História

Exercícios sobre Autocracia com GABARITO

Exercícios_sobre_autocraciaExercícios sobre Autocracia
Mentoria para o Enem

Autocracia é uma forma de governo em que o poder se concentra em uma pessoa ou um grupo. Ela é muito confundida com monarquia, totalitarismo, etc. Por isso vamos esclarecer a situação nesse texto e quando terminar separamos exercícios sobre autocracia para testar o que aprendeu.

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O que é Autocracia?

Autocracia” vem do grego autos, que significa “próprio” ou  “um só” ekratos que significa “poder” ou “governo”. Logo, autocracia é o governo de um só grupo ou uma só pessoa que concentra todo o poder estatal, não importando se esse poder foi adquirido de forma legítima, ou não.   

Acredita-se que essa palavra tenha surgido por volta do século IV, no Império Bizantino. Nessa época o imperador denominava-se autocrator para demonstrar o seu poder absoluto que só se subordinava ao de Deus. Isso funcionava porque a própria população acreditava no imperador como figura divina ou descendente de uma grande família real.

O único poder que o imperador não tinha era o de espiritualizar, que pertencia exclusivamente à igreja. Ainda assim, alguns autocratas tentaram usurpar-lo ao longo da história. O título de autocrata foi ganhando novos nomes como “czar” na Rússia Imperial e “césar” no Império Latino

Mas tenha cuidado se for usar “autocracia” na sua redação, porque esse termo pode ser muito facilmente confundido com outros regimes. Falaremos mais dessa questão antes que faça os exercícios sobre autocracia.  

Diferenças nos termos

Os termos que designam regimes políticos são muito confundidos. Isso porque apesar de não serem a mesma coisa, dois regimes podem influenciar um ao outro. Também deve-se considerar o contexto em que o governo foi implantado, portanto essa confusão é quase natural. Por isso, veremos a diferença de autocracia para outros regimes.  

Autocracia x Monarquia

Monarquia é um regime governamental que tem o rei como figura máxima de poder. As pessoas confundem muito os dois termos porque quando pensam em monarquias lembram apenas das absolutistas, essas sim se enquadram em autocracias. Contudo, não são todas as monarquias que são assim.   

Existem monarquias constitucionais em que o poder do governante fica limitado e outros órgãos participam da administração do Estado. Só por isso, o regime já não seria mais autocrático, além de ainda ter o detalhe de que os representantes desses órgãos são eleitos pelo povo.

Autocracia x Totalitarismo x Autoritarismo

Kim Jong Un: Exemplo atual de autocracia
Kim Jong Un: Exemplo atual de autocracia

Outra confusão muito comum é confundir autocracia com totalitarismo ou autoritarismo. Mas nesses casos o que diferencia é a forma como tal governo foi instaurado. Vamos lembrar que uma autocracia pode ser aplicada por métodos legítimos ou ilegítimos. Já um totalitarismo sempre vem de uma imposição de poder e força.

O motivo de haver tantas confusões é que muitos regimes diferentes podem se enquadrar nas características da autocracia, mas nem por isso autocracia se torna sinônimo de algum deles. Então tenha em mente apenas que quando um governo é exercido única e inteiramente por uma pessoa ou grupo esse governo específico está sendo autocrático.

Veja alguns exemplos antes de fazer os exercícios sobre autocracia

Regimes Autoritários

  • Monarquia Absolutista por direito divino, em que é legítimo pois se baseia na religião de todo um povo (ex: Império Bizantino). É uma forma de autocracia porque o poder se concentra na mão do rei, a única autoridade.
  • Império Napoleônico, regime plebiscitário e autoritário que foi fundado num contexto em que a vontade popular só via este modelo como solução para um momento de caos completo. Também se enquadra na definição de autocracia, pois há concentração de poder.
  • Ditadura militar no Brasil, forças autoritárias providas por um grupo que coagiram instituições governamentais, inicialmente apoiadas por parte da população. Também se enquadra na definição de autocracia, visto que há concentração de poder.

Regimes Totalitários

  • Seja URSS, China ou Coreia do Norte, todos têm em comum o culto ao líder  e homogeneização das ideias. São impostos ideologicamente e estruturalmente, ao passo que os cidadãos são manipulados pelas instituições para concordar com o golpe e fazer as próximas gerações concordarem também.
  • O regime Nazista de Hitler possui também as mesmas características de culto ao líder, massificação de ideias nos meios culturais e acadêmicos, propagação de ideologias articuladas em engenharia social que usavam da força física e psicológica.

Ambos os regimes citados acima se enquadram na definição de Autocracia por concentrarem a aparelhagem estatal em um elemento. 

Autocracia x Aristocracia x Oligarquia 

Aristocracia sim pode-se chamar de sinônimo de autocracia, e por tabela, oligarquia também, porque oligarquia é a subversão da aristocracia. Mas o que todas têm em comum é que a aparelhagem estatal funciona inteiramente controlada por um grupo

Vejamos mais afundo esses sistemas antes que faça os exercícios sobre Autocracia.

Aristocracia 

  • É o poder concentrado em uma classe social prestigiada. Normalmente se deu com a exaltação das classes da nobreza ao longo da história, e a concentração do poder nas suas mãos.
  • Esse modelo político já era praticado desde a Grécia Antiga, em que os sábios deveriam governar. Portanto, havia uma centralização do poder nas mãos destes.

Oligarquia 

  • A oligarquia é a subversão da aristocracia, acontece quando o grupo que deveria governar para todos começa a governar apenas em benefício de si próprio.
  • Um exemplo de oligarquia brasileira é a famosa República do Café com Leite, em que os governantes eram sempre de São Paulo ou Minas Gerais, mas governavam apenas para seus estados, enquanto os demais eram esquecidos.

Perceba que ambas as formas são autocráticas por concentrarem os poderes em um grupo e excluir a participação de outros órgãos. 

Deixaremos abaixo um trailer para o filme alemão “A Onda, de Dennis Gansel”. Ele mostra como um professor constrói uma autocracia dentro de sua escola, convencendo seus alunos a segui-lo. Você pode ver o filme completo e dublado no You Tube

Trailer de: A Onda

Aproveite e confira nosso artigo sobre filmes com temática de ENEM depois de terminar os exercícios sobre autocracia. 

O que é autocracia no contexto sociológico?

O termo “autocracia” também foi usado como uma crítica ao capitalismo dentro da sociologia. O sociólogo brasileiro Florestan Fernandes cunhou o termo “Autocracia Burguesa”, se referindo ao imperialismo americano e europeu. Imperialismo esse que seria EUA e Europa intervindo em políticas de outros países com menor poder econômico.

Ele também usava autocracia para se referir à burguesia brasileira que seria favorecida pelos serviços públicos e os utilizariam para fortalecer o capitalismo. Perceba que ele subverte o termo de origem para fazer uma crítica à gestão governamental.

Contudo, devemos lembrar que autocracia não é um bom sistema para o capitalismo se desenvolver, já que ele é um sistema socioeconômico que prega o livre mercado e a não intervenção do Estado, ou seja, Estado Mínimo. E um sistema autocrata, por natureza gera um Estado Máximo, contradizendo as diretrizes capitalistas.

Além disso, o capitalismo não apoia ações como a burguesia (empresários) fazer acordos com setores estatais para ganhar vantagens. Isso é corporativismo, uma agressão ao Livre Mercado. 

Ele também não admite um país intervir nas políticas de outro sem permissão, porque seria uma violação da propriedade privada do país que está recebendo a intervenção. E um dos principais pilares do capitalismo é a manutenção da propriedade privada

Portanto, é complicado relacionar capitalismo a autocracia porque são práticas bem diferentes e que se contradizem em vários pontos. 

Resumo da Autocracia

Apenas como exercício de fixação deixaremos alguns tópicos que resumem tudo o que falamos sobre autocracia durante o artigo. Leia, compreenda e depois faça os exercícios sobre autocracia.  

  • Personalização do poder: as políticas do governo se confundem com ações e interesses pessoais
  • Centralização do poder: a concentração do poder em um único líder ( sindical, pessoal, partidário ou de classes) e esse poder é arbitrário, isolado e absoluto
  • Outros membros e órgãos do governo são exonerados
  • Intolerância com opiniões contrárias e oposições
  • Impunidade para o autocrata e seus aliados, resultante da concentração de poder
  • Pode existir a partir de meios legais, como a eleição, onde, posteriormente o líder eleito impõe uma autocracia. Utilizando, inclusive, dos mecanismos republicanos e adequar as leis.
  • Pode advir também de golpes de Estado e instauração de ditaduras
  • Muitos modelos políticos se enquadram na sua definição, mas a Autocracia não é, necessariamente, sinônimo de nenhum deles

Exercícios sobre Autocracia

1-(CEDERJ/2014)

Czar Nicolau II
Czar Nicolau II

Considerado o último Czar da Rússia (a despeito do curto período em que seu irmão assumiu o poder), Nicolau II (foto) tem seu nome associado à incapacidade de negociação de seu governo em relação aos movimentos sociais russos das duas primeiras décadas do século XX. Assinale a alternativa que melhor caracteriza o conturbado período de 1905 a 1917:

a) O período foi marcado por uma série de conflitos, que envolveram muitos dos partidos que lutaram contra a autocracia do Czar Nicolau II.

b) Apesar de sua perda de prestígio, o Czar Nicolau II realizou, nesse período, intensas reformas no país, em especial no atendimento às reivindicações dos trabalhadores.

c) O chamado Domingo Sangrento simboliza a atuação dos bolchevistas contra o governo de Nicolau II, no ano de 1917.

d) O lema “terra, paz e pão” sintetiza as reivindicações das lideranças liberais, em oposição aos temas dos bolcheviques.

2-(UFG/2014)

Leia o texto a seguir: 

Napoleão voltara, e nenhuma notícia jamais deixara os governos da Europa tão apreensivos. Milhares de europeus seguiram avidamente esse rematado autocrata, acreditando que ele espalharia os ideais da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Mais surpreendente era que o próprio Napoleão ainda acreditava ser um apóstolo da Revolução. 

WEIR, William. 50 batalhas que mudaram o mundo. São Paulo: M. Books, 2003. p. 320-321. (Adaptado).

Ao retorno de Napoleão, após cerca de cem dias nos quais governou a França precariamente, seguiu-se a batalha de Waterloo, travada entre os franceses simpatizantes do Imperador e uma coalizão formada por britânicos e prussianos. Estava em jogo no campo de batalha

a) a continuidade do projeto republicano ditatorial napoleônico contra o fortalecimento e a restauração dos ideais monarquistas

b) a imposição do Código Napoleônico, de inspiração burguesa, como principal conjunto de leis das nações europeias.

c) a permanência do período do Terror e a continuidade das execuções dos opositores aos ideais da Revolução Francesa.

d) a exportação dos ideais revolucionários para além das fronteiras da França, com o objetivo de tornar a Europa uma só nação

e) a coroação de Napoleão como imperador, cerimônia na qual seu poder ganharia autoridade superior à do papado.

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3-(ENEM/2010)

Tirinha de Mafalda com Crítica Social
Tirinha de Mafalda com Crítica Social

Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo:

a) impedir a contratação de familiares para o serviço público.

b) reduzir a ação das instituições constitucionais.

c) combater a distribuição equilibrada de poder.

d) evitar a escolha de governantes autoritários.

e) restringir a atuação do Parlamento    

4-(Enem – MEC) Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal. A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se:

a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.

b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.

c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.

d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.

e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

5-(PUC-MG) Ao contrário do historiador contemporâneo ao fascismo – como Franz Neumann, Theodor Adorno e Ângelo Tasca –, nós sabemos, através de Auschwitz, o que é o fascismo ou, ao menos, sabemos qual é a sua prática, ao contrário, ainda, dos historiadores que escreveram no imediato pós-guerra, como Trevor-Hooper, G. Barraclough ou Eric Hobsbawm (até algum tempo), não podemos tratar o fascismo como um movimento morto, pertencente à história e sem qualquer papel político contemporâneo. Encontramo-nos, desta forma, numa situação insólita: sabemos qual a prática e as consequências do fascismo e sabemos, ainda, que não é um fenômeno puramente histórico, aprisionado no passado. Assim, torna-se impossível escrever sobre o fascismo histórico – o que é apenas uma distinção didática – sem ter em mente o neofascismo e suas possibilidades.

FILHO, Daniel Aarão Reis. O século XX. p. 111-2.

Assinale a opção que sintetiza corretamente a ideia contida no trecho acima.

a) O fascismo é um fenômeno definido conceitualmente, cuja prática é identificada pelos historiadores que coexistiram com ele historicamente.

b) O fascismo não é um fenômeno histórico ligado ao passado, ele se insere na política contemporânea atual sob outras formas de atuação.

c) O fascismo não pode ser tratado sem qualquer relação com a política contemporânea, já que hoje sabemos sua prática e suas consequências.

d) O fascismo, conforme os historiadores, é um fenômeno que não poder ser escrito, já que se circunscreve na história contemporânea como passado e presente.

Respostas dos Exercícios sobre Autocracia

Exercício resolvido da questão 1 –

a) O período foi marcado por uma série de conflitos, que envolveram muitos dos partidos que lutaram contra a autocracia do Czar Nicolau II.

Exercício resolvido da questão 2 –

a) a continuidade do projeto republicano ditatorial napoleônico contra o fortalecimento e a restauração dos ideais monarquistas

Exercício resolvido da questão 3 –

d) evitar a escolha de governantes autoritários.

Exercício resolvido da questão 4 –

a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.

Exercício resolvido da questão 5 –

b) O fascismo não é um fenômeno histórico ligado ao passado, ele se insere na política contemporânea atual sob outras formas de atuação.

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