Alguns autores são atemporais, o escritor português Fernando Pessoa é um deles. A qualidade de seus escritos é inquestionável e eles continuam caindo nos vestibulares. Leia esse artigo sobre livros de Fernando Pessoa e descubra os anseios de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, além de ficar preparado para qualquer questão de vestibular.
Neste texto, você terá acesso aos mais importantes livros de Fernando Pessoa. Tem bastante conteúdo pela frente, então clique em um dos tópicos para ir diretamente ao que deseja saber:
- Quem é Fernando Pessoa?
- Livros de Fernando Pessoa: Mensagem
- Livros de Fernando Pessoa: Desassossego
- Livros de Fernando Pessoa: Poesia Completa, Alberto Caeiro
- Livros de Fernando Pessoa: Poemas de Álvaro de Campos
- Livros de Fernando Pessoa: Odes Escolhidas de Ricardo Reis
Quando você terminar de ler sobre os mais importantes livros de Fernando Pessoa, coloque em prática todo seu conhecimento com O Melhor Simulado Enem do Brasil!
Quem é Fernando Pessoa?
Fernando Pessoa é um dos mais importantes nomes da literatura portuguesa. Talvez, você já tenha lido um de seus poemas e nem percebeu. Sabe por quê? Ele era mais três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
É o que chamamos de heterônimos, e Fernando era o mestre deles.
O que são os heterônimos de Fernando Pessoa?
Primeiro, é importante saber que um heterônimo difere de um pseudônimo. Vou te explicar! Porque são informações cruciais para entender o poeta português e essa parte da literatura.
Um pseudônimo pode ser considerado o nome artístico dos escritores, tipo esses que atores e cantores têm. Trata-se apenas de uma mudança de nome, e não de identidade. Continua sendo a assinatura, personalidade e vida do próprio autor.
Agora, um heterônimo deve ser considerado uma outra pessoa, com sua própria história, data de nascimento, características, gostos e anseios. Pois é, uma loucura, mas Fernando Pessoa conseguiu ser quatro homens.
Depois de conhecer os principais livros de Fernando Pessoa, você vai achar isso bem fácil. Além de escritor, o autor foi publicitário, astrólogo, tradutor e empresário.
Mas, antes de iniciarmos um tour pelos principais livros de Fernando Pessoa, veja como o autor se referiu aos heterônimos:
“(…) Como escrevo em nome desses três?… Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê.
(Fernando Pessoa – Carta a Adolfo Casais Monteiro, 13 de janeiro de 1935)
1 – Livros de Fernando Pessoa: Mensagem
Mensagem é um dos livros mais importantes do autor. Não se trata de um romance, mas de um enredo escrito através de 44 poemas.
Neles, a história de Portugal é relatada e homenageada, sendo uma das principais características da obra: o patriotismo.
Também podemos citar uma intertextualidade (diálogo entre dois textos, semelhança) em relação a obra Os Lusíadas, de Camões. Ambos apresentando um marcado caráter ufanista, ou seja, uma super valorização da pátria, história e conquistas de Portugal.
Os trabalhos assinados pelo próprio autor são chamados de ortônimos. O livro Mensagem é um deles.
Temos dois artigos exclusivos sobre essa obra, um contendo uma análise e outro com muitos exercícios, mais gabarito. Eles podem te ajudar bastante!
2 – Livros de Fernando Pessoa: Livro do Desassossego
Quando falamos sobre Fernando Pessoa, há uma infinidade de informações para aprender e descobrir. Então, já conversamos sobre heterônimo e ortônimo, mas não é só isso!
Ainda há o semi-heterônimo. Nesse caso, o nome possui algumas características que diferem do autor. Porém, não chega a existir a construção de uma história e identidade totalmente desvinculadas.
Foi um semi-heteronômio que assinou o Livro do Desassossego, estamos falando de Bernardo Soares. A obra não possui um espaço-tempo claro, podendo ser considerada uma produção fragmentada.
Apesar de ser a obra do autor que mais se aproximou de um romance, a narrativa não é linear. Vou te explicar de uma maneira mais simples. Imagina que há anos você escreve em um diário sobre suas paixões, anseios, medos e por aí vai. Mas, olha só!
Tudo isso sem continuidade, em horas e momentos aleatórios. E sem se preocupar com fatos e detalhes. Mesmo assim, alguém lê os seus escritos, os considera magníficos e resolve publicar.
Surge um livro que não é exatamente um romance, mas também não é de poemas. Isso explica um pouco sobre o “Livro do Desassossego”. Narrado por Bernardo Soares, um ajudante de guarda-livros em Lisboa, que também se preocupa em falar sobre a moral e o conhecimento.
Veja a seguir alguns trechos do Livro do Desassossego:
“No baile de máscaras que vivemos, basta-nos o agrado do traje, que no baile é tudo. Somos servos das luzes e das cores, vamos na dança como na verdade…”
“Porque eu não sou nada, eu posso imaginar-me a ser qualquer coisa.”
“É uma vontade de não querer ter pensamento, um desejo de nunca ter sido nada, um desespero consciente de todas as células do corpo e da alma. É o sentimento súbito de se estar enclausurado na cela infinita. Para onde pensar em fugir, se só a cela é tudo?”
A obra é um retrato dos pensamentos que nos invadem aleatoriamente, a qualquer hora do dia. Considerado um dos melhores livros de Fernando Pessoa.
3 – Livros de Fernando Pessoa: Poesia Completa, Alberto Caeiro
Poesia Completa é um livro que reúne os poemas assinados por Alberto Caeiro, consequentemente, é um reflexo do modo de vida e de sentir desse heterônimo criado por Pessoa. Logo, precisamos entender um pouquinho sobre ele.
Heterônimo Alberto Caeiro
Caeiro nasceu em Lisboa, em 1889. O seu mundo é bucólico, de valorização das coisas simples, da natureza.
Outras características importantes do autor são: ele não se desgasta com pensamentos, é objetivo e apenas descreve o mundo como de fato ele já é. Sem enfeite, sem necessidade de entendimento.
É como pessoas que procuram lugares distantes, cheios de árvores e apenas contemplam as folhas que balançam. Como muitos poetas, morreu de tuberculose.
Aqui, vamos abrir um parênteses, percebeu como os heterônimos possuem até a data de nascimento e de morte? E nada do que foi mencionado se refere a Fernando Pessoa. Logo, há uma total particularidade.
Voltando à obra Poesia Completa, assim como o perfil do autor, os poemas presentes nela são uma verdadeira contemplação da natureza.
Abaixo, veja um dos poemas pertencentes a Alberto Caeiro nos livros de Fernando Pessoa:
Eu não tenho filosofia:
tenho sentidos…
Se falo na Natureza
não é porque saiba o que ela é,
Mas porque quem ama
nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama,
nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência…
E a única inocência
não-pensar…”
Suas obras também podem ser consideradas metafísicas e antimetafísicas.
Metafísica à medida que possuem um caráter bastante filosófico, do entender a verdadeira finalidade de tudo. E, antimetafísica, à medida que propõem a simplicidade do não pensar, o apenas aceitar.
Outra contradição é o fato de que o autor prega o não pensar mas o utiliza ao escrever. Pois, a linguagem invariavelmente exige o ato de pensar.
Simplificando, você acha que seria possível criar esse poema sem pensar? Ao mesmo tempo, seria possível criá-lo só pensando?
Essas questões fazem esse heterônimo ser considerado um dos mais complexos do autor.
4 – Livros de Fernando Pessoa: Poemas de Álvaro de Campos
Entre os principais livros de Fernando Pessoa, está o que reúne os poemas de Álvaro de Campos. Vamos entender um pouquinho mais sobre ele.
Heterônimo Álvaro de Campos
“O mais histericamente histérico de mim”… Foi assim que Fernando Pessoa se referiu ao heterônimo Álvaro de Campos. Engenheiro, amante da modernidade, inquieto como as cidades que nunca param.
Álvaro é o oposto de Caeiro, não se contenta com as coisas simples, é ao mesmo tempo o amante e o crítico das máquinas, da vida agitada das metrópoles que nunca param.
Isso fica muito claro no seu poema, Tabacaria. Nele, o autor, mesmo sendo engenheiro e amando a modernidade, se vê mergulhado em uma consciência fatídica: o progresso condenando o homem à solidão.
Tabacaria
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade na parede e cabelos brancos nos homens,
Com o destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.” (…)
Essa é apenas uma parte do poema, que é bem longo. Logo, há outras emoções que permeiam o texto.
No geral, vemos às palavras de um eu-lírico atormentado pelo peso da consciência da realidade. A mesma consciência que é amenizada com as fugas que se encontra na cidade. No caso, a encontrada pelo poeta, foi um cigarro.
Além desse, outros poemas importantes de Álvaro de Campos são: “Opiário”, “Ode triunfal” e “Lisbon revisited” .
5 – Livros de Fernando Pessoa: Odes Escolhidas de Ricardo Reis
Essa obra reúne as produções do heterônimo Ricardo Reis. Poemas bastante conhecidos por apresentar uma característica pagã.
Esses escritos sofreram uma influência visível da cultura grega. Por isso, o nome “odes” (poemas líricos que surgiram na Grécia Antiga).
Antes de continuarmos, é essencial conhecermos um pouco a respeito da história e personalidade de Ricardo Reis. Vamos lá?
Heterônimo Ricardo Reis
Ricardo Reis nasceu em 1887, na cidade do Porto. Seu estilo literário não apareceu do nada! Foi fruto de anos de estudo em um colégio de jesuítas. Nele, Ricardo teve contato com o latim e com a cultura helenística.
Seus primeiros escritos foram publicados na Revista Athena, criada por Fernando Pessoa. Eles constam no livro “Odes Escolhidas de Ricardo Reis”. Outras odes do heterônimo, que constam no livro, são as publicadas na Revista Presença, entre os anos de 1927 e 1930.
Ricardo também foi um adepto do Epicurismo, ou seja, a busca por prazeres moderados. E do famoso Carpe Diem, aproveitar o dia. Só que há um porém, o Carpe Diem teve seu significado descontextualizado nos nossos dias.
Não se trata de viver sem preocupações e experimentar tudo que o momento permite. Apenas, de ser leve e ver as coisas boas que ele oferece. Essa é a parte apurada dos livros de Fernando Pessoa.
Resumindo, Ricardo era um cara contido, de gosto refinado e culto. Veja abaixo uma de suas produções:
Sê Rei de Ti Próprio
Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?
Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.
(Ricardo Reis, in “Odes”)
Chegamos ao fim? Não!
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No mais, espero que nosso artigo sobre os livros de Fernando Pessoa, tenha te ajudado.
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