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O que um antropólogo faz? Conheça as funções e áreas de atuação deste profissional

o que um antropólogo fazO que um antropólogo faz?

Um antropólogo é um profissional da área das Ciências Humanas e Sociais que possui uma grande importância para a cultura, o Direito e, talvez te surpreenda, o marketing! Mas o que será que um antropólogo faz de fato?

Ele é responsável por identificar, analisar e registrar o comportamento dos seres humanos. Ou, como o nome da ciência sugere (antropo, humano, e logia, estudo), ele estuda o ser humano, suas formas de organização, seus símbolos, sua língua, tudo que nós fazemos e por que fazemos.

A antropologia é uma ciência relativamente recente na História, surgindo no final do século XIX no contexto do imperialismo europeu e seu neocolonialismo. Mas já possui variados campos de atuação e uma diversidade de funções.

A seguir, vamos te explicar tudo isso.

O que um antropólogo faz?

O antropólogo é um profissional cujo objetivo é estudar as diversas dimensões do ser humano vivendo em comunidades. Assim, ele analisa a cultura, as organizações sociais, a estrutura biológica dos povos, sua linguagem e sua história.

Deste modo ele entende como as pessoas vivem, pensam, atribuem papéis para si e para os outros e se relacionam com o mundo.

É sua função também relatar como as formas de comportamento são e de que modo elas se consolidaram. Por exemplo, como os parentescos são definidos em cada grupo humano, quais são as proibições que existem entre eles e como elas se estabeleceram.

Quais são as áreas de atuação de um antropólogo?

O antropólogo pode atuar em muitos setores da sociedade, tanto públicos quanto privados. Como sua principal missão é compreender e interpretar a diversidade humana, ele se torna útil em vários contextos profissionais.

Veja algumas das principais áreas onde esse profissional pode trabalhar:

  • Educação e pesquisa: em universidades, institutos e centros acadêmicos;
  • Museus e patrimônio histórico: cuidando da preservação e da interpretação de culturas passadas e presentes;
  • Consultorias sociais: prestando apoio a empresas ou governos em temas ligados a diversidade, comunidades tradicionais ou minorias;
  • Saúde pública e políticas sociais: ajudando na criação de projetos sensíveis às realidades culturais locais;
  • Empresas e marketing: analisando o comportamento do consumidor para desenvolver campanhas mais eficazes;
  • Perícia judicial e assessoria jurídica: especialmente em causas envolvendo povos indígenas, quilombolas ou questões de identidade cultural.

Como um antropólogo atua?

A parte principal do trabalho do antropólogo, ou seja, aquilo que ele realmente faz é a pesquisa de campo e o registro de suas observações e teorias acerca dos comportamentos que vê e analisa.

Os métodos que ele utiliza são:

  • Etnografia: estudo de campo em que o antropólogo faz uma visita a determinado povo e observa profundamente seus aspectos;
  • Entrevistas: permite conhecer a interpretação que a comunidade dá a seus comportamentos e entendê-los a partir do olhar próprio dela.
  • Análise de documentos, imagens e objetos materiais, como relatos religiosos, histórias mitológicas, vestimentas.

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Mercado de trabalho para um antropólogo

A antropologia não está entre as profissões mais populares, porém possui um campo sólido e que se expande principalmente com o crescimento das discussões sobre diversidade, equidade e inclusão.

A área também possui pouca concorrência. Assim, os empregos são mais estáveis e, em comparação com outros, mais rentáveis.

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Os principais empregadores são:

  • Universidades e instituições de pesquisa;
  • ONGs e organizações internacionais;
  • Órgãos governamentais, como a Funai, o IPHAN ou secretarias de cultura e direitos humanos;
  • Empresas privadas, principalmente de setores que envolvem comportamento de consumo, marketing e responsabilidade social.

O setor de concursos públicos é um caminho interessante para quem busca estabilidade na carreira.

Salário médio de um antropólogo

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o salário médio de um antropólogo é de R$ 4.483,76. Mas existe uma variação grande a depender da experiência e da formação que o profissional possui, além de o salário estar ligado ao que o antropólogo faz na prática e à instituição que o emprega.

Como se tornar antropólogo?

Para atuar como antropólogo, você precisará de uma formação em Antropologia. Ela pode ser tanto no nível de graduação como em uma pós-graduação.

Na graduação você tem como opção formar-se em um curso específico de Antropologia, que ofertará metodologias de campo, teorias antropológicas e estudos mais diretos da área. Mas é possível também seguir por outro caminho. Por exemplo, fazer um curso de Ciências Sociais e aprofundar-se em Antropologia.

Os cursos de Ciências Sociais são mais comuns nas universidades brasileiras. Isto torna o acesso mais fácil.

Antropólogos brasileiros

Desde o século XX o Brasil possui antropólogos muito importantes, que contribuíram e continuam contribuindo para o desenvolvimento da Antropologia e do próprio país. Os mais famosos são:

Darcy Ribeiro (1922–1997)

Foi também político, educador e escritor. Ele estudou profundamente os povos indígenas brasileiros e foi um defensor incansável da educação pública. É autor de obras como O Povo Brasileiro e teve papel central na criação da UnB (Universidade de Brasília).

Gilberto Freyre (1900–1987)

Embora sua formação fosse mais voltada à sociologia, Freyre é considerado um pioneiro da antropologia cultural no Brasil. Sua obra Casa-Grande & Senzala é uma das mais influentes sobre a formação social brasileira, apesar de também gerar debates e críticas nos dias atuais.

Roberto DaMatta (1936–)

Um dos nomes mais importantes da antropologia contemporânea no Brasil. DaMatta ficou conhecido por suas análises sobre a cultura brasileira, com foco em temas como hierarquia, cordialidade e rituais. Seu livro Carnavais, Malandros e Herois é leitura obrigatória para estudantes da área e mostra como a violência faz parte do nosso cotidiano.

Manuela Carneiro da Cunha (1943–)

Referência em estudos sobre povos indígenas e políticas públicas. Manuela é professora da USP e da Universidade de Chicago, e já participou da elaboração do capítulo sobre os direitos indígenas na Constituição de 1988. É autora de diversas obras fundamentais para a antropologia indígena.

Lélia Gonzalez (1935–1994)

Antropóloga, filósofa e ativista do movimento negro no Brasil. Lélia trouxe importantes contribuições para os estudos de gênero, raça e cultura afro-brasileira. Seu trabalho ajudou a colocar em pauta a interseção entre racismo, machismo e classe social.

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