O Trovadorismo é proporcional ao primeiro período da história de Portugal, sendo definido como o conjunto de manifestações literárias que ocorreram na Idade Média. Leia o resumo e faça os exercícios sobre trovadorismo.
Na prova do ENEM, no caderno de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, os exercícios sobre trovadorismo podem ser cobrados, então não deixe de ler o nosso artigo e pratique com as questões sobre trovadorismo a seguir.
Deseja entender melhor sobre algum tópico em específico? Se sim, clique em algum dos itens listados abaixo que lhe pareça mais interessante.
Quando você terminar os Exercícios de Trovadorismo, coloque em prática todo seu conhecimento com O Melhor Simulado Enem do Brasil.
Trovadorismo
O trovadorismo é a primeira manifestação literária da Língua Portuguesa, que teve início no século XII na Idade Média. Um das primeiras obras que marcaram o Trovadorismo foi a “Cantiga da Ribeirinha”, escrita por Paio Soares de Taveirós em 1189.
O trovadorismo durou muitos anos, até que o Quinhentismo começou a se manifestar. Você sabe o que é quinhentismo? Leia o nosso artigo para ficar por dentro de todo o assunto.
Trovadores e Cancioneiros
Os trovadores eram artistas que tinham origem nobre, que sabiam cantar e criar letras, com o auxílio de instrumentos musicais. Os cancioneiros eram cantigas manuscritas unidas em livros. Há três cancioneiros comuns nas atividades de trovadorismo:
- “Cancioneiro da Biblioteca”;
- “Cancioneiro da Ajuda”;
- “Cancioneiro da Vaticana”.
Aqueles que possuem maior destaque na área lírica galego-portuguesa são:
- Dom Duarte;
- Dom Dinis;
- Paio Soares de Taveirós;
- João Garcia de Guilhade;
- Aires Nunes e Meendinho.
Principais características do Trovadorismo
As cantigas são classificadas em satíricas (cantigas de maldizer e cantigas de escárnio) e líricas (cantigas de amor e cantigas de amigo). Vamos entender cada uma separadamente, será melhor para fazer as questões de trovadorismo.
Satíricas
Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv’en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
- Cantigas de Maldizer: por meio delas, os trovadores são capazes de fazer sátiras diretas, podendo desenvolver agressões verbais e fazer o uso de palavrões.
- Cantigas de Escárnio: o nome da pessoa satirizada não aparecia nas cantigas, sendo realizadas de forma indireta, fazendo o uso de duplos sentidos.
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Líricas
A dona que eu am’e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.A que tenh’eu por lume d’estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
- Cantigas de Amor: o trovador valoriza de várias formas a mulher amada, e tem um papel inferior comparado a ela. O tema mais abordado era o amor não correspondido.
- Cantigas de Amigo: A palavra amigo presente nestas cantigas tem a representação de algum namorado. O tema central é a lamentação da mulher pela ausência do amado.
Agora faça os Exercícios sobre Trovadorismo e confira as respostas no gabarito.
Exercícios sobre Trovadorismo
Todas essas atividades são de vestibulares, não olhe a resposta sem primeiro tentar realmente acertar cada uma.
1 – (Mackenzie – 2005) –
Assinale a afirmativa correta com relação ao Trovadorismo.
Texto I
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Martim Codax
Obs.: verrá = virá levado = agitado.
Texto II
1. Me sinto com a cara no chão, mas a verdade precisa ser dita ao
2. menos uma vez: aos 52 anos eu ignorava a admirável forma lírica da
3. canção paralelística (…).
4. O “Cantar de amor” foi fruto de meses de leitura dos cancioneiros.
5. Li tanto e tão seguidamente aquelas deliciosas cantigas, que fiquei
6. com a cabeça cheia de “velidas” e “mha senhor” e “nula ren”;
7. sonhava com as ondas do mar de Vigo e com romarias a San Servando.
8. O único jeito de me livrar da obsessão era fazer uma cantiga.
Manuel Bandeira
a) Um dos temas mais explorados por esse estilo de época é a exaltação do amor sensual entre nobres e mulheres camponesas.
b) Desenvolveu-se especialmente no século XV e refletiu a transição da cultura teocêntrica para a cultura antropocêntrica.
c) Devido ao grande prestígio que teve durante toda a Idade Média, foi recuperado pelos poetas da Renascença, época em que alcançou níveis estéticos insuperáveis.
d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como também a função de facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente.
e) Tanto no plano temático como no plano expressivo, esse estilo de época absorveu a influência dos padrões estéticos greco-romanos
2 – (Mackenzie – SP) – Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.
a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.
3 – (ESPCEX) – É correto afirmar sobre o Trovadorismo que
a) os poemas são produzidos para ser encenados.
b) as cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas amorosas.
c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino.
d) as cantigas de amigo têm estrutura poética complicada.
e) as cantigas de amor são de origem nitidamente popular.
4 – (UFMG) – Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval, principalmente como propaganda das Cruzadas, sobressaem-se:
a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente.
b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado.
d) os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras.
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã.
5 – (PUC-RS) – O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em:
a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade.
b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia.
c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro.
d) reduzir todo o refrão a um dístico.
e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente.
6 – (UFRS) – Assinale a alternativa incorreta com respeito ao Trovadorismo em Portugal:
a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
b) nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.
d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música.
e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros
7 – (PUC-SP) – O argumento da peça A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, consiste na demonstração do refrão popular “Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube”. Identifique a alternativa que não corresponde ao provérbio, na construção da farsa.
a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência desastrosa do primeiro casamento.
b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, animal nobre, que a derruba.
c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo, asno que a carrega.
d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro pretendente e segundo marido de Inês.
e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal.
8 – (PUC – SP) – Considerando a peça Auto da Barca do Inferno como um todo, indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro vicentino.
a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar.
b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal.
c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa.
d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza.
e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro clássico.
9 – (UM-SP) – Nas cantigas de amor,
a) o trovador expressa um amor à mulher amada, encarando-a como um objeto acessível a seus anseios.
b) o trovador velada ou abertamente ironiza personagens da época.
c) o “eu-lírico” é feminino, expressando a saudade da ausência do amado.
d) o poeta pratica a vassalagem amorosa, pois, em postura platônica, expressa seu amor à mulher amada.
e) existe a expressão de um sentimento feminino, apesar de serem escritas por homens.
10 – (VUNESP) – Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Literatura Portuguesa:
a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, com o trovador declarando seu amor por uma dama (tratada de “senhor”, isto é, senhora). Daí o relacionamento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros padrões medievais que caracterizam a vassalagem, a servidão amorosa.
b) o teatro vicentino é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais.
c) o marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema “Camões”. Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres.
d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a influência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa; os intelectuais e a aristocracia.
e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fernando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos biografias, características, traços de personalidade e formação cultural diferentes.
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Respostas dos Exercícios sobre Trovadorismo
Exercício resolvido da questão 1 –
d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como também a função de facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente.
Exercício resolvido da questão 2 –
a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
Exercício resolvido da questão 3 –
c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino.
Exercício resolvido da questão 4 –
b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
Exercício resolvido da questão 5 –
b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia.
Exercício resolvido da questão 6 –
d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música.
Exercício resolvido da questão 7 –
e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal.
Exercício resolvido da questão 8 –
a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar.
Exercício resolvido da questão 9 –
d) o poeta pratica a vassalagem amorosa, pois, em postura platônica, expressa seu amor à mulher amada.
Exercício resolvido da questão 10 –
c) o marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema “Camões”. Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres.
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2 Comentários
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