Os Blocos econômicos são associações de países que buscam formar um mercado regional comum. Podem ter diferentes níveis de integração, desde uma união aduaneira (redução ou eliminação de impostos) até uma unificação monetária (usar a mesma moeda).
Neste artigo sobre os Blocos Econômicos, você encontrará:
- O que são Blocos Econômicos
- Porque surgiram e sua história
- Características dos blocos e níveis de interação
- Quais são os principais blocos e seus membros
- Vantagens e Desvantagens de participar de um bloco
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O que são Blocos Econômicos
Os blocos econômicos são associações de países que estabelecem relações entre si. Essas alianças são feitas principalmente para garantir a ajuda mútua e o desenvolvimento econômico e social, já que formam mercados locais próprios.
Muitos autores chamam esses blocos de mercados regionais ou megablocos, porque eles só são válidos para os países aceitos como membros. Assim, formam uma área específica em que os acordos são válidos.
Todo bloco econômico é fruto de um acordo intergovernamental e, geralmente, surgem devido às afinidades regionais que facilitam e privilegiam as trocas econômicas. Em sua maioria são formados por países vizinhos ou por algo que os une geograficamente.
Porque os blocos regionais surgiram?
É interessante notar que, em um primeiro momento, eles surgiram como resposta ao mundo globalizado. Isso porque um país sozinho nem sempre consegue ter uma relevância que o coloque em destaque no globo.
Assim, é natural que os países protejam suas economias da concorrência generalizada. Quando participam de blocos econômicos, os países aumentam o alcance de seus produtos e serviços para lugares aliados.
Por mais que os blocos econômicos (ou regionais) tenham surgido como uma resposta à globalização, eles não são uma oposição a ela.
Na realidade, eles acabaram consolidando a intensa comunicação entre os países (embora sejam seletos).
Hoje nós compreendemos que os blocos se inserem na globalização, sendo um de seus efeitos. Os países membros tentam ganhar destaque para si também e criam diversas relações globais para atingir esse objetivo.
Contexto Histórico: origem dos blocos econômicos
Depois da Segunda Guerra Mundial, houve o período da Guerra Fria. Você precisa ler o artigo completo para entender todos os detalhes, mas vamos te lembrar dos principais pontos:
Neste período, o mundo foi dividido em dois blocos políticos, ideológicos e econômicos. Um era capitalista regido pelos Estados Unidos, o outro era socialista regido pela União Soviética.
Esse cenário bipolarizado fez com que os países de cada lado se unissem para combater o seu opositor. Porém, diferente do socialismo, o capitalismo não é um modelo econômico fechado e rígido.
Assim, cada país capitalista pode ter variações econômicas significativas, como o tipo de indústria que quer investir, o serviço que quer prestar, maior ou menor intervenção Estatal, tipo de agricultura, etc.
Com o fim da Guerra Fria e a falência do socialismo como modelo econômico, os países capitalistas se viram diante de um mundo globalizado e diverso. Assim, precisavam se unir em regiões com mesma afinidade econômica para se destacarem.
Assim, os blocos econômicos se multiplicaram pelo mundo.
- O primeiro acordo internacional registrado semelhante ao modelo atual foi o Benelux em 1944. Era formado pela união comercial e redução de tarifas entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
- A segunda união econômica registrada foi a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Ela ocorreu em 1956, entre Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França. Como o nome indica, voltavam-se para o mercado de carvão e aço.
Quais são as características dos blocos econômicos?
Por serem uniões primeiramente econômicas, possuem algumas características que são objetivos em comum. Ainda assim, visam também os desdobramentos do crescimento econômico, ou seja, podem envolver os setores sociais e de serviços.
Veja quais são esses objetivos:
- Aumentar e facilitar as trocas comerciais regionais
- Melhorar dados econômicos como: PIB, empregos, multinacionais, poder de compra da população, etc.
- Dinamizar e integrar a economia dos membros, através da livre circulação de mercadorias, pessoas, capitais e serviços.
- Redução dos impostos cobrados em importações (tarifas alfandegárias)
- Políticas de livre-comércio nos casos de maior abertura
- Diminuição das fronteiras entre as nações signatárias
- Adoção de mesma moeda (unificação monetária)
ATENÇÃO!
Esses objetivos e características não são inteiramente comuns a todos os blocos. Na realidade, cada bloco possui um nível de “intimidade” que vai definir quais dessas medidas serão adotadas entre eles.
Tipos ou Níveis de relações econômicas
Existem vários blocos econômicos pelo mundo e cada um possui um nível de integração diferente. O que define essa integração é o desejo dos países-membros de intensificar ou não suas relações econômicas, de acordo com seus tipos de governos locais.
Os tipos de interação são:
- Zona de livre comércio: os países unem-se para a liberação gradual de mercadorias e capitais dentro dos limites territoriais. É uma integração superficial, visando apenas aos produtos e lucros.
- União aduaneira: trata-se de uma evolução da zona livre de comércio. Além da liberação das mercadorias, há uma Tarifa Externa Comum (TEC) aos países de fora do bloco. Assim, quando um país do bloco negociar com outro país que não pertença ao bloco, haverá uma taxa de importação padronizada.
- Mercado comum: também é uma evolução da anterior em que há as duas características anteriores e outras mais. Assim, há uma padronização de leis trabalhistas, legislações econômicas e livre circulação de pessoas. Além disso, empresas nacionais podem se instalar em qualquer um dos países membros.
- União econômica e monetária: este é o estágio máximo e completo, no qual carrega todas as caraterísticas anteriores somada à adoção de uma moeda única e criação de um banco central do bloco.
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Quais são os principais blocos econômicos?
Agora, veja quais são os principais blocos, seus membros e o nível de sua interação:
Mercado Comum do Sul (Mercosul)
O Mercosul foi criado em 1991 por meio do Tratado de Assunção.
É o maior bloco econômico do Hemisfério Sul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Equador, Chile, Colômbia, Peru e Bolívia participam como membros associados. A diferença é que eles não adotam a Tarifa Externa Comum (TEC). Desde 2016, a Venezuela permanece suspensa em razão de instabilidades internas.
Embora a circulação de pessoas seja permitida, o Mercosul se encontra no estágio da União Aduaneira. Então, tem como principal função promover uma área de livre comércio, desenvolvimento social e econômico entre os membros.
Possui o maior PIB da América Latina, como quinta maior economia do mundo. Desses valores, 70% é proveniente do Brasil. Acredita-se que esse bloco seja a principal frente de defesa contra o poder americano na América do Sul.
As grandes diferenças financeiras e políticas entre os membros têm provocado sucessivos conflitos, além de retardar a criação da moeda única.
União Europeia (UE)
A União Europeia foi criada tal como conhecemos hoje em 1992 pelo Tratado de Maastricht. É a sucessora da Comunidade Econômica Europeia (CEE), instituída em 1957 pelo Tratado de Roma. Antes delas, suas “sementes” foram o Benelux e o CECA.
Atualmente é formada por 27 países do continente europeu: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia.
É o maior bloco do mundo em número de membros, volume de vendas e PIB. Já está no último estágio de integração (união econômica e monetária), adotando o Euro como moeda.
Porém, a Inglaterra nunca quis adotar essa moeda (não faz parte da Zona do Euro) e passa por uma tentativa de saída do bloco (brexit) desde 2017.
O bloco tem fortes traços culturais, então visa a livre circulação de pessoas e o pleno desenvolvimento econômico e social entre os membros.
Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta ou USMCA)
Os países membros são Estados Unidos da América, México e Canadá. Em 1989 Canadá e Estados Unidos se uniram economicamente, mas só em 1991 o México iniciou a adesão. Em 1994, o Nafta entrou em vigor com a adesão dos três.
Há quem diga que o Nafta foi criado para fazer frente à União Europeia. Porém, há apenas o livre comércio entre os países membros, ou seja, há uma pequena integração.
Ainda assim, possuem trocas comerciais significativas pelo amplo mercado consumidor. Isso possibilitou uma modernização industrial significativa entre eles. É o bloco dominante da América do Norte.
Esse bloco recebe muitas críticas, uma vez que o poder americano é muito maior. Porém, em 2018 o então presidente Donald Trump assinou uma nova proposta com o intuito de aproximar os membros.
Assim, o Nafta foi substituído pelo USMCA em julho de 2020, após dois anos de negociação. O novo tratado aumenta a regulação com respeito ao meio-ambiente e incrementa a produção de automóveis.
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC)
A Apec foi criada em 1989 e é formada por 21 países: Austrália, Brunei, Darussalam, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos da América, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua-Nova Guiné, Chile, Peru, Rússia e Vietnã.
É formada por membros que são banhados pelo Oceano Pacífico, ou seja, é transcontinental.
Inicialmente, quando foi criado, em 1989, era apenas um fórum para decisões econômicas entre as nações.
Com o tempo, houve a tentativa de implantar uma zona de livre comércio, mas não funcionou por causa das diferenças entre as condições sociais, políticas e econômicas dos países envolvidos (Estados Unidos, China e Japão).
Apesar de haver uma interdependência gradual entre as nações, ainda há muito que superar para que essa zona de livre comércio seja implementada.
O objetivo da APEC é estimular a zona de livre comércio na Ásia e Pacífico, permitindo transações comerciais com poucas taxas alfandegárias e o fortalecimento de novos mercados para além da Europa. 44% do comércio ao redor do mundo são da APEC.
Bloco Econômico América Andina (Comunidade Andina)
Criado em 1969 pelo Acordo de Cartagena, esse bloco era chamado de Pacto Andino. Ele é formado por quatro países que abrigaram a Cordilheira dos Andes: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
O objetivo geral é desenvolver a economia, a política, os campos social e cultural através da integração dos países envolvidos.
Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)
A Asean foi criada em 1967 e é composta pelos países do sudeste asiático: Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja.
É um bloco tímido na fase de união aduaneira, buscando a integração política e econômica dos países-membros.
Uma das finalidades do bloco é o estímulo à paz, então todos os países-membros firmaram o acordo de proibição das armas nucleares.
Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC)
A SADC foi instituída em 1992 para estabelecer paz e segurança na região. Tem planos de criar um Mercado Comum, mas ainda está no estágio de Livre-Comércio.
O bloco, é formado por 16 países ao sul (austral) do continente africano: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
União Africana (UA)
A União Africana foi criada em 2002 para substituir a Organização da Unidade Africana (OUA) de 1963. A nova entidade se inspira na União Europeia e pretende unificar política, social e economicamente o continente.
É formada pelos 53 países independentes do continente.
Mas, os problemas que o continente africano passa dificultam a integração. A União Africana pode intervir em um país membro em circunstâncias graves, como crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade.
Comunidade dos Estados Independentes (CEI)
A CEI foi criada em 1991, após a desagregação da antiga União Soviética. 12 das 15 repúblicas da URSS são membros da CEI, uma área de livre comércio (exceto Estônia, Letônia e Lituânia, nunca fizeram bloco).
A disparidade econômica entre elas é a principal dificuldade para sua integração e os países membros são: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Rússia, Geórgia, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.
A organização desse bloco se deve ao fato de que, quando a URSS surgiu e se industrializou, ela interligou o comércio e as indústrias entre as diversas repúblicas. Isso as deixou extremamente interdependentes entre si, até hoje.
Tigres Asiáticos
Foi criado na década de 1970, é formado por países da Ásia Oriental: Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan.
Seu objetivo é implementar barreiras alfandegárias e desenvolver novas tecnologias no processo competitivo mundial.
Mercado Comum Centro-Americano (MCCA)
Esse bloco foi fundado em 1960 e tem como membros: Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua.
Quais são as vantagens dos Blocos Econômicos?
As vantagens de se fazer parte de um bloco econômico são:
- Participar de um desenvolvimento econômico junto a outros países, pela ajuda mútua.
- Menor custo dos produtos
- Eliminação de tarifas de exportação e importação
- Aumento gradativo do Produto Interno Bruto.
- Facilidade de locomoção entre pessoas, bens e informações
- Impulsionamento do Turismo
- Políticas comuns de desenvolvimento econômico e social
- Aumento do consumo e produção
- Compartilhamento de tecnologia
Quais são as desvantagens dos Blocos Econômicos?
As desvantagens de se fazer parte de um bloco econômico são:
- Diminuição ou Ausência de soberania nacional
- Enfraquecimento do multinacionalismo por causa do fortalecimento da economia regional
- Polarização das economias globais
- Falta de liberdade econômica das empresa
- Possibilidade de países com economia frágil atrapalharem os mais desenvolvidos
- Protecionismo econômico
- Dependência dos mais frágeis em relação aos mais fortes
Os blocos são vantajosos para a maioria dos países envolvidos, pois a troca econômica é bem ampla.
Contudo, há exemplos de alguns países que se veem sem o que fazer, já que são explorados pelos mais fortes, mas sem eles também não conseguiriam nada melhor.
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