Literatura

Análise e resumo do Livro Macunaíma

ANÁLISE-E-RESUMO-DO-LIVRO-MACUNAÍMAResumo do livro Macunaíma de Mário de Andrade
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Macunaíma é um livro de Mário de Andrade publicado em 1928. É considerada obra prima da literatura brasileira e faz parte da primeira fase do Modernismo no Brasil. Além disso, é uma das obras cotadas para cair no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Você quer um resumo do livro Macunaíma (1928) com MUITA QUALIDADE? Achou! Esta incrível obra de Mário de Andrade (1893 – 1945) é uma das candidatas a estar na sua prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano.

Por isso, o Beduka preparou um resumo e também uma análise de Macunaíma para você. Está tudo super completo e com certeza vamos te ajudar a ler e entender melhor do que se trata esse livro.

Não deixe de conferir também os livros que podem cair no ENEM.

Sabia que é muito bom demonstrar conhecimento nas provas de redação, por meio de relações com obras famosas?

Por isso não deixe de conhecer bem essas obras e aproveite para conferir nossas dicas com as palavras que mais enriquecem uma redação dissertativa argumentativa.

Ao final do artigo, confira algumas questões de vestibular sobre Macunaíma.

Resumo do livro Macunaíma

Mário de Andrade autor de Macunaíma resumo e análise

Se você não conhece nada sobre o livro Macunaíma vamos deixar que as palavras do próprio autor o apresentem, pois é risível e espantoso:

“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.”

Conseguiu imaginar a cena? Macunaíma nasce “preto retinto” e feio, de uma índia da região amazônica. É chamado herói sem caráter, preguiçoso e muito aproveitador. Sempre que podia se aproveitava do esforço ou da ingenuidade dos outros.

Passou 6 anos sem falar qualquer palavra, sendo que quando era instigado a falar, dizia: – Ai, que preguiça! O seu divertimento era decepar as cabeças da formiga saúva.

Certa vez foi passear no mato com sua cunhada e deixando de ser uma criança que tinha 6 anos, tornou-se um príncipe lindo. Depois disso, brincou com ela.

*Mário de Andrade usa o verbo “brincar” para se referir às relações sexuais de Macunaíma, então toda vez que ele brinca (e ele brinca muito), você já sabe o que ele está fazendo.

Macunaíma e seus irmãos partem pelo mundo

Macunaíma de Mário de Andrade

Um fato triste acontece e começa a mudar a vida do herói da nossa gente. Macunaíma viu uma veada e foi caçá-la. Conseguiu matá-la e quando chegou perto viu que matara a própria mãe. A barriga da morta cresceu até virar um morro, então depois de jejuarem, ele e seus irmãos partiram pelo mundo.

*Caro leitor, vá se acostumando a perceber muitos acontecimentos estranhos nessa obra. O nosso resumo do livro Macunaíma apresenta vários acontecimentos surreais.

Saíram pelo mato e Macunaíma encontrou uma cunhã (uma índia). Com a ajuda de seus irmãos que a seguraram, ele a possuiu. Porém, essa cunhã era Ci, mãe do mato e por ter feito isso com ela, Macunaíma tornou-se imperador do mato virgem. Esse foi o casamento entre eles e o começo de uma vida feliz.

6 meses depois, nasceu o filho deles, que logo morreu envenenado. Isso foi um castigo, pois Ci não poderia ter sido violada. Depois do funeral de seu filho, ela tirou de seu colar uma muiraquitã (um tipo de pedra), deu-a para Macunaíma como um presente e subiu ao céu num cipó. Lá tornou-se uma estrela.

A muiraquitã tornou-se um ornamento muito precioso para Macunaíma, sendo o seu amuleto. Ainda assim, ele conseguiu perdê-la! Por sorte o pássaro uirapuru sabia onde estava a pedra perdida e disse a Macunaíma. Ela estava em São Paulo, com o comerciante peruano chamado Venceslau Pietro Pietra. Ele na verdade era o gigante Piaimã devorador de gente.

A muiraquitã

Resumo e análise de macunaíma de Mário de Andrade muiraquitã

Começa a principal saga que contamos aqui neste resumo do livro Macunaíma: a busca dele pela pedra muiraquitã, presente de sua amada.

Ele começa a viagem para recuperar seu talismã, mas primeiro foi até a foz do Rio Negro e lá deixou sua consciência. Seus dois irmãos o acompanharam. Numa certa parte do caminho Macunaíma se banha numa fonte que o deixa branco, loiro e de olhos azuis. Dá pra acreditar?

Lembra-se do bordão “Ai, que preguiça!” que ele estava sempre dizendo? Pois bem, para seu desgosto, em São Paulo (lugar onde para ele tudo era máquina), teve que trabalhar. Moravam todos numa pensão.

Tendo descoberto onde morava o gigante Piaimã, Macunaíma foi até lá tentar recuperar sua pedra. Nosso herói sem caráter falhou em sua tentativa, pois o gigante acertou uma flecha em seu coração matando-o. Macunaíma foi picado e virou torresminho.

Sim, o protagonista morreu desse jeito. Sorte dele que seu irmão viu o que aconteceu, catou seus pedacinhos e levou de volta para a pensão. Lá ele soprou fumo sobre os pedaços de Macunaíma e ele voltou a ser o que era antes. Pronto, está vivo de novo.

Já recuperado ele tentou outra vez recuperar o que era seu. Sabendo que Venceslau Pietro Pietra (o gigante Piaimã) gostava de francesas, se fantasiou de uma. Enquanto conversava com ele perguntou pela muiraquitã com forma de jacaré, mas o gigante não quis emprestar nem vender. Pior, o disfarce do nosso herói foi descoberto.

Ele fugiu passando por vários estados brasileiros e depois chegou novamente à pensão. Teve outra ideia: Foi ao Rio de Janeiro fazer macumba para que o gigante levasse uma surra. E não é que funcionou!?

Ainda sem sua pedra, saiu para pescar e foi pescado por caapora, que era a mulher do gigante. Mas a filha dela o ajudou a fugir. Vamos ao relato da segunda morte de Macunaíma agora.

Algum tempo depois, ele viu um macaco comendo os próprios testículos, pediu para provar e gostou. Quis mais, contudo o macaco não quis dar. Com raiva estourou com um tijolo os próprios testículos e morreu.

Novamente graças ao seu irmão voltou a viver por meio de um implante de dois cocos da Bahia no lugar de seus antigos testículos.

Conclusão

Venceslau, o gigante comedor de gente, estava na Europa, mas já tinha voltado. Outra vez Macunaíma tenta recuperar sua muiraquitã e fez com que ele caísse na própria armadilha. Venceslau morreu caindo num tacho de macarronada fervendo. Antes do último suspiro ainda conseguiu se levantar e dizer que faltava queijo.

Finalmente Macunaíma recupera a muiraquitã. Voltou de bonde para encontrar os irmãos e todos voltaram para casa. Nosso herói foi mais uma vez até a foz do Rio Negro, dessa vez para pegar sua consciência de volta. Porém, ela já não estava mais lá. Ele contentou-se em pegar outra, a do hispano-americano, dando-se muito bem.

O tempo passou e seus dois irmãos morreram de lepra. Macunaíma ficou sozinho com um papagaio falador, que depois desapareceu. Seu fim foi se transformar em uma constelação nova.

Gostou do resumo do livro Macunaíma? Vamos para a segunda parte então.

Análise do livro Macunaíma

Trata-se de uma obra prima da literatura brasileira. Ela faz parte da primeira geração modernista, tendo sido publicada 6 anos após a semana de arte moderna de 22. Não é um livro grande, são 17 capítulos e um epílogo em Macunaíma, somando pouco mais de 130 páginas.

Movimento antropofagia

Movimento antropofágico no Resumo de Macunaíma de Mário de Andrade

Segundo o viés desse movimento precisava-se de um basta na influência internacional, de parar de devorar o estrangeiro e produzir o que é propriamente do nosso país.

A primeira coisa que você precisa saber nesta análise do livro Macunaíma é que foi uma tentativa de produzir algo genuinamente brasileiro. Mário de Andrade não queria nada idealizado segundo padrões europeus.

Linguagem

A obra é cômica. O autor resgatou muitas palavras indígenas e outras de um português mais antigo. Usou de neologismos (criação de palavras) e escrevia do mesmo jeito que se fala. Em Macunaíma de Mário de Andrade há erros gramaticais propositais, para evidenciar o abismo existente entre o português falado e o escrito.

Sobre o caráter brasileiro

O Brasil é pensado como uma tela em branco por ser uma nação jovem e sem valores. O personagem Macunaíma, genuinamente brasileiro, é um anti-herói. É alguém sem caráter também no sentido moral, mas não somente. Ele não tem existência real, é imaginário e nele estão contidos todos os caracteres  encontrados nos personagens já conhecidos.

Ele não tem uma moral, é uma tentativa de descoberta do que é o ser do brasileiro.

Trata-se de um índio, mesclado com negro e com branco. Por isso é contraditório e ambíguo, que mistura religiões e morre sem glória. Além disso é inteligente e criativo, sem deixar de ser preguiçoso, mentiroso e metido a esperto. No livro fica claro que ele usa de todas estas características para satisfazer seus desejos.

Verossimilhança surrealista

Ficou claro que o real se confunde com o fantástico. A narrativa não é linear. Até o tempo e o espaço são arbitrários e se misturam. Macunaíma em espaços de tempos impossíveis atravessa os estados brasileiros, morre e volta à vida das formas mais inusitadas, transforma-se e muito mais.

Antologia do folclore brasileiro

A obra é uma coleção de mitos, lendas, contos e temas heterogêneos. Tudo é reunido, várias origens são apresentadas. Mário de Andrade era um estudioso de mitologias indígenas e compilou o que sabia no livro Macunaíma. As culturas locais, a linguagem de cada estado, a culinária…tudo foi misturado. Como se não bastasse, o próprio autor também inventa lendas de origens para as coisas.

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Para finalizar nossa análise do livro Macunaíma, vamos às palavras de Mário de Andrade:

“O brasileiro não tem caráter, porque não possui nem civilização própria, nem consciência tradicional e Macunaíma é um herói surpreendentemente sem caráter.”

Concorda? Deixe sua opinião nos comentários. O tema Macunaíma e ética é muito comum e levanta vários debates diferentes. Por isso, prepare-se para escrever bem com nossas dicas de como fazer uma redação para o Enem passo a passo.

Macunaíma virou FILME e você o encontra COMPLETO aqui!

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Questões de vestibular sobre Macunaíma de Mário de Andrade:

1 – (FUVEST) Assinale a alternativa correta:

a) Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” porque, no âmbito individual, é múltiplo e contraditório e, no plano da representação de uma coletividade, é inescrupuloso e mau caráter.

b) Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” por apresentar uma personalidade complexa, caracterizada a partir de traços psicológicos delineados sob um ponto de vista objetivo e científico.

c) Macunaíma é “o herói de nossa gente” por retratar, a partir dos traços múltiplos e contrastantes que o caracterizam, a coletividade brasileira, formada pela miscigenação racial e cultural.

d) Macunaíma é “o herói de nossa gente” por ser, como os brasileiros, esperto e trapaceiro, valendo-se mais da criatividade que da inteligência em suas ações.

e) Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” por reunir, de um ponto de vista psicológico e antropológico, as características de um povo cujo comportamento se define pela preguiça e imoralidade.

2 – (FUVEST) Leia o trecho da “Carta para icamiabas”, de Macunaíma, de Mário de Andrade para responder ao teste.

“As donas de São Paulo, sobre serem mui formosas e sábias, não se contentam com os dons e excelência que a Natura lhes concedeu; assaz se preocupam elas de si mesmas (…). Assim é que chamaram mestras da velha Europa, e sobretudo de França, e com elas aprenderam a passarem o tempo de maneira bem diversa da vossa. Ora se alimpam, e gastam horas nesse delicado mester, orar encantam os convívios teatrais da sociedade, ora não fazem coisa alguma; e nesses trabalhos passam elas o dia tão entretecidas e afanosas que, em chegando a noute, mal lhes sobra vagar pra brincarem e presto se entregam nos braços de Orfeu, como se diz.”

No trecho transcrito, Macunaíma revela sua:

a) percepção dos comportamentos fúteis e artificiais das mulheres paulistanas.

b) rejeição ao comportamento elegante e refinado das mulheres da cidade.

c) ânsia por compreender e incorporar-se à sofisticada vida urbana paulistana.

d) análise crítica em relação à cultura exibicionista da rica burguesia paulistana.

e) habilidade e perspicácia em decodificar rapidamente os códigos que regem a sociedade burguesa paulistana.

3 – (UFMG-MG) As histórias de Macunaíma foram contadas pelo papagaio ao narrador, que vai continuar contando-as: “… ponteei na violinha e em toque rasgado botei a boca no mundo cantando na fala impura as frases e os casos de Macunaíma, herói de nossa gente”.

Sabe-se que o livro Macunaíma foi considerado, por seu autor, uma rapsódia.

Com relação a esse fato, é CORRETO afirmar que:

a) a palavra rapsódia significa narrativa acompanhada de viola.

b) as histórias populares, tradicionalmente chamadas de rapsódia, são moralizadoras.

c) o narrador “alinhava”, na rapsódia, histórias da tradição oral.

d) rapsódia é o nome que se dá às narrativas orais recuperadas por escritores.

Gabarito:

1 – c

2 – a

3 – a

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Redação Beduka
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