Quincas Borba é um romance de Machado que dialoga com Memória Póstumas de Brás Cubas, posterior à morte do autor do Humanitismo e com as desventuras de seu sucessor, Pedro Rubião. A história é a concretização da filosofia apresentada, refletindo o contexto histórico em que se encontravam. Saiba todos os detalhes do resumo de Quincas Borba!
Neste artigo com o resumo de Quincas Borba, você encontrará:
- Informações gerais: ficha técnica
- Resumo de Quincas Borba de Machado de Assis
- Análise da obra
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Informações gerais
É importante, principalmente se você não tiver muito tempo para ler a obra completa, conhecer e se recordar dos aspectos técnicos, que podem te guiar na leitura do resumo de Quincas Borba.
Ficha técnica:
Título: Quincas Borba
Autor: Machado de Assis
Ano de publicação: 1891 (de 1886-1991, pois foram folhetins)
Nacionalidade: Brasileiro
Foco narrativo: 3° pessoa (narrador onisciente e não participante)
PDF: Quincas Borba
Movimento literário: Realismo
Gênero Literário: Inicialmente um conjunto de folhetins, hoje unificados em um romance
Filme:
Principais personagens de Quincas Borba
- Quincas Borba: Era um intelectual que vivia em Barbacena (MG). Apaixonado pela irmã de Rubião, a moça morreu jovem. Borbas já estava no Rio desenvolvendo e propagando sua filosofia, o Humanitismo, retratado no livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ao morrer, não tinha herdeiros, apenas seu amigo Rubião e seu cão.
- Quincas Borba (cachorro): O cão de Borbas recebeu o mesmo nome e, assim como Rubião, era o fiel escudeiro de Borbas. Era um cachorro de estatura média, pêlos cor de chumbo e malhado com preto, muito precioso para Quincas.
- Pedro Rubião: Era professor primário e tornou-se enfermeiro de Quincas Borba além de discípulo do Humanitismo. Era o mais ingênuo de todos que haviam ao seu redor e, quando Borbas morreu, a herança inteira e o cachorro ficaram para ele.
- Sofia Palha: Mulher de Cristiano Palha, era também a musa de Rubião. É descrita como uma jovem e belíssima senhora, que encantava a todos os homens.
- Cristiano Palha: Também chamado de “capitalista” por se envolver em práticas liberais de mercado, era também interesseiro e oportunista. Fazia de tudo para formar fortuna e via em Rubião uma oportunidade para enriquecer, aproveitando-se de sua inocência.
Resumo de Quincas Borba de Machado de Assis
Para que resumo de Quincas Borba fique mais fácil de ser entendido, separamo-lo em três partes cronológicas dos acontecimentos, veja:
Enredo inicial
A história é narrada em torno da vida de Pedro Rubião de Alvarenga. Ele era um ex-professor primário que se tornou enfermeiro do filósofo Quincas Borba. Com a proximidade, tornou-se também fiel discípulo da filosofia inventada por Borbas, o Humanitismo.
Quincas havia falecido de loucura no Rio de Janeiro, na casa de Cubas. Toda essa história da jornada de Borba e sua morte foram narradas no livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Após a morte, a fortuna foi herdada por Rubião, o único companheiro humano inseparável de Quincas.
Rubião morava em Barbacena, interior de Minas Gerais, e era o homem mais ingênuo de todos que haviam ao seu redor. Além de herdar integralmente a herança (móveis, casa, investimento, etc), herdou também o cachorro, chamado Quincas Borba.
De uma hora para a outra ficou muito rico e decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro. Na estação, acabou conhecendo o casal Palha: Cristiano e Sofia. O casal aparentou ser muito amigável e se comprometeram a apresentar-lhe à corte e auxiliá-lo para que ninguém o enganasse.
Desenvolvimento
O casal Palha só fez isso porque, na verdade, queria aproveitar de sua inocência e administrar a herança recebida. Com o tempo, o interesse de Rubião por Sofia foi inevitável. Sofia notou a paixonite e resolveu aproveitar-se disso para envolver Pedro Rubião nos seus planos financeiros.
Acreditando que era correspondido, Rubião declarou-se à Sofia em um baile e ela logo em seguida foi comentar com o marido sobre a ousadia de Pedro. Cristiano tenta acalmar a esposa dizendo que estava devendo muito dinheiro a Rubião e não podiam romper agora. Sugeriu que ela continuasse insinuando para que eles pudessem explorar mais.
Rubião ficou frustrado com o impacto que causou em Sofia e decidiu sair do Rio. Contudo, Cristiano e Camanho, político que também se aproveitava de Rubião, insistiram que ele continuasse na cidade. Pedro foi facilmente convencido e permaneceu no Rio de Janeiro.
Rubião e Cristiano tornaram-se sócios de uma importadora chamada Palha & Cia. Com o tempo, o capitalista passou a ter controle total sobre a administração dos bens. A condição de vida do casal melhora e Rubião continua no círculos de amizade. Contudo, notou que outro homem, chamado Carlos, também cortejava Sofia.
Louco de ciúmes por causa de Carlos e de raiva por Sofia não querer fazer dele seu amante, Pedro grita com ela insinuando que ela era adúltera. Sofia era muito perspicaz e consegue contornar a situação, casando Carlos com sua prima.
Desfecho
Diante de mais confusão arranjada, Cristiano decide romper com a sociedade que tinha com Pedro. Alegava que precisava desligar-se da empresa para que conseguisse assumir cargos maiores no sistema financeiro. Na verdade, ele já tinha conseguido o que queria e precisava afastar Sofia de Rubião.
Pedro Rubião já estava insano, louco de desejo, e insiste em visitar Sofia. Ela estava de saída, entrando numa carruagem e ele resolveu entrar de supetão. Quando as cortinas se baixaram, Pedro declarou-se mais uma vez. Já delirando, acreditava ser o Imperador Napoleão III e queria que Sofia fosse sua amante.
Sofia percebeu a demência de Pedro e a notícia se espalhou pela cidade. Seus delírios aumentavam na mesma medida em que seu patrimônio diminuía. Alguns conhecidos insistiram que o casal Palha assumisse a responsabilidade de cuidar do doente.
Assim feito, transferiram-no para uma casa simples e depois internaram-no em um hospício. Contudo, Rubião fugiu acompanhado do cão e retornou à Barbacena. Não havia ninguém para os abrigar e eles dormiram na rua como mendigos. No dia seguinte Rubião morre na miséria e na loucura.
Análise de Quincas Borba de Machado de Assis
Para fazer uma boa análise de Quincas Borba, precisamos compreender vários aspectos diferentes, veja:
Contexto Histórico
A segunda metade do século XIX é um momento de profundas transformações tecnológicas e sociais. Acreditava-se poder alcançar a verdade (o que é objetivo e concreto) por meio dos recursos da ciência, do Positivismo, do Determinismo, do Evolucionismo. Não havia confiança em crenças, sentimentos ou convenções sociais.
Esse momento cético refletiu fortemente na literatura, e nesse contexto surge o Realismo. Machado de Assis ficou famoso como representante do Realismo brasileiro, pois a racionalidade, a crítica e análise dos comportamentos são bem evidentes em suas obras.
Porém, Machado foi além visto que questionava até mesmo os fundamentos do Realismo. Filosofava sobre esse espírito realista e as tendência passadas, e mesmo em terceira pessoa, expressou alguns desses pensamentos e críticas no Humanitismo de Quincas.
Estrutura, Linguagem
Primeiro é necessário compreender que o narrador de 3° pessoa é alguém que está fora da narrativa, não participa como personagem. Como narra toda a história, é dito onisciente. Contudo, o narrador de 3° pessoa não é a mesma coisa que o escritor.
O escritor é simplesmente quem escreve e pode escolher outro ser, ou ninguém, para ser o narrador. Contudo, nesta obra especificamente, Machado de Assis se põe como narrador, configurando um narrador/escritor.
A passagem a seguir quebra a objetividade do narrador de 3ª pessoa e mostra essa confluência. Pode-se dizer até que essa obra tem um tom a menos de formalidade que a sua antecessora, mesmo sem deixar de lado o estilo de Machado:
“Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora, em Barbacena”.
As narrativas de Memórias Póstumas de Brás Cubas e de Quincas encontram-se no início do capítulo IV, como se fora uma continuação. Entretanto, as histórias dos livros são completamente diferentes e tratam de pessoas diferentes. O elo entre os romances é apenas o Humanitismo.
Intertextualização e Filosofia
Segundo o Humanitismo de Quincas Borba, a vida é um campo de batalha onde só os mais fortes sobrevivem e que fracos e ingênuos são manipulados e aniquilados pelos superiores e espertos.
Levava isso tão à sério e considerava tão natural que afirmou:
“Nunca há morte. Há encontro de duas expansões, ou expansão de duas formas”
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas explica sua filosofia com uma frase:
“Ao vencedor, as batatas”
Essa frase veio de uma exemplificação concreta de sua filosofia, entenda:
“Supões-se em um capo de duas tribos famintas. As batatas apenas chegavam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrerão de inanição.
A paz, neste caso, é a destruição; a guerra, é a esperança. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí, a alegria da vitória, os hinos, as aclamações. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se. Ao vencido, o ódio ou compaixão…..Ao vencedor, as batatas !”
Análise final da obra
Diante de todas essas informaçõe prévias, podemos concluir que Quincas Borbas é a concretização da tese do Humanitismo, pois a trama passa em torno das relações sociais e demonstra que os que nasceram para ser fracos (Rubião) sempre serão dominados e explorados pelos espertos (Casal Palha).
A falta de escrúpulos do casal Palha nada mais é que o comportamento de várias outras personagens da vida real e do próprio livro, como o político. São paródias satíricas da crença do romantismo na sinceridade e virtudes humanas.
Demonstra Cristiano como todo falso amigo é e Sofia como as mulheres que sempre usaram as armas da sedução para seu objetivos. Além disso, a temática da traição sempre presente nas obras do autor é insinuada no interesse que Sofia manifesta pelos homens que a cortejavam.
De forma geral, denuncia uma sociedade improdutiva e parasitária, dissimulada e cheia de máscaras. Explicita o fetiche pelos bens e o jogo de aparências exerce grande influência e a demonstração de poder é até maior que o poder em si.
O Humanitas é o ser como é na realidade, simplesmente um aproveitador das oportunidades para sua sobrevivência. Rubião, por sua vez, é o anti-Humanitas, porque nada na sua vida foi conquistado, com a fortuna que caiu em seus braços. Sendo fraco, foi assolado, algo perfeitamente plausível.
Além do mais, a loucura gradativa já havia afetado Quincas e foi causa da morte de ambos. Ela é a confirmação do destino de quem acreditou excessivamente na aparência. É como se tudo fosse permitido em nome da substância original e a moralidade aparente escondesse a imoralidade da essência dessas relações.
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