História

O que foi a crise dos mísseis? Entenda como o mundo quase teve uma guerra nuclear

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A crise dos mísseis foi um dos eventos de maior tensão da Guerra Fria, no qual a possibilidade de haver uma guerra nuclear ficou eminente e se tornou um dos principais episódios da história da humanidade. Continue lendo para entender o que foi a crise dos mísseis, o contexto em que ela ocorreu.

Vamos te explicar o que foi a crise dos mísseis, se você quiser ir para alguma parte do conteúdo, clique em um dos tópicos abaixo:

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O que aconteceu antes da crise dos mísseis de Cuba?

A crise dos mísseis de Cuba aconteceu em 1962, dentro de um contexto histórico muito específico. Para entendermos melhor este evento, é preciso compreender qual contexto era esse e, em especial, uma parte importante da história da ilha caribenha: a Revolução Cubana.

O que foi a Revolução cubana?

Desde 1952, Cuba estava sob a direção de Fulgêncio Batista Zaldivar, que deu um golpe de estado em 10 de março daquele ano e estabeleceu uma ditadura militar, mas não sem resistência.

Em 1953, um grupo de rebeldes fez um assalto aos quartéis de Moncada e de Cespedes para armar a população e derrubar o governo.

Esse foi o evento que marcou o início da Revolução Cubana e entre os líderes do assalto estavam Fidel Castro e seu irmão, Raul. Eles foram capturados e condenados. Em 1955, Fidel recebe a anistia e se exila no México, voltando a Cuba com Ernesto Che Guevara e outros.

De volta à ilha, iniciou-se a guerrilha contra o regime de Batista em 1956. Em 1958, para evitar que armas chegassem aos rebeldes, o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, embargou a venda de armamentos para Cuba.

Porém, isso afetou mais o governo que os rebeldes. A ditadura não resistiu à campanha revolucionária e caiu em 1 de janeiro de 1959.

Como Cuba se tornou socialista?

De imediato, o governo cubano revolucionário não adotou o marxismo-leninismo como modelo teórico. Os líderes tentaram uma aproximação com os Estados Unidos, pedindo a queda do embargo de 1958.

Porém, o governo americano rejeitou as propostas cubanas e tramou para derrubar o governo de Fidel. Quando isso aconteceu, o mundo estava polarizado em dois blocos, um capitalista, liderado pelos americanos, e outro socialista, liderado pela União Soviética. Como os americanos não queriam negociar, os cubanos se aproximaram dos soviéticos.

Em 1960, o governo de Cuba comprou armas da União Soviética. Os Estados Unidos reduziram a cota de importação do açúcar cubano em resposta, mas os soviéticos se comprometeram a comprar o restante.

No mesmo ano, os americanos se recusaram a vender petróleo para Cuba, que passou a comprar dos soviéticos e estatizou as refinarias que existiam na ilha, que pertenciam aos americanos. A resposta dada pelos Estados Unidos foi a proibição de exportação de qualquer produto, exceto alimentos e remédios.

A isso se seguiram mais estatizações e mais embargos, até que Cuba aderisse ao bloco soviético de vez, com Fidel Castro declarando seu governo como marxista-leninista em 1961.

Para entender melhor o contexto e o que foi a crise dos mísseis, leia nosso texto sobre a Guerra Fria.

O que foi a crise dos mísseis de Cuba?

Em abril de 1961 os Estados Unidos ajudaram em uma tentativa de golpe contra Fidel Castro, treinando opositores do regime socialista de Cuba. Entre 17 e 19 de abril houve a invasão da Baía dos Porcos e a Batalha de Praia Girón, com o intuito de derrubar o regime.

Contudo, a tentativa foi mal sucedida e se associou à adesão de Cuba ao bloco soviético no agravamento das tensões entre os dois países.

Em 10 de outubro de 1962, aviões americanos sobrevoaram a ilha de Cuba e fizeram a identificação de construções em curso em um ponto isolado dela. Dias depois, fotos aéreas foram tiradas e mostravam a instalação de mísseis na região.

Os americanos identificaram como mísseis R-12 Dvina e R-14 Chusovaya, de médio alcance, que podiam atingir a costa leste e o sul dos Estados Unidos muito facilmente. O interesse cubano era evitar uma nova tentativa de invasão americana.

A crise se deu porque o presidente John Kennedy afirmou que os Estados Unidos não podiam admitir mísseis a míseros 150 km de distância de seu território e portanto não teria dúvidas em usar armas nucleares contra a ilha. Assim, a possibilidade de uma guerra nuclear cresceu.

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O ponto mais crítico aconteceu quando a artilharia cubana abateu um avião americano, no dia 27 de outubro. Durante dias, houve suspense sobre o que iria acontecer, até que as negociações levaram ao fim da crise.

Continue lendo este artigo sobre o que foi a crise dos mísseis de Cuba para saber como ela chegou ao fim.

Como a crise dos mísseis de Cuba chegou ao fim?

A crise dos mísseis terminou no dia 28 de outubro de 1962, após algumas negociações que envolveram a ONU e a União Soviética.

Os cubanos se comprometeram a retirar os mísseis, se por sua vez os Estados Unidos fizessem o compromisso de não mais atacar a ilha. Além disso, a retirada de mísseis americanos na Turquia entrou no acordo, pois ameaçavam a União Soviética.

Entre as negociações houve a participação do Brasil, que chegou a enviar um representante à capital de Cuba, Havana, em 19 de outubro de 1962. O governo americano solicitou também que o Brasil intercedesse para facilitar uma aproximação com Fidel.

Como consequência da crise, as grandes potências assinaram um tratado de não proliferação das armas nucleares, em 1968. Além disso, muitos embargos a Cuba continuam valendo e alguns veem como as principais causas da frágil situação econômica do país.

Agora que você já sabe o que foi a crise dos mísseis, conheça outras 9 consequências da Guerra Fria.

O embargo americano realmente atrapalha Cuba?

O embargo que os Estados Unidos criaram contra Cuba dura mais de 60 anos, sendo o mais longo da história. Ele é um conjunto de leis que restringem o comércio entre empresas americanas e Cuba ou de produtos cubanos comercializados por empresas de outros países.

Muita gente critica essas leis, pois entendem que elas afetam Cuba de maneira muito negativa e são responsáveis pela pobreza do país. Alguns especialistas apontam que, ao contrário, a economia cubana era dependente da União Soviética, que chegou ao fim em 1990.

Com a queda do bloco socialista, Cuba perdeu seu principal aliado e começou a decair. Além disso, atualmente o principal fornecedor de produtos para Cuba (principalmente alimentos) são os Estados Unidos. 

O governo cubano também tem um longo histórico de dar calotes aos seus parceiros, o que dificulta criar relações comerciais com outros países.

Os embargos são feitos para pressionar a mudança de regime, com uma possível abertura e o avanço da democracia liberal e dos direitos humanos.

Mas independentemente disso, uma coisa é certa, caem questões sobre Cuba e sobre a Crise dos misseis no Enem. Muitos estudantes não chegam preparados para isso, mas com você pode ser diferente. 

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Esperamos que tenha entendido o que foi a crise dos mísseis de Cuba. Bons estudos!

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Redação Beduka
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