John Locke foi considerado pai do empirismo na Inglaterra. Também é tido como ponto de partida para o liberalismo político na filosofia. Era um defensor da monarquia e retrata isso muito bem em suas obras baseadas no absolutismo e nas revoluções inglesas da época. Leia o artigo e faça as questões sobre John Locke para se sair bem no ENEM.
Quem foi John Locke?
Entender a trajetória do filósofo é importante para entender a sua filosofia. Acompanhe o resumo da biografia para não ter dúvidas quando for fazer as questões sobre John Locke. Faça também o Simulado Beduka para se preparar para todos os vestibulares.
John Locke nasceu em Wrington, Somerest, Inglaterra em 1632. Era filho de um dono de terras, ex-capitão de cavalaria. Ingressou em Oxford, onde estudou medicina, ciências da natureza e filosofia. Depois voltou pra lá como professor de filosofia, grego e retórica. Os principais filósofos em seus estudos eram Descartes e Francis Bacon.
Locke deixa seu país em 1683 e passa cinco anos exilado entre Holanda e França. Só retorna à Inglaterra quando Guilherme de Orange assume o trono e restabelece o protestantismo e a monarquia constitucional representativa.
Qual era a filosofia de John Locke?
Tendo entendido sua trajetória, é hora de entender seus pensamentos. Continue acompanhando para fazer as questões sobre John Locke.
John Locke era um empirista, mas não um qualquer. Ele foi o empirista que inspirou filósofos como David Hume, Immanuel Kant, Voltaire, e Adam Smith.
Ele achava que todo o conhecimento vinha da experiência e discordava de Descartes, sobre o sujeito ser a substância. Ele queria compreender o início, meio e fim do entendimento humano, tendo os sentidos como ponto de partida.
Por isso, Locke é tratado como pai do empirismo, apesar de não o ter inventado. Ele foi o primeiro a estabelecer uma linha de paradigmas, métodos e críticas sobre o empirismo. Inclusive, ele concordava com Aristóteles sobre a mente ser uma “tabula rasa”, ou seja, antes das experiências, ela não tem conhecimento algum.
Locke admite dois tipos de experiência:
- Externa: É a experiência que gera ideias simples de sensação (a ideia do movimento é um exemplo).
- Interna: É a experiência que gera ideias simples de reflexão (a ideia de dor é um exemplo)
Essa capacidade de criar ideias nos seres é o que Locke chama de “qualidade”. Ele admite dois tipos de qualidade:
- Qualidades Primárias: São qualidades reais de corpos que criam cópias exatas dessas características. Essas cópias são as ideias.
- Qualidades Secundárias: São misturas de ideias que geram novas ideias, fazendo com que não sejam mais cópias e nem correspondam diretamente aos objetos.
Locke acredita que a mente tem o poder, tanto de combinar ideias simples para formar ideias complexas, quanto de separá-las para formar ideias gerais. Ele também admite três tipos de ideias complexas:
- Ideia de Modo – Afecções da substância
- Ideia de Substância – vêm da suposição de um substrato em que perduram algumas ideias simples
- Ideia de Relações – Surgem do confronto instituído pelo intelecto entre as ideias
Locke também admite a substância, mas por abstração, e continua negando a capacidade humana de ter diversas ideias. Ou seja, se os antigos viam abstração como uma forma de alcançar a essência do ser, Locke via como a fragmentação de ideias complexas.
A “essência real”, para Locke, é a estrutura das coisas. A nós, só é apresentada a “essência nominal”, que é o conjunto de qualidades necessário para algo ter determinado nome.
Tudo para falar que geral e universal são criados pelo intelecto, espelhando os sinais dados pelas coisas (palavras ou ideias).
Os Direitos Naturais
Agora vamos falar sobre um dos temas mais presentes em qualquer prova que contenha o nome desse filósofo. Portanto, leia com atenção para fazer questões sobre John Locke.
Em seu livro: 2º Tratado sobre Governo Civil (1681), Locke introduz os Direitos Naturais. Eles foram constantemente atualizados até serem conhecidos, hoje, como Direitos Humanos.
Inicialmente Locke pensou neles como três:
- Direito à vida
- Direito à Liberdade
- Direito à Propriedade
O Estado seria o responsável por assegurar esses direitos para cada cidadão. Caso ele não estivesse fazendo isso, a população tinha o direito e o dever de destituir o governante.
Com o passar do tempo as pessoas começaram a entender propriedade privada como grandes posses (quilômetros de terras, mansões, empresas, etc…). Isso colocaria que apenas os ricos têm esse direito, mas Locke atrelava esse direito a todos.
Mesmo que você tivesse pouco, aquilo que você têm ainda é seu e ninguém tem o direito de te tomar.
Política de John Locke
O filósofo também era atuante na política. Continue lendo para entender melhor e fazer as questões sobre John Locke.
Enquanto Thomas Hobbes defendia o direito divino dos reis e que abrir mão da liberdade era o única caminho para um boa convivência, Locke era liberal. Suas teorias ficaram mais famosas na época do iluminismo, em que a liberdade e tolerância e liberdade começaram a ser pregadas.
Locke via o governo como funcionário do povo. Segundo ele, o único trabalho do Estado era executar as leis aprovadas pela população. Ele foi o cara que teve a ideia da divisão dos três poderes. Sendo eles:
- Legislativo – Representado pelo Parlamento com o dever de criar leis.
- Executivo – Representado pelo Governo com o dever de pôr em prática essas leis.
- Judiciário – Representado pelo Tribunal com o dever de punir quem não cumprir com as leis e indenizar quem teve seu direito violado.
Obras
Veja agora uma lista das principais obras do filósofo e depois já pode fazer as questões sobre John Locke.
- Cartas sobre a tolerância (1689)
- Dois tratados sobre o governo (1689)
- Ensino acerca do entendimento humano (1690)
- Pensamentos sobre a educação (1693)
Questões sobre John Locke
Se você chegou até esse ponto é porque quer mandar muito bem nos vestibulares. Separamos algumas questões sobre John Locke para você com gabarito para conferir suas respostas. Faça também o Simulado Beduka e baixe nosso Plano de Estudos para arrebentar.
1. (UNICAMP SP/2015) A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato.
(John Locke, Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.)
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte,
a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.
b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos.
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.
d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.
2. (UFMG/1996) Leia o texto.
“São verdades incontestáveis para nós: que todos os homens nascem iguais; que lhes conferiu o Criador certos direitos inalienáveis, entre os quais o de vida, o de liberdade e o de buscar a felicidade; que para assegurar estes direitos se constituíram entre os homens governos cujos poderes justos emanam do consentimento dos governados.”
(Trecho da Declaração de Independência das Treze Colônias)
A partir desse texto, pode-se afirmar que os ideais que levaram à independência americana tiveram inspiração.
a) na teoria de Estado de Jean Bodin.
b) na utopia igualitária de Thomas Mórus.
c) nas obras de John Locke e dos iluministas.
d) no pensamento de Santo Agostinho e Campanella.
3. (UEG GO/2009) Um dos aspectos mais importantes da filosofia política de John Locke é sua defesa do direito à propriedade, que ele considerava ser algo inerente à natureza humana, uma vez que o corpo é nossa primeira propriedade. De acordo com esta perspectiva, o Estado deve
a) permitir aos seus cidadãos ter propriedade ou propriedades.
b) garantir que todos os seus cidadãos, sem exceção, tenham alguma propriedade.
c) garantir aos cidadãos a posse vitalícia de bens.
d) fazer com que a propriedade seja comum a todos os cidadãos.
4. (Mackenzie SP/2006) John Locke (1632-1704) é um dos fundadores do empirismo. Atualmente, é pouco lido. Muito ganharíamos, entretanto, se nos ocupássemos novamente dos tratados sobre o governo civil, com a carta sobre a tolerância e, particularmente, com o ensaio sobre o entendimento humano.
Assinale a alternativa que apresenta um fragmento do seu pensamento.
a) O direito de propriedade é a base da liberdade humana porque todo homem tem uma propriedade que é sua própria pessoa. O governo existe para proteger esse direito.
b) Há uma busca de equilíbrio entre a autoridade do poder e a liberdade do cidadão. Para que ninguém possa abusar da autoridade, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder detenha o poder. Daí a separação entre poderes legislativo, executivo e judiciário.
c) A organização do mundo e sua finalidade interna só se explicam pela existência de um Criador inteligente: Este mundo me espanta e não posso imaginar / Que este relógio exista e não tenha relojoeiro.
d) Deve haver exaltação da razão e da dúvida: Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável.
e) O regime democrático deve ser aquele que tem a aptidão de manter vigentes os termos do pacto social, bem como os dispositivos garantidores da liberdade político-contratual. O povo inglês pensa ser livre, mas engana-se grandemente; só o é durante a eleição dos membros do parlamento: assim que estes são eleitos, é escravo; nada é.
5. (FMJ SP/2007) Um dos mais importantes teóricos da revolução burguesa ocorrida na Inglaterra durante o século XVII, o filósofo John Locke, defendeu ideias que serviram de base ao pensamento iluminista e influenciaram movimentos contra o Antigo Regime na Europa. Na visão do autor, a função básica do Estado deveria ser
a) controlar as ações dos homens, punindo todos aqueles que agissem contrariamente às leis.
b) regulamentar as relações humanas, eliminando os conflitos causados por interesses divergentes.
c) dirigir os seres humanos em suas escolhas, evitando disputas por questões sociais ou econômicas.
d) manter a estabilidade da organização social, definindo as obrigações e privilégios de cada camada.
e) proteger os direitos naturais do indivíduo, garantindo o respeito a eles por toda a sociedade.
Respostas das Questões sobre John Locke
Exercício resolvido da questão 1 –
a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.
Exercício resolvido da questão 2 –
c) nas obras de John Locke e dos iluministas.
Exercício resolvido da questão 3 –
a) permitir aos seus cidadãos ter propriedade ou propriedades.
Exercício resolvido da questão 4 –
a) O direito de propriedade é a base da liberdade humana porque todo homem tem uma propriedade que é sua própria pessoa. O governo existe para proteger esse direito.
Exercício resolvido da questão 5 –
e) proteger os direitos naturais do indivíduo, garantindo o respeito a eles por toda a sociedade
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