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Como surgiu o movimento negro no Brasil? Aprenda a história, as formas de atuação e as principais reivindicações deste movimento social

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O Brasil sofre historicamente com uma diferença muito grande de participação política e econômica entre as populações brancas e negras. Para buscar a igualdade, surgiram instituições e ações organizadas pelo movimento negro. Entenda como surgiu o movimento negro no Brasil, suas pautas e principais reivindicações.

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O que o movimento negro é?

Segundo os próprios membros, o movimento negro é um movimento social que tem como objetivo a promoção da igualdade racial entre as pessoas.

Historicamente os negros têm sido desfavorecidos e marginalizados em diversas partes do mundo, principalmente em países da América. As primeiras populações negras chegaram ao nosso continente vítimas do tráfico internacional de escravos, para que servissem de mão de obra nas lavouras.

Os efeitos da estrutura escravista foram negativos para eles mesmo após a abolição deste regime de trabalho. Eles perduram até os dias de hoje.

Em alguns lugares do mundo houve uma separação feita por leis, para garantir que pessoas brancas e negras não frequentassem os mesmos ambientes, nem pudessem se casar. Os negros eram vistos como criminosos em potencial, sendo vítimas constantes de violência policial.

Eles foram proibidos de frequentar escolas e universidades e trabalhavam nos piores empregos. Sendo assim, a disparidade social e econômica entre brancos e negros só fez crescer. O movimento negro luta para abolir essas diferenças, baseadas em critérios raciais.

No nosso país, o movimento teve três fases. Vamos ver como surgiu o movimento negro no Brasil, suas fases e principais reivindicações.

O movimento negro surgiu no Brasil como forma de ampliar a aplicação dos Direitos Humanos. Saiba mais sobre eles com nosso resumo sobre Direitos Humanos e cidadania.

Como surgiu o movimento negro no Brasil?

Assim como em toda a América, os negros que chegaram ao Brasil vieram transportados em navios negreiros para trabalhar como escravos. Porém, aqui houve algumas particularidades, inexistentes em outros lugares.

Os escravos brasileiros tinham mais chances de alcançar a liberdade com a alforria do que os dos Estados Unidos. E a estrutura social de apadrinhamento permitia a ascensão de libertos e, principalmente, de mulatos.

No caso, pessoas ricas protegiam e ajudavam alguns deles a estudar, ter um ofício e subir de posição.

Porém, a maioria ainda permanecia em condições precárias. A ascensão era individual, então enquanto um subia de posição, milhares de outros ficavam de fora.

Saiba mais sobre isso com nosso resumo sobre a escravidão no Brasil.

A escravidão teve fim em 1888, com a Lei Áurea, que não trouxe outros efeitos além da liberdade. Os negros então precisaram se unir para se ajudar. Inclusive porque o racismo passou a ficar mais forte após a abolição da escravatura, segundo o historiador João José Reis.

Foi esse o modo como surgiu o movimento negro no Brasil. Ao longo de sua história, ele se diversificou bastante nas suas lutas políticas, nas reivindicações e nos símbolos utilizados. A seguir, vamos conhecer suas 3 fases.

Primeira fase do movimento negro

A primeira fase do movimento negro no Brasil vai de 1889 até 1837. Ou seja, da proclamação da república até o início do Estado Novo.

A república foi proclamada, mas sem ganhos materiais para a população negra. Pelo contrário, ela continuou marginalizada política, social, psicológica e economicamente.

Neste período ganharam forças as teorias racistas de branqueamento da população como uma necessidade para civilizar o Brasil. Além de que, por serem na maioria analfabetos, os negros estavam proibidos de votar, já que era preciso saber ler para isso.

Diversos grupos surgiram para organizar a mobilização negra para modificar as circunstâncias. Neste período, o principal interesse era de integração social do negro, tendo como meio a educação.

Assim, o modo como surgiu o movimento negro no Brasil foi a busca pela inclusão social.

Por isso, as associações buscaram garantir o acesso ao ensino e à cultura. Mas como a situação não era ruim somente nessas áreas, elas prestavam serviços jurídicos e médicos também.

A associação de maior projeção foi a Frente Negra Brasileira, fundada em 1931, sob a liderança de Arlindo Veiga dos Santos que, durante o governo provisório de Getúlio Vargas (1930-1934) e o constitucional (1934-1937), teve ligações diretas com o presidente.

Em 1936 a Frente se tornou um partido político, mas deixou de existir quando o Estado Novo começou e Vargas extinguiu todos os partidos.

Uma das ações de mobilização dos negros nesta fase foi a revolta de marinheiros em 1910 contra punições físicas. Saiba mais sobre ela com nosso resumo sobre a Revolta da Chibata.

Segunda Fase do movimento negro

Esta fase vai de 1945 a 1964. Durante o Estado Novo (1937-1945), o governo foi extremamente repressivo. O movimento negro só ganhou novamente espaço com a queda de Vargas e a reabertura política.

Durante este período surgiram duas instituições principais para promoção de políticas e ações voltadas ao combate contra o racismo. A União dos Homens de Cor (UHC), fundada em 1943 por João Cabral Alves, e o Teatro Experimental Negro (TEN), em 1944 por Abdias do Nascimento.

Estes dois grupos estavam ligados à fase anterior de como surgiu o movimento negro no Brasil.

A UHC tinha o objetivo de elevar o nível econômico e intelectual dos negros brasileiros, a fim de promover a sua integração à sociedade. Sua atuação estava presente em 10 estados, e era feita por meio de:

  • debates na imprensa, 
  • publicação de jornais, 
  • assistência jurídica e médica, 
  • alfabetização e 
  • participação em eleições.

O TEN teve como objetivo primário formar um grupo teatral, mas progressivamente adquiriu um caráter mais amplo. Atuou com: 

  • publicação de jornais, 
  • cursos de alfabetização, 
  • de corte e costura e 
  • fundou outras instituições, como o Instituto Nacional do Negro.

Em 1964, com o golpe que deu início à ditadura militar (1964-1985), a UHC e o TEN perderam força.

  • A terceira fase é a mais recente e marcante, então continue até o final para realmente entender como surgiu o movimento negro no Brasil. 

Terceira fase do movimento negro

O movimento negro organizou-se novamente nos fins da década de 1970 e sua terceira fase vai de 1978 até 2000.

A reorganização começou com a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU). Esta fase se afastou das duas anteriores, que buscavam a integração do negro a um modelo social. Ao receber influências internacionais, o MNU tinha uma postura muito mais radical contra o racismo.

Seus líderes tinham uma leitura marxista da sociedade, defendendo que somente numa ordem igualitária seria possível superar o racismo. Ou seja, racismo e capitalismo estavam ligados, na concepção deles.

Eles mudaram os símbolos do movimento, abandonando alguns heróis das fases antigas, como a Princesa Isabel e adotando outros. Zumbi dos Palmares se tornou a maior referência contra a discriminação e as estruturas de poder que marginalizavam os negros.

Suas principais reivindicações eram, segundo Petrônio Domingues:

  • desmistificação da democracia racial brasileira; 
  • organização política da população negra; transformação do Movimento Negro em movimento de massas;
  • formação de um amplo leque de alianças na luta contra o racismo e a exploração do trabalhador; 
  • organização para enfrentar a violência policial; 
  • organização nos sindicatos e partidos políticos; 
  • luta pela introdução da História da África e do Negro no Brasil nos currículos escolares, bem como a busca pelo apoio internacional contra o racismo no país.

Eles também trabalharam para dar fim à miscigenação, vista como alienadora. Para eles, os negros deveriam se casar com pessoas do mesmo grupo racial.

Essa fase durou até os anos 2000. Atualmente, o movimento negro se tornou ainda mais amplo, identificando não só a desigualdade racial com a social, como incluindo pautas feministas e de orientação sexual.

Quais foram as conquistas do movimento negro?

Agora já entendemos como surgiu o movimento negro no Brasil. Nos muitos anos de lutas, algumas conquistas foram realizadas.

Entre elas estão as leis de cotas raciais nas universidades (12.711/12) e nos concursos públicos (912.990/14), em que as instituições são obrigadas a reservar vagas para pretos e pardos.

Em 1989 foi aprovada e sancionada a lei 7.716/89, que tipificou o crime de racismo. Antes já havia uma lei de 1951, mas que era muito vaga e quase sempre não era levada em consideração.

Além disso, a lei 10.639/03 tornou obrigatório o ensino de história e cultura da África na educação básica do Brasil. Isso era uma das reivindicações do MNU, como vimos acima.

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Obrigada por ler nosso resumo de como surgiu o movimento negro no Brasil!

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Redação Beduka
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