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O que é Racionalismo? [Conceito, características e principais filósofos]

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A partir do século XVI, alguns filósofos começaram a debater sobre a natureza e a fonte do conhecimento humano. Eles se dividiram em dois grupos: empiristas e racionalistas. Estes últimos definiram a razão humana como fonte segura do conhecimento. Neste artigo, você descobre tudo sobre o Racionalismo e os principais filósofos racionalistas.

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O que é epistemologia?

Para entender bem o que é o racionalismo, precisamos saber o que é epistemologia. Pois ele faz parte deste ramo da Filosofia.

Desde a filosofia antiga, a humanidade é vista como um ser racional. Isso significa que os filósofos definiram o ser humano como um ser que é capaz de conhecer as coisas e a realidade.

Isso perdura até hoje. Contudo, a forma como os conhecimentos são adquiridos se tornou objeto de controvérsia a partir do século XVI.

Isso gerou uma área de estudo na Filosofia conhecida como Epistemologia, ou teoria do conhecimento. No caso, a epistemologia é a parte das ciências que se refere a como o ser humano conhece, a natureza e a validade dos conhecimentos.

Os filósofos se dividiram em dois grupos principais: os empiristas e os racionalistas. Continue lendo para conhecer o que é o racionalismo.

O que é racionalismo?

O Racionalismo é uma posição epistemológica cuja ideia central é que a razão é a única forma que o ser humano tem para chegar a conhecimentos verdadeiros de maneira completa.

Ou seja, os filósofos racionalistas admitem como único meio plausível e aceitável de conhecer a realidade a capacidade de raciocinar que todos temos. A mente seria o lugar de armazenamento, organização e atribuição de sentido das informações.

Os filósofos que se identificam com o racionalismo entendem que os sentidos não são confiáveis, podendo nos dar conhecimentos enganosos. Por exemplo, a visão pode ser enganada pela luz que ilumina um objeto e modifica a apresentação da sua cor.

Assim, para eles, a experiência não é uma fonte de conhecimento livre de erros. Por isso, por mais que os sentidos gerem as informações na mente, é preciso raciocinar sobre elas para estabelecer a verdade.

Os racionalistas defendem a tese que as ideias que temos são inatas, ou seja, já nascemos com elas. Contudo, necessita-se fazer um esforço de raciocínio para alcançá-las.

Deste modo, para uma proposição epistemológica ser racionalista, ela precisará aceitar ao menos uma destas três teses:

  • a razão e a intuição devem ter privilégio sobre a sensação e a experiência;
  • as ideias, ou a maior parte delas, têm origem na mente e estão presentes desde o nascimento;
  • a certeza do conhecimento deve ser privilegiada sobre as probabilidades dele em investigações filosóficas.

O que é o racionalismo cartesiano?

O racionalismo cartesiano é a vertente racionalista teorizada por René Descartes, o maior nome deste ramo filosófico. Foi ele quem lançou as bases modernas deste tipo de pensamento.

Para Descartes, todo ser humano é formado por duas substâncias: uma interna pensante, que seria a mente, e uma externa, o corpo.

Sua tese defende que antes de mais nada é preciso duvidar das coisas. Duvidar da realidade e dos conhecimentos que já se tem para que se pudesse chegar à verdade.

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Deste modo, é possível dizer que a base do cartesianismo é o pensamento e a dúvida. A própria noção de existência surge deles: duvido, logo penso, logo existo.

Segundo Descartes, há três conjuntos de ideias.

  • Adventícias: são as que nos chegam através dos sentidos.
  • Factícias: são provenientes da imaginação e ficam retidas na memória. Ao se combinarem, permitem que representemos o que nunca vimos.
  • Inatas: são as ideias que adquirimos sem a necessidade da experiência, porque nasceram conosco.

Para chegar à verdade, Descartes propõe como método a intuição e a dedução.

  • Intuição: é a apreensão de noções tão simples que a validade não é posta em dúvida.
  • Dedução: é a relação que se faz entre as intuições realizadas anteriormente.

Descartes também propôs quatro regras com as quais o indivíduo será conduzido à verdade. São elas: 

  • Regra da evidência: só se deve acolher como uma verdade o que é evidentemente verdadeiro.
  • Regra da análise: as dificuldades devem ser divididas sem limitações em quantas parcelas forem possíveis para resolvê-las.
  • Regra da ordem: é preciso conduzir os pensamentos com ordem, dos objetos mais simples aos de mais difícil compreensão.
  • Regra da enumeração: estabelece a necessidade de fazer enumerações e revisões gerais para não omitir o que quer que seja.

Qual é a diferença entre racionalismo e empirismo?

Como dito acima, o racionalismo é uma das teorias do conhecimento. A outra é o empirismo, do qual ele é oposto.

A diferença fundamental entre ambos é a importância que dão à experiência prática na aquisição do conhecimento.

A palavra empiria, de onde vem empirismo, significa experiência. Segundo os filósofos desta vertente, o conhecimento é adquirido ao longo da vida, à medida que o indivíduo passa por situações diversas.

A mente humana é uma folha em branco para os empiristas. As informações são escritas nela por meio das vivências. Ou seja, não há ideias inatas, apenas conquistadas pela experiência.

O empirismo tem como base também os sentidos e as percepções que ele dá às coisas. Deste modo, o empirismo retoma a ideia aristotélica de que o conhecimento se dá em vários graus. Isto é, ele passa por estágios, que são: 

  • a sensação, 
  • a percepção, 
  • a imaginação, 
  • a memória e 
  • a experiência.

Quais são os principais filósofos racionalistas?

O racionalismo remonta à antiguidade clássica, tendo como origem distante a teoria platônica das ideias. Segundo essa teoria, a forma fundamental de realidade está nas ideias (ou formas) das coisas

Estas seriam abstratas e fixas, em contraposição às realidades aparentes, materiais e transitórias que são captadas pelos sentidos.

No entanto, os filósofos que se destacam neste campo de discussão surgiram no contexto do Renascimento e da Idade Moderna. Alguns deles são:

  • René Descartes: é o grande nome do Racionalismo que lançou as bases deste campo epistemológico. Sua obra principal é o Discurso do Método, onde se encontra sua famosa frase: penso, logo existo.
  • Baruch Spinoza: foi um filósofo racionalista holandês, de origem judaica e portuguesa. Foi autor de teses sobre a existência dos seres. Defendeu a imanência da divindade, formalizando um pensamento panteísta, que defende que tudo é deus.
  • Gottfried Leibniz: Foi um filósofo germânico que ficou conhecido pela teoria das mônadas, segundo a qual as mônadas são a parte elementar dos seres existentes. O conhecimento, para Leibniz, seria transitar intelectualmente no universo das mônadas.

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