Filosofia

O que é Materialismo? Definição e principais características

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Você já deve estar cansado de ouvir alguém dizer que a Filosofia explica a origem das coisas, da vida e do mundo. Por mais que seja clichê, não deixa de ser verdade. E uma das formas mais antigas de os filósofos fazerem isso é através do Materialismo, uma das explicações mais antigas sobre a realidade, que você conhecerá nas próximas linhas.

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O que é Materialismo?

A Filosofia procura responder questões sobre a vida, o mundo, a origem das coisas. O Materialismo é uma concepção filosófica que busca responder a todas essas questões, a partir de uma condição concreta: a matéria.

Assim, na concepção materialista, a realidade é somente material.

Apesar de ser mais conhecido por causa do Marxismo, o Materialismo existe desde a Grécia Antiga e ganhou corpo com o tempo. Isso aconteceu na medida em que as sociedades foram se tornando menos religiosas e abandonando explicações metafísicas.

Inclusive, Karl Marx tinha influência direta dos materialistas gregos. Sua tese de doutorado foi sobre a filosofia de Demócrito e Epicuro, que eram famosos por suas afirmações sobre a constituição puramente material da realidade.

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Quais são as principais características do Materialismo?

O materialismo se contrapõe a duas outras correntes de pensamento: o idealismo e a metafísica.

Deste modo, os filósofos materialistas negam que haja realidades espirituais. Até mesmo o pensamento é feito de matéria, segundo eles.

Epicuro entendia que os deuses também eram materiais, com a diferença de serem menos densos. Isso garantiria a imortalidade para eles.

O materialismo busca explicar os fenômenos da realidade a partir de condições concretas e materiais. É por meio delas que surgem as dinâmicas sociais, as mudanças históricas, os traços psicológicos e até mesmo a própria espiritualidade.

A religião para Karl Marx, por exemplo, era fruto da necessidade dos oprimidos de buscar consolo. Uma vez que tudo era negado na terra, eles passavam a acreditar no céu, onde estariam livres da violência e da exploração.

A situação social e econômica, aquilo que é possível experimentar diretamente é o que sustenta e define o mundo da cultura.

Toda estrutura econômica precisa de legitimações, assim o capitalismo, o protestantismo e o liberalismo se relacionam. Eles definem a moral, a lei, o tipo de culto, a ética de trabalho etc.

De modo resumido, as principais características do materialismo são:

  • A realidade é apenas material;
  • as condições materiais explicam os fenômenos da realidade;
  • as mudanças históricas acontecem quando há mudanças materiais, principalmente econômicas;
  • as realidades espirituais são negadas;
  • o pensamento é material.

Materialismo ao longo da história

Os primeiros pensadores materialistas não eram ocidentais. Esse tipo de compreensão sobre a realidade estava presente nas civilizações orientais, como o Egito e a Babilônia. O materialismo entrou no Ocidente no século VII a.C., com alguns filósofos pré-socráticos.

Demócrito de Abdera (460-370 a.C.) foi o primeiro a formular uma teoria materialista na Grécia. Segundo ele, o mundo era baseado em átomos, por isso sua tese é conhecida como atomista.

Para Demócrito, até mesmo a alma é material e composta de átomos. Ele influenciou a filosofia de Epicuro, um dos principais nomes do período helenista.

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A maioria dos filósofos helenistas eram adeptos do materialismo. Eles se dividiam em duas escolas principais: os estóicos e os epicuristas.

Para os estóicos os seres têm dois princípios: a matéria e a razão que reside nela, a que eles chamavam de deus. A razão é corporal e se mistura com a matéria como um fluido gerador.

A filosofia epicurista é materialista e retoma a teoria dos átomos de Demócrito. Segundo os epicuristas, tudo é corporal e formado pela agregação de átomos diversos. Até mesmo os deuses. Contudo, eles seriam feitos de um átomo mais fino, o que lhes garantia a imortalidade.

Após o período helenista e a cristianização do Ocidente, o materialismo foi abafado nos círculos intelectuais. A crença em Deus, numa alma e no espírito era algo completamente aceito, não havendo espaço para negações.

A modernidade trouxe a secularização das sociedades, e explicações contrárias ao idealismo e à metafísica surgiram. A exemplo disso, temos o materialismo naturalista de Francis Bacon e o materialismo mecanicista de René Descartes.

Atualmente a ideia de materialismo mais conhecida é a marxista. Vamos ver um pouco dela logo abaixo!

O que era o Materialismo marxista?

O marxismo surgiu como escola de pensamento no século XIX, com as publicações dos textos de Karl Marx (1818-1881) e de seu principal colaborador, Friedrich Engels (1820-1895).

Marx foi influenciado de modo especial pelo filósofo Georg Hegel (1770-1831), que era um idealista. Mas passou grande parte de sua vida tecendo críticas a ele. Foi de Hegel que ele herdou a concepção dialética da realidade.

Para Hegel, a vida se dava no encontro entre tese e antítese, que resultava numa síntese das duas. Esta síntese se tornava uma nova tese, que teria uma antítese. Isso aconteceria de modo infinitivo, em que o espírito da razão se realizaria no mundo.

Marx retira o aspecto espiritual e idealista da filosofia hegeliana e fica com a ideia de tese e antítese explicada por meios puramente materiais.

Não haveria Deus, nem providência, nem a realização do espírito. O que existe, para Marx, é a dinâmica social materialista, que reduz os fenômenos à forma de produção.

Assim, para os marxistas, as explicações para o que acontece e existe no mundo social estão nas relações de trabalho e econômicas.

Por exemplo, a existência da monarquia centralizada no Brasil do século XIX se devia ao desejo de manter os privilégios da classe senhorial escravista. 

Principais filósofos materialistas

O materialismo é uma doutrina antiga, com muitos nomes produzindo explicações a partir dele. Vamos listar os mais importantes.

  • Demócrito
  • Epicuro
  • Zenão
  • Francis Bacon
  • Karl Marx
  • Friedrich Engels

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