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Resumo das Revoltas Nativistas: das causas às consequências!

Quais foram as Revoltas Nativistas, suas causas e consequências!

As revoltas nativistas, também chamadas de movimentos ou rebeliões, ocorreram no início do Brasil Colônia, entre os séculos XVI e XVII. Os revoltosos eram filhos de portugueses nascidos aqui, que faziam parte das elites ou comércios locais. Elas aconteceram contra o monopólio da Coroa Portuguesa, mas tinham causas próprias.

Neste texto sobre as Revoltas Nativistas, você encontrará:

  1. O que são Revoltas Nativistas.
  2. Contexto histórico.
  3. Principais causas.
  4. Objetivo geral.
  5. Quais são as revoltas: Amador Bueno, Beckham, Vila Rica, Emboabas e Mascates.
  6. Consequências.
  7. Diferença entre revoltas nativistas, separatistas e regenciais.

O que são revoltas nativistas?

As revoltas nativistas, também chamadas de movimentos ou rebeliões, ocorreram no início do Brasil Colônia, entre os séculos XVI e XVII. Os revoltosos eram filhos de portugueses nascidos aqui, que faziam parte das elites ou comércios locais.

Cada revolta nasceu em um desses setores e tinha suas reivindicações próprias, por isso, falamos que as manifestações eram isoladas. A única coisa que nos permite agrupá-las é o ponto comum de estarem insatisfeitos com a intervenção portuguesa.

Esses protestos surgiram por todo o país, contra as imposições da Coroa Portuguesa na economia e na política. O domínio colonial já estava consolidado, exercendo muita pressão nas principais regiões (nordeste e sudeste).

Esse cenário acirrava os conflitos entre os “filhos da terra” (nascidos no Brasil) e os “reinóis” (imigrantes portugueses). Vamos entender de onde ele surgiu:

Contexto histórico dos movimentos nativistas

O Brasil Colônia é um período histórico muito longo, vai de 1530 até 1815, marcado por invasões de terras e exploração de recursos naturais por meio da força. Mas o Brasil foi descoberto em 1500, e seus primeiros anos foram um pouco diferentes. 

Esse primeiro momento é chamado de período pré-colonial, pois apesar de os colonos portugueses já explorarem o Brasil, estavam no começo do processo. Nessa época, os colonos tinham certa autonomia e a coroa não intervinha muito.

Em 1530 o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias, trechos de terras que seriam administradas por nobres portugueses, mas podiam ser doadas subdivisões para os colonos e seus descendentes.

Porém, esse modelo não deu certo e durou apenas 16 anos. Das 14 capitanias iniciais, restaram apenas 2: Pernambuco e São Vicente (São Paulo). 

Diante disso, a Coroa percebeu que ela mesma precisava administrar o território para cumprir seus objetivos. A partir daí, implantou um verdadeiro sistema de exploração colonial, por meio da Companhia das Índias Ocidentais, uma empresa estatal.

Principais causas das rebeliões nativistas

É importante lembrar que já haviam choques culturais entre nativos, afrodescendentes e colonos. Isso foi agravado pela chegada de novos portugueses, pois os objetivos eram mais agressivos e os antigos portugueses já tinham adotado um modelo de vida diferente aqui.

No Brasil já se tinha criado regras próprias, inclusive, os primeiros colonos já tinham feito parcerias com espanhóis e holandeses. Agora que existia um plano e um objetivo, novos portugueses vieram para o Brasil com a mentalidade colonial de servir à coroa. 

Não eram como os primeiros portugueses que tinham um “espírito mais livre”, então muitos problemas surgiram em diversas áreas: política, cultura e economia. Por isso nascem as Revoltas Nativistas, um reflexo do descontentamento pelo controle colonial.

Em resumo, as causas gerais que motivaram os movimentos nativistas foram:

  • Monopolização do comércio de mercadorias, por parte dos portugueses (eles controlavam tudo).
  • Havia muitos conflitos culturais, políticos e econômicos entre os colonos brasileiros e os portugueses.
  • A Coroa cobrava altos impostos sobre a extração de ouro, feita pelos colonos brasileiros.
  • Altos preços cobrados para comprar produtos portugueses.
  • Rígido controle da metrópole sobre o Brasil, por meio de leis controversas.
  • As medidas da metrópole favoreciam apenas os portugueses, principalmente no comércio.
  • Abusos e impedimentos da exploração colonial feita por Portugal.

Qual o objetivo das revoltas nativistas?

Por todo o contexto histórico em que surgiram as rebeliões nativistas, o objeto comum era defender os interesses dos brasileiros contra o controle excessivo da Colônia Portuguesa, feito por meio da Companhia das Índias Ocidentais. 

Quais são as revoltas nativistas?

Houveram várias revoltas nativistas:

  • Aclamação de Amador Bueno (São Paulo, 1641).
  • Revolta da Cachaça (Rio de Janeiro – 1660 e 1661).
  • Conjuração de Nosso Pai (Olinda, 1666).
  • Revolta de Beckman (1684).
  • Guerra dos Emboabas (1708).
  • Guerra dos Mascates (1710).
  • Revolta do Sal (São Paulo e Minas Gerais – 1710).
  • Motins do Maneta (Salvador-BA – 1711).
  • Revolta de Filipe dos Santos (Vila Rica, MG -1720).

Muitos nativos (cada um em sua região) começaram a mobilizar confrontos e tentativas de impor governos paralelos. Mas essas foram iniciativas tímidas, pois a verdadeira intenção era demonstrar a insatisfação quanto às medidas da Coroa.

Por isso, não podemos dizer que foram movimentos separatistas. Na realidade, foram movimentos emancipacionistas (buscavam expandir a sua autonomia, mas não queriam o rompimento total com a coroa).

Quais foram as 5 principais revoltas nativistas?

Abaixo, colocamos o resumo das 5 rebeliões nativistas que mais caem nas provas e vestibulares. Aproveite!

Aclamação de Amador Bueno

A Aclamação de Amador Bueno foi um movimento nativista ocorrido na Capitania de São Paulo, em 1641. Ela é considerada a primeira rebelião nativista do Brasil Colônia.

Durante a União Ibérica, o Brasil estava sob o controle da Espanha, que tinha alianças com a Holanda. Esses povos invadiram o nordeste brasileiro ao mesmo tempo em que ocupavam a África, surgindo um intercâmbio de escravos.

Desse modo, a Capitania de São Vicente (São Paulo, sudeste) sofreu com o desabastecimento de escravos. A partir daí, os fazendeiros e bandeirantes paulistas viram na escravidão indígena o seu próximo negócio.

Com o fim da União Ibérica e a restauração do trono português, a Coroa expandiu o comércio escravista para outras nações e monopolizou o tráfico que ocorria na colônia.

Por isso a capitania paulista ficou descontente e sua resposta foi eleger o Capitão-Mor Amador Bueno como Rei. O que eles buscavam era o rompimento com Portugal e com a Dinastia de Bragança, como uma afronta e ameaça.

Na realidade, o fazendeiro continuou fiel à metrópole e foi perseguido pelos insurgentes. A autodestruição levou o movimento ao fim. Depois, os padres jesuítas tentaram combater a escravidão indígena em São Paulo, catequizando para incluí-los na nossa civilização.

Revolta de Beckman

A Revolta de Beckman ocorreu em São Luís do Maranhão, no ano de 1684. A liderança foi a elite agrária comandada pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, por isso recebe este nome.

Essas pessoas reivindicavam a extinção da Companhia de Comércio do Maranhão, que cobrava preços abusivos pelo açúcar e algodão, além de deter o monopólio dos produtos. 

Eles também queriam a proibição de que os jesuítas pudessem catequisar índios nas missões, pois os jesuítas defendiam os nativos da escravidão embora a elite agrária queria usá-los como mão de obra.

A revolta durou um ano e os irmãos tomaram o poder local, expulsando os padres e a companhia comercial. Depois de ir para Portugal, Tomás foi preso e seu irmão detido pelas tropas portuguesas, sendo executado.

Revolta de Filipe dos Santos ou Vila Rica

A Revolta de Filipe dos Santos, também conhecida como Revolta de Vila Rica, ocorreu na Vila Rica, atual Ouro Preto (Minas Gerais), em 1720. 

Foi comandada pelos políticos locais, tendo como representante Filipe dos Santos, um tropeiro. As causas eram:

  • Cobrança de altos impostos sobre a exploração de ouro, por parte da Colônia.
  • Criação das Casas de Fundição pela coroa, para controlar e arrecadar impostos sobre o ouro encontrado.
  • Proibição da circulação do ouro em pó, com punições severas para quem fosse pego nessa condição.
  • Monopólio das principais mercadorias pelos comerciantes portugueses.

Você pode ler mais sobre ela no nosso artigo exclusivo sobre a Revolta de Vila Rica!

A Guerra dos Emboabas

A Guerra dos Emboabas aconteceu em Minas Gerais, no ano de 1708. O termo “emboaba” era usado pelos mineiros para se referir aos “estrangeiros” que iam até lá, para procurar  metais preciosos. 

Como a maior parte dos mineiros daquela época eram paulistas que migraram, dizemos que a guerra aconteceu entre paulistas e emboabas. A ideia dos bandeirantes era controlar a exploração do minério, retirando o poder da coroa e seus impostos. 

A Guerra dos Mascates

A Guerra dos Mascates ocorreu na Capitania de Pernambuco, em 1710.

Nessa época, a capitania vivia o momento após a expulsão dos holandeses. Os holandeses haviam feito comércios com os senhores locais que traziam benefícios para ambos, mas a Coroa os expulsaram porque estavam sobre o território dela, que não lucrava nada.

Após a expulsão, a situação financeira dos senhores de engenho havia se agravado, e precisavam pagar as dívidas sem receber mais o financiamento dos bancos holandeses.

A Câmara de Olinda decidiu aumentar os impostos, comprometendo mais ainda as finanças dos comerciantes, também chamados de mascates. Diante dessa crise econômica, iniciou-se o protesto.

Quais as consequências das revoltas nativistas?

A maior parte das rebeliões nativistas foram reprimidas pelas tropas portuguesas, agravado pelos conflitos internos. Assim, a Coroa Portuguesa reafirmou seu domínio sobre a colônia brasileira.

Por mais que as consequências imediatas fossem tímidas e tenham sido derrotadas, as revoltas nativistas despertaram uma inspiração na sociedade. Então, contribuiu para o enfraquecimento do poder da metrópole que se daria nos anos seguintes.

É nesse período que acontece a separação definitiva do território brasileiro como sendo, de fato, do Brasil; não uma extensão de Portugal. Porém, a influência externa continuou acontecendo até a independência.

Essa insatisfação quanto aos mandos da Coroa Portuguesa influenciaram indiretamente o processo de Independência do Brasil, declarada no dia 7 de setembro de 1822.

Diferença entre Revoltas Nativistas e Separatistas

Além das Revoltas Nativistas, o Brasil Colônia também teve movimentos separatistas. É importante diferenciá-los, pois não são a mesma coisa.

Como foi dito, as revoltas nativistas são movimentos emancipacionistas, ou seja, só queriam um aumento da sua autonomia, não o rompimento total com a Coroa. 

Ainda assim, elas influenciaram para que no futuro houvessem as rebeliões separatistas, como a Conjuração Baiana ou Mineira. Elas sim queriam o total rompimento de seus estados com o restante do país que sofria interferências.

Por fim, podemos citar as revoltas regenciais que aconteceram muito depois, mas que também caem muito nos vestibulares. Muitas pessoas confundem essas manifestações, então estude cada uma delas, destacando seus períodos, para não confundir!

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Categorias: História
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