Você já deve ter se deparado com esse termo, mas nunca soube o que era, certo? A epistemologia é a parte das ciências que trata da Teoria do Conhecimento. É através dela que se define como os conhecimentos são conquistados ou a validade dos saberes. Leia este artigo e entenda tudo sobre epistemologia.
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- O que é epistemologia?
- Quais são as 3 diretrizes da epistemologia?
- Quais são as 6 sub-áreas do conhecimento na epistemologia?
- O que é epistemologia para os racionalistas?
- O que é epistemologia para os empiristas?
- O que é a epistemologia genética?
Quando você terminar de ler o artigo sobre o que é epistemologia, que tal organizar seus estudos com o nosso plano de estudos Beduka?
O que é epistemologia?
“Epistemologia” vem do grego: episteme, que quer dizer conhecimento e logia, que significa estudo. Ou seja, epistemologia é o ramo das ciências que estuda como o ser humano conhece e justifica seus conhecimentos. O que chama-se de Teoria do Conhecimento.
A epistemologia também estuda a natureza do conhecimento das ciências. Deste modo, é através dela que os conhecimentos são diferenciados entre si.
Por exemplo, é a epistemologia da História que define o que é o conhecimento histórico e como adquiri-lo.
As perguntas que direcionam o estudo epistemológico são principalmente estas:
- O que é o conhecimento?
- Como podemos adquiri-lo?
- Como responder aos céticos?
A primeira pergunta é respondida por uma definição. Geralmente, se tem por conhecimento uma crença verdadeira e justificada. Ou seja, é algo em que alguém acredita dando razões para a crença.
Cada ciência irá indicar o modo de conhecer os objetos que fazem parte de seus estudos. Na Filosofia, existem dois grandes ramos que detalham formas de ter conhecimento sobre algo: o racionalismo e o empirismo.
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Quais são as diretrizes da epistemologia?
As diretrizes da epistemologia são três: a crença, a verdade e a justificativa.
O que é a Crença?
A crença é aquilo que o indivíduo tem por verdadeiro. Isto é, é a confiança de alguém numa afirmação sobre algum fato ou alguma coisa. Por exemplo, a confiança de que Deus existe.
O que é a Verdade?
A definição mais aceita de verdade é a de que ela é a adequação da inteligência humana ao objeto que ela estuda. Outros dizem que ela é apenas a atribuição mais aceita socialmente que as pessoas fazem a um mesmo objeto.
Tome como exemplo a proposição: “Uma nota de dois reais tem valor”.
Se você sair perguntando se uma nota de dois reais tem valor, todas as pessoas dirão que sim. Portanto, como a enorme maioria das pessoas concordam com isso, essa afirmação acaba se tornando “verdadeira”.
Se amanhã essas mesmas pessoas decidirem que essa afirmação é falsa, ela passará a ser falsa. Viu como é difícil definir o que é verdade nessas condições?
Diversos filósofos consideraram este conceito e procuraram dizer o que ele é. Alguns até mesmo negaram a existência da verdade.
Claro que nenhum conseguiu, se não poderíamos dar uma definição objetiva atualmente. Sendo assim, não nos atrevemos a bater o martelo de uma discussão secular em um texto de blog.
Na questão epistemológica, as conclusões propositivas devem ter coerência. Isto é, o que se diz sobre o objeto analisado deve ter sentido na sua relação com o mesmo objeto.
O que é a Justificativa?
A justificativa é a razão ou a prova que se apresenta para apoiar a crença em alguma proposição. Ou seja, são os argumentos levantados para dar uma base de sustentação à crença.
Quais são as 6 subáreas do conhecimento na epistemologia?
Os conhecimentos que temos são variados. Isto se dá porque as coisas e as formas com que nós nos relacionamos com elas são de ordens diversas também. Por isso, a palavra conhecer pode significar muitas coisas.
Por exemplo, uma pessoa pode conhecer um lugar porque este lhe é familiar. Ainda é possível descrever uma habilidade, como quando alguém diz que sabe jogar futebol.
Também existe o conhecimento do que uma coisa é. Como quando alguém diz que sabe o que é um computador, uma casa, uma bola. Estes são os conhecimentos proposicionais, ou seja, são conhecimentos de proposições ou afirmações sobre algo.
Estes conhecimentos podem ser divididos em subáreas. São elas:
- Científico: é a análise baseada em evidências.
- Intelectual: é fruto do raciocínio humano.
- Filosófico: está ligado à construção de ideias e conceitos.
- Popular: o senso comum de uma cultura.
- Sensorial: é adquirido por meio da experiência sensitiva.
- Teológico: é o conhecimento adquirido pela fé religiosa.
A forma como a inteligência humana adquire os conhecimentos, na Filosofia, foi fonte de muitas controvérsias. A principal delas entre racionalistas e empiristas. Abaixo, detalhamos mais o que cada grupo defendia.
O que é epistemologia para os racionalistas?
A posição racionalista defende que o conhecimento humano tem sua fonte na razão humana. Deste modo, dá privilégio a esta faculdade humana, que é o raciocínio, em detrimento da experiência.
Para uma proposição epistemológica ser racionalista, ela precisará aceitar ao menos uma destas três teses:
- a razão e a intuição devem ter privilégio sobre a sensação e a experiência;
- as ideias, ou a maior parte delas, têm origem na mente e estão presentes desde o nascimento;
- a certeza do conhecimento deve ser privilegiada sobre as probabilidades dele em investigações filosóficas.
O método de investigação da corrente racionalista é a dedução. O racionalismo procura sempre uma causa inteligível para tudo o que existe.
René Descartes, Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz são exemplos de filósofos racionalistas da modernidade.
O que é epistemologia para os empiristas?
A posição empirista defende que a fonte do conhecimento é a experiência. Assim, o conhecimento é o que foi aprendido ao longo da vida.
Para os empiristas, a mente humana é uma tábula rasa. Assim, as ideias seriam gravadas nela na medida em que o indivíduo vive no mundo. Deste modo, o papel da experiência e da evidência são enfatizados sobre a noção de que as ideias são inatas.
O método empirista de investigação é o indutivo. Assim, o raciocínio formula proposições gerais depois de considerar diversos casos particulares.
John Locke, Thomas Hobbes e Francis Bacon são exemplos de filósofos empiristas.
O que é epistemologia genética?
A epistemologia genética é a teoria do aprendizado e do conhecimento formulada por Jean Piaget. Ele foi um biólogo suiço, que desenvolveu a teoria observando seus filhos.
Esta teoria une as duas teorias anteriores: o Apriorismo e o Empirismo. No apriorismo, os conhecimentos não dependem da experiência prática. Contudo, para o empirismo, a experiência é fundamental para adquiri-los.
Segundo Piaget, o aprendizado se dá de forma linear, indo dos conteúdos e das operações mentais mais simples para as mais complexas.
Isto se realiza em 4 estágios. No entanto, é preciso entender que cada criança tem um ritmo próprio, podendo não seguir os estágios.
Os 4 estágios são:
- Sensório-motor: a criança está na fase das operações sensoriais, na idade de 0 a 2 anos. Neste momento, ela adquire conhecimento através dos sentidos e suas habilidades são desenvolvidas a partir das experiências.
- Pré-operatório: é marcado pelo aparecimento da linguagem, o que acarreta mudanças importantes em aspectos cognitivos, já que oferece contato interindividual. Contudo, a prática ainda é muito importante. É nesta fase que a o desenvolvimento da coordenação motora fina. Ocorre entre 2 e 7 anos.
- Operatório concreto: a criança desenvolve a capacidade de utilizar a lógica. Ocorre entre 7 e 12 anos e marca o uso de números e a capacidade de fazer relações e solucionar problemas concretos.
- Operatório formal ou abstrato: a criança desenvolve a habilidade de elaborar hipóteses a partir de raciocínios lógicos e sistematizados. Assim, a criança pode fazer raciocínios abstratos sem o apoio de objetos concretos. Ocorre a partir dos 12 anos.
Vale ressaltar que cada indivíduo tem seu modo e nem sempre se encaixa em teorias mais gerais. Portanto, é preciso relativizar um pouco as fases e as idades da epistemologia genética. Isso se dá na medida em que se reconhece o ritmo de cada criança.
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