História

Como aconteceu a Independência do Brasil? Veja onde, quando, com quem e mais…

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A Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. A partir deste dia, o Brasil se tornou um Reino independente a Portugal. A proclamação foi feita por D. Pedro I às margens do riacho do Ipiranga em São Paulo. Leia este artigo e entenda como aconteceu a Independência do Brasil.

Nesse artigo vamos falar sobre os seguintes temas (basta clicar em qualquer um deles para ir direto nessa parte do texto):

Aproveite para fazer Exercícios sobre a Independência do Brasil!

Como aconteceu a Independência do Brasil?

Para pensarmos a Independência do Brasil, precisamos voltar em um período anterior ao chamado Congresso de Viena (1815). Uma reunião formada pelas lideranças europeias que haviam vencido as guerras contra Napoleão Bonaparte

Lá, eles arquitetaram uma forma de fazer sobreviver na Europa o chamado “Antigo Regime” que sofreu um severo golpe da Revolução Francesa e outras insurreições puxadas por ela. 

O medo era que na Europa fosse solapado os pilares da tradição pela fome dos revoltosos. Liderados pelos ingleses, os portugueses e espanhóis venceram as Guerras Peninsulares contra Napoleão Bonaparte e voltaram a ser soberanos de seu próprio território. 

Porém, no caso de Portugal, devido à fuga de 1808, o rei encontrava-se no Brasil. No mesmo ano, em 1815, o Brasil foi elevado ao patamar de Reino Unido. Em 1816, o então príncipe regente, foi coroado nessas terras tropicais como o Rei Dom João VI. 

Todas essas ações que vinham com a chegada da corte em 1808 e agora eram aceleradas pela retomada da força que os representantes do Antigo Regime tinham na Europa, elevaram a posição política do Brasil.

Essa distância do rei, e a perda da importância política de Portugal no Reino Unido, abriu uma janela de oportunidade para que políticos locais agissem de maneira a transferir o poder de Dom João VI, para suas mãos. 

Em 1820, relacionando-se com uma situação global de revolução, surge a chamada Revolução Liberal do Porto, um movimento nacionalista, liberal e constitucional. O historiador Eric Hobsbawm, situa a Independência do Brasil e a Revolução Liberal do Porto na primeira onda revolucionária que acometeu o mundo Ocidental no século XIX. 

Vários foram os processos de Independências ocorridos neste período. O mundo é conectado, o Brasil está inserido no mundo, logo, as ideias nacionalistas, liberais e revoltosas circulavam seja por meio de aulas, papelinhos, discursos, jornais ou conversas em bares.

Essa circulação de ideias é fundamental para se formar uma predisposição às ações práticas que aqui estamos estudando.

A Revolução Liberal do Porto

No dia 24 de agosto de 1820 formou-se um governo provisório, as Cortes. A última vez que isso ocorreu foi em 1698. Essa corte foi formada pelos antigos integrantes do sinédrio, uma sociedade secreta que pregava ideias revolucionárias. 

Eles não eram maçons, mas vários de seus integrantes eram. As sociedades secretas agiram fortemente durante os processos políticos do século XIX

Em 1821, as Cortes exigem a volta de Dom João VI para assumir o poder em Portugal. 

Na imprensa brasileira, os políticos portugueses já se configuravam os grandes inimigos do Brasil. Relatos dizem que deprimido, Dom João VI acabou cedendo e voltou a Portugal com medo de que as ações da Corte pudessem aviltar seu trono. 

Pedro foi deixado como regente no Brasil. Dom João disse ao seu filho: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me há de respeitar, do que para algum desses aventureiros” (SCHWARCZ, L.; STARLING, H, p.207, 2015).

Grande parte dos políticos e formadores de opinião pública, passaram a enxergar nas Cortes portuguesas um inimigo em comum. Visando pacificar sua relação com o brasileiro, os portugueses  propuseram formar um parlamento que teria a seguinte configuração:

Proposta de divisão dos deputados na representação do império português em ocasião da independência do Brasil.

Como ocorreu o dia do fico? (09 de janeiro de 1822)

Os primeiros brasileiros chegaram para o debate no parlamento português já no dia 29 de agosto de 1821. Sentindo que os portugueses os menosprezavam, eles passaram a acusar as Cortes da tentativa de fazer com que o Brasil retornasse à posição de Colônia. 

Em Dezembro, os brasileiros enviaram uma carta a Pedro I avisando sobre as tensões e pedindo cautela na tomada de decisão. As Cortes exigiam a volta de Pedro que sinalizou obediência em um primeiro momento. 

Os políticos brasileiros, temendo um golpe português, alertavam o príncipe para que ficasse. Chegaram a enviar ao príncipe uma petição exigindo sua permanência, esse documento possuía cerca de 8 mil assinaturas. 

No dia 09 de Janeiro, conhecido como o “Dia do Fico”, em meio a toda essa tensão, Pedro resolve ficar. Em um primeiro momento, esse foi o discurso divulgado:

“Convencido de que a Presença da Minha Pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a Nação Portugueza, e conehcendo que a vontade de algumas Provincias assim o requer, demorarei a minha sahida, até que as Cortes, e Meu Augusto Pai, e Senhor deliberem a este respeito com perfeito conhecimento das circunstancias, que tem occorrido.” Não estranhe o português, é um texto de 1822.

Veja o fragmento original retirado do periódico “O Espelho”:

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Logo no dia seguinte, o Senado disse ter errado na transcrição e divulgou o discurso que cristalizou o momento na História:

“Como he para o bem de todos, e felicidade geral da Nação, estou pronto, diga ao Povo que fico”.

Veja o fragmento original também retirado do periódico “O Espelho”:

Agora o prelúdio da Independência estava dado. O cenário estava desenhado para a separação do Brasil, nas ruas, portugueses e brasileiros acirraram xingamentos. 

A imprensa tornou- se palco de ataque à metrópole e enaltecimento da posição nacional representada pelo seu líder, o imperador. As Cortes desferiram ataques ao Príncipe chamando-o de rapazinho. Cada vez mais a tensão aumentava entre brasileiros e portugueses.

Em agosto de 1822, Dom Pedro partiu a cavalo para São Paulo depois de ter resolvido problemas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Ainda em São Paulo, ele foi surpreendido com cartas enviadas por José Bonifácio e pela Princesa Leopoldina que avisavam sobre os ataques mais frontais das Cortes. 

Pedro reuniu seus homens e, à margem do Rio Ipiranga, no dia 07 de Setembro de 1822, deu o famoso grito de Independência ou morte, atirando ao chão as fitinhas azuis e brancas que representavam Portugal. 

O azul e branco foi logo trocado pelo verde e amarelo, que representavam as dinastias do Reino do Brasil. Recebido com festa no Rio de Janeiro, tendo feito a viagem de volta em tempo recorde, Dom Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil, enfrentou um grande problema: como deixar o Brasil unido nesse processo de separação?

A Independência do Brasil foi pacífica?

Ao descrever a Independência do Brasil como uma revolução da onda de 1820, Eric Hobsbawm usou a seguinte frase:

“Em 1822, o Brasil separou-se pacificamente de Portugal sob o comando do regente deixado pela família real portuguesa em seu retorno à Europa após o exílio napoleônico.” – (HOBSBAWM, 1979, P 128)

Porém, essa informação é equivocada. Pois os portugueses não aceitaram a independência do Brasil pacificamente…

Houve guerra entre portugueses e brasileiros nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia e Cisplatina. Sendo o último lugar a expulsar as tropas portuguesas a Bahia, em Julho de 1823.

Um grande problema para o Primeiro Reinado foi conseguir o reconhecimento do Brasil como independente pelas grandes potências, mas este é um assunto para outro texto.

Onde aconteceu a Independência do Brasil?

Essas cartas chegaram a D. Pedro quando ele estava perto no Riacho Ipiranga. Então, ele levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”.

Quando aconteceu a Independência do Brasil?

Esse episódio histórico aconteceu em 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi proclamado Imperador do Brasil.

Referência bibliográfica:

HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: Europa 1789 – 1848. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 2a ed., 1979

O Espelho. 11 de Janeiro de 1822, p.2

SCHWARCZ, L.; STARLING, H. Brasil: Uma biografia. São Paulo. Companhia das Letras, 2015.

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Redação Beduka
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