República Velha é o período da história do Brasil que se estendeu de 1889 a 1930, e marcou o início do modelo republicano de governo no país. A República Velha se divide em duas fases: República da Espada e República Oligárquica.
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- O que foi a República Velha?
- O que foi a República da Espada?
- O que foi a República Oligárquica?
- Como foi o fim da República Velha?
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Por ser um tema bastante recorrente no ENEM e em outros vestibulares, o Beduka preparou um artigo explicando o que foi a República Velha para você se preparar para as questões de história.
O que foi a República Velha?
República Velha, ou Primeira República, foi o período da história do Brasil em que o país deixou de ser uma monarquia e adotou o modelo republicano como forma de governo. Esse período se iniciou em 15 de novembro de 1889, quando a Proclamação da República foi assinada pelo presidente Marechal Deodoro da Fonseca.
A República Brasileira pode ser dividida da seguinte forma:
- República Velha (1889-1930);
- Era Vargas (1930-1945);
- Nova República (1945 até nossos dias).
Para entender o que foi a República Velha, é necessário saber que ela se divide em duas fases: República da Espada e República Oligárquica.
- Não deixe de conferir também nossos exercícios sobre República Velha!
República da Espada (1889-1894)
A República Velha teve início quando o Marechal Deodoro da Fonseca, em conjunto com outros militares, encerrou o período de vigência da monarquia no país, destituindo Dom Pedro II do poder.
Essa data marca a chegada de uma nova era política, dirigida pelo sistema presidencialista de governo. O Marechal Deodoro da Fonseca foi enganado e a família real também.
Entenda como se deu a queda da monarquia e o início da República neste artigo completo.
Nesse período o Brasil teve os militares Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto como presidentes. O período ficou conhecido como República da Espada devido ao fato de ambos serem militares. Deodoro da Fonseca foi presidente de novembro de 1889 a novembro de 1891 e Floriano Peixoto ocupou o cargo de novembro de 1891 a novembro de 1894.
Deodoro assumiu a presidência provisoriamente até que fosse proclamada em fevereiro de 1891 uma nova Constituição. Esta Constituição de 1891 foi a primeira do período republicano e estabeleceu algumas medidas importantes como:
- Sistema presidencialista de governo;
- Realização de eleições diretas para o cargo de presidente;
- Deputados federais e senadores;
- Separação entre Estado e Igreja Católica. Assim, uma instituição não poderia interferir nas decisões da outra.
O documento também invalidou o Poder Moderador, que era exclusivo do Imperador e era superior aos demais poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Em novembro de 1891, Deodoro da Fonseca foi eleito presidente, tendo o Marechal Floriano Peixoto como seu vice. Naquela época, o presidente e o vice eram votados de maneira independente e Floriano não fazia parte da chapa de Deodoro.
O governo de Deodoro da Fonseca ficou marcado por medidas autoritárias e pela centralização de poder de decisão. Estes fatos geraram o aumento da oposição do Congresso ao seu governo. Deodoro decidiu fechar o Congresso para evitar a pressão política. No entanto, pela pressão da oposição, vinte dias depois ele decidiu renunciar ao cargo.
Floriano Peixoto assumiu a presidência no lugar de Deodoro e governou o país até 1894. O governo também manteve a característica de governo centralizador e foi marcado pela força e por várias revoltas.
Isso aconteceu de maneira inconstitucional. Pela lei, como Deodoro não havia feito dois anos de governo, o vice deveria apenas organizar novas eleições. Mas Floriano tinha apoio de boa parte dos políticos e a maioria dos deputados resolveram sustentá-lo no governo.
O que foi a República Oligárquica?
A segunda fase da República Velha é marcada pela ascensão da elite civil à presidência, iniciada pela eleição de Prudente de Moraes em 1894. Ele era um republicano histórico paulista, que teve muitas dificuldades com o parlamento, que estava ainda cheio de apoiadores de Floriano Peixoto.
O desencontro entre o presidente e o parlamento gerou algumas crises na república que tinha acabado de nascer, fazendo com que alguns políticos buscassem estratégias para pacificá-la e lhe dar estabilidade. O sucessor de Prudente, Manuel Ferraz de Campos Salles, apostou na eliminação da oposição que chegava à câmara federal e ao senado, a partir de acordos entre as lideranças políticas que controlavam o voto.
Sua estratégia ficou conhecida como Política dos Governadores, pois contava com os governadores dos estados para evitar que a oposição vencesse.
Este passo foi importante, mas durou pouco. Na gestão seguinte algumas medidas que permitiam isso foram revogadas. Alguns historiadores apontaram que a estabilidade da república se deu por conta do revezamento entre as elites paulista e mineira no cargo de presidente, em função dos interesses dos produtores de café em São Paulo e leite, em Minas Gerais, que ficou conhecida como Política do Café com Leite.
Contudo, essa teoria já foi revista e hoje se sabe que as elites de outros estados, como Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul também se articulavam aos jogos do poder. A estabilidade do regime dependia das alianças que as elites faziam nos bastidores. Por isso, esta fase é chamada de oligárquica, pois dominada pelas olirgarquias, as elites.
O que foi o Coronelismo?
O coronelismo foi uma forma de fazer a política no período da República Velha, baseada na barganha entre os chefes políticos locais e os políticos. O coronel sustentava o poder político que, por sua vez, sustentava o poder local do coronel. Isso acontecia também por meio do clientelismo e do mandonismo que estavam atrelados ao coronel.
Através de alguns benefícios trazidos para o município por intermédio do coronel ele controlava o voto de pelo menos uma parte da população, usado em função de seu aliado político. Essa prática era mais antiga do que a república, mas ganhou maior projeção durante ela.
Voto de cabresto
Os coronéis e ricos fazendeiros atuavam como oligarcas locais nas regiões mais pobres do interior do país. O voto não era secreto e os eleitores que viviam sob a “jurisdição” dos coronéis eram constantemente manipulados através de promessas e ameaças e, por esse motivo, votavam apenas nos candidatos escolhidos pelos fazendeiros.
Como foi o fim da República Velha?
Em 1930, as eleições foram realizadas e deram a vitória a Júlio Prestes. No entanto, Prestes não chegou a tomar posse da presidência, porque os aliados mineiros, gaúchos e paraibanos formaram juntos a Aliança Liberal, que se recusou a aceitar a validade das eleições, alegando fraude. Junto a isso, os deputados eleitos da Aliança Liberal não tiveram o reconhecimento de seus mandatos.
Então, os estados aliados planejaram uma revolta armada. A situação se agravou quando João Pessoa, candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, foi assassinado em Recife por motivos duvidosos. Frente a isso, a propaganda de Getúlio se aproveitou para atribuir a culpa do assassinato aos adversários.
A crise econômica que se acentuou por conta da crise em 1929 fez com que a indignação ao governo aumentasse ainda mais. O Exército, que era desfavorável ao governo, se mobilizou formando uma junta governamental composta por generais.
Em 3 de novembro de 1930, cerca de um mês depois, Júlio Prestes foi deposto e fugiu juntamente com Washington Luís. A presidência foi passada para Getúlio Vargas, dando fim à República Velha.
Aprenda mais sobre como foi a Era Vargas.
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Obrigada por ler nosso resumo de como o Brasil foi afetado pela crise de 1929!
