A Linguagem Coloquial, também chamada de informal ou popular, é a forma que usamos para nos expressar no dia a dia. Ela não exige uma fidelidade total à gramática, pois tenta dar fluidez à comunicação oral. Já o Coloquialismo é um vício de linguagem, ocorre quando usamos o coloquial em contextos inadequados e em excesso.
Neste texto sobre Coloquialismo, você encontrará:
- O que é Coloquialismo?
- O que é a Língua?
- Linguagem Formal e quando usar.
- Linguagem Informal e quando usar.
- E o dialeto?
- O que é então Coloquialismo? Exemplos.
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O que é Coloquialismo?
Muitas vezes, o Coloquialismo pode ser usado como sinônimo da Linguagem Informal, aquela que usamos para nos expressar no dia a dia e que não exige uma rigorosidade gramatical. Porém, no contexto dos vestibulares, ele pode ganhar outro significado.
Quando tratamos do ensino da Língua Portuguesa, é comum as escolas abordarem os vícios de linguagem. Nesse sentido, o Coloquialismo é um vício gerado pelo mau uso da Linguagem Coloquial, seja pelo excesso ou em situações inadequadas.
Para entender essa sutil diferença, vamos começar relembrando o que é linguagem, entendendo quais são seus tipos e quando usar cada uma delas. Ao final, tudo ficará mais claro!
O que é a Linguagem
A linguagem é definida como qualquer forma com que nos comunicamos. Por isso, existem tipos de linguagem:
- Não verbal: imagens, pinturas, mímicas, expressões, fotos, roupas, cinema mudo, etc.
- Verbal: transmitir mensagens faladas ou escritas, acontece pelo uso da palavra.
A Língua é o meio pelo qual nos comunicamos verbalmente, ou seja, ela é um conjunto de símbolos e códigos organizados pelo homem. Por sua vez, a língua também pode ser divida em dois tipos:
- Oral: são as mensagens que passamos através da fala ou sons.
- Escrita: mensagens expressadas pelas letras e inscrições.
Desenvolver a linguagem é um ato natural ao homem, afinal, somos seres sociais (já dizia Aristóteles). A linguagem não verbal e a oral foram desenvolvidas quase ao mesmo tempo, no início da humanidade.
Porém, a linguagem escrita foi desenvolvida só depois, por meio de muitos avanços e articulações. Por isso, escrever é um esforço maior e é o último tipo de linguagem que aprendemos.
Ela é uma linguagem única do ser humano. É através dela que nos diferenciamos dos demais seres, mostrando que dominamos o nosso cérebro e podemos nos superar.
Independente de qual tipo de linguagem estamos lidando, essas formas ainda podem ser classificadas em Formal ou Informal. É com base nisso que avaliamos os contextos em que nos expressamos e como fazê-lo.
Linguagem Formal
A linguagem formal está intimamente ligada à escrita, mesmo quando tratamos da comunicação oral.
Isso acontece porque, quando a escrita foi elaborada, era preciso haver regras que padronizassem esse processo. Caso contrário, cada um escreveria de uma forma e dificilmente entenderíamos a escrita do outro.
Por mais que existisse uma certa ordem na linguagem oral anterior à escrita, ela era aprendida por escuta, repetição e costume. É a partir da escrita que acontece uma sistematização da língua e o surgimento da gramática (sintaxe e morfologia).
Como escrevemos para ler e, muitas vezes, a leitura se faz em voz alta; a linguagem formal inclui toda a forma de comunicação verbal (oral ou escrita) que segue a Norma Culta.
Em outras palavras, a comunicação formal é a que aprendemos na escola, com regras, nomes, gramática, termos técnicos e normas cultivadas em uma língua específica. Ela pode (ou não) incluir “palavras difíceis” e menos conhecidas, mas não é isso que a define.
Quando usar?
Usamos a Linguagem Formal em todas as ocasiões que forem formais. Normalmente, são estas:
- Em entrevistas de emprego e no trabalho.
- Nos estudos e no meio acadêmico (escola, faculdade).
- Em reuniões e eventos.
- Nos documentos, artigos, boletins, informativos, notícias, provas, avaliações.
- Em situações sérias ou que envolvem pessoas importantes em status.
- Quando queremos demonstrar o nível de nossa aprendizagem.
- Em perfis profissionais das redes sociais.
- Quando nos dirigimos aos que estão em posições superiores a nós.
Pode ser que alguma revista de humor não use esse estilo ou que depois de ganhar a confiança do seu chefe, ele diga “não precisa de tanta formalidade”.
Sim, isso acontece, mas tome cuidado. Essas são exceções específicas em que a linguagem formal foi oficialmente dispensada.
Se tiver dúvida em algumas dessas ocasiões acima e seu uso não foi claramente dispensado, sempre opte pela linguagem formal!
Linguagem Informal
Também chamada de linguagem coloquial, a linguagem informal é uma forma popular de se expressar verbalmente ou oralmente. Estamos falando daquela linguagem mais espontânea, que usamos no dia a dia.
É claro que nós vamos observar um nível de ordenamento nessa linguagem, mas ela não tem o compromisso de seguir regras gramaticais. Isso significa que ela varia dependendo do estilo de quem fala.
A principal característica da coloquialidade é a fluidez na fala, o que também pode ser expressado na escrita. Por isso, é comum encontrarmos:
- Neologismos (invenção de palavras).
- Abreviações.
- Estrangeirismos (uso de muitas palavras de língua estrangeira).
- Gírias.
- Palavrões.
- Erros (segundo a norma culta).
Destacamos que todos os estilos de linguagem têm sua importância para quem fala. Assim, não devemos desprezar alguém que se expressa dessa forma ou que tenha um estilo diferente do nosso.
Cada pessoa tem uma vivência (o nível de escolaridade, o nível de intimidade, o tipo de cultura e ambiente que frequenta, etc.) e tudo isso influencia no estilo informal de cada um.
É importante falar do melhor jeito que podemos e compartilhar o conhecimento para facilitar a comunicação. Mas isso envolve considerar as condições dadas a quem nos dirigimos, o contexto que estamos e a intenção que temos ao falar.
Por isso é que existe uma flexibilidade na linguagem informal.
Quando usar?
A Linguagem Coloquial é usada em situações informais, normalmente aquelas que envolvem:
- Conversas entre amigos.
- Em perfis pessoais das redes sociais.
- Situações envolvendo familiares.
- Para se dirigir a um vizinho.
- Ambientes em que o uso da norma culta da língua pode ser dispensado.
- Eventos e festas informais.
- Roda de conversa popular.
- Apresentações ou materiais de humor.
- Poesias e Prosas de certas escolas literárias.
- Situações de entretenimento e lazer.
Novamente, destacamos que pode haver exceções. Embora não seja comum, você pode lidar com a coloquialidade em situações formais, caso seja permitido ou para dar um ar de proximidade com o leitor/falante.
Mas essas são situações específicas. Então, na dúvida, só use a linguagem informal nas situações indicadas acima.
Pode ser que você queira mostrar seus conhecimentos, impressionar alguém ou é do seu estilo falar de forma mais formal, mesmo em situações cotidianas. Não há problema nisso, mas te aconselhamos a ter cautela!
Cuidado para não exagerar na formalidade usada em situação do dia a dia, pois isso pode provocar um afastamento das pessoas. Seja pela incompreensão ou pelo ar de “exibição” e “chateação”.
Não confunda: dialetos e coloquialidade
Uma última consideração importante é que o estilo de linguagem coloquial não deve ser confundido com a diversidade de dialetos.
Os dialetos são formas de falar que envolvem uma tradição cultural própria de um local ou grupo.
Também existe uma linguagem formal e outra informal dentro deles, então não são sempre sinônimo de coloquialidade.
Ainda assim, é bom saber que nem sempre podemos usar um dialeto em situações formais que estão fora do seu contexto cultural.
Já imaginou se todos os brasileiros usassem palavras formais de seus dialetos na redação do Enem? O corretor de outra cultura poderia não entender…
Por isso é que usamos a Norma culta nos vestibulares, ela é formal e independe de dialeto.
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Exemplos de Linguagem Coloquial
O escritor Guimarães Rosa é conhecido como “o inventor de palavras” por causa de seus neologismos. Em sua obra Grande Sertão: Veredas, ele aplica essa estratégia e outras marcas coloquiais para construir a imagem de um personagem.
Veja:
(…) Melhor, se arrepare: pois num chão, e com igual formato de ramos e folhas, não dá mandioca mansa, que se come comum, e a mandioca-brava, que mata? Agora, o senhor já viu uma estranhez? A mandioca doce pode de repente virar azangada – motivos não sei; às vezes se diz que é por replantada no terreno sempre, com mudas seguidas, de manaíbas – vai em amargando, de tanto em tanto, de si mesma toma peçonhas. (…) Arre, ele (o demo) está misturado em tudo.
(ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 1994. p. 27).
Outros exemplos em que usamos a Linguagem Informal, aceitos no nosso dia a dia, são:
- “Fui no banheiro”
(Pela norma culta, o correto seria “fui ao banheiro”)
- Não vi ela quando cheguei”
(Gramaticalmente, seria: “Não a vi quando cheguei”)
- “Corre minino, cê tá atrasado”
(Na norma culta, seria “Corra menino, você está atrasado”)
- “Te amo”
(Na gramática: “Amo-te”)
- “Aonde que você deixou o celular?”
(Segundo a norma culta, seria “Onde você deixou o celular ?”)
E o Coloquialismo? (Exemplos)
Como dissemos, o termo Coloquialismo pode ser usado como sinônimo de coloquialidade / linguagem coloquial ou informal. Porém, no contexto de vestibulares, costuma aparecer como um vício de linguagem.
Portanto, o coloquialismo pode ser considerado um problema que acontece com os estudantes que tentam produzir um texto.
Nós já nascemos em meio à linguagem falada informalmente e estamos muito acostumados com ela.
Às vezes, o aluno está tão apegado a isso ou pouco treinado na linguagem formal e não consegue escrever uma redação seguindo a norma culta. Infelizmente, muitos estudantes perdem vários pontos da Redação do Enem por causa disso.
Outro exemplo, é quando fazemos uma entrevista de emprego. Nesse momento, é preciso ser formal para demonstrar conhecimento, elegância e adequação. Mas muitas pessoas, seja pelo nervosismo ou falta de oportunidades, acabam recheando a entrevista com gírias.
Mas não se desespere, há uma saída!
Os vícios são os maus hábitos, ou seja, adquirimos por repetir várias vezes. Para combatê-los precisamos desenvolver virtudes, isto é, persistir em bons hábitos para que se tornem quase que automáticos.
- O primeiro passo é entender o que é linguagem, quais são seus tipos e quando usar cada uma delas. Sempre estude a Língua Portuguesa e sua gramática, mantenha frescas as regras e tire um tempo semanal para por o estudo em dia.
- O segundo passo é treinar seu subconsciente. Para isso, é necessário LER MUITO e com QUALIDADE. Portanto, não estamos falando de ler qualquer “tweet” ou “teen romance”. Você pode sim lê-los, mas…
Para se acostumar à língua formal, é bom ler textos informativos (artigos, jornais, revistas científicas) e os clássicos da literatura (cuidado com a escola literária, algumas têm como traço a variação informal).
- O terceiro passo é escrever redações, com a meta de uma por semana. Sempre que escrevemos, fazemos um esforço duplo (escrita e leitura). Por isso é que é tão eficaz. Deixe para revisar sua redação depois, seu cérebro irá perceber melhor os erros. Depois disso, entregue para um corretor.
- Dica: busque frequentar ambientes e ver mídias que favoreçam o seu aprendizado. Essa é uma forma lúdica de se lembrar e se estimular. Ver filmes históricos, frequentar museus e comparecer em palestras ajudam a fixar a linguagem formal.
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