Estabelecemos concordância entre as palavras quando as empregamos de forma harmônica, seja fazendo isso em relação ao nome (nominal), seja em relação ao verbo (verbal).
Na fala, isso é bem intuitivo, o que acaba gerando erros. Mas, para não errar no Enem e nem escrever errado na redação, você precisa não só saber o que é concordância nominal e verbal, como também todos os casos nos quais elas devem ser estabelecidas.
Leia o artigo até o fim, pois aqui você aprender tudo o que precisa saber sobre os dois tipos de concordância.
Preparamos este artigo incrível para você que deseja aprender sobre o que é concordância nominal e verbal. Tem bastante conteúdo pela frente, então, clique em um dos tópicos para ir diretamente ao que deseja:
- O que é concordância nominal e verbal?
- O que é concordância nominal?
- O que é concordância verbal?
- Quais são as principais de concordância verbal?
- Quais são as principais regras de concordância nominal?
- Veja como o Enem cobra concordância nominal e verbal
Quer escrever uma redação digna de 1000 pontos no Enem? O Guia de Redação do Beduka pode te auxiliar na realização desse sonho. Ele é gratuito e revela as técnicas necessárias para produzir uma boa dissertação.
O que é concordância nominal e verbal?
Concordância nominal e verbal, como o próprio nome já nos revela, é a acordância (harmonia, combinação) estabelecida entre as palavras de uma oração.
Na hora de falar a gente não pensa tanto nisso, mas a língua estabelece muitos tipos de concordâncias. Tanto mentais (ideias) quanto gramaticais.
Essas conexões já começam a ser aprendidas na infância, com a aquisição da fala, e são aperfeiçoadas na escola. Mas, com o passar do tempo, deixamos de pensar sobre elas e simplesmente as empregamos.
Não há problema nenhum nisso! Porém, à medida que paramos de estudar e refletir sobre a forma que as palavras concordam entre si, acabamos adquirindo vícios (erros mesmo) na fala ou na escrita sem nem perceber.
Inclusive temos um texto apenas sobre vícios de linguagem se quiser ler.
Para não errar, só tem um jeito: estudar o que é concordância nominal e verbal e aprender a empregá-las e identificá-las nas orações.
Vamos lá?!
O que é concordância nominal?
A concordância nominal é aquela que estabelece uma relação correta relacionada ao nome. Ou seja, às classes gramaticais que acompanham o substantivo precisam concordar em gênero e número com ele.
Essa relação será encontrada entre os substantivos e as seguintes classes gramaticais:
- Adjetivo;
- Numeral;
- Pronome;
- Artigo.
Observe que são classes diretamente ligadas ao nome (substantivo), isto é, elas sempre se referem a ele.
Exemplo:
O João é canhoto.
No exemplo acima, temos o artigo “o” (concordando tanto em gênero, masculino, quanto em número, singular) e o adjetivo “canhoto” (com terminação “o” , concordando também tanto em gênero quanto em número).
Observe, ainda, que as três classes gramaticais se unem em relação de harmonia (combinando em gênero e número). Como já foi dito, essa harmonia é o que caracteriza o que é concordância nominal e verbal.
O que é concordância verbal?
É aquela estabelecida entre o verbo e o sujeito, ou seja, deve haver entre eles concordância em número (singular e plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª).
Simplificando: é feita uma adequação no verbo para que ele combine com o sujeito.
Exemplo:
Eles me indicaram um ótimo livro.
No exemplo acima, se omitirmos o pronome (eles), ainda será possível identificar que a ação é referente a terceira pessoa do plural (relação de pessoa e número). Isso ocorre porque há harmonia entre sujeito e verbo.
Quais são as regras de concordância verbal?
Há algumas regrinhas super importantes que separamos para você não só saber o que é concordância nominal e verbal, mas também conseguir aplicá-las e escrever de forma correta.
Veja o que fazer em cada um dos casos abaixo:
1 – Quando um sujeito composto antecede o verbo
O verbo sempre ficará no plural quando for antecedido de sujeito composto.
Exemplos:
Ana e Thiago gostaram do jantar.
O bolo e o cartão serão entregues amanhã.
2 – Quando um sujeito composto aparece depois do verbo
Se o sujeito composto aparecer depois do verbo, ele poderá ficar tanto no singular quanto no plural. Ou seja, a concordância pode ser feita levando em consideração os dois sujeitos ou apenas com o sujeito mais próximo.
Exemplos:
Cometeram um crime o governador e o prefeito.
Cometeu um crime o governador e o prefeito.
3 – Quando o sujeito é composto e formado por pessoas gramaticais diferentes
Se o sujeito for composto e formado por pessoas gramaticais diferentes, ele ficará no plural. Também haverá concordância prioritária relacionada à pessoa, funciona assim:
A 1.ª pessoa (eu, nós) sempre terá prioridade em relação à 2.ª (tu, vós) que, por sua vez, tem prioridade sobre a 3ª (ele, eles). Para não esquecer, pense que é como uma fila; quem está na frente é atendido primeiro.
Exemplo:
Nós e vós comeremos muito no aniversário dele.
Se a prioridade fosse da segunda pessoa, ficaria: Nós e vós comereis muito no aniversário dele. (INCORRETO) E até soou estranho, né? É para evitar isso que deve-se aprender o que é concordância nominal e verbal.
Perceba que, inevitavelmente, a concordância estabelece relação com a conjugação verbal. Logo, saber o que é concordância nominal e verbal também te ajuda a conjugar os verbos de forma correta.
4 – Quando a relação é estabelecida entre o verbo ser e o predicativo do sujeito
Algumas vezes, o verbo ser não estará relacionado ao sujeito, mas sim ao seu predicativo (termo que qualifica o sujeito). Nesses casos, é com o predicativo que ele deverá concordar.
Exemplo:
- Quem são vocês?
No exemplo, o sujeito é um pronome interrogativo (quem), e o verbo está concordando com o predicativo (vocês).
5 – Quando a relação é entre o verbo e o pronome relativo “quem”
Nesses casos, a concordância pode tanto ser feita com a palavra que antecede o pronome quanto ser deixada na terceira pessoa do singular.
Exemplo:
- Fomos nós quem solicitamos a encomenda.
- Fomos nós quem solicitou.
6 – Quando o verbo aparecer após “a maioria”, “a maior parte” e “a metade”
Ao se deparar com essas palavras, o melhor é sempre optar em concordar o verbo com a terceira pessoa do singular. Mas o plural também é aceito no seguinte caso:
Quando houver “coletivo partitivo”: junção de expressões indicadoras de quantidade (a maioria, a maior parte’ e a metade) assumindo papel de núcleo do sujeito + complemento no plural (trabalhadores, pessoas, crianças, funcionários).
Veja como funciona através dos exemplos:
- A maioria dos candidatos foi mal no vestibular.
- A maioria dos candidatos foram mal no vestibular.
Aprenda estas 6 regras e estará na metade do caminho para entender o que é concordância nominal e verbal.
Quais são as regras de concordância nominal?
Quando pensamos no que é concordância nominal e verbal, também devemos ter em mente que apesar de a concordância nominal ser um pouco mais fácil que a verbal, isso não quer dizer que não devemos entender as regrinhas que a envolve.
Veja abaixo quais são:
1 – Concordância nominal relacionada a pronomes pessoais
Com pronomes pessoais, o adjetivo sempre vai concordar em gênero e número com os pronomes.
- Ele é escandaloso.
- Eles são escandalosos.
2 – Concordância nominal relacionada a mais de um substantivo
Nesse caso, você tem duas opções: concordar o adjetivo em gênero e número com o substantivo mais próximo ou empregá-lo no masculino e no plural. Exemplos:
- Ana deixou banheiro e sala impecável
- Ana deixou banheiro e sala impecáveis.
3 – Concordância nominal relacionada às palavras bastante, muito, pouco, meio, caro, barato, longe
Se essas palavras assumirem papel de adjetivo, devem concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplos:
- Há bastantes pedidos;
- Comi meio abacaxi;
- Vi muitas pessoas tristes.
4 – Concordância nominal relacionada às palavras “mesmo” e “próprio”
No papel de adjetivo, essas palavras devem concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplos:
- Na mesma moeda;
- Nas mesmas universidades;
- No próprio carro;
- Nos próprios carros.
5 – Concordância relacionada a palavra “menos”
Menos é uma palavra invariável, portanto nunca deverá ser alterada. Exemplos:
- Menos alegria;
- Menos alegrias;
- Menos compromisso;
- Menos compromissos.
Faça exercícios sobre concordância nominal e verbal
Para entender o que é concordância nominal e verbal, é importante saber como o assunto é cobrado nos vestibulares. Por isso, trouxemos para você 2 questões sobre o tema. Tente resolver e depois veja o gabarito no final do artigo.
Questão 1 – (Unifesp)
“O Hatha yoga pradipika, sagrada escritura do hatha yoga, escrita no século 15 da era atual, diz que, antes de nos aventurarmos na prática de austeridade e códigos morais, devemos nos preparar. Autocontrole e disciplina sem preparação adequada ___ criar mais problemas mentais e de personalidade do que paz de espírito. A beleza dessa escritura é que ela resolve o grande problema que todo iniciante enfrenta: dominar a mente.
Devido ___ abordagem corporal, o hatha yoga ficou conhecido – de modo equivocado – como uma categoria de ioga ___ trabalha apenas as valências físicas (força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras), quase como ginástica oriental. Isso não é verdade”.
(Ciência Hoje, julho de 2012. Adaptado.)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com
a) pode, a essa, aonde
b) podem, a essa, que
c) pode, à essa, o qual
d) podem, essa, com que
e) pode, essa, onde
Questão 2 – (UFRGS)
Leia: “[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seriam as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre a competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que…”
Se substituíssemos “expectativas” por “expectativa”, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) cinco
Gabarito comentado
Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: b) podem, a essa, que
Em relação ao “podem”, nós vimos que, quando há substantivo composto que antecede o verbo, o mesmo deverá ficar no plural.
No caso de “a essa”, não se usa crase pois ela não é permitida antes de pronomes demonstrativos.
Já em “…uma categoria de ioga ___ trabalha” devemos usar o pronome relativo “que”, pois o mesmo é gramaticalmente utilizado para fazer referência a pessoas e coisas.
Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: d) quatro
Observe as quatro palavras em negrito: “[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seriam as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre a competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que…”
O verbo (seriam), o pronome (mesmas) e os artigos (as) referem-se à palavra “expectativas”. Então, se ela vai para o singular, todas as demais palavras referentes a ela também vão.
Ficaria assim: “[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seria a mesma para ele e para mim, a expectativa sobre a competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que…”
Estudar gramática pode te ajudar muito a escrever uma boa redação, mas ela sozinha não vai garantir que você consiga estruturar bem as ideias e nem que domine a tipologia textual cobrada no Enem.
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Obrigado por ler nosso texto sobre o que é concordância nominal e verbal! Te desejamos muita sorte no vestibular! É só praticar que você sairá muito bem!