Literatura

Os Lusíadas de Camões (Resumo + Análise)

Resumo e Análise de Os Lusíadas de CamõesResumo e Análise de Os Lusíadas de Camões
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Os Lusíadas é um clássico da literatura portuguesa publicado em 1572 por Luís Vaz de Camões. Essa obra é chamada de épica camoniana, uma verdadeira relíquia surgida em Portugal quando o renascimento trazia novamente a inspiração greco-latina. Confira neste artigo o resumo de Os Lusíadas e uma análise detalhada.

Quer seguir diretamente para alguma parte específica? Clique em algum dos itens abaixo:

  1. Análise de Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões
  2. A Fé Cristã em Os Lusíadas
  3. Resumo de Os Lusíadas
  4. Principais episódios da narrativa

Essa obra já foi cobrada diversas vezes em vestibulares, já foi cobrada até na Fuvest. Já temos o resumo de todas as obras que serão cobradas no vestibular Fuvest. Confira a nossa lista com as leituras obrigatórias.

Além do resumo de Os Lusíadas, você verá resumo de outras obras de poesias dos tradicionais autores brasileiros, com destaque para Carlos Drummond de Andrade.

Análise de Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões (Classicismo)

Antes de iniciarmos o resumo de Os Lusíadas, é bom que você conheça primeiro alguns aspectos técnicos sobre o modo como sua epopéia foi escrita.

“Cessem do sábio Grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram;

Cale-se de Alexandro e de Trajano

A fama das vitórias que tiveram;

Que eu canto o peito ilustre Lusitano,

A quem Netuno e Marte obedeceram.

Cesse tudo o que a Musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se levanta.”

Métrica – Como são os versos em Os Lusíadas?

A obra foi escrita em versos, trata-se de uma grande poesia. É dividida em 10 cantos totalizando 1.102 estrofes, todas com oito versos cada uma.

Os versos são decassílabos heróicos, ou seja, todos possuem dez sílabas poéticas. Isso marca o início do classicismo português.

No total são 8816 versos e todos eles rimam da mesma forma: ABABABCC.

Como funciona isso? O primeiro verso rima com o terceiro e com o quinto; o segundo verso rima com o quarto e o sexto; e o sétimo e o oitavo rimam entre si. Essa é a oitava-rima camoniana.

E não só! Há muitas rimas internas por causa da sonoridade das vogais e aliteração com a sonoridade das consoantes.

É um poema épico que imita Homero e Virgílio e elogia os grandes feitos do povo português, ou seja, uma epopéia. Mistura de episódios históricos e lendários, até com inclusões lúdicas abordando monstros e seres sobrenaturais.

Os Lusíadas é o maior monumento poético de língua portuguesa. Por isso aproveite este resumo de Os Lusíadas para orientar sua leitura.

Influência de Homero e Virgílio em Os Lusíadas

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Camões adotou o estilo do poema épico. Isso quer dizer que optou por um gênero poético narrativo que envolve grandiosidade ao cantar a história de um povo.

Homero em Ilíada e em Odisséia narra os acontecimentos que envolvem a Guerra de Tróia e o retorno de Ulisses pelos mares até sua casa em Ítaca, enfrentando a ira de Poseidon. Por meio de lendas ele exaltou o povo grego em seus atos mais heróicos.

Já Virgílio cantou as aventuras de Enéas, para narrar a história da fundação da cidade eterna: Roma; e as origens de seu povo.

Por falar em Roma, aproveite para treinar com algumas questões de vestibular sobre Roma Antiga depois que terminar de ler este resumo de Os Lusíadas.

Linguagem em Os Lusíadas de Camões

Muitos termos antigos são utilizados, a sintaxe é truncada. Com tantos arcaísmos do português pode haver estranhamento ao ler a obra. Ainda assim, não é difícil compreender os principais elementos porque o poema épico narra a própria história junto de feitos heróicos e mitológicos.

As descrições são minuciosas, descrevendo os detalhes da paisagem, as cenas de batalha e até os trajes dos guerreiros. Mais abaixo, no resumo de Os Lusíadas você verá alguns detalhes sobre os principais acontecimentos e lugares por onde os heróis passaram.

Outro autor que usava palavras antigas foi Guimarães Rosa:

Narrativa em Os Lusíadas (Sobre o que fala a obra?)

A narrativa tem seu início no meio da ação, ou seja, ao começar a ler você já terá uma história acontecendo, partindo do meio. Disto parte-se para a narração das ações passadas.

Em latim, o nome desse estilo é in media res (em plena ação). Em outras palavras, começa-se no meio e se regride como um flash back.

Os Lusíadas começa no meio da viagem de Vasco da Gama e é ele, que diante do rei de Melinde, conta a história de Portugal de forma cronológica.

Censura envolvendo a epopéia camoniana

Influenciado pelo gênero épico como de Ilíada e Odisséia, ressaltamos neste resumo de Os Lusíadas, que Luís de Camões demorou mais de 12 anos para concluir esta epopéia portuguesa.

A temática continuou sendo a dos grandes feitos entre os ocidentais. Narra-se a vitória dos conquistadores, os acontecimentos das guerras e os grandes heróis que desbravam os lugares onde ainda não há civilização.

Contudo, em alguns cantos, Camões abordou o tema dos amores carnais, das paixões luxuriosas, mesmo em um poema de louvor ao Império e à Fé. Ele retrata uma certa Ilha dos Amores no canto IX, onde os guerreiros possuem várias amantes.

A obra foi censurada por causa disso? Levemente censurada.

Mesmo também falando de paganismos com deuses romanos numa época em que os jesuítas eram os intelectuais em Portugal e havia inquisição, a obra não foi severamente censurada.

Camões apresentou seus escritos a Dom Sebastião e obteve dele a permissão para a impressão desde que sua obra passasse pela avaliação inquisitorial.

Pois bem, o responsável foi um frei dominicano chamado Bartolomeu Ferreira, que cortou pouquíssima coisa da obra. O que ele mais fez foi elogiar Camões e premiá-lo.

Saiba mais sobre a ação Jesuíta neste artigo: A colonização portuguesa no Brasil

Épica vs. Tragédia (qual o gênero da obra?)

Ressaltamos neste resumo de Os Lusíadas que o gênero épico é diferente da tragédia.

Na tragédia, para dar um exemplo específico, Édipo, o protagonista, envolve-se em uma trama tão problemática que acaba por destruí-lo. Seu destino é cruel e inevitável, de uma dor abissal. A isso o espectador assiste, aflito. Neste exemplo acompanha o encontro inevitável de Édipo com seu destino. Ele acaba furando os próprios olhos e perambulando sem destino.

Porém, no gênero épico, a tensão desesperadora dá lugar a um elemento retardador. As personagens épicas não possuem desenvolvimento psicológico muito elaborado.

Na verdade elas seguem suas características básicas, que são constantes durante a narração. Os heróis são sempre bravos, corajosos e destemidos. Devemos ler o gênero épico de maneira tranquila e minuciosa, como uma aventura passando em câmera lenta.

Crítica

Vemos em Os Lusíadas a ilustração de uma época, na qual fica demonstrada a incapacidade do europeu. No caso, com o foco no português. A crítica é dirigida ao fato de não conseguirem sair de si mesmos para se identificarem com o outro.

Nos cantos se observa um tipo de europeu impermeável que não conseguiu entender e assimilar a cultura do Oriente. No resumo de Os Lusíadas isso ficará ainda mais claro, já que ao final, Camões lamenta algumas coisas e faz propostas de expansão para o Oriente junto ao rei.

Estrutura narrativa

Há uma narrativa principal em torno da qual o poema se articula: A viagem de Vasco da Gama com sua armada. A isto incorpora-se a própria narração que faz Vasco da Gama diante do rei de Melinde, contando a história de Portugal e até mesmo os detalhes de sua viagem.

Vasco fala dos seus heróis portugueses antepassados. Fala de Dom Nuno Álvares Pereira, do trágico amor de Inês de Castro, de seu relato de partida. Conta o relato do discurso irado do Velho de Restelo e o acontecimento do Gigante Adamastor que é a representação mítica do Cabo da Boa Esperança, simbolizando os perigos e tormenta enfrentadas no caminho para a Índia.

Ainda neste resumo de Os Lusíadas, traremos mais detalhes do que foi citado acima.

Não só ele faz os relatos mas também seus companheiros, como por exemplo, o marinheiro Veloso, que canta o episódio dos Doze da Inglaterra.

Paulo da Gama, que é o irmão de Vasco da Gama, já na Índia conta outros feitos heróicos do povo português, ao Catual de Calicute.

Assim é a estrutura, com narrativas interligadas à narração da viagem de Vasco da Gama.

A fé cristã em Os Lusíadas

Há um ecletismo religioso que mistura um pouco da mitologia greco-romana a um catolicismo fervoroso.

Veja que inusitado! Os portugueses são protegidos pelos deuses antigos mas procuram sempre levar aos pagãos a fé cristã.

Na obra de Luís Vaz de Camões os portugueses representam toda a cultura do ocidente, contrariando o inimigo oriental, o mouro (árabe não cristão).

Mesmo havendo fervor religioso, lê-se algumas passagens com erotismo como na Ilha dos Amores.

A mescla se deu de tal forma, que o maior inimigo dos portugueses nessa epopéia, o deus Baco, foi representado com chifres e rabo. Essa é a representação clássica do demônio para os católicos.

Resumo de Os Lusíadas

No grande poema de Camões a pátria portuguesa é cantada, ou seja, a história de Portugal.

Logo no canto I Camões se refere ao povo português e a seus atos como “feitos da famosa gente”. Em seus versos ele engrandece “o peito ilustre lusitano”.

Toda a narração das grandes navegações portuguesas no período de expansão marítima é apenas um plano de fundo para cantar o passado de Portugal.

Uma característica que vale a pena ser ressaltada no nosso resumo de Os Lusíadas é que Camões enfatiza, mais de uma vez, que em seu poema épico ele está dizendo a verdade. Ele diz cantar acontecimentos que julga verdadeiros, fazendo isso com muita transparência.

Visão geral – Resumo curto

Logo nas primeiras linhas do poema épico vemos anunciado o caminho das grandes navegações e o rumo que tomará a história cantada. Fazem-se elogios ao povo português, que superam perigos e também superam guerras para expandir o Império e a Fé.

Camões narrou a conquista do novo reino, a genealogia do Portugal, as conquistas ultramarinas, o heroísmo do povo português e tudo isso no comprometimento de contar a história, caso fosse capaz de tal “engenho e arte”.

A viagem à Índia representa todas as navegações dos portugueses. Em versos delineados e repetitivos acompanhamos um herói guerreiro que conta com a ajuda de alguns deuses enquanto é infortunado por outros. Contudo, com coragem, valentia e persistência ele supera cada armadilha no caminho e chega à terra onde funda um novo reino.

No caso, o principal inimigo que os portugueses enfrentam se chama Baco, sempre sentindo inveja e ciúmes. Todas as ciladas que acontecem tem ele como o responsável direto ou indireto. Ele se opõe porque o feito dos portugueses diminuirá sua glória como senhor do Oriente.

A deusa do amor, Vênus, e o deus da guerra, Marte ajudam os portugueses. Inclusive o deus mensageiro Mercúrio é enviado a Melinde, lugar de povo selvagem, avisando-os para que sejam hospitaleiros com os portugueses.

Os Lusíadas (Resumo dos Cantos)

1 – Proposição (Canto I, estrofes de 1 a 3): Camões apresenta o que irá cantar: os feitios das navegações portuguesas com foco na esquadra de Vasco da Gama, junto da narração da história do povo português.

2 – Invocação (Canto I, estrofes 4 e 5): Ele faz a invocação das musas do rio Tejo para ajudá-lo. São as Tágides. Elas o inspiram a compor a obra.

3 – Dedicatória (Canto I, estrofes 6 a 18): A quem o poema é dedicado? Ao rei de Portugal, Dom Sebastião, em quem era depositada a esperança da expansão da fé católica e ampliação das conquistas portuguesas mundo afora.

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4 – Narração (Canto I, estrofe 19 ao canto X, estrofe 144): Aqui sim entra de fato a matéria do poema em si. Neste longo período é narrada a viagem de Vasco da Gama e a história da glória portuguesa.

5 – Epílogo (Canto X, estrofes 145 a 156 – Fim da Epopéia): Lê-se o grande lamento do poeta, que considera sua voz rouca, que não é ouvida com tanta atenção. Ele deixa o tom épico e passa a se lamentar do como Portugal se encontra depois de tantos grandes atos de heroísmo.

Narração da viagem de Vasco da Gama

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Fazer o resumo de Os Lusíadas é fazer o resumo dessa viagem. Vasco da Gama pretendia chegar com sua frota no Cabo da Boa Esperança. De lá alcançaria a Índia pelo mar.

Nesta empreitada teve ajuda da deusa Vênus e do deus Marte. Em contrapartida, foi perseguido por Baco e por Netuno. Em suas diversas aventuras os heróis lusitanos comprovam seu valor e fazem prevalecer a fé cristã.

Nas paradas que vão fazendo ao longo do caminho como em Melinde ou em Calicute, eles contam a história de seu povo, seus feitos heróicos.

Continuando a viagem, a caravela atravessa o oceano Índico. O marinheiro Veloso conta aos companheiros o episódio dos Doze de Inglaterra, que já mencionamos.

Esse episódio é uma novela de cavalaria na qual 12 cavaleiros portugueses partem para a Inglaterra com a missão de defender a honra das damas que tinham sido ofendidas por 12 cavaleiros ingleses. A luta foi sangrenta e, claro, os heróis foram os lusitanos. Aos ingleses restou a morte e a vergonha de terem sido derrotados.

Intrigas dos deuses

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Simultaneamente, Netuno, deus dos oceanos, recebe a visita de Baco. Ele busca aliança contra os portugueses e encontra, pois convenceu Netuno de que se os portugueses fizessem tal viagem, os homens seriam inspirados a não temer os mares.

Por isso Netuno atinge a embarcação de Vasco da Gama com toda a força dos ventos. Eles somente conseguiram sobreviver porque Vênus e as Nereidas (ninfas marinhas), os protegeram.

Com muito custo eles chegaram a Calecute, na Índia. Estavam com o mastro partido e severas avarias no navio. Lá são envolvidos em mais uma das armadilhas de Baco que antecipadamente convenceu o líder local, Samorim, a separar Vasco da Gama dos companheiros e prendê-lo.

Pagando suborno ele conseguiu escapar e neste ponto ressalte-se neste resumo de Os Lusíadas, a crítica do narrador à fraqueza do homem que se corrompe por causa do dinheiro.

A última aventura dos argonautas portugueses acontece na Ilha dos Amores. Foi um momento de maravilhosas surpresas preparadas por Vênus. Veja logo abaixo o que aconteceu nessa ilha…

O retorno para Portugal foi tranquilo e o fim da epopéia se dá num lamento. Camões se queixa da “gente surda e endurecida” que não leva em conta a sua opinião. Segundo apresentou a Dom Sebastião, a solução para evitar a queda do Império seria organizar uma grande empresa rumo ao Oriente, para buscar a salvação de infiéis e ao mesmo tempo resgatar a glória do bravo e heróico povo lusitano.

Resumo de Os Lusíadas (Principais episódios da narrativa)

Em toda essa epopéia alguns episódios se destacam mais do que outros, e vamos detalhá-los agora, pois a chance de um deles estar na prova é bem alta.

Ilha dos Amores (canto IX, estrofes 68 a 95)

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Quando a esquadra completa a viagem Vênus os recompensa com um momento de descanso na Ilha dos Amores, paraíso natural que era a imagem que se tinha do Brasil, recém descoberto.

É lá que a Máquina do Mundo é apresentada aos portugueses com inúmeras profecias.

Neste canto acompanhamos o encontro do plano mítico dos deuses com o plano histórico dos homens. Os portugueses são elevados à condição de deuses.

Nessa ilha eles encontram ninfas que foram flechadas pelo cupido. Vendo os portugueses ficam apaixonadas. Eles recebem também um banquete e cada um ouve a previsão para o seu futuro. Vênus mostra ainda, a Vasco da Gama, uma esfera perfeita e mágica: a Máquina do Mundo.

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Esse episódio na ilha dos Amores inspirou o poema “A Máquina do Mundo” de Carlos Drummond de Andrade. Neste nosso artigo temos uma análise de Claro Enigma de Drummond e lá está completo esse seu poema.

Veja neste resumo de Os Lusíada o trecho em que a Máquina do Mundo é apresentada:

“Vês aqui a grande máquina do mundo,

Etérea e elemental, que fabricada

Assim foi do Saber alto e profundo,

Que é sem princípio e meta limitada.

Quem cerca em derredor este rotundo

Globo e sua superfície tão limada,

É Deus: mas o que é Deus ninguém o entende,

Que a tanto o engenho humano não se estende.”

O velho de Restelo (Canto IV)

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Em meio a todo esse elogio aos navegadores portugueses surge a voz de um ancião que se mostra contrário a viagem quando os bravos navegantes se despedem de seus familiares antes de partir. Segundo o velho, os portugueses são insanos, pois vão se arriscar para buscar poder, fama, cobiça e ambição desmedida.

Esse velho representa a mentalidade portuguesa feudal, contrariando os desejos da monarquia e da burguesia.

Veja neste resumo de Os Lusíadas o trecho em o velho profere seu discurso:

—”Ó glória de mandar! Ó vã cobiça

Desta vaidade, a quem chamamos Fama!

Ó fraudulento gosto, que se atiça

C’uma aura popular, que honra se chama!

Que castigo tamanho e que justiça

Fazes no peito vão que muito te ama!

Que mortes, que perigos, que tormentas,

Que crueldades neles experimentas!”

Inês de Castro (Canto III)

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Vemos um drama amoroso. D. Pedro era casado com Constança e tinha como sua amante Inês de Castro. Sua paixão foi descoberta pela corte portuguesa e todos reprovavam sua vida de amor dupla. Por isso, ele manda Inês para um castelo distante, em Albuquerque.

Com a morte de D. Constança em um trabalho de parto, D. Pedro fica livre para trazer Inês de volta, e o faz. Com ela teve 4 filhos.

Porém, o pai de D. Pedro, enquanto este estava fora em batalha, manda matar Inês. Seu filho ainda não tinha se casado com ela e seu pai não a queria para o filho, nem queria deixar o reina para algum dos 4 netos que já tinha.

Quando D. Pedro voltou e viu sua mulher morta, mandou desenterrá-la, coroou-a e fez com que toda a corte beijasse a mão da nova rainha como forma de vingança.

Veja neste resumo de Os Lusíadas o trecho em que isto é narrado:

“Passada esta tão próspera vitória,

Tornado Afonso à Lusitana Terra,

A se lograr da paz com tanta glória

Quanta soube ganhar na dura guerra,

O caso triste e digno da memória,

Que do sepulcro os homens desenterra,

Aconteceu da mísera e mesquinha

Que depois de ser morta foi Rainha.”

Adamastor (Canto V)

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Adamastor é o Cabo da Boa esperança, ou Cabo das Tormentas. Por ter seduzido a ninfa Tétis, esposa do deus Peleu, foi por ele transformado em rocha como vingança. O Gigante prometeu destruir qualquer navio que passasse por ele. Por isso o local era representado com nuvem negra e tempestade.

Nisso claramente vê-se a representação mitológica da obra. Quanto à lírica, é uma das passagens mais importantes, já que representa o medo dos portugueses de atravessarem o Oceano Índico e o Atlântico, representados por monstros, gigantes, penhascos e seres sobrenaturais. Vê-se também a impossibilidade do amor, já que vemos um amante rejeitado.

Veja neste resumo de Os Lusíadas o lamento do gigante Adamastor:

“Converte-se-me a carne em terra dura;

Em penedos os ossos se fizeram;

Estes membros que vês, e esta figura,

Por estas longas águas se estenderam.

Enfim, minha grandíssima estatura

Neste remoto Cabo converteram

Os Deuses; e, por mais dobradas mágoas,

Me anda Tétis cercando destas águas.”

Chegamos ao fim. Gostou? Então comente e siga o Beduka no Facebook e no Instagram.

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Redação Beduka
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4 Comentários

  • Qual foi a resposta de Vasco da Gama ao Rei quando recebeu a missão para descobrir o caminho das Índias?

    • “Ó rei subido,
      Aventurar-me a ferro, a fogo, a neve
      É tão pouco por vós, que mais me pena
      Ser esta vida cousa tão pequena.” (IV, 74)

    • Olá Maria.
      A gente a que Camões se refere são seus contemporâneos que aceitaram uma vida submissa e abandonaram seus ideais.
      Esperamos que esteja esclarecido e se tiver mais dúvidas, primeiro releia o texto, pode ter perdido alguma coisa. Se isso não funcionar, volte a nos perguntar.