Pleonasmo nada mais é que a repetição de palavras com mesmo significado ou ideia. São construções como: subir para cima, descer para baixo, e outras nem tão óbvias assim.
Há diferentes tipos diferentes de pleonasmo. Além disso, nem tudo que se repete deve ser considerado um. A Língua Portuguesa permite criar situações de repetições de ideias que servem para enfatizar um assunto.
Aqui, você não só vai aprender o que significa pleonasmo, como também vai perceber que nem tudo é tão simples quanto te ensinaram. Tudo isso com exemplos, explicações super fáceis e muito mais.
Este artigo vai te ajudar a aprender definitivamente o que é pleonasmo. Tem bastante conteúdo pela frente, então, clique em um dos tópicos para ir diretamente ao que deseja:
- O que é pleonasmo?
- Quais são os tipos de pleonasmo?
- Existe pleonasmo aceitável?
- Qual a diferença entre pleonasmo e redundância?
- Exercícios sobre pleonasmo (com gabarito comentado)
- O Beduka te conecta a faculdade (bolsas de até 65%)
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O que significa pleonasmo?
Pleonasmo é um vício de linguagem. Trata-se da repetição de significados iguais por meio da união de palavras diferentes. Simplificando, o pleonasmo ocorre quando você pega palavras, que apesar de diferentes, dizem a mesma coisa.
Para que o pleonasmo ocorra, essas palavras devem aparecer juntas, ocasionando uma repetição grotesca ou desnecessária. Os pleonasmos mais conhecidos são: subir para cima e descer para baixo.
Quais os tipos de pleonasmo?
Há dois tipos de pleonasmo:
Pleonasmo vicioso: costuma ser inaceitável e deixar os textos pobres.
Pleonasmo literário: se bem construído, reforça uma ideia ou origina um caráter poético ao texto.
Vamos abordar ambos mais a fundo para que você entenda completamente o que significa pleonasmo.
O que é pleonasmo vicioso?
Pleonasmo vicioso é a repetição totalmente desnecessária de palavras, ou seja, a utilização de termos iguais que não acrescentam em nada quando aparecem juntos. Exemplos:
- Ela é a principal protagonista da novela.
- Ela subiu para a sala de cima duas horas após a prova.
Observe que a palavra “protagonista” refere-se justamente ao personagem principal de algum enredo, então não faz sentido falar “protagonista principal”. É uma ideia completa, sem necessidade de ênfase assim como no segundo exemplo.
Se a menina subiu, então não é necessário dizer que a sala fica em cima. Ninguém sobe para baixo, né?
Ao aprender o que significa pleonasmo, é importante que você fique atento à diferença existente entre pleonasmos. Já que o vicioso não é nada aceitável, mas o literário sim.
O que é pleonasmo literário?
O pleonasmo literário é uma construção que usa palavras com significados semelhantes para gerar uma sensação de ênfase. Mas não qualquer ênfase, e sim uma de caráter poético. É o caso do poema Mar Português, de Fernando Pessoa:
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!”
Existe um mar que não seja salgado? Lógico que não. Todo mar é salgado, mas preste atenção na construção poética de Pessoa.
“Salgado” foi um adjetivo indispensável para a progressão e ritmo do poema. Além disso, ele fala das lágrimas de Portugal. O sal é somente do mar ou se mistura ao das lágrimas também?
Percebe como o pleonasmo pode ser usado como recurso literário? Mas é preciso saber fazer.
O pleonasmo literário usa palavras que aparentam semelhança, mas que na verdade se completam. Para identificá-lo, você pode retirar um dos termos e verificar se há enfraquecimento de sentido, ou seja, se a união era desnecessária ou não.
Lembre-se disso ao pensar sobre o que significa pleonasmo, e não corra o risco de sair por aí condenando todo uso de palavras semelhantes na mesma frase ou oração.
Existe pleonasmo ou redundância aceitável?
A resposta é sim. Apesar de a gramática normativa (aquela ensinada nas escolas) ser super importante para manter um padrão linguístico compreensível, nem tudo é preto no branco. Logo, nem toda repetição é inaceitável, e algumas são até necessárias. Veja a frase abaixo:
“Há vinte anos atrás a gente no Rio só falava ‘guria’”.
Essa frase foi dita por Rachel de Queiroz. Nela, temos uma ênfase de tempo decorrido, construída através da utilização do “há” e do “atrás”.
Mesmo que ambas apresentem a mesma ideia, juntas, representam uma união enfática (uma reforça a presença da outra). Perceba também que a leitura flui e não aparenta uma construção grotesca.
Outro exemplo é:
“…e ouviram uma voz que chorava um choro mui suspirado e outra que soltava barbaridades…”.
No trecho acima, dito por Simão Lopes Neto, somos apresentados à construção “chorar um choro”. Nela, há o fortalecimento de uma ideia poética. Logo, quem lê, não recebe as palavras como uma mera repetição, mas sim como um acúmulo de emoções.
Lopes leva o leitor a sentir e receber de forma mais profunda o choro. É quase como chorá-lo também. Por isso, a literatura é cheia de redundâncias aceitáveis: aquilo que chamamos de liberdade poética.
Nesse caso, pleonasmo e redundância se confundem. Por isso, além de te explicar o que significa pleonasmo, vamos te explicar a diferença entre ambos.
Qual a diferença entre pleonasmo e redundância?
Enquanto o pleonasmo é uma figura de linguagem e possui significado e explicação bem específica, a redundância é um termo mais abrangente, utilizado para todo e qualquer uso de palavras que tenham significados iguais ou semelhantes.
É mais fácil identificar um pleonasmo que uma redundância, já que a segunda pode ser bem mais sutil e muitas vezes até aceitável. Por esse motivo, alguns teóricos até consideram as palavras sinônimos (de mesmo conceito).
Uma boa dica para diferenciá-los é pensar que o pleonasmo tem mais a ver com o sentido bruto da palavra (o dado no dicionário) e a redundância com a ideia que uma palavra transmite dentro de uma frase.
Exercícios sobre pleonasmo
Agora que você já sabe o que significa pleonasmo, veja como o assunto costuma ser cobrado em concursos e vestibulares:
Questão 1- (FEI-SP)
Identifique a alternativa em que ocorre um pleonasmo vicioso:
a) Ouvi com meus próprios ouvidos.
b) A casa, já não há quem a limpe.
c) Para abrir a embalagem, levante a alavanca para cima.
d) Bondade excessiva, não a tenho.
e) N.D.A.
Questão 2- (FGV)
A frase abaixo que contém um anacoluto, e não um pleonasmo, é:
a) Às mulheres, não se pode dar um elogio atualmente;
b) Os livros, o aluno não os trouxe para a aula;
c) Paisagens, quero-as comigo por toda a vida;
d) Ao homem mesquinho, basta-lhe pouquinho;
e) A mim até me pareceu que ia chover forte.
Gabarito comentado
Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: c) Para abrir a embalagem, levante a alavanca para cima.
Observe que todas as demais alternativas querem te confundir, como em “bondade excessiva”, toda bondade não seria o excesso de algo bom? Não! Há pequenos e grandes gestos de bondade.
Em “próprios ouvidos” sabemos que ninguém escuta com o ouvido de outras pessoas, mas as duas palavras não representam um mesmo significado.
Já em levantar a alavanca para cima, temos duas construções que significam exatamente a mesma coisa: “levante” e “para cima”. Como ninguém levanta nada para baixo, temos um uso desnecessário de duas palavras que juntas desempenham o mesmo papel.
Exercício resolvido da questão 2 –
Alternativa correta: a) Às mulheres, não se pode dar um elogio atualmente;
Nas questões acima, não temos a repetição de palavras com mesmo significado em nenhuma das alternativas.
O que temos, na alternativa “a”, é a presença de anacoluto, ou seja, uma quebra sintática (ordem natural da frase). Logo, “às mulheres” está fora da ordem natural de uma construção frasal, permanecendo interligada apenas pelo sentido.
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