Literatura

Quem foi Graciliano Ramos? Biografia, características e obras

Quem foi Graciliano RamosQuem foi Graciliano Ramos?
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Graciliano Ramos foi o autor de livros muito importantes na história da Literatura Brasileira. Ele foi reconhecido mundialmente, recebendo prêmios internacionais pela sua escrita. Sua obra tratava de temas ligados à existência humana, como a angústia. Neste texto, nós te falamos um pouco mais sobre quem foi Graciliano Ramos e aspectos de sua obra.

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Quem foi Graciliano Ramos?

Graciliano Ramos de Oliveira foi considerado um dos principais nomes da Literatura Brasileira do século XX.

Ele nasceu em 1892 em Quebrangulo, cidade do interior de Alagoas. Foi o filho mais velho de uma família de classe média e teve 15 irmãos. Seu pai era comerciante e garantiu uma boa educação para Graciliano, matriculando-o em um internato de Viçosa, também em Alagoas.

Parte de sua infância pode ser conhecida pelo livro de contos autobiográficos, Infância (1945). Na obra, Ramos relata sua vivência na escola, sua dificuldade com os estudos formais, seu início com a literatura por meio de livros emprestados de um juiz.

Em 1904, Graciliano publicou seu primeiro conto no jornal O Dilúculo, co-fundado por ele. O texto narra a história de uma criança de oito anos que vive de esmolas, ou um “pobre pequeno mendigo”, como ele escreve.

Mudou-se com a família em 1910 para Palmeira dos Índios (Alagoas, onde seu pai fixou um pequeno comércio. Após a conclusão do Ensino Médio, Graciliano partiu para o Rio de Janeiro. Lá, ele trabalhou como revisor dos jornais Correio da Manhã, A Tarde e O Século.

Em 1915 voltou para Palmeira, depois de algumas perdas familiares para a peste bubônica. Três irmãos e um sobrinho morreram devido à doença. Em Palmeira, Graciliano se casou com Maria Augusta Barros, com quem teve quatro filhos. Maria Augusta faleceu em 1920, e Graciliano tornou a se casar com Heloísa de Medeiros.

Graciliano Ramos e a Política

Se quer saber quem foi Graciliano Ramos, precisa conhecer a relação que ele teve com a política. Passou a ajudar seu pai no comércio de Palmeira dos Índios. Ainda nesta cidade, acabou por se relacionar com a política, chegando ao cargo de prefeito em 1928.

Sua eleição teve apenas a sua candidatura ao pleito e contou com o apoio do governador de Alagoas. Ramos, em seus relatórios destinados ao governador, demonstrava uma preocupação muito grande em fazer a moralização da política local.

Em 1930, ele renunciou ao cargo de prefeito e passou a servir como diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado. Ao longo de sua vida a política esteve presente, seja pelos cargos públicos que ocupava (principalmente ligados à educação), seja pela visão de mundo comunista que mantinha.

Ramos chegou a se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, assim como outros intelectuais brasileiros de sua época. Entre eles estava Cândido Portinari, com quem Graciliano trocou algumas cartas sobre a ligação da arte com o sofrimento.

O mais inusitado de sua participação na política é que ela lhe rendeu a fama na Literatura.

Os relatórios escritos por ele durante o período na prefeitura de Palmeira dos Índios chamou a atenção de Augusto Frederico Schmidt. Schmidt foi quem o animou a publicar seu primeiro romance, Caetés (1933).

A política também lhe valeu a prisão na Era Vargas. Após a Intentona Comunista, ficou onze meses preso e foi liberado, sem acusação nem julgamento. O período em que esteve preso é relatado em Memórias do Cárcere, livro publicado postumamente e muito importante para saber quem foi Graciliano Ramos

Seu livro Angústia, tido como a melhor obra por muitos críticos, foi publicado enquanto ele estava preso. Para isso, contou com a ajuda de sua esposa Heloísa e do seu amigo José Lins do Rego, também escritor.

Graciliano Ramos morreu em 1953 com um câncer de pulmão.

Quais são as características literárias de Graciliano Ramos?

Para saber quem foi Graciliano Ramos, vamos relembrar de qual escola ele fazia parte. 

Suas produções são incorporadas à segunda geração modernista. Os autores desta escola foram responsáveis pelo amadurecimento do modernismo, retomando características do realismo.

Por isso, tentavam descrever a realidade como viam, de maneira mais direta que os primeiros modernistas.

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Graciliano não gostava muito do modernismo. Numa entrevista a Homero Senna, ele diz que sua impressão do movimento era: “Muito ruim. Sempre achei aquilo uma tapeação desonesta. Salvo raríssimas exceções, os modernistas brasileiros eram uns cabotinos.”

E ao ser perguntado sobre se considerava sua própria obra modernista, ele disse: “Que ideia! Enquanto os rapazes de 22 promoviam seu movimentozinho, achava-me em Palmeira dos Índios, em pleno sertão alagoano, vendendo chita no balcão.”

Deste modo, ele se voltou para uma tradição anterior do realismo e distante das inovações modernistas.

A obra de Graciliano Ramos é apontada com uma escrita mais seca do que a dos demais escritores brasileiros. Seu texto é enxuto, composto por períodos curtos. A maior parte dos seus romances e contos se encontram em primeira pessoa, a única exceção é Vidas Secas (1938).

Traços importantes das suas narrações são:

  • interesse voltado para o homem inserido no meio social
  • angústia existencial
  • violência como forma de resolução dos conflitos
  • mandonismo
  • uso da primeira pessoa.

Obras de Graciliano Ramos

A sua vasta lista de obras, revela bem quem foi Graciliano Ramos. Além de quatro romances, ele produziu muitos contos e crônicas, além de textos de crítica literária.

Algumas obras publicadas foram:

  • Caetés (1933)
  • São Bernardo (1934)
  • Angústia (1936)
  • Vidas Secas (1938)
  • A Terra dos Meninos Pelados (1942)
  • História de Alexandre (1944)
  • Dois Dedos (1945)
  • Infância (1945)
  • Histórias Incompletas (1946)
  • Insônia (1947)
  • Memórias do Cárcere (1953)
  • Viagem (1954)
  • Linhas Tortas (1962)
  • Viventes das Alagoas, costumes do Nordeste (1962)

Frases de Graciliano Ramos

Agora que você já sabe quem foi Graciliano Ramos e como é a sua obra, vamos ver algumas frases que revelam muito sua personalidade e sua arte.

Dicio­nário, para mim, nunca foi apenas obra de consulta. Costumo ler e estudar dicionários. Como escritor, sou obrigado a jogar com palavras. Logo, preciso conhecer o seu valor exato.”

“Quase sempre converso forçado, porque chegam pessoas. Mas na verdade muitos dias preferiria ficar quieto, sem trocar palavra.”

“Nunca pude sair de mim mesmo. Só posso escrever o que sou. E, se as personagens se comportam de modos diferentes, é porque não sou um só.”

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Redação Beduka
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