Literatura

O que foi o Humanismo?

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O Humanismo é um movimento intelectual difundido na Europa no século XV e inspirado na civilização greco-romana, que valorizava um saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e uma cultura capaz de desenvolver as potencialidades da condição humana.

As Escolas Literárias são muito importantes e aparecem com bastante frequência no caderno de Linguagens, Códigos e suas tecnologias. Pensando nisso, o Beduka preparou um artigo explicando o que foi o Humanismo, uma escola literária muito importante. Dessa forma, você poderá se preparar melhor para o Enem e outros vestibulares. 

Nesse artigo iremos falar:

  1. O que foi o Humanismo;
  2. O contexto histórico desse movimento;
  3. Principais características do Humanismo;

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1 – O que foi o Humanismo?

O Humanismo foi um movimento intelectual e artístico que surgiu no século XV na Itália com o Renascimento e se difundiu por toda a Europa. Esse movimento rompeu a grande influência da Igreja Católica em colocar Deus como finalidade das coisas, ou seja, rompeu o pensamento teocêntrico da Idade Média.

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Na literatura, ele representou o período de transição (escola literária) entre o Trovadorismo e o Classicismo, bem como da Idade Média para a Idade Moderna.

Em um sentido amplo, Humanismo significa valorizar o ser humano a condição humana acima de tudo. A finalidade das coisas torna-se o homem. Está relacionado com generosidade, compaixão e preocupação em valorizar os atributos e realizações humanas.

Trata-se de uma ciência que tentou permitir ao homem compreender melhor o mundo e o próprio ser. Isso ocorreu durante o período do Renascimento Cultural.

Muitos estudiosos não consideram o Humanismo como um movimento literário por ele não possuir características próprias, ou seja, esse período e suas produções carregavam traços do movimento medieval em declínio – o Trovadorismo – e do movimento moderno em ascensão – o Classicismo que ocorreu durante o Renascimento.

2- Contexto Histórico do Humanismo 

A época renascentista foi um momento de importantes transformações na mentalidade européia. Dessa forma, com a invenção da imprensa, as Grandes Navegações, a crise do sistema feudal e o aparecimento da burguesia, surge uma nova visão do ser humano.

Essa mudança veio questionar os valores tradicionais num suposto impasse desenvolvido entre a fé a razão.

Nesse momento, o Teocentrismo – filosofia que considera Deus como centro do Universo – e a estrutura hierárquica medieval sai de cena, dando lugar ao Antropocentrismo – concepção que coloca o homem como centro do Universo. Esse último, foi o ideal central do humanismo renascentista.

As pessoas pararam de olhar para Deus e querer agradar a Deus, para focarem sua atenção no homem. Não pensavam mais na vida eterna, mas apenas nas realidades terrenas que mais traziam prazer ao ser humano.

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Principais Características do Humanismo

Principais Características do Humanismo
“Homem Vitruviano” de Leonardo da Vinci

As principais características do Humanismo são:

  • Racionalidade: A razão era muito valorizada e se sobrepunha à emoção;
  • Antropocentrismo: O homem é o centro do Universo;
  • Surgimento da burguesia;
  • As emoções humanas começaram a ser mais valorizadas pelos artistas;
  • Valorização do corpo humano;
  • Afastamento de dogmas da Igreja Católica;
  • Valorização de debates e opiniões divergentes;
  • Valorização do racionalismo e do método científico;
  • Busca da beleza e perfeição;
  • Hedonismo: hipervalorização dos prazeres carnais.

4- O Humanismo nas Artes

Os intelectuais e artistas passaram a explorar a temas que tivessem relação com a figura humana em suas obras. Eles se inspiravam nas figuras Greco-romanas e os tinham como padrão de beleza e perfeição. 

As esculturas e as pinturas apresentavam alto grau de detalhes nas expressões faciais e nas proporções humanas, e o período foi marcado pelo desenvolvimento de diversas técnicas.

Nas artes plásticas e na medicina, o humanismo foi representado em obras e estudos sobre anatomia e funcionamento do corpo humano.

5- O Humanismo na Literatura

Algumas inovações surgiram na literatura nesse período, veja:

  • Poesia Humanista: A poesia humanista possuía as mesmas características das poesias trovadorescas, porém houve uma separação entre música e a poesia. A poesia passou a ser declamada nos palácios e ficou conhecida como poesia palaciana.
Humanismo na Literatura
Representação da Poesia Palaciana
  • Crônicas Históricas: As crônicas tinham como objetivo relatar a vida dos reis através de alguns documentos históricos. Dessa forma, houve uma busca de rigor e objetividade, embora ainda se atribuísse aos reis toda a iniciativa pelos feitos históricos.
  • Novelas de Cavalaria: Essas novelas eram histórias ficcionais, de aventuras, em que os personagens demonstravam heroísmo, lealdade e religiosidade.
  • Textos Teatrais: Os Textos Teatrais eram divididos em autos ou farsas. Os autos eram peças curtas que representavam cenas bíblicas. As farsas tratavam do cotidiano da sociedade da época e possuíam comicidade exagerada ao retratar tipos e costumes sociais.

6- Principais autores do Humanismo

Alguns dos principais autores do Humanismo são:

Na Literatura:

  • Francesco Petrarca (1304-1374): Foi um intelectual, poeta e humanista italiano. É considerado o inventor do soneto – um tipo de poema composto de 14 versos. Suas principais obras são o “Cancioneiro e o Triunfo”, “Meu Livro Secreto” e “Itinerário para a Terra Santa”.
  • Dante Alighieri (1265-1321): Foi um escritor, poeta e político florentino, nascido Itália. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana. Suas principais obras são “A Divina Comédia”, “Monarquia” e “O Convívio”.
  • Giovanni Boccaccio (1313-1375): Foi um poeta e crítico literário italiano, especializado na obra de Dante Alighieri. Suas principais obras são “Decameron” e “O Filocolo”.

Na Pintura:

Principais Autores do Humanismo - Pintura
“A Criação de Adão” de Michelangelo
  • Leonardo da Vinci (1452-1519): Foi um polímata nascido na atual Itália que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. Suas principais obras são “A Última Ceia”, “Mona Lisa” e “Homem Vitruviano”.
  • Michelangelo (1475-1564): Foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente. Suas principais obras na área da pintura são “A Criação de Adão”, “Teto da Capela Sistina” e “Juízo Final”.
  • Raphael Sanzio (1483-1520): Foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Suas principais obras são “Escola de Atenas”, “Madona Sistina” e “Transfiguração”.
  • Sandro Botticelli (1445-1510): É considerado um dos pintores mais reconhecidos e aclamados da Itália e chegou ser convidado para participar das obras da Capela Sistina, em Roma. Suas principais obras são “O Nascimento de Vênus”, “A Adoração dos Magos” e “A Primavera”.

Na Escultura:

Principais Autores do Humanismo - Escultura
“La Pieta” de Michelangelo
  • Michelangelo: Suas principais obras na área das esculturas são “La Pieta”, “Moisés” e “Madonna de Bruges”.
  • Donatello (1386-1466): Foi um escultor renascentista italiano. Suas principais obras são “São Marcos”, “Profetas” e “Davi”.

7- Humanismo e Renascimento

O contexto histórico do Humanismo se confunde com o do Renascimento, tendo em vista que foi o pensamento humanista que estabeleceu os fundamentos ideológicos que serviram de base para o movimento renascentista.

Entre os séculos XIV e XVII, o Humanismo determinou uma nova postura em relação às doutrinas religiosas em vigor na época, propondo um afastamento das mesmas e uma interpretação mais racional e antropocêntrica do mundo.

Durante o Renascimento, o pensamento Humanista também foi caracterizado por tentativas de libertar o ser humano das regras rígidas do cristianismo da era medieval. Em sentido amplo, o humanismo nesta época serviu como uma luta contra a obscuridade medieval, e levou à criação de um comportamento científico livre de normas teológicas.

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Redação Beduka
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