Adélia Prado é uma escritora brasileira, ligada ao movimento modernista iniciado em 1922 no país. Seus poemas trazem referências à religião e ao papel feminino na vida cotidiana e são referências para diversos vestibulares. Saiba quem é Adélia Prado e as características de sua obra para responder as provas sem dificuldade!
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- Quem é Adélia Prado?
- Quais são as características da obra de Adélia Prado?
- Principais obras de Adélia Prado
- Poemas de Adélia Prado
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Quem é Adélia Prado?
Adélia Luzia Prado Freitas, ou apenas Adélia Prado, é uma escritora, professora e filósofa brasileira. Ela nasceu em Divinópolis (MG), em 1935, e é ligada ao movimento modernista. Sua obra trata de temas como a religião, a condição feminina e o amor.
Os pais de Adélia eram o ferroviário João do Prado Filho e Ana Clotilde Côrrea. Eles à matricularam quando ela tinha 7 anos no Grupo Escolar Padre Matias Lobato, onde foi alfabetizada.
Adélia iniciou a escrita de poemas após a morte de sua mãe, que ocorreu em 1950. No ano seguinte, ingressou na Escola Normal Mário Casassanta, onde fez o curso de magistério.
Concluiu o curso em 1953 e em 1955 começou a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana Sobrinho. Em 1958 ela se casou com o funcionário do Banco do Brasil José Assunção de Freitas, com quem teve cinco filhos.
Em 1972 ela perdeu o pai. No ano seguinte, formou-se com o marido em Filosofia. E neste mesmo ano ela enviou cartas contendo textos originais seus a Affonso Romano de Sant’Anna. Ele levou os textos para Carlos Drummond de Andrade, que os indicou para publicação.
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Antes disso, ela havia feito pequenas publicações de poemas em jornais mineiros e dividiu a autoria do livro A Lapinha de Jesus com Lázaro Barreto. Este livro foi lançado em 1969 e contém poemas natalinos.
Após a indicação de Drummond e a publicação em 1975 de Bagagem, Adélia chamou a atenção do mercado editorial e dos leitores brasileiros.
Desde então, dedicou-se cada vez mais à escrita. Em 1978 publicou O coração disparado, que venceu o Prêmio Jabuti. Estreou em prosa com Soltem os Cachorros, em 1979.
Como a carreira de escritora estava deslanchando, ela abandonou os trabalhos como professora. Fez diversas publicações entre este ano e 1994, entrando em um silêncio poético a partir desta data.
Voltou a publicar somente em 1999. Depois de cinco anos sem produzir, o Brasil se lembraria quem é Adélia Prado. Seu retorno foi marcado pelos livros Oráculos de maio e Manuscritos de Felipa.
Adélia é conhecida como a mais feminina das escritoras brasileiras. A aparição dela tem sido vista como a revalorização do feminino na Literatura Brasileira.
Quais características têm das obras de Adélia Prado?
Bom, depois de sabermos quem é Adélia Prado, vamos conhecer as características de sua obra.
Os temas tratados nos livros de Adélia Prado já estavam presentes na sua primeira publicação, A Lapinha de Jesus (1969). Nele aparecem as referências ao cotidiano da casa, aos diálogos familiares e à religião.
Além desses aspectos, Adélia mexe com a feminilidade e o erotismo. Ela é reconhecida por dizer que odeia escrita elegante, no caso, a escrita elaborada em que a preocupação do artista com o texto está sempre aparecendo.
Seus poemas carregam uma linguagem mais coloquial e simples, o que torna sua obra leve e original.
Principais obras de Adélia Prado
A autora mostra quem é Adélia Prado em uma produção bem grande, com títulos em poesia e em prosa. Vamos conhecer suas publicações.
- Bagagem (1975)
- O Coração Disparado (1978)
- Soltem os Cachorros (1979)
- Cacos para um Vitral (1981)
- Terra de Santa Cruz (1981)
- Os Componentes da Banda (1984)
- O Pelicano (1987)
- A Faca no Peito (1988)
- Poesia Reunida (1991)
- O Homem da Mão Seca (1994)
- Duas Horas da Tarde no Brasil (1996)
- Oráculos de Maio (1999)
- Estreia do Monólogo Dona da Casa (2000)
- Quero Minha Mãe (2005)
- A Duração do Dia (2010)
- Miserere (2013)
Poemas de Adélia Prado
Depois de saber quem é Adélia Prado, nada melhor do que ler alguns poemas dela, não é? Deste modo fica mais visível tudo aquilo que dissemos acima sobre a obra dela.
Lapinha
Quando éramos pobres e eu menina
era assim o Natal em nossa casa:
quatro semanas antes
a palavra advento sitiava-nos,
domingo após domingo.
Comeríamos melhor naquele dia,
seríamos pouco usuais:
vinho, doces, paciência.
Porque o menino estremecia no feno
e nos compadecíamos de Deus até as lágrimas.
Olhando a manjedoura, o que eu sentia
– sem arrimo de palavras –
era o que eu sinto ainda:
‘O desejo de esbeltez será concretizado.’
À luz que não tolera excessos,
o musgo, a areia, a palha cintilavam,
a pedra. Eu cintilava.
A Serenata
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
– só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei se não for santa?
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