrou o boneco de barro do avô e tomou-o consigo de volta à cidade.
Ao visitar Nêngua Kainda, uma velha considerada sábia que guardava as tradições, Ponciá descobre que encontrará a mãe e o irmão, cumprindo a herança. Dias depois, Luandi também vai à vila e encontra casa vazia, além da ausência do boneco. Deixou seu endereço da cidade com Nêngua Kainda, caso alguém retornasse à vila.
Desfecho de Ponciá Vicêncio
De volta à cidade, Ponciá se juntou a um homem que conheceu na favela. No início, eles viviam apaixonados, depois, ela passou a sofrer com agressões físicas. Todo o desgaste foi intensificado pela apatia que ela sentia por estar distante de seus familiares e ter sofrido 7 abortos.
Neste intervalo de tempo, Luandi aprende a ler e escrever ficando mais próximo de realizar seu sonho de ser soldado. Conheceu Bilisa, uma mulher negra, que veio para a cidade em busca de uma vida melhor. Ao ser roubada na casa onde trabalhava, tornou-se prostituta. Ainda sim, os dois se apaixonaram e fizeram planos. Contudo, ela foi assassinada por Negro Climério, interrompendo os planos do casal.
Agora, é a mãe quem volta à vila e encontra o endereço do filho com a velha sábia. Ela vai ao encontro dele na cidade grande e, ao chegar na estação de trem, encontrou o soldado Nestor. Entregou-lhe o bilhete com o endereço do filho e foi guiada até a delegacia onde estava Luandi.
Na favela, Ponciá já delirava com saudades do barro e decide retornar à cidade natal. Na estação de trem, reencontra a família e retornam juntos para a Vila Vicêncio, onde Ponciá faz o cumprimento de sua herança ancestral, junto do rio, do arco-íris e do barro.
Análise de Ponciá Vicêncio
A obra Ponciá Vicêncio é o primeiro romance de Conceição Evaristo e nela são narrados os problemas do cotidiano das mulheres afrodescendentes, sob um ponto de vista claramente feminino e negro.
Esta obra contrapõe a tese segundo a qual a escrita dos descendentes de escravos estaria restrita ao conto e à poesia. Além disso, estabelece uma visão crítica sobre o abolicionismo do século XIX e até se assemelha com obras do negrismo modernista de Jorge Amado ou José Lins do Rego.
Em toda a prosa há a forte presença da linguagem poética, ela narra os pequenos acontecimentos do cotidiano, mas com um olhar que transcende o automatismo das coisas do dia-a-dia. Assim, olha-se com a essência da poesia.
É um texto marcado pela etnicidade cultural da voz. Quem fala é um sujeito étnico, com as marcas do preconceito carregadas e sentidas na pele, percorrendo o passado em contraponto com os mitos de cordialidade e democracia racial.
Já de início o sobrenome “Vicêncio”, que provém do antigo dono da terra, era uma marca de subalternidade. Assim, denuncia a ausência de um dos direitos de cidadania, para aqueles descendentes de escravos.
O relato estende-se pelo penoso caminho de vazios e derrotas. Nele, menina ou mulher, vai sendo alijada dos entes queridos e de tudo o que possa significar enraizamento identitário. Ponciá até chega a cair na letargia que a faz perder-se de si mesma. Mas como carrega a força de seus ancestrais, ainda que no fundo poço, consegue voltar às suas origens.
Sobre a autora
Conceição Evaristo nasceu em Belo Horizonte, em 1946, numa favela no alto da Avenida Afonso Pena. Como era uma área valorizada da capital, a população que lá vivia foi realocada para outros bairros da cidade, para que novos prédios e ruas fossem construídos.
Dona Joana, sua mãe, teve nove filhos, era doméstica e lavava roupas para fora. Ela sempre dedicava tempo para contar histórias a seus filhos, que acabaram fazendo parte do acervo de Conceição Evaristo.
Enquanto Conceição estudava, também trabalhou de doméstica. Em 1971, formou-se professora e depois se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi aprovada em um concurso municipal para magistério e, posteriormente, no curso de Letras da UFRJ.
Ela é uma das principais escritoras da literatura Brasileira e Afro-brasileira atualmente, trazendo reflexões sobre as questões de raça e de sexo, com o propósito de revelar a desigualdade e de recuperar a memória sofrida desses grupos. Conceição carrega em suas memórias os acontecimentos e pessoas do seu tempo de infância que, algumas vezes, até participam de suas narrativas.
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