História

Enetenda o que foi a Revolta da Chibata, a rebelião de marinheiros de 1910

O que foi a Revolta da ChibataO que foi a Revolta da Chibata?
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A Revolta da Chibata foi uma revolta organizada por soldados da Marinha brasileira em 1910. Os soldados se rebelaram devido às punições físicas que sofriam e as péssimas condições de trabalho as quais eram submetidos

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O que foi a Revolta da Chibata?

A Revolta da Chibata foi uma revolta militar em que soldados da Marinha organizaram um motim e tomaram o controle de dois encouraçados que estavam atracados no litoral. A revolta ocorreu no início do século XX, mais precisamente de 22 a 26 de novembro de 1910, na então capital do Brasil, o Rio de Janeiro.

Os castigos físicos, os baixos salários e as péssimas condições de trabalho foram as principais causas da Revolta da Chibata. Essa rebelião foi o resultado direto do uso de chibatadas por oficiais navais ao punir marinheiros negros e mulatos.

Contexto Histórico da Revolta da Chibata

Na época em que a Revolta da Chibata ocorreu, a Marinha era composta por marinheiros negros, alguns deles eram escravizados recém-libertados. Essas pessoas, para sobreviverem após a escravidão ser abolida, se submetiam ao ofício com baixos salários e uma rotina árdua de trabalho

Qualquer pessoa que demonstrava insatisfação era severamente punida com castigos físicos. A chibatada era um dos castigos mais comuns, por isso a Revolta recebeu esse nome. E apesar dos castigos físicos já terem sido abolidos na maioria das forças armadas do mundo, no Brasil eles ainda eram uma realidade.

A insatisfação dos marujos cresceu ainda mais quando os oficiais receberam aumento salarial, mas não os marinheiros. Dessa forma, houve dois motivos que levaram alguns marinheiros a organizar um protesto: a criação de uma nova tabela de serviços que não chegava ao alto escalão e os baixos salários dos marinheiros.

É importante ressaltar que, na época, o governo brasileiro havia encomendado dois novos e modernos encouraçados o “São Paulo” e o “Minas Gerais”, ambos de construção britânica. Os novos navios demandavam uma quantidade ainda maior de homens para serem operados, sobrecarregando os marinheiros.

Como aconteceu a Revolta da Chibata?

Agora que você já sabe o que foi a Revolta da Chibata e qual o seu contexto histórico, é importante entender como ela aconteceu. 

Na madrugada do dia 22 de novembro de 1910, os marinheiros do encouraçado “Minas Gerais” se rebelaram. O estopim da Revolta aconteceu após eles terem assistido o castigo do marujo Marcelino Rodrigues Menezes, açoitado até desmaiar com 250 chibatadas por ter agredido um oficial, sendo que o normal eram 25 chibatadas. 

Após o comandante do encouraçado “Minas Gerais” sair para jantar, os marinheiros se apoderaram da embarcação. O protesto era comandado pelo experiente marujo João Cândido Felisberto e terminou com a morte do comandante do navio e mais dois oficiais, que se recusaram a abandonar o navio.

Como aconteceu a Revolta da Chibata
Jornal “Correio da Manhã” noticiando a Revolta

Na mesma noite o encouraçado “São Paulo” se juntou à rebelião. Nos dias seguintes, outras embarcações aderiram ao movimento, como o “Deodoro” e o “Bahia”, navios de guerra de grande porte.

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Já no Rio de Janeiro, o presidente Hermes da Fonseca havia acabado de tomar posse e já enfrentava sua primeira crise. Os navios rebeldes bombardearam a cidade do Rio de Janeiro para demonstrarem que não estavam dissimulando.

Em carta ao governo, os participantes da Revolta solicitavam:

  • O fim dos castigos físicos;
  • Melhores condições de trabalho;
  • Melhores condições de alimentação;
  • Anistia para todos os envolvidos na Revolta. 

No dia 26 de novembro, o presidente Marechal Hermes da Fonseca acatou as reivindicações dos amotinados, encerrando aquele episódio da revolta.

Como foi o fim da Revolta da Chibata ?

O fim da Revolta da Chibata

Mesmo tendo prometido acatar as reivindicações, o presidente não cumpriu e dois dias após os envolvidos na Revolta terem entregado as armas, foi decretado “estado de sítio”. Dessa forma, iniciou-se o expurgo e prisão daqueles marinheiros considerados indisciplinados.

Os marinheiros foram presos na Ilha das Cobras, sede do Batalhão Naval. Sentindo-se traídos, os marinheiros se rebelaram novamente em 9 de dezembro de 1910. A resposta do governo foi dura e a prisão foi bombardeada e destruída pelo exército, matando centenas de fuzileiros navais e prisioneiros.

Os rebeldes, totalizando 37 pessoas, foram recolhidos a duas prisões solitárias, onde morreram sufocados. Somente João Cândido e outro companheiro de luta sobreviveram.

Em 1911, aqueles que aderiram ao movimento já haviam sido mortos, presos ou expulsos do serviço militar. Muitos dos envolvidos foram mandados para campos de trabalhos forçados nos seringais da Amazônia e na construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

Quanto ao líder, João Cândido, após sobreviver à prisão e ter sido inocentado, ele foi considerado desequilibrado e internado num hospício. Por sua audácia, a imprensa da época o chamou de Almirante Negro. Ele foi absolvido das acusações de conspiração em 1º de dezembro de 1912, mas foi expulso da Marinha. 

Somente em 23 de julho de 2008, o governo brasileiro entendeu que as causas da revolta eram legítimas e concedeu anistia aos marinheiros envolvidos.

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Redação Beduka
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