História

Por que os militares tomaram o poder em 1964? Entenda os motivos por trás do golpe

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Em 1964 os militares tomaram o poder no Brasil após uma grave crise política iniciada no governo de Jânio Quadros e de João Goulart.

Os motivos são diversos e tanto os envolvidos no evento quanto historiadores debateram sobre eles. Mas em geral, estão ligados à Guerra Fria e a polarização do mundo entre capitalistas e socialistas.

Continue lendo para saber por que os militares tomaram o poder em 1964 e como isso aconteceu.

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O que foi o golpe militar de 1964?

O Golpe Militar de 1964 foi o resultado de articulações entre membros de diversos setores da sociedade e do Estado para retirar o presidente João Goulart do poder

O golpe já vinha se desenhando desde 1961, quando Goulart assumiu o cargo após a renúncia de Jânio Quadros.

Goulart era o vice de Jânio, que foi eleito com uma postura conservadora nos costumes, mas teve um governo bastante controverso. 

Ele condecorou Ernesto Che Guevara, o líder da Revolução Cubana e reatou relações com a União Soviética, coisas que não eram esperadas.

A renúncia veio após forte pressão em 25 de agosto de 1961. João Goulart se encontrava na China, em visita diplomática. Ministros militares tentaram impedir que ele tomasse posse da cadeira de presidente, gerando uma crise no governo.

A solução criada foi a de permitir a posse, mas reduzindo os poderes do presidente e aumentando os do parlamento. Isso permaneceu até 1963, quando os eleitores decidiram em um plebiscito voltar ao modelo presidencial anterior.

Munido de seus poderes, Goulart buscou promover reformas na estrutura social brasileira, principalmente no contexto rural. Porém, em 2 de abril de 1964, um golpe parlamentar foi dado e a cadeira de presidente foi declarada como vaga pelo senador Auro de Moura.

Ele fez isso alegando que o presidente havia saído do país sem autorização, o que abria a possibilidade de vacância. 

Acontece que Goulart estava no Brasil, por isso a investida se configura como um golpe. Com a deposição, o caminho ficou aberto para que os militares tomassem o poder.

O primeiro presidente empossado foi Humberto Castello Branco, que emitiu um Ato Institucional no dia 9 de abril definindo os motivos da deposição de Goulart. Estava iniciada a ditadura militar que duraria até 1985.

Saiba mais sobre esses eventos com nosso texto sobre a Ditadura Militar no Brasil.

Por que os militares tomaram o poder em 1964?

Muitos motivos são apontados para explicar por que os militares tomaram o poder em 1964. Eles se dividem em dois grupos: o da explicação oficial e o das interpretações historiográficas.

Vamos conhecê-los.

Explicação oficial

A explicação oficial para a deposição de João Goulart e a tomada de poder pelos militares tem como base o anticomunismo e a suposta simpatia de Goulart à ideologia comunista e ao regime chinês.

O fato de Goulart ter visitado a China comunista em 1961, sua proximidade com o trabalhismo e o desejo de promover reformas de base foram vistos como adesão da parte dele ao comunismo. 

Agora imagine isso: um país geograficamente próximo aos Estados Unidos, que na época era personagem protagonista da Guerra Fria, sendo assumido por um presidente provavelmente comunista e certamente amigável ao bloco socialista. Não tinha como isso terminar de forma pacífica.

Assim, o motivo oficial do por que os militares tomaram o poder em 1964 foi a segurança nacional, para evitar que o país entrasse no bloco socialista, que era mal visto.

Essa interpretação possui amparo historiográfico. Recentemente foram descobertos documentos da agência de inteligência da Tchecoslováquia, um país socialista da época, em que se afirma a presença de agentes tchecos no Brasil para implantar o socialismo aqui.

Porém, essa versão é um pouco marginal nas leituras historiográficas; a maioria tende a outras explicações. Vamos ver quais são.

Interpretações historiográficas

A maior parte das interpretações historiográficas não nega que havia um anticomunismo por trás dos movimentos que geraram o golpe de 1964. 

Porém, elas entendem que o motivo dos militares para tomarem o poder tinham base econômica capitalista e a interferência dos Estados Unidos.

O governo de João Goulart foi marcado por uma radicalização de esquerda bastante forte, que levou à intervenção de setores conservadores ciosos de manter a ordem social intacta. Entre outras coisas, isso se deu conjunto de reformas de base que buscou promover.

Essas reformas visavam reorganizar a sociedade em diversas áreas, como a rural, educacional, bancária, urbana etc. Em algumas localidades isso foi possível. 

Alguns prefeitos conseguiram recursos federais para melhorar a infraestrutura de seus municípios através de saneamento básico, água encanada, estradas etc.

O projeto de reforma agrária foi debatido entre março e agosto de 1963, mas gerou bastante desgaste, o que diminuiu o apoio de alguns parlamentares ao governo

O impasse se deu porque não houve entendimento entre o governo e os defensores dos latifundiários, que sofreriam a desapropriação de parte de suas terras.

Além disso, em 1962, foi aprovada a Lei de Remessa de Lucros, que impedia o repasse de mais de 10% dos lucros das multinacionais para o país de origem. Na época do golpe, ela estava prestes a ser sancionada pelo presidente.

Isso não agradava aos americanos, que começaram a intervir cada vez mais na política brasileira. Eles financiaram instituições como o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (Ipes) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) e através delas ajudaram na candidatura de 800 políticos de oposição a Goulart.

Ou seja, assim como existe a versão de que o golpe que foi articulado tinha o interesse de salvar o país do comunismo, também há a versão de que o golpe foi para manter os interesses da população (ou da elite dela).

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Qual dos motivos do por que os militares tomaram o poder em 1964 você acha mais plausível? Deixa nos comentários para a gente ler!

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Como aconteceu o golpe militar de 1964?

Agora que já vimos por que os militares tomaram o poder em 1964, vamos entender como o golpe aconteceu.

Goulart perdeu cada vez mais apoio (tanto interno quanto externo) de setores importantes. Isso o levou a se apoiar na população em geral e nos setores de esquerda

Em 13 de março, ele fez um comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, reforçando seu compromisso com as reformas de base. Ele iria realizá-las a todo custo.

Antes disso, ele já havia assinado dois decretos que permitiam a desapropriação de terras numa faixa de 10 km de ferrovias, rodovias e barragens. Ele ainda transferiu para o Estado o controle sobre cinco refinarias de petróleo.

A resposta aconteceu seis dias depois, em 19 de março, com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Ela foi organizada principalmente por clérigos e mulheres da classe média e alta de São Paulo e reuniu cerca de 500 mil pessoas.

Na Marcha, pedia-se democracia e a intervenção para formação de um governo cristão.

O golpe foi iniciado em 31 de março, quando o general Olímpio Mourão Filho, que comandava a 4ª Região Militar em Juiz de Fora, marchou para o Rio de Janeiro a fim de depor o presidente. 

Essa não era a data escolhida, mas o movimento era descentralizado, o que permitiu a ação de Mourão sem que outros militares soubessem.

A ação dos militares lançou o país no caos. Algumas partes do Exército, da Marinha e da Força Aérea ofereceram resistência, mas com pouca duração, pois as forças golpistas eram maiores.

No dia 1 de abril, o governador de São Paulo, Ademar de Barros, declarou que seis estados estavam rebelados contra o governo, entre eles os maiores, como São Paulo, Minas Gerais e o estado Guanabara, atual Rio de Janeiro.

No dia 2, ocorreu a sessão que comunicou a vacância da cadeira de presidente, Mesmo que Goulart ainda estivesse no país. 

Porém, mesmo que essa informação fosse dita na sessão, o presidente da câmara dos deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu a presidência e convocou eleições indiretas.

Os parlamentares votaram na maioria em Humberto Castello Branco, general ligado ao Inspe.

Depois disso, diversas marchas continuaram acontecendo em apoio à ação dos militares, que foi louvada pela imprensa brasileira e americana.

O regime foi marcado por uma profunda violência contra a oposição, aumento da concentração de renda e intervenção estatal em todas as esferas da sociedade. Saiba mais com nosso texto sobre o que aconteceu na Ditadura Militar.

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Esperamos que tenha entendido por que os militares tomaram o poder em 1964. Bons estudos!

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